É a isto que se chama “tempestade perfeita”. Quer dizer, provavelmente Anthímio de Azevedo discordaria. Mas temos de admitir que é uma grande coincidência o Squid Game – Jogo da Lula, em português – ser o maior sucesso de sempre da Netflix, no exacto momento em que as parvas jogatanas partidárias em torno do Orçamento do Estado voltam a revelar a flexibilidade, própria de um molusco, dos líderes dos partidos de esquerda nacionais.
Atenção, posso estar a precipitar-me. Há uma primeira vez para tudo. É que, bem vistas as coisas, talvez a simultaneidade do Squid Game da Netflix e do tal Stupid Game em torno do Orçamento do Estado seja tudo menos uma coincidência. Porque se é verdade que a série sul-coreana é toda ela à base de jogos infantis que redundam em violência, qual é a verdadeira base deste Orçamento do Estado? É o Plano de Recuperação e Resiliência. E a que assistimos nós aquando da aprovação do PRR? Assistimos a António Costa a jogar ao jogo infantil “Mamã Ursula von der Leyen Dá Licença que Eu Vá Já ao Banco?”, num momento que violentou a dignidade dos portugueses. É que é quase impossível distinguir entre os dois jogos.
Bom, mas concedo que as semelhanças entre o Squid Game e este Stupid Game fiquem por aqui. E, desde logo, pelo seguinte facto óbvio. É que enquanto no Squid Game um orçamento baixo vai produzir imensa receita, o Stupid Game em torno do Orçamento terá o condão de ajudar a transformar uma maquia significativa em despesa para os nossos netos. Se ainda houver algum por cá para a pagar. O que é pouco provável, na verdade. Ou seja, vai-se a ver e está tudo bem. Esqueçam este parágrafo.
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