Histórico de atualizações
  • Boa noite. Esta sexta-feira ficamos por aqui, mas o Observador vai continuar a seguir a atualidade na Grécia quando se justificar.

  • Krugman. Se a Grécia sair, o maior problema não será o défice mas o pânico bancário

    O economista americano Paul Krugman vem em defesa da posição do governo grego, lembrando que foi país que promoveu o maior esforço de consolidação orçamental na zona euro. “É altamente injusto quando as pessoas argumentam que a Grécia não tem feito nada para ajustar. Pelo contrário, aplicou uma austeridade incrível e reformas em várias frentes. E no entanto, somos tentados a alegar que que os resultados (orçamentais) mostram que a Grécia não fez o suficiente”, escreve o prémio Nobel no New York Times.

    Para Krugman, o país não está a viver uma crise orçamental, mas sim uma recessão económica profunda. O economista reconhece que a escolha entre ficar ou sair do euro tem um preço. Se ficar, a Grécia pode prosseguir reformas que tornem a economia mais competitiva, mas quem promete resultados rápidos e espetaculares “não tem ideia do que está a dizer”. Sair, permitiria ao país obter rápidas melhoras na competitividade, à custa da desvalorização cambial, mas o preço seria “o possível caos financeiro. E este é um caminho que ninguém parece disponível para percorrer”. Em qualquer caso, se o Grexit se concretizar, a situação orçamental deixa de ser o problema. Em vez disso, todas as atenções vão estar focadas em gerir o pânico bancário e gerir a transição para uma nova moeda.

  • O Banco Central Europeu aumentou o financiamento da ELA (linha de emergência) para 1800 mil milhões de euros. Foi a segunda vez que o BCP teve de intervir de forma extraordinária para salvar o sistema bancário grego da ameaça iminente da imposição de controlo de movimento de capitais. Só na sexta-feira, os gregos terão tirado mais 1200 milhões de euros dos bancos, aumentando para 4200 milhões de euros a fuga capitais na semana que a saída da Grécia do euro passou a ser um cenário provável.

  • Donald Tusk: Atenas tem de escolher entre uma boa oferta e o incumprimento

    O presidente do Conselho Europeu afirmou nesta sexta-feira: “estamos próximos do ponto em que o governo grego vai ter de escolher entre aceitar aquilo que eu acredito é uma boa oferta de apoio prolongado ou caminhar em direção ao incumprimento”. Esta só pode ser “uma decisão grega e uma responsabilidade grega”, declarou Donald Tusk.

    “O jogo do cobarde [chicken game] tem de acabar e o mesmo tem de acontecer com o jogo da culpa”, afirmou o presidente do Conselho Europeu. Donald Tusk disse que as negociações entre credores internacionais e a Grécia “não é um jogo” e que “não há tempo para quaisquer jogos”. Sobre a reunião extraordinária de líderes europeus na próxima segunda-feira, Tusk afirmou ser necessário afastar a “ilusão” de que haverá uma “solução mágica” da parte dos líderes. “A cimeira não será o passo final”, disse o presidente do Conselho Europeu: “haverá negociações técnicas longas e detalhadas” e esta é uma tarefa que pertence aos ministros das Finanças.

    A referência de Donald Tusk ao chicken game é uma alusão à teoria dos jogos em que Yanis Varoufakis, ministro das Finanças da Grécia, é especialista, no qual se dois jogadores decidirem não agir, o resultado final será pior para ambos. É o que sucede na situação em que dois condutores estão em rota de colisão. Se nenhum deles se desviar, sofrerão um choque frontal. Se um deles se desviar, será o “cobarde” ou a galinha [chicken], mas evitará o pior resultado da situação de conflito.

  • Um porta-voz do Governo de Atenas confirmou, em São Petersburgo, Rússia, que o Banco Central Europeu aumentou, nesta sexta-feira, o teto da assistência de emergência aos bancos da Grécia em 1,8 mil milhões de euros. A mesma fonte afirmou que o Executivo de Alexis Tsipras está “indeciso” sobre a possibilidade de apresentar novas propostas aos credores, de forma a abrir as portas a um acordo.

