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  • O resumo de mais um dia agitado em Westminster

    Depois de mais um dia agitado na política britânica, aqui fica o resumo de tudo o que se passou. Theresa May sobreviveu à moção de censura da oposição; embora tenham sido apenas 19 os votos a mantê-la à distância de novas eleições.

    19 votos salvam Theresa May da moção de censura dos Trabalhistas

    A cobertura deste dia pelo Observador fica por aqui. Obrigada por ter estado a acompanhar todo o rebuliço político em Westminster connosco. Até à próxima!

  • Theresa May faz comunicado: "A nossa porta mantém-se aberta para o Labour"

    A primeira-ministra faz agora uma declaração à porta de Downing Street.

    “Isto dá-nos toda a oportunidade para encontrarmos um caminho para o Brexit”, afirma May, referindo-se ao resultado da moção de censura falhada.

    “As pessoas querem que resolvamos o Brexit”, diz. “Mas o acordo que consegui com a UE foi rejeitado pelos deputados e por uma larga margem.”

    “Os deputados deixaram claro o que não querem; temos de trabalhar todos juntos, de forma construtiva, para perceber o que quer o Parlamento”, afirma, explicando assim porque convidou todos os líderes partidários para conversações. “Este é o momento para por os interesses próprios de lado”, afirma.

    May explica que já se encontrou com os líderes do SNP, dos Liberais Democratas e do Plaid Cymru — deixando de fora o Labour, que se recusou para já. “Estou desiludida com o facto do líder do Labour não ter querido fazer parte, mas a nossa porta mantém-se aberta”, garante May.

  • Corbyn recusa encontrar-se com Theresa May

    O líder do Partido Trabalhista já fez saber que não vai sentar-se à mesa com Theresa May para negociar. Jeremy Corbyn insiste que só o fará se a primeira-ministra afastar definitivamente a possibilidade de uma saída sem acordo. O Guardian cita um porta-voz de Corbyn, que explica que a ameaça de um “no-deal” é “uma chantagem” e que, na verdade, “torna mais difícil a possibilidade de chegar a um acordo real e efetivo”.

  • Três trabalhistas abstiveram-se

    Entretanto, o Parlamento já tornou públicos os resultados da votação da moção, que podem ser consultados aqui.

    Curiosamente, houve algumas abstenções, incluindo de três deputados do Labour (Paul Flynn, Lindsay Hoyle e Rosei Winterton) e uma conservadora (Eleanor Laing).

  • Termina a moção de censura

    A votação da moção de censura terminou, com a Câmara dos Comuns a passar agora à frente na ordem dos trabalhos.

  • DUP quer conversar para "sair da UE como um só país"

    “Queremos sair da UE como um só país. Depende dos próximos dias conseguirmos esse objetivo”, declara Nigel Dodds, líder parlamentar do DUP, o partido parceiro de May no Parlamento que representa os norte-irlandeses unionistas. É uma referência à remoção do mecanismo do backstop.

  • Líder dos Liberais Democratas também exige garantia de só haver Brexit com acordo

    “Queremos entrar em conversações com o governo, mas é muito importante que o governo torne claro que um Brexit sem acordo não é uma opção”, disse o líder da bancada parlamentar dos Liberais Democratas, Ed Davey.

  • Escoceses do SNP exigem que suspensão de Artigo 50 e novo referendo sejam considerados por PM

    “Aprecio a oferta de conversações por parte da primeira-ministra”, afirma Ian Blackford, líder parlamentar do SNP. “Iremos trabalhar de forma construtiva com o Governo, mas creio que é importante deixarmos claro à PM que a ideia de alargar o Artigo 50 ou um novo referendo têm de estar em cima da mesa.”

  • Corbyn só aceita negociar com May se houver garantia de que não há hard Brexit

    “Antes de que possa haver quaisquer discussões positivas sobre o caminho para a frente, o governo tem de afastar de uma vez por todas a catástrofe de um cenário em que não há acordo”, disse Jeremy Corbyn, instando a primeira-ministra a responder se garante que não vai haver um hard Brexit.

  • May promete reunir-se com líderes de partidos já esta noite

    “Vamos continuar a cumprir a promessa que fizemos ao povo britânico de sair da UE”, começa por reagir a primeira-ministra.

    “Propus uma série de encontros com parlamentares séniores e membros do Governo. Convido os líderes parlamentares a reunirem-se comigo, e convido a que esses encontros comecem já esta noite”, noticia.

    “As soluções encontradas têm de reunir apoio suficiente nesta Câmara”, avisa contudo. “Estou preparada para dar o Brexit e garantir que esta Câmara tem a confiança do povo.”

  • Theresa May sobrevive a moção de censura

    325 votos contra a moção de censura contra 306 a favor garantem a sobrevivência da primeira-ministra, Theresa May.

  • Gove ataca Corbyn: "Não temos confiança nele para liderar, temos sim confiança neste Governo"

    O ministro passa agora ao ataque a Corbyn: “Ele quer sair da NATO”, lamenta-se Gove. “Recentemente numa entrevista disse que não entendia porque queriam os países aumentar os seus exércitos!”

    Depois de criticar a posição que crê ser demasiado pacifista do líder da oposição, o ministro concentra-se nas críticas de alegado anti-semitismo que alguns apontam a Corbyn, criticando o seu pouco envolvimento numa cerimónia de homenagem às vítimas do ataque nos Jogos de Munique de 1972, quando disse “estive presente, mas não envolvido”.

    “Isto não é relevante”, atira uma deputada trabalhista que pede para intervir. “Se ele não está disposto a defender este país quando uma situação crítica de defesa está em causa, como podemos esperar que nos defenda nas negociações com a UE?”, atira Gove. “Não temos confiança nele para liderar, temos sim confiança neste Governo.”

