Histórico de atualizações
  • Este liveblogue fica hoje por aqui. Amanhã voltamos para o atualizar com todas as notícias sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

    Tenha uma boa noite.

  • Junker: "Não temos meses para meditar, temos de agir"

    O presidente da Comissão Europeia foi muito duro com o Reino Unido nas declarações que fez à saída do Conselho Europeu extraordinário desta terça-feira.

    Percebo de certa forma o facto de David Cameron querer algum tempo para meditar. Nós queremos que o artigo 50º seja acionado o mais depressa possível. Tem de ser acelerado. Nós não temos meses para meditar, temos de agir”, afirmou Junker, citado pela AFP.

    O homem que se irritou com a presença do líder do UKIP, Nigel Farage, na sessão do Parlamento Europeu, continuou irritado com o facto de os britânicos terem tomado uma decisão sem sequer terem um plano para o que veio a suceder: a escolha pela saída da União Europeia.

    Não percebo como é que aqueles que decidiram sair da União Europeia sejam agora totalmente incapazes de nos dizerem o que querem. O que eu penso é que se se quer sair, deve ter-se um plano, um projeto, uma ideia global”, criticou.

  • Junker traça deadline para a invocação do artigo 50º

    David Cameron disse-o já várias vezes: não vai invocar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que aciona a saída de um Estado-membro da União Europeia. Mas, segundo Angela Merkel, essa não é uma possibilidade em cima da mesa. Não será Cameron, mas quem lhe suceder no cargo terá de o fazer. Jean-Claude Junker até colocou uma data limite.

    “Se o próximo primeiro-ministro britânico for um defensor da saída, deve invocar o artigo 50º no dia seguinte à tomada de posse; se for um defensor da permanência, deverá fazê-lo dentro de duas semanas”, disse o presidente da Comissão Europeia.

    Angela Merkel alinhou pelo mesmo discurso, sem referir datas.

    “Não discutimos a possibilidade de o Reino Unido não invocar o artigo 50º e eu considero essa ideia uma impossibilidade em si.”

  • Merkel: "Haverá uma grande diferença entre os países que querem e os que não querem pertencer à UE"

    No final da reunião extraordinária do Conselho Europeu, a chanceler alemã Angela Merkel deixou claro que a saída do reino Unido trará consequências para os países do Brexit:

    “Terá de haver, e haverá, uma diferença substancial entre aqueles países que querem ser membros da família europeia e aqueles que não querem”.

  • "É impossível ter todos os benefícios de ser membro, sem os custos de ser membro", avisa Cameron

    Sem querer alongar-se sobre a forma como se vai processar a saída do Reino Unido da União Europeia, David Cameron deixou um aviso à navegação: negociação sim, pode e deve haver, mas não há saída sem custos.

    Até à saída, o Reino Unido é um membro pleno da UE e por isso tem direito a todos os benefícios e participação plena nas instituições. (…) É impossível ter todos os benefícios de ser membro sem os custos de ser membro. Isto é algo em que o próximo governo britânico vai ter que pensar com muito cuidado.

    Cameron ficou desiludido com o resultado do referendo, mas não se arrepende de o ter convocado.

    Queria ter ganho o referendo, mas acredito que tínhamos que assentar esta questão e era importante trazê-la ao povo. Lamento termos perdido o referendo, mas temos que respeitar a decisão do povo.”

  • "Gostava que as pessoas no Reino Unido tivessem ouvido os discursos desta tarde"

    David Cameron chegou à sala de imprensa em Bruxelas, depois da sua última reunião do Conselho Europeu, agradecendo aos líderes da União Europeia:

    Tenho vindo a estes Conselhos Europeus há seis anos e este será o meu último conselho de emergência. Podem frequentemente ser longos, frustrantes e difíceis, mas sempre que aqui venho lembro-me que esta é uma organização que juntou países que não há muitos anos estavam em conflito. E apesar de todas as frustrações, sempre achei muito tranquilizador o facto de chegarmos sempre a uma maneira de dialogar, de trabalhar em conjunto de arranjar uma maneira de resolver os problemas através da conversa e do diálogo.

    Segundo Cameron, houve tristeza dentro da sala:

    O tom da reunião foi de tristeza e arrependimento. Os nossos parceiros na UE estão genuinamente tristes pela nossa partida. Mas foram discussões muito construtivas, muito positivas, muito calmas e muito compreensivas, no sentido de que o Reino Unido e a Europa devem procurar relações próximas, à medida que os britânicos saem da UE. Relações próximas no comércio, cooperação e segurança. Apesar de sair da UE, o Reino Unido não deve e não vai virar as costas à Europa. Em certa medida, gostaria que as pessoas no Reino Unido pudessem ter ouvido as discussões desta tarde. Os nossos parceiros a falarem acerca dos valores que partilhamos, da história que partilhamos e das coisas que o Reino Unido trouxe à Europa.

