A Iniciativa Liberal realizará a sua sétima Convenção Nacional no próximo mês de Dezembro, onde elegerá um novo Conselho Nacional, órgão no qual estou presente desde 2019 e onde deixarei de estar por entender que o partido precisa de uma renovação dos órgãos nacionais e, por maioria de razão, acredito que devo dar o exemplo, não concorrendo desta vez em lugar elegível. Segundo os estatutos da Iniciativa Liberal, o Conselho Nacional “é o órgão responsável por acompanhar e orientar a estratégia política do partido adoptada em Convenção Nacional, no respeito dos seus princípios e objectivos”. “Compete-lhe, nomeadamente avaliar a acção política dos demais órgãos nacionais e locais do partido”.

Um dos princípios basilares do liberalismo é a separação de poderes, acontece que esse valor, tão caro aos liberais, e que permite que as instituições independentes do poder funcionem com independência e liberdade, está posto em causa quando o Conselho Nacional do partido tem por inerência e com direito de voto os 25 membros da Comissão Executiva, num total de 75 membros com direito de voto (os outros 50 são eleitos em lista através do método de Hondt). O que temos então é a Comissão Executiva a avaliar a sua própria acção política através da sua inerência no Conselho Nacional, algo que vai totalmente ao arrepio daquilo que é o espírito liberal.

Nestas eleições entendi apoiar e integrar a lista B liderada por Nuno Simões de Melo, um militar na reserva e deputado municipal da IL em Mafra, entendendo que o Nuno tem todas as condições de independência, capacidade de trabalho e vontade de trabalhar com elementos de diferentes listas, o que faz dele o candidato ideal a liderar a Mesa do Conselho Nacional, órgão máximo entre convenções.

A lista B concorre ao Conselho Nacional da Iniciativa Liberal e não à Comissão Executiva do partido, sabemo-lo bem, não vamos ao engano e não queremos enganar ninguém, no entanto isso não quer dizer que não nos possamos manifestar sobre a vida interna do partido e sobre posições tomadas pela Comissão Executiva, umas vezes elogiando e outras criticando, sempre sob o signo da frontalidade e da liberdade. João Cotrim de Figueiredo foi o primeiro deputado da IL e o líder que levou o partido a passar de 1 para 8 deputados. Indiscutivelmente o trabalho realizado até agora só pode ser considerado positivo. O que pretendemos com esta candidatura é abrir o debate interno, chamando a atenção para questões que achamos não estarem a ter tanta atenção quanto aquela que, no nosso entender, mereciam, como a valorização do interior, a segurança e defesa, a política externa e a justiça, por exemplo.

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Entendemos igualmente que a IL tem ficado demasiadas vezes refém do politicamente correcto, mostrando pouca coragem quando, por exemplo, pretendeu ficar entre PS e PSD no parlamento. Áreas como a justiça, segurança ou natalidade não estão presentes no léxico liberal e no nosso entendimento são temas absolutamente relevantes, que dizem muitos aos portugueses e que impedem o crescimento eleitoral do partido.

No que diz respeito à política externa, saudamos a posição da IL na defesa intransigente do povo ucraniano, condenamos inequivocamente a Rússia e sobretudo Vladimir Putin por arrastar a Europa para uma guerra sangrenta e que só pode ter um vencedor, a Ucrânia.

Liberalismo em liberdade, é este o nosso caminho, um caminho que queremos feito com todos, composto por liberais com diferentes visões, mas com um único objectivo, tornar Portugal mais liberal, tornar Portugal melhor.