1 – As Democracias ocidentais vivem sérias provas de subsistência face ao desalento do Povo, à abstenção eleitoral e aos fenómenos de populismo.

Depois das evoluções da Democracia representativa (baseada no voto), a partir dos anos 70 do século XX, surgiram novas formas de democracia, a que chamamos participativa – O Poder para governar tem de atender aos movimentos cívicos, grupos de opinião, tradições, cultura, valores e tendências sectoriais, sob pena de não estar legitimado nas decisões concretas.

2 – Tais formas de sustentar as decisões políticas têm sido abandonadas em prol de programas partidários sem substância, muito equivalentes (senão iguais), em favor do “bem parecer à opinião publicada”. O que deixa o cidadão cada vez mais alheado/afastado da decisão política. As gerações que têm hoje menos de 35 anos ignoram a política. Embora haja sempre uma faixa de jovens que se empenham em causas públicas.

3 – Em Portugal existe um Movimento Cívico que tem crescido desde o final dos anos 90 do século XX (em especial desde o referendo ao aborto em 98) que implantou no País dezenas de Associações, IPSS, Fundações ou apenas grupos de reflexão sobre as questões antropológicas e da Bioética, mas também na área Social de apoio à maternidade e paternidade, às famílias carenciadas, no combate à pobreza e na defesa da Escola não ideológica e estatizada.

Porém, esta movimentação cívica tem sido em larga medida ignorada e até ostracizada pelo “pensamento politicamente correcto”.

4 – Este Movimento Cívico tem defendido que os Poderes Públicos e a Lei tenham uma postura que, – primeiro – apoie os casais no desejo de constituir família e não promova o aborto como solução para os problemas da vida; – segundo – continue a travar a batalha dos Direitos Humanos e não neguem aos mais vulneráveis Direitos Fundamentais, como seja o direito à Vida , o direito a ter pai e mãe identificados (identidade genética); – terceiro – que as vidas mais frágeis e carenciadas sejam acolhidas com políticas de saúde, de assistência e de sensibilização e, nunca, descartadas numa qualquer eutanásia; – quarto – que os pais possam ser os educadores dos filhos, e o Estado não imponha nas escolas uma ideologia contrária.

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5 – Durante estes mais de 20 anos trabalhamos no País concreto e real, mas verificamos que “Golias – o Estado”, esmaga muito do nosso trabalho, mata muitos dos nossos filhos, ignora os nossos doentes e nas escolas tritura a inocência de crianças e a intimidade de adolescentes.

Está na hora de dizer, Basta!

Somos cidadãos, pagamos impostos, temos trabalho social feito, governamos as nossas vidas, produzimos para o País, geramos economia e riqueza. Exigimos que haja quem nos represente nas instâncias da Política.

Por isso, saímos à rua no próximo dia 27 de Outubro às 15 horas na Caminhada pela Vida desde o Chiado até São Bento em Lisboa e ainda nas cidades de Aveiro-Braga-Porto e Viseu.

6 – Avizinham-se dois actos eleitorais muito importantes. Vamos tomar posição pública nestas eleições. Vamos apelar ao País que quer progresso e não quer a cultura da morte, para que nestes actos eleitorais, não vote nos partidos que não tenham no seu programa, de forma clara, a defesa da Vida em todas as circunstâncias (contra o aborto, a eutanásia, a destruição de embriões, as barrigas de aluguer, etc.), a defesa da Família enquanto realidade sociológica que gera e promove a Vida.

7 – O silêncio dos partidos quanto a estas matérias será entendido como o pacto com a agenda fracturante que tem dominado a vida política, e destruído o País.

Anunciamos desde já (previamente à escolha de candidatos a eleições, e apresentação de programas eleitorais), esta nossa posição política, por lealdade a todos os que entregam as suas vidas às causas públicas. Por todo o País faremos esta campanha de responsabilidade política.

A Cidadania pró-Vida tem uma voz e um voto.

Presidente da Federação Portuguesa pela Vida