O impacto e a dimensão da COVID-19 têm colocado à prova a eficácia dos Governos em travar a pandemia e a capacidade dos diversos sistemas de saúde em responder ao aumento exponencial das necessidades imperativas dos cuidados de saúde das populações. É simultaneamente um teste de velocidade – porque o vírus se propaga rapidamente – mas também é uma prova de resistência – porque vai certamente perdurar ao longo dos próximos meses.

Em Portugal, apesar de ainda não estarmos no pico da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde tem, até ao momento, conseguido dar uma resposta à altura deste desafio, com os cidadãos a confiarem no trabalho que está a ser desenvolvido pelos técnicos e pelas autoridades para combater a COVID-19.

Mas o SNS não está isolado na linha da frente desta batalha. Se há um facto que a atual pandemia fez sobressair é que para responder às necessidades de saúde da população é crucial uma resposta conjunta, que interligue os diversos agentes do setor da saúde: desde os médicos e enfermeiros, passando pelos técnicos de saúde, pelos reguladores, indústria farmacêutica, distribuidores de medicamentos e, obviamente, também pelas farmácias. Só trabalhando juntos, em rede e em parceria, poderemos vencer este desafio que 2020 nos trouxe.

A nossa contribuição, enquanto farmacêuticos, em áreas como a administração de medicamentos, a gestão da terapêutica, a deteção precoce de doenças ou a promoção de estilos de vida saudáveis tem ajudado os milhares de portugueses que todos os dias se deslocam às farmácias, evitando idas desnecessárias aos hospitais e centros de saúde e prevenindo o aparecimento ou desenvolvimento de patologias.

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Este papel relevante que as farmácias comunitárias representam na sociedade assume uma importância vital no atual contexto de pandemia. Hoje as farmácias são o primeiro e, muitas vezes, o único contacto dos cidadãos com o sistema de saúde.

Numa altura em que os hospitais e centros de saúde estão focados no combate à COVID-19, em que consultas médicas, exames e análises considerados não urgentes são adiados, muitos cidadãos encontram respostas para os seus cuidados de saúde nas farmácias comunitárias. Nesta luta contra o novo coronavírus, as farmácias estão a ser chamadas para a primeira linha da promoção dos cuidados da população portuguesa, não só pelo papel que desempenham na dispensa dos medicamentos, mas também pelas suas funções no que diz respeito à prevenção da doença e ao aconselhamento.

Como farmacêutica e presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP) — que representa mais de 150 farmácias portuguesas – tenho testemunhado ao longo das últimas semanas o esforço e o trabalho incansável que os farmacêuticos têm desenvolvido para atender às necessidades básicas de saúde dos cidadãos, contribuindo para a tranquilidade e bem-estar da população e, ao mesmo tempo, para o descongestionamento do Serviço Nacional de Saúde.

Tudo isto está a ser feito num contexto particularmente difícil, pelo que é fundamental garantir que as farmácias e os seus profissionais dispõem dos meios adequados que lhes permitam continuar a servir a comunidade e a apoiar o SNS nesta luta contra a COVID-19.

Para isso é necessária uma resposta conjunta dos diversos agentes. Só assim, trabalhando em parceria, poderemos ultrapassar esta epidemia. Só assim, trabalhando juntos, poderemos contribuir para um SNS forte e capaz. Só assim, trabalhando com diversas equipas multidisciplinares, poderemos assegurar os melhores cuidados de saúde aos portugueses.