O Conselho Europeu de Inovação (CEI) arranca formalmente nesta quinta-feira com mais de 10 mil milhões de euros para investir em inovação disruptiva na Europa.

Em Setembro de 2016, recebi um telefonema do Carlos Moedas, então Comissário Europeu para a Ciência e Inovação, a falar-me sobre o seu sonho de criar uma iniciativa europeia que pudesse alavancar a inovação, vinda dos centros de saber e das empresas, para que a Europa pudesse voltar a ser mais competitiva no plano internacional e a ter mais empresas de escala mundial que criassem postos de trabalho muito qualificados por toda a Europa.

Pouco mais de quatro anos após esta primeira conversa, o Conselho Europeu de Inovação começa agora com a ambição de ajudar os inovadores europeus a terem apoio e financiamento paciente para inovação em tecnologias mais disruptivas, as chamadas deep tech.

Após um período piloto de dois anos, muito se aprendeu e evoluiu para que agora seja possível ao CEI trabalhar para uma Europa mais inovadora.

É a iniciativa de inovação mais ambiciosa da Europa, com capacidade para contribuir para o Acordo Verde (Green Deal) e para o pacote de recuperação económica da União Europeia.

Conta com uma estrutura flexível e pronta a dar resposta, com o objetivo de apoiar inovadores de qualquer setor de atividade, em qualquer lugar da Europa. Com o foco particular em deep tech e inovações disruptivas, pretende ainda atrair mais mulheres inovadoras e os talentos de regiões menos inovadoras da Europa.

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Vai atuar como um fundo de impacto para o programa Horizonte Europa, transformando investigação e ciência em inovações no mercado.

É sobretudo dirigido a startups e PMEs, a investigadores de universidades e de centros de investigação, mas também a capitais de risco que queiram co-investir em empresas e projetos de alto risco.

Como conselheiro do Conselho Europeu de Inovação desde 2017, contribuí numa primeira fase para a visão e estratégia e, mais recentemente, para a implementação do CEI.

A execução será agora crucial para o sucesso da Europa. No plano nacional, há também uma oportunidade que se abre para cientistas e empresas inovadoras nacionais para, num ambiente muito competitivo, conseguirem apoios financeiros muito relevantes que permitam fazer crescer empresas, que possam criar empregos de qualidade e aumentar as exportações.