Caros(as) leitores,

Odivelas passou dos seus primórdios de uma das oito comunas de Loures, ainda enquanto freguesia deste concelho (oito em nove freguesias existentes, uma vez que a freguesia de Lousã foi vencida pelo PS ao PCP por escassos seis votos de diferença nas autárquicas de 1997), para os tempos da Comissão Instaladora do Município de Odivelas, a qual foi constituída por cinco membros designados pelo Governo, no ano de 1999, de acordo com os resultados eleitorais obtidos pelas partidos políticos nas autárquicas de 1997, realizadas para as sete assembleias de freguesia, que passaram então a integrar o município de Odivelas (PCP: 35,09%; PS: 34,24%; PSD: 19,76%; CDS: 2,22%; PDC: 1,49%). Diríamos, portanto, que desde o marcante ano de 1999, apesar do manifesto desconforto do PCP com a autonomização de Odivelas enquanto município, que preferiria continuar a ver Odivelas como mais uma das freguesias do seu eterno bastião comunista, Loures, a nossa cidade tem crescido, tem-se desenvolvido e tem amadurecido, ainda que democraticamente não tanto quanto gostaríamos, provavelmente derivado aos tiques totalitários que um PS esquerdizante e não moderado acabou por adoptar de um PCP estagnado que se viu afastado da gestão municipal até aos dias de hoje. Sucede que Loures só voltou a ser liderado pelo PCP nas autárquicas de 2013 (com 34,74%), no mesmo ano em que, em Odivelas, o PS atingia a sua primeira maioria absoluta, com 39,52%. Desde a fundação do município (1999), Odivelas foi sempre gerida por executivos municipais socialistas, ora com maiorias relativas, ora com maiorias absolutas.

Sucede que, em 2021, e pela primeira vez na história democrática de Odivelas, o centro-direita sentiu uma necessidade disruptiva de gerar uma força política motriz capaz de derrubar os 22 anos de socialismo impregnado na máquina pública do município e em todas as instituições economicamente dependentes do executivo municipal, para cumprir os fins públicos para que foram criadas. Essa confluência de esforços, criada a partir de uma sólida base de entendimento político-partidário, é o resultado claro da inspiração do antigo e harmonioso espírito da mais célebre coligação pré-eleitoral de centro-direita, que remonta a 1979, a AD-Aliança Democrática. É exatamente esse, o espírito que a coligação PSD, CDS e PPM propõem para Odivelas nas próximas Autárquicas 2021, à qual se juntam agora partidos políticos mais recentes, como o Aliança, o MPT, o PDR e o RIR. Trata-se, não só de uma coligação inovadora e ambiciosa, mas também de um projeto político fortemente alicerçado em construir uma Nova Odivelas através de uma Nova AD para Odivelas. Os odivelenses sabem bem que, passados 22 anos de experiência socialista, Odivelas tem vindo a perder a sua identidade cultural e predominância territorial no âmbito da AML, que, estando geograficamente tão perto da capital do país, tem sido predominantemente procurada como local de habitação pela classe média e não como uma referência urbana de oferta cultural e recreativa para esta classe económica e outras que pudessem desfrutar hipoteticamente da qualidade de vida que a própria cidade oferece aos seus munícipes. 