  • "É uma noite triste para mim", desabafa David Cameron

    O primeiro-ministro britânico mostrou-se desapontado com o resultado do referendo depois de uma campanha na qual se empenhou “de cabeça, alma e coração”.

    Não fui bem sucedido. Esta é uma noite triste para mim”, desabafou.

    David Cameron alertou que a retirada do Reino Unido não vai ser feita da noite para o dia e nem sequer quis falar de um limite temporal.

    “O Reino Unido precisa de algum tempo”, disse.

  • A retirada da UE será feita "pelo próximo primeiro-ministro", diz Cameron

    David Cameron está neste momento a falar aos jornalistas em Bruxelas. O primeiro-ministro demissionário voltou a frisar que não vai invocar o artigo 50º do Tratado de Lisboa para iniciar a retirada do Reino Unido da União Europeia. Cameron disse desejar que o seu país encontre uma forma de manter “o mais estreitas possível” as relações com a União Europeia, mas frisou que essa será uma tarefa para o seu sucessor no número 10 de Downing Street.

  • O proprietário da Virgin Active, Richard Branson, cancelou um investimento no Reino Unido que iria criar três mil postos de trabalho. O líder do grupo e um dos empresários mais reconhecidos no Reino Unido já pediu para que a decisão da saída da UE seja repensada e sugere um segundo referendo.

    As empresas de Richard Branson perderam um terço do valor com a queda dos mercados, em resultado do Brexit.

  • David Cameron e os restantes líderes europeus já saíram da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, onde estiveram a discutir a saída do Reino Unido da União Europeia. À entrada para o Conselho Europeu, Costa afirmou que “essas coisas devem ter o ritmo que têm, e, acima de tudo, devem decorrer de uma forma amigável“.

    Entretanto, a imprensa tem avançado o nome da deputada Angela Eagle como a mais provável sucessora de Jeremy Corbyn, na liderança do Partido Trabalhista.

  • "Volta para África! Estou aqui há mais tempo que tu!"

    A saída do Reino Unido da UE está a levantar ataques racistas e xenófobos. Desta vez, um grupo de britânicos grita “Volta para África!” para um imigrante, no metro em Manchester, e o momento foi registado em vídeo. “Que idade é que tens? 18? 19 anos? Eu estou aqui há mais tempo que tu!”, grita um deles para o imigrante. “Tu és ignorante e não és nada inteligente, sabias?”, continua.

    Uma mulher grita depois para os autores dos insultos: “Vocês são uma desgraça! São uma vergonha para Inglaterra” — isto depois de um deles atirar cerveja para o rapaz. Aí, a agitação torna-se geral:

  • Nigel Farage: "Parece que sou o vilão do dia"

    Nigel Farage é um dos homens debaixo de fogo no dia de hoje. O líder independentista da UKIP definiu assim a sua participação esta terça-feira no Parlamento Europeu: “Parece que sou o vilão pantomineiro do dia”. À BBC, o político britânico pró-Brexit disse que o que viu hoje no Parlamento permite-lhe concluir que “o resultado do referendo era a coisa certa a fazer”.

    BRUSSELS, BELGIUM - JUNE 28:  UK Independence Party (UKIP) leader Nigel Farage prepares for the media as he attends a European Council Meeting at the Council of the European Union on June 28, 2016 in Brussels, Belgium. British Prime Minister David Cameron will hold talks with other EU leaders in what will likely be his final scheduled meeting with the full European Council before he stands down as Prime Minister. The meetings come at a time of economic and political uncertainty following the referendum result last week which saw the UK vote to leave the European Union. (Photo by Dan Kitwood/Getty Images)

    Nigel Farage, líder do UK Independence Party, esta terça-feira, 28 de junho, em Bruxelas.

  • Mais baixas no Partido Trabalhista

    Mais uma baixa no Partido Trabalhista. Desta vez, é Sarah Champion a resignar do seu cargo de membro do governo sombra, ou seja, do governo que não foi eleito.

    Já houve mais baixas no Partido Trabalhista desde a moção de desconfiança feita ao líder Jeremy Corbyn. Sarah Champion junta-se a Lyn Brown, que resignou também do cargo de ministra-sombra da Administração Interna; Kevin Brennan, ministro-sombra de Negócio e Inovação e Clive Efford, ministro-sombra da Cultura, Media e Desporto.

  • Bulgária disposta a dar cidadania aos britânicos residentes

    O primeiro-ministro da Bulgária, Boiko Borisov, disse estar disposto a conceder a nacionalidade búlgara aos britânicos residentes no país após o referendo em que uma maioria dos cidadãos do Reino Unido votou para abandonar a União Europeia.

    “Provavelmente (os britânicos residentes) solicitarão a nacionalidade búlgara e nós estamos abertos a isso. São bem-vindos à Bulgária”, declarou Borisov a jornalistas. Segundo dados da embaixada britânica, neste país balcânico membro da UE vivem cerca de 7.000 cidadãos do Reino Unido, uma grande parte dos quais reformados que habitam em áreas rurais perto da capital, Sofia.

