Histórico de atualizações
  • Olá, boa noite,

    Este liveblogue fica por aqui. Obrigada por ter acompanhado as atualizações sobre o caso Panama Papers.

    Até amanhã

  • 10.000 pessoas protestam na Islândia

    Na Islândia, o Parlamento vai votar uma moção de censura ao primeiro-ministro Sigmundur Davíð Gunnlaugsson – envolvido no caso Panama Papers – no final da semana. Contudo, as manifestações já começaram a ecoar. Esta segunda-feira cerca de 10.000 pessoas manifestaram-se à porta do Parlamento, com tambores, barricadas e apitos. Alguns manifestantes tinham bananas nas mãos, para evidenciarem que o país se tinha tornado numa república das bananas.

    Sigmundur David Gunnlaugsson e a mulher, Anna Sigurlaug Pálsdóttir’s, são os proprietários de uma empresa chamada Wintris, que detém cerca de 4 milhões de dólares em obrigações nos três maiores bancos islandeses – que faliram na crise financeira de 2008. Na altura, Gunnlaugsson foi uma das vozes contra o resgate a credores estrangeiros.

  • Grandes bancos recorriam à Mossack Fonseca para ajudar clientes a esconder dinheiro

    O banco suíço UBS foi um dos que mais lucrou com a ligação à Mossack Fonseca, conta o El Confidencial. Se por um lado o UBS tinha vários clientes que queriam criar empresas offshore para manter o património longe da esfera fiscal e das autoridades, a empresa do Panamá tinha todo o interesse em fazer negócio.

    A relação entre as duas empresas acabou, contudo, em 2010, depois de os Estados Unidos terem ameaçado os bancos suíços com uma condenação criminal por cooperarem com a evasão fiscal e lavagem de dinheiro de cidadãos norte-americanos. A 28 de setembro, numa reunião em Zurique, o banco afirmou que a Mossack Fonseca era responsável por identificar os proprietários que apareciam como titulares das contas secretas, acusando a empresa de “violar as leis suíças de branqueamento” de capitais.

    O UBS não é o único banco que recorreu à Mossack Fonseca para criar empresas offshore para os seus clientes. O nome do britânico HSBC surge associado a mais de 2.300 empresas do género, o francês Société Générale a 979 empresas, o Royal Bank of Canada a 378, o alemão Commerzbank a 92 e o Credit Suisse a 1.105.

  • Mossack Fonseca envolvida em processo judicial em Las Vegas

    Nos EUA, houve um processo judicial que envolveu a Mossack Fonseca. A empresa foi acusada de criar 123 empresas no Nevada que foram utilizadas por um amigo próximo do presidente argentino para roubar milhões de dólares em contratos com o governo, conta o Expresso – que faz parte do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. O Tribunal Distrital de Las Vegas intimou a Mossack Fonseca a revelar os pormenores destes negócios, mas a empresa recusou-se. Negou o seu envolvimento com a empresa que estava a conduzir as operações em Las Vegas.

    O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação levanta agora novas dúvidas sobre este processo. Além de ter descoberto que a filial do Nevada é detida totalmente por Mossack Fonseca, concluiu que a empresa tomou medidas para apagar registos telefónicos e de computadores potencialmente incriminatórios. Em 2014, por exemplo, foi detetado um email com instruções claras para que as ligações entre o sistema central de computadores da Mossack Fonseca no Panamá e os escritórios do Nevada se tornassem “obscuras para os investigadores” e que fossem apagados os registos dos computadores no escritório norte-americano. Houve até um funcionário que viajou de propósito para Las Vegas para conseguir retirar os documentos do país.

    A empresa do Panamá veio negar “categoricamente” esta informação.

  • Divórcios de milhões também entram em paraísos fiscais

    Dimitri Rybolovleva esteve casado com Elena durante 20 anos. Viveram na Suíça e tiveram dois filhos. Dimitri é, segundo a Forbes, o 14º russo mais rico do mundo. Em dezembro de 2008, Elena Rybolovleva pediu o divórcio – justificou-o com “um período prolongado de relações maritais tensas” – e segundo a lei suíça, cada um teria direito a ficar com metade dos bens do casal.

