Ministro das Finanças finlandês diz que o seu país não vai apoiar resgate à Grécia e que metade do Eurogrupo estava ao seu lado nesta reunião.

A Lusa disse que os deputados e representantes do Ministério das Finanças da Finlândia se reuniram ao início da tarde em Helsínquia para definir o mandato do governo nas negociações em curso em Bruxelas. Segundo fontes próximas destas negociações citadas pela Yle, televisão finlandesa, o partido eurocético dos Verdadeiros Finlandeses exigiu que a Finlândia se oponha a um novo plano de ajuda da zona euro à Grécia, defendendo a ideia de um “Grexit” (saída da Grécia).

Luis de Guindos, ministro das Finanças grego, diz que é preciso continuar a tentar um acordo “até ao final”. “Podia ter sido pior, podia ter sido melhor”, diz o espanhol. Também o comissário Moscovici diz que ainda “mantém a esperança” num acordo.

Jeroen Dijsselbloem fala aos jornalistas, dizendo que o trabalho ainda está a decorrer e que as negociações estão a ser difíceis devido aos problemas de “confiança” em relação à Grécia.

The #Eurogroup meeting on #Greece has ended; @J_Dijsselbloem speaking at LEX VIP entrance now.

— EU Council Press (@EUCouncilPress) July 11, 2015

O ministro das Finanças da Finlândia anunciou no Twitter que a reunião do Eurogrupo já terminou e vai continuar amanhã às 11h de Bruxelas, 10h de Lisboa.

End of #Eurogroup session. To be continued tomorrow.

— Alexander Stubb (@alexstubb) July 11, 2015

As mais recente atualizações de correspondentes de vários meios de comunicação em Bruxelas indicam que a reunião do eurogrupo pode só ter conclusões por volta das 2 ou 3 da manhã. Os principais problemas são: alguns países opõem-se ao resgate, como a Finlândia, outros países dizem que não os ministros das Finanças não têm mandato para fixar acordo. O mais provável é que as negociações continuem amanhã na Cimeira do Euro, onde estarão os líderes dos 19 membros da moeda única. Próxima reunião do Eurogrupo ficará agendada para a semana.

Siegfried Muresan, um eurodeputado romeno e porta-voz do PPE – partido europeu que agrega as forças de centro-direita, incluindo a CDU de Merkel -, diz que Schäuble propôs a saída temporária da Grécia para que o país possa reestruturar a sua dívida, algo que não pode acontecer dentro da moeda única.

Just to clarify: #Schaeuble poposed temporary exit from #Euro to give #Greece chance to restructure debt, which is not allowed within Euro

— Siegfried Muresan (@SMuresan) July 11, 2015

A reunião do Eurogrupo começou há oito horas, são agora 23h em Bruxelas, e ainda não há acordo há vista.

O alegado documento redigido pelo ministro das Finanças alemão e que terá sido posto a discussão no Conselho Europeu já circula no Twitter. Proposta terá sido coordenada com a chanceler e com os socialistas do SPD, partido na coligação do com a CDU de Merkel.

Here's the Schäuble Grexit plan everybody is talking about – via @sven_giegold pic.twitter.com/zYwTeyx4Q5

— Mathieu von Rohr (@mathieuvonrohr) July 11, 2015

O antigo líder do PSD diz que amanhã ou haverá acordo de princípio no Conselho ou acabou. Dentro do Eurogrupo que ainda está a decorrer, Mendes diz que há três correntes: “a benigna liderada pela França, aqueles que dizem que já chega – não há confiança – protagonizada pelo ministro das Finanças da Alemanha e o risco de vários parlamentos nacionais não ratificarem este acordo”. Mendes disse ainda que na Europa “anda muita gente a brincar com o fogo”.