    Como consequência do Brexit e da desvalorização da libra, alguns especialistas preveem um aumento do número de turistas britânicos na Bulgária. “Sempre que a economia do Reino Unido está em crescimento os seus cidadãos escolhem destinos de prestígio e quando está em crise optam por destinos de baixo custo”, declarou à agência noticiosa estatal BTA Rumen Draganov, um especialista do setor. Na sua opinião, depois do Brexit, os britânicos ficarão mais pobres e, por isso, grande parte deles escolherá a Bulgária para passar férias a partir de 2017, em vez da França, Alemanha ou Espanha.

    Lusa

  • Jeremy Corbyn recusa-se a sair da liderança do Partido Trabalhista

    Jeremy Corbyn recusa-se a resignar ao cargo de líder do Partido Trabalhista. Em comunicado, Corbyn diz que o voto de desconfiança “não tem legitimidade constitucional” e que, por isso, não o obriga a sair.

    Fui eleito democraticamente para líder do nosso partido para uma nova liderança, por 60% dos membros do Partido Trabalhista, e não os vou trair. Os votos de hoje não têm qualquer legitimidade constitucional. Nós somos um partido democrático, com uma constituição clara”, disse.

  • Jeremy Corbyn nunca foi um entusiasta da União Europeia. Em 1983, o Reino Unido pertencia à então Comunidade Económica Europeia, mas o líder do Partido Trabalhista subscreveu um manifesto eleitoral que defendia a saída do país. Em 1992 e em 2007 também esteve contra a ratificação dos tratados pelo parlamento britânico. Esta terça-feira, parece que nem os deputados que trabalhavam no gabinete de Corbyn votaram a favor do líder.

  • Angela Eagle ou Tom Watson podem suceder a Corbyn

    Os nomes que estão a ser avançados para uma eventual substituição de Jeremy Corbyn são Angela Eagle e Tom Watson. Segundo a Sky News, os deputados vão reunir-se em breve para saber qual deles será a melhor alternativa para enfrentar Corbyn.

    A moção de não-confiança à liderança do Partido Trabalhista foi apresentada pelas deputadas Margaret Hodge e Ann Coffey, que o Financial Times apelida de “rebeldes”, por serem o motor de uma moção de censura contra aquele que é o líder do seu próprio partido. Na reunião desta terça-feira, essa moção foi votada e o resultado foi esmagador:

  • Durão Barroso avisa: "Saída vai criar muita incerteza e tem custos graves"

    As reações sucedem-se. Desta vez é Durão Barroso a condenar fortemente a saída do Reino Unido da União Europeia. O ex-presidente da Comissão Europeia destaca que a decisão da saída foi tomada pelo “setor mais retrógrado, mais velho e com menos educação” da população britânica, enquanto a franja “mais jovem, mais urbana e mais moderna” votou pela permanência.

    O político português discursou esta tarde na 24ª edição do Estoril Political Forum, promovido pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, e atribuiu a decisão da saída a “uma velha geração no Reino Unido que quer sair”. Mas Barroso diz que é preciso ser cauteloso quanto às consequências do Brexit: “Ainda é muito cedo para medirmos todos os efeitos previsíveis e podemos ter surpresas durante esta fase de separação”, diz o ex-presidente da Comissão, visto que este é “um processo de complexidade extrema”. Ainda assim, Barroso diz que a decisão “tem custos graves para o Reino Unido, para a UE e para o Ocidente” e vai “criar muita incerteza financeira e económica”.

  • Moção de censura contra Jeremy Corbyn aprovada

    Jeremy Corbyn perdeu e é provável que tenha de sair da liderança do Partido Trabalhista. Corbyn perdeu: 172 deputados do partido aprovaram a moção de censura contra 40 que mostraram ter confiança no líder. Ou seja, 81% dos deputados do Partido Trabalhista mostraram não ter confiança no líder. Entretanto, já foram demitidos (ou demitiram-se) mais de 30 membros do Governo sombra.

  • Obama não quer "histeria" por causa do Brexit mas afirma que projeto europeu "está em pausa"

    Barack Obama diz que não há motivos para “histeria” com a vitória do Brexit no referendo britânico. Em entrevista à rádio pública dos EUA, o presidente norte-americano considerou que as consequências da saída do Reino Unido não serão tão catastróficas como se pensa. Ainda assim, Obama admitiu: “Foi pressionado o botão de pausa no projeto europeu da plena integração”.

    O presidente dos EUA estava a favor da permanência do país na União Europeia e, para o responsável, a decisão dos britânicos pode ter uma explicação: “Provavelmente o projeto europeu estava a ir muito depressa, sem o consenso necessário para tal”, refletiu. Mas Obama não quer, para já, dramatizar: “Houve um pouco de histeria depois da votação, como se de alguma forma a NATO tivesse desaparecido, a aliança transatlântica se tivesse desfeito e cada país se encolhesse no seu canto. Não foi isso que aconteceu”, referiu.

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