Vamos começar pelas más notícias: em cinco estados da União Europeia – alguns dos maiores, por sinal – as eleições da semana passada foram ganhas por partidos de extrema-direita ou por partidos ultranacionalistas: no Reino Unido, na França, em Itália, na Hungria e na Polónia. Não deixa de ser motivo de grande preocupação.
Mas a verdade é que o cenário mais negro, o dos partidos antieuropeus obterem cerca de um terço dos assentos parlamentares, não aconteceu. Em vez disso, os liberais democratas e os verdes ocuparam uma posição central entre partidos tradicionais (em queda) e partidos extremistas (em ascensão). As forças políticas pró-europeias continuam em maioria, mas a fragmentação do novo hemicíclico é sintomática da vontade da população. Nem quer mais hegemonias dos partidos tradicionais, nem agendas desproporcionalmente nacionalistas. Quer uma Europa renovada e geradora de consensos e compromissos.
Não vai ser nada fácil. A fragmentação não gera harmonia. Aliás, já se fala de uma geringonça europeia de centro-esquerda, protagonizada pelos socialistas, os liberais e os verdes, desde já para impedirem Manfred Weber de ser presidente da Comissão. A questão de fundo é que esta coligação pós-eleitoral não corresponde nem à vontade do eleitorado, nem ao que mais convém ao Parlamento Europeu. Por vários motivos.
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