Greta Thunberg, a jovem sueca que tomou a atenção do mundo na sua cruzada pelo clima, está prestes a terminar a sua travessia do Atlântico. Fê-lo no Malizia II, um iate de Pierre Casiraghi, o neto do Príncipe Rainier do Mónaco. O objectivo foi chegar à cimeira do clima da ONU, que tem lugar em Nova Iorque, sem poluir o ambiente. Greta Thunberg pretendeu mostrar que andar de avião é um dos muitos hábitos que devemos perder para salvarmos a vida na Terra.

Não vou entrar na questão das alterações climáticas, assunto para o qual não tenho nem conhecimentos nem qualificações. Não me cabe negar o que não tenho meios para negar. O que pretendo é chamar atenção para o que a mensagem de Greta Thunberg (e de outros ambientalistas) comporta na vida da grande maioria das pessoas. Greta Thunberg não quer (verbo que utiliza vezes sem conta nos seus discursos) que andemos de avião. Presumo que queira que também não utilizemos o automóvel e outros instrumentos de trabalho. E também que não comamos carne. Chegou mesmo a convencer os pais que passaram a sentir culpa porque ao comerem carne estariam a roubar-lhe o futuro.

A tónica do discurso de Greta Thunberg é a acusação. Ela acusa as gerações mais velhas explica que o faz porque a situação é grave. E urgente. Quer mesmo que os mais velhos sintam o pânico que ela sente. Aqui as pessoas condoem-se. O método é autoritário e idêntico ao utilizado por muitas outras ideologias fascistas e comunistas: se não concordarmos com eles somos imorais. E devemos sentir culpa por isso. Devemos pagar por isso, quanto mais não seja através da vergonha. O que está em causa em Greta Thunberg não são as alterações climáticas (assunto grave que nos deve preocupar), mas o modo autoritário com que esta rapariga de 16 anos, isenta de uma culpa que ela própria menciona, se dirige às pessoas que, de acordo com os termos por ela definidos, se comporta de forma condenável.

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