É certo que Odivelas sempre foi governada por executivos comunistas ou socialistas, ainda enquanto freguesia ou enquanto concelho autónomo, mas não é menos verdade que nunca antes, sete forças político- partidárias se entenderam para criar um bloco de direita de cimento armado, contra dois fenómenos que importa combater em Odivelas: por um lado, o totalitarismo do Partido Socialista na gestão municipal, vigente desde os tempos da primeira maioria absoluta até hoje; e, por outro lado, o impressivo crescimento do populismo tanto à esquerda como à direita radicais, tanto do Bloco de Esquerda como do Chega, tal qual irmãos siameses separados à nascença. A radicalização do discurso político do PS Odivelas, que abandonou o centrismo como doutrina e a moderação como método político, são de facto preocupantes e reveladores de uma inequívoca cegueira ideológica de quem governa com maioria absoluta e dela não quer prescindir a bem da saúde da democracia, nem tão pouco gerar consensos por via da cedência ou entendimentos alargados no âmbito do ancestral arco da governação. Já as duas faces da moeda do radicalismo em Odivelas estão focadas exclusivamente em dois objetivos: (1) serem os responsáveis por tirar a maioria absoluta ao PS Odivelas para que possam entoar a sua própria vitória moral; (2) para depois disso fazerem depender a governabilidade do município do número de eleitos atingido por estes, seja no executivo municipal, seja na assembleia municipal, pois pode desta meta política resultar que os resultados eleitorais autárquicos divirjam substancialmente para estes dois partidos entre os referidos dois órgãos municipais.

A coligação liderada pelo PSD e secundada pelo CDS em Odivelas tem como missão ser um fonte geradora de confiança numa alternativa política ao socialismo instalado em Odivelas desde 1999, configurar um projeto político de centro-direita focado nos problemas das pessoas, sendo estas o fundamento e o destino da sua ação política. Projeto preocupado socialmente com os mais frágeis, os mais velhos e os desempregados, que têm sido amplamente abandonados pelo atual executivo municipal socialista liderado por Hugo Martins; captar investimento privado para um novo polo empresarial e tecnológico atrativo para a fixação de empresas multinacionais e grandes empresas nacionais, com vista a combater o flagelo social do desemprego em Odivelas (cresceu 99,9% entre Fevereiro de 2020 e Março de 2021, registando neste último mês mais 2.946 desempregados de longa duração face ao período homólogo); resolver os múltiplos problemas de mobilidade urbana no centro e na zona histórica de Odivelas, criando novos parques de estacionamento automóvel e lutando contra a amputação em marcha da Linha Amarela pelo atual Governo com a conivência política do PS Odivelas e dos quatro presidentes de junta de freguesia que, em Assembleia Municipal, sufragaram a decisão governamental de implementação da nova Linha Circular no Metro de Lisboa; tornar o Mosteiro de São Dinis e São Bernardo no berço da cidade como polo aglutinador turístico e artístico, museológico e residencial universitário; e incentivar a criação de novas creches e jardins de infância e lares/ centros de dia no concelho, face à manifesta insuficiente oferta pública perante a elevada procura desses serviços sociais em Odivelas.

Como se percebe pelas linhas acima escritas, não é verdade, como adiantou a notícia do Observador datada de 23 de Março 2021 (há 2 meses) intitulada “Coligação PSD/CDS parte-se em Loures e Odivelas” da autoria dos jornalistas Rui Pedro Antunes e Miguel Santos Carrapatoso, que a coligação PSD/CDS e outros cinco partidos políticos em Odivelas não se encontre de boa saúde, podendo até, julgo, este exemplo de coligação de centro-direita alargada ser recomendável para outros concelhos nossos vizinhos da AML, como aliás  sucedeu, recentemente, na candidatura PSD/CDS na Amadora, que foi alargada ao PDR, na esteira daquela que, admitimos, tem sido a nossa grande inspiração, a coligação autárquica liderada por Carlos Moedas à Cêmara Municipal de Lisboa, constituída por PSD, CDS, PPM, MPT e Aliança. Estamos certos que este é o tempo de uma Nova AD em Odivelas e que o nosso projeto político configura uma verdadeira alternativa política ao socialismo enraizado em Odivelas ao longo dos últimos 22 anos, mas ao qual não estamos inexoravelmente sujeitos. Estamos certos que, em 2021, Odivelas seguirá um Novo Rumo e que os destinos da Câmara Municipal de Odivelas ficarão bem entregues, em mãos experientes, competentes e capacitadas de grande dinamismo. Não há tempo a perder, Odivelas merece uma Nova Vida com uma Nova AD!

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