Aeroporto de Belgrado. Café a abarrotar de clientes de “espressos” e garrafas de água. O que lhes interessa é o alimento espiritual que a televisão transmite a esta hora. Brasil – Costa Rica.

O Brasil é o mais próximo que existe de uma seleção universal. Quem vive em países sem tradições futebolísticas torce pelo Brasil. Quem liga moderadamente ao futebol torce pelo Brasil. Quem vê a sua seleção ser eliminada torce pelo Brasil. Mais do que símbolo de liderança, esta camisola amarela é um código para paz e alegria que dispensa tradução. Toda a gente conhece o seu significado, mesmo quando o amarelo salta diretamente para o azul sem passar pelo verde. Não há azul mais dourado.

Aqui, quem está a ver o jogo está a torcer pela canarinha. Falta pouco mais de um quarto de hora para o fim. Os adeptos estão apreensivos. De repente, Neymar isola-se e só com Keylor Navas pela frente remata com tanta força e precisão que a bola vai para fora, a centímetros do poste. A reação geral é de incredulidade. Um jogador qualquer pode falhar, mas um brasileiro, ainda por cima o melhor jogador brasileiro? Não pode ser. Os adeptos internacionais não estão preparados para aceitar que os jogadores brasileiros são apenas seres humanos, que não têm poderes sobrenaturais.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.