    Até aqui, nada de novo. O problema é que Dimitri já tinha incorporado vários bens do casal- telas de Picasso, Van Gogh ou Degas – numa empresa que a Mossack Fonseca integrou nas ilhas Virgens, a Xitrans Finance. Quando Elena pediu o divórcio, a Xitrans já tinha transferido esses bens para Singapura e Londres, de acordo com a notícia divulgada pelo Consórcio de Jornalistas hoje. Por muito que Elena alegasse que os bens pertenciam ao casal, a verdade é que a Xitrans era detida pelo fundo da família Rybolovlex e Dimitri era o único acionista. Não tinha direito a eles.

    A guerra judicial – que é uma das envolvidas no caso Panama Papers – acabou com Elena a receber cerca de 3.900 milhões de euros, que terão descido para 520 milhões, depois de ter sido apresentado um recurso. E este é apenas um dos exemplos de como os milionários utilizam os paraísos fiscais para esconder milhões na hora de fazer partilhas. O Expresso – que faz parte do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação – conta mais histórias aqui.

  • Há 244 empresas portuguesas suspeitas de envolvimento nos Panama Papers

    De acordo com o mapa interativo desenhado por Brian Kilmartin, editor do The Irish Times – órgão que também faz parte do Consórcio – serão 244 as empresas portuguesas envolvidas nos Panama Papers, que envolvem 255 acionistas e 34 beneficiários. A identidade dos envolvidos ainda não foi revelada, mas segundo o Consórcio, serão divulgados novos dados até ao final da semana.

  • Ministério Público analisa documentos dos Panama Papers

    O Ministério Público está acompanhar a investigação jornalística partilhada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e a analisar os documentos envolvidos no “Panama Papers”. Vai abrir um inquérito se daí resultarem factos que configurem crime, avança a TVI24.

    “O Ministério Público está a acompanhar a situação, recolhendo elementos e procedendo à respetiva análise. Se desses elementos resultarem factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes, o Ministério Público, como sempre, não deixará de agir em conformidade”, informou o gabinete de imprensa da PGR à TVI24.

  • Messi negou qualquer envolvimento no caso que está a escandalizar o mundo. O futebolista do Barcelona considerou que as acusações contra si são “injuriosas”. Em comunicado assinado pelo jogador e pelo seu pai, pode ler-se que a Mega Star Enterprises – a que se referem as informações, reveladas no domingo pela investigação, trata-se de “uma companhia totalmente inativa, que nunca teve fundos nem contas correntes abertas”.

  • Panama Papers. Uma fuga de informação sem precedentes

    Entretanto, publicámos um (breve) vídeo que resume o que são, afinal, os Panama Papers.

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  • Aqui está o envolvimento do português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, num documento entre os 149 divulgados pelo WikiLeaks.

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  • WikiLeaks disponibilizou 149 documentos

    E o WikiLeaks junta-se à festa do leak. Ao longo de 15 páginas, estão 149 documentos que deixam muita gente comprometida.
    Ver aqui.

  • Poroshenko: Levo a sério a minha declaração de interesses

    O Presidente ucraniano escreveu esta manhã no Twitter que acredita ser o único líder de topo na Ucrânia que trata de forma “séria” as suas declarações de interesses, paga impostos e tem em conta conflitos de interesses. Esta resposta de Petro Poroshenko vem depois de se saber que está envolvido na polémica dos Panama Papers:

  • Comissão Europeia reitera papel ativo no combate à evasão fiscal

    A Comissão Europeia reiterou o compromisso com a luta contra a fraude e evasão fiscais, sublinhando esta tarde que atuará se necessário, no caso dos chamados “papeis do Panamá”. “Desempenhamos um papel muito ativo em todas as frentes”, disse a porta-voz do executivo comunitário para a Fiscalidade, Vanessa Mock, sublinhando que a Comissão atuará se a legislação não for cumprida ou se houver mais trabalho a fazer.

