O diretor do Museu de Arte Popular, Paulo Costa, afirmou esta terça-feira que aquele espaço, encerrado vários anos e reaberto em dezembro do ano passado, tem tido uma afluência “constante” de visitantes e recebido “muitas propostas” de cedência.

O MAP, localizado em Belém, acolhe, a partir de sexta-feira uma exposição dedicada ao trabalho de M. C. Escher, que reúne 200 obras do artista holandês e inclui equipamentos didáticos.

Esta exposição, com curadoria da produtora de exposições de arte Arthemisia, estará patente em Lisboa até 27 de maio do próximo ano, e sucede à exposição “Da Fotografia ao Azulejo”, que encerrou em outubro.

Contactado pela agência Lusa sobre o ponto da situação do MAP desde a reabertura, tendo em conta que o museu chegou a estar encerrado durante vários anos devido a problemas de infiltrações, o diretor – também responsável pelo Museu Nacional de Etnologia – disse que a afluência de público “tem sido relativamente constante”.

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Sobre a nova exposição, produzida por uma entidade privada, Paulo Costa considera que “será uma mais-valia para a divulgação” do MAP, já que se trata de uma “mostra internacional, em itinerância, de um artista muito conhecido”.

A exposição, que esteve recentemente em Madrid, é o resultado de uma proposta de ocupação do espaço do museu que foi “devidamente avaliada”.

“Este museu tem tido imensos pedidos de cedência que são devidamente avaliados de acordo com as suas finalidades, porque o objetivo é sempre usar o espaço para fins culturais, como este caso”, disse Paulo Costa.

Sobre o valor da cedência do espaço, o diretor do MAP indicou que está de acordo com a lei aplicada nestes casos, e remeteu essa indicação para a Direção-Geral do Património Cultura (DGPC), que tutela o museu.

Contactada pela Lusa sobre esta matéria, a DGPC não quis fazer qualquer comentário.

Sobre o futuro programa de exposições, Paulo Costa indicou que a exposição dedicada a Escher só ocupará uma parte do museu, já que em janeiro de 2018 será inaugurada uma mostra sobre a relação entre o design e o artesanato tradicional.

Inaugurado em 1948, o MAP nasceu da reformulação do antigo pavilhão da “Secção da Vida Popular” criado para a Exposição do Mundo Português de 1940, em Belém, com projeto da autoria dos arquitetos António Reis Camelo e João Simões.

O museu chegou a estar totalmente encerrado entre 2008 e 2010, ano em que reabriu com uma exposição sobre a identidade temática e o trajeto histórico do museu, intitulada “Os Construtores do MAP – Um Museu em Construção”, e, mais tarde, foram encerradas várias áreas expositivas, devido a infiltrações.

Acolheu também, em 2014, em parte do seu espaço, um ciclo de exposições de artistas contemporâneos, entre os quais Pedro Valdez Cardoso, Vasco Araújo, Ana Pérez-Quiroga e Miguel Palma.

Desde o final desse ciclo, apenas a zona da receção, onde também está instalada a loja do museu, com pinturas murais no interior, esteve aberta aos visitantes.

O seu acervo, que ascende a cerca de 12 mil peças de atividades artesanais populares, da cerâmica a brinquedos e cestaria, encontra-se no Museu Nacional de Etnologia, também em Lisboa, ao qual está vinculado.

Maurits Cornelis Escher (1898-1972), que também ilustrou livros e desenhou tapeçarias, selos, postais e murais, ficou mais conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons.

A sua obra tende a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e metamorfoses – padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.

O universo artístico e matemático das obras M. C. Escher foi exibido pela primeira vez em Portugal em 2010 em Évora, numa exposição que reuniu 50 trabalhos, entre litografias e xilogravuras. A mostra, intitulada “A Magia de M. C. Escher” foi promovida pela Fundação Eugénio de Almeida.