  • Michael Gove: "A oposição devia acordar e cheirar o café"

    Responde agora o ministro do Ambiente, Michael Gove, que irá falar em nome do Governo — e encerrar o debate.

    “Sinto que não conseguiu erguer-se ao nível dos acontecimentos”, disse Gove sobre o discurso do adversário. “Não falou uma única vez do líder da oposição… Ele não quer ser primeiro-ministro?”, perguntou o ministro sarcasticamente, provocando gargalhadas. Passa depois à análise do discurso de Ian Blackford, líder parlamentar do SNP: “Nesses 20 minutos de discurso que fez, não mencionou uma única vez a Política Comum de Pescas”, destaca, já que as pescas são uma das áreas que mais afeta a Escócia. “Como não gosta do resultado deste referendo, quer fazer outro referendo?”, diz depois passando ao ataque a Vincent Cable, líder dos Liberais Democratas.

    Passando depois à moção, Gove concentra-se nas questões económicas: “Quando falamos de confiança neste Parlamento, esquecemo-nos de que há outra confiança que importa: a dos empresários que continuam a investir neste país”, afirma, destacando vários estudos que apontam o Reino Unido como país de confiança para investir e enumerando as várias empresas que abriram sedes ou fábricas no país, como a Chanel ou a Starbucks. “A oposição devia acordar e cheirar o café”, diz, utilizando uma expressão corrente em inglês. “E tudo isto, nas palavras da BBC, ‘apesar do Brexit’.”

  • Termina a intervenção dos trabalhistas, começam os conservadores

    Tom Watson terminou, agora é a vez de Michael Gove, ministro conservador, responder a favor do governo de Theresa May

  • Trabahistas opõem-se a que "primeira-ministra falhada" tenha "outra oportunidade para humilhar o Reino Unido"

    O discurso de Tom Watson está a ser feito num tom calmo, mas ainda assim crítico sem reservas. Eis um excerto:

    “O governo foi derrotado no plano do Brexit, que só por si foi a sua única razão de viver nos últimos dois anos e meio. Não só foi derrotado na questão mais crucial do nosso país, sofreu a pior derrota de qualquer governo britânico na História. E os ponteiros do relógio estão a avançar. Os deputados demonstraram que estão prontos a tomar controlo de algo que, desde o início, provou ser um processo de Brexit falhado. Mas a questão perante a Câmara hoje é se se deve dar a esta primeira-ministra falhada outra oportunidade para ir a Bruxelas negociar, outra oportunidade para humilhar o Reino Unido.”

  • Tom Watson: "May falhou, o falhanço dela e apenas dela"

    “Ela falhou, o falhanço é dela e apenas dela”, disse o ministro-sombra Tom Watson. “Se a primeira-ministra se sentasse e pensasse cuidadosamente sobre o resultado de ontem, ter-se-ia demitido”, continuou. “Mas esta primeira-ministra escolher fazer último desafio. Quer desafiar não só a lei da política, mas também a lei da matemática.”

  • Começam as intervenções finais do debate

    Tom Watson, o ministro-sombra do Labour que fará o discurso de encerramento, já está a falar.

  • DUP mantém apoio a May — e crítica a parte fulcral do seu acordo para o Brexit

    A líder do DUP, os unionistas da Irlanda do Norte que sustentam no parlamento o governo minoritário de Theresa May, voltou a afirmar o que já tinha sido avançado noutras ocasiões pelo seu partido. A declaração surge no final de uma reunião entre Arlene Foster (líder do DUP), Nigel Dodds (líder da bancada parlamentar daquele partido) e Theresa May.

    Do comunicado do DUP, surgem duas notícias. Uma é uma boa notícia para May (vão manter o apoio à primeira-ministra e, portanto, votam contra a sua saída do poder) e outra é uma má notícia (tornam a sublinhar que não aceitam o backstop).

    “Tivemos uma discussão útil com a primeira-ministra. Estamos numa altura crítica para o Reino Unido e indicámos que, acima de tudo, vamos agir em nome do interesse nacional”, lê-se no comunicado. “Vão ser retiradas lições da votação no parlamento. O problema da backstop precisa de ser resolvido e vamos continuar a trabalhar nesse sentido.”

  • Isto está assim, mas já vai animar

    Neste momento, a Câmara dos Comuns está assim: tomada por deputados de pouco destaque, que vão debatendo à medida que o tempo passa. Mas isto já vai animar. Às 18h30, começam os discursos de encerramento do debate, com o ministro Michael Gove (conservador) a discursar a favor do governo e o ministro-sombra Tom Watson (trabalhista) a defender a queda do executivo britânico.

    Às 19h00, a moção vai ser votada.

  • Governo dividido sobre rumo a seguir: "no deal" está em cima da mesa ou não?

    Enquanto a moção de censura vai sendo debatida no Parlamento — a esta hora com menos fulgor do que se espera quando estivermos mais perto da hora das votação (19h em Lisboa) —, dentro do Executivo vão-se estudando vários cenários.

    Aquilo que chega aos jornalistas britânicos é que poderá haver uma forte divisão interna sobre a possibilidade de uma saída sem acordo. Laura Kuenssberg, editora de Política da BBC, confirma ter ouvido que o Governo está “completamente dividido ao meio” sobre a possibilidade de considerar uma saída sem acordo como uma possibilidade real, na tentativa de forçar assim os europeus a cederem mais. Essa é a postura do ministro para o Brexit, Stephen Barclay, mas conta com a oposição clara do ministro das Finanças, Phillip Hammond, por exemplo.

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