    Em relação ao papel da banca, lembrou que a legislação comunitária obriga à troca de informações sobre operações fiscais em todo o mundo”. A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

    Lusa

  • "Isso é um assunto privado", diz Cameron

    David Cameron reagiu às acusações abaixo referidas. “Isso é um assunto privado. Vou focar-me no que o Governo está a fazer.”

  • Fundo do pai de David Cameron nunca pagou impostos no Reino Unido

    Ian Cameron, pai do primeiro-ministro britânico, dirigiu um fundo de investimento nas Bahamas através da Mossack Fonseca. Esse fundo continha dezenas de milhares de libras das famílias mais ricas do Reino Unido, mas nunca pagou impostos no país, segundo avança o Guardian. Alguns dos clientes destes fundos eram Isidore Kerman, conselheiro de Robert Maxwell – deputado britânico e detentor de meios de comunicação que faleceu em 1991 – ou o banco Leopold Joseph, usado pelos Rolling Stones.

    O fundo existe há 30 anos e o pai de David Cameron morreu em 2010.

  • Irmã de rei Juan Carlos e Messi investigados

    A agência tributária espanhola já está a investigar Pilar de Borbón, irmã do rei Juan Carlos, conta o El Mundo. Pilar de Borbón terá mantido uma offshore panamiana durante 40 anos. A empresa chamava-se Delantera Financiera. Chamava-se porque foi dissolvida logo após a saída do rei Juan Carlos, em junho de 2014.

    Já Lionel Messi, o jogador do Barcelona, continua a ser associado a fuga fiscal. Desta vez, segundo os Panama Papers, terá criado um esquema de evasão fiscal no Panamá logo após o Fisco o ter acusado de ocultar bens em paraísos fiscais, em locais como Belize, Uruguai, Suíça e Reino Unido. A empresa comprada por Messi chama-se Mega Star e está ativa.

  • A mulher de Miguel Arias Canete, comissário espanhol para a Energia e Clima, está associada ao caso. Micaela Domecq Solís-Beaumont terá aprovado transações no grupo de investimento Rinconada, uma empresa do Panamá criada em 2005. A Comissão Europeia reagiu e defendeu o comissário, alegando que não há conflito de interesses, pois este cumpre o código de conduta.

  • A diretora-geral do equivalente à autoridade tributária e aduaneira do Reino Unido (HMRC), Jennie Grainger, já reagiu: “Confirmamos que já recebemos muita informação sobre offshores, incluindo no Panamá, de uma variedade de fontes, que é atualmente o objeto de uma investigação intensa. (…) Pedimos ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação para partilharem connosco os documentos que obtiveram. Examinemos essa informação e agiremos de forma apropriada.”

  • O desporto também está envolvido. Segundo o El Confidencial, a Real Sociedad recorreu a offshores para pagar jogadores estrangeiros. O que faziam? Abriam empresas ou contas bancárias para consumar a transferência e depois fechavam-nas quando o jogador abandonava o clube. Foram pelo menos sete os jogadores envolvidos no esquema dos blanquiazul: Darko Kovacevic, Nihat Kahveci, Sander Westerveld, Tayfun Korkut, Valeri Karpin, Gabriel Schürrer e Mattias Asper.

  • A teia do Panama Papers é grande, já se sabe, e vai sendo levantado o véu. Agora no Brasil: o Estadão deu conta de que há partidos envolvidos no escândalo. Numa altura em que o Brasil está a ferver, com o caso de impeachment e das escutas da Lava Jato, o Panama Papers é gasolina na fogueira.

    Segundo o diário brasileiro, são sete os partidos envolvidos: PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB.

    É importante reter o que está no quinto parágrafo do artigo do Estadão. “A lei brasileira permite a qualquer cidadão a ter uma empresa em um paraíso fiscal. É necessário, entretanto, que a operação esteja registada no Imposto de Renda do proprietário. Quando há envio de recursos para o exterior, é também obrigatório informar ao Banco Central sobre a operação, em casos que superem determinado valor.”

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