“Receio muito que se a Grécia sair, o próximo a ter as atenções em si será Portugal. Esperemos que haja bom senso”

A Finlândia é um dos países que se opõe a um acordo com a Grécia, já que um dos parceiros de coligação, o partido de extrema-direita Finlandeses – antigo Verdadeiros Finlandeses -, diz que abandona o Governo caso o resgate seja viabilizado. O Governo finlandês é constituído por três partidos: o partido do Centro, que obteve o maior número de votos nas eleições de 2015, o partido Nacional de Coligação e os Finlandeses.

No entanto, a persuasão dos restantes parceiros do Eurogrupo podem ainda alterar esta posição da Finlândia. Há também a cláusula de emergência para utilizar o Mecanismo Europeu de Estabilidade que permite que o resgate seja aprovado por maioria e não por consenso – é necessária uma maioria qualificada de 85%, uma percentagem atingida através do número de “ações” detido por cada país neste mecanismo.

Thanks to an obscure legal clause, ESM can agree a bailout with 85% of votes, not unanimity. These are voting rights: pic.twitter.com/Yfqp8T60Jn

— Ed Conway (@EdConwaySky) July 11, 2015

3 scenarios:
1) FIN gov't changes its position due to peer pressure
2) break up the gov't
3) use ESM emergency clause, majority decision

— Jarno Hartikainen (@JarnoHa) July 11, 2015

As conclusões do Eurogrupo estão a ser ultimadas e serão pedidos avanços nas reformas propostas já na próxima semana. Haverá nova reunião na próxima semana – há uma reunião ordinária marcada para dia 13, embora não se saiba para já se a agenda deste encontro será alterada para incluir mais negociações sobre a Grécia.

De modo a mostrar empenho neste novo programa, o Eurogrupo está a pedir a Tsakalotos que avance já com a reformas do mercado laboral esta semana. Estas novas regra têm de ser aprovadas pelo Parlamento grego, uma prova difícil depois da longa sessão de sexta-feira à noite.

A Finlândia está pronto a bloquear a decisão de novo resgate à Grécia. A informação é adiantada por uma jornalista finlandesa da televisão pública. A Finlândia é um dos países que terá de votar o possível acordo no seu Parlamento.

Finland will block decision making on #Greece loan if needed. A definitive No. #Yle #eurogroup

— Maria Stenroos (@mariastenroos) July 11, 2015

A reunião do Eurogrupo deverá acabar por volta das 22h de Bruxelas, 21h de Portugal, e até agora o resultado é incerto. Por um lado, a desconfiança perante a capacidade do Governo de Alexis Tsipras cumprir as medidas a que se propõe, por outro, a alegada proposta de Schäuble para deixar a Grécia fora do euro por cinco anos, que várias fontes comunitárias já vieram dizer que não é legalmente possível.

Enquanto os ministros das Finanças jantam, os credores estarão a preparar a respostas às propostas gregas. Junto de fontes europeias, a Bloomberg apurou que os credores querem compromisso mais específicos e que obriguem os gregos a cumprir os termos da proposta que submeteram a Bruxelas. O sentimento durante esta reunião do Eurogrupo é que as promessas da Grécia “vêm tarde” e por isso é preciso que Atenas assegure os parceiros que vai cumprir obrigações.

Os compromissos pedidos pelos parceiros e pelos credores não serão obrigatoriamente novas medidas de austeridade.

Ainda na entrevista que concedeu ao canal Mega TV, Giorgos Stathakis, o ministro da Economia grego, disse que os deputados e e ministros que discordam com o plano enviado a Bruxelas devia abandonar os seus cargos. “Pelo menos é o que eu faria”, afirmou Stathakis. Uma remodelação no Governo e um realinhamento do Syriza podem esta na mira de Alexis Tsipras depois de 16 dos 149 deputados do Syriza não terem votado favoravelmente o plano.

Os bancos podem abrir na próxima semana se houver acordo, mas em entrevista à televisão Mega TV, Giorgos Stathakis, o ministro da Economia de Tsipras, diz que o controlo de capitais não acabaria e é provável que continue mesmo com os bancos abertos.