  • Marcelo Rebelo de Sousa acredita que “vai ser possível” um acordo entre a Grécia e os credores. As declarações do antigo líder do PSD, citadas pela Lusa, foram feitas durante um debate após a conferência sobre “Uma Visão de Futuro pela Lusofonia”, que decorreu em Lisboa. O comentador desvalorizou as eventuais consequências para Portugal: “a situação portuguesa é diferente da da Grécia” e há mecanismos “que não havia há cinco anos”.Marcelo acrescentou: “Não é desejável, espero que não aconteça (…) a saída (da Grécia) do euro”.

    Também o economista Francisco Murteira Nabo se pronunciou sobre uma eventual saída da Grécia da zona euro. “Tenho uma perspetiva de que não me parece de interesse para ninguém que haja uma saída da Grécia do euro e da Europa”, pelo que haverá “um esforço enorme no sentido de encontrar soluções que permitam a manutenção da Grécia na Europa”, afirmou, igualmente citado pela agência Lusa.

  • Num artigo intitulado Greek banks: Athens’ Achilles heel [Bancos gregos: o calcanhar de Aquiles de Atenas], o Financial Times analisa as três vulnerabilidades da banda da Grécia: liquidez, capital e os impactos do regresso da economia à recessão.

  • Mais dinheiro para compensar sangria dos bancos gregos

    Os depositantes gregos retiraram mais 1,2 mil milhões de euros dos bancos do país nesta sexta-feira. Perante este cenário, informa a Reuters, o Banco Central Europeu decidiu subir o teto da Emergency Liquidity Assistance (ELA) que permite ao banco central da Grécia manter as instituições financeiras gregas à tona de água. Durante esta semana, o total de recursos retirados do sistema financeiro grego atingiu o total de 4,2 mil milhões de euros. O BCE está preparado para voltar a aumentar o limite da ELA na próxima segunda-feira. No início desta semana, o teto foi elevado em 1,1 mil milhões de euros, para 84,1 mil milhões.

  • Um porta-voz do presidente da Rússia, garantiu que nas conversações entre Vladimir Putin e Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego que está de visita a Moscovo, não foi abordada a possibilidade de o Kremlin fazer um empréstimo a Atenas.

    Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, manteve discussões com Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, e Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, em preparação das reuniões extraordinárias agendadas para segunda-feira com o objetivo de discutir a questão da Grécia.

  • Entretanto no Luxemburgo, um responsável europeu disse aos jornalistas que é possível que a Grécia não consiga um acordo a tempo de pagar, além de que as instituições não receberam muito de novo das autoridades gregas. As negociações terão de continuar pelo fim-de-semana dentro, de forma a preparar o Eurogrupo e a cimeira de líderes da zona euro na segunda-feira, ambas reuniões extraordinárias convocadas para debater exclusivamente a questão grega.

    O mesmo responsável garante que nada está excluído das negociações, mas que alívio da dívida só nos moldes do acordo de novembro de 2012.

  • Os ministros das Finanças da zona euro irão discutir como lidar com o incumprimento da Grécia na segunda-feira, caso Atenas não avance com novas propostas. De acordo com o jornal grego Khatimerini, que cita responsáveis europeus, os líderes das Finanças da zona euro esperam receber propostas do Governo grego durante o fim-de-semana, já que estas têm de ser debatidas pela troika primeiro, que depois reporta ao Eurogrupo. Caso contrário, o plano é discutir já os preparativos para o incumprimento grego.

    A Grécia tem de pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional até dia 30 de junho, apenas oito dias depois da reunião de segunda-feira. O Presidente do Eurogrupo, assim como vários ministros, admitiu esta quinta-feira no final da reunião do Eurogrupo que, mesmo com um acordo rápido, os procedimentos para fechar a última revisão do programa e transferir a última tranche do empréstimo à Grécia tornam impossível que o dinheiro chegue antes de 30 de junho.

    Por sua vez, o Governo grego já admitiu que não tem capacidade para pagar ao FMI no final do mês, caso não receba a última parcela do empréstimo.

  • Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, também alinha na mesma mensagem. A cimeira de segunda-feira “não será o último passo” em direção a uma resolução da questão grega, avisa, dizendo ainda que os líderes da zona euro não têm uma “solução mágica” para a Grécia. O braço-de-ferro, diz, tem de acabar.

  • A Europa vai mostrar ser solidária, mas apenas com os esforços de reforma, avisa a chanceler Angela Merkel, que tenta baixar as expetativas para cimeira extraordinária de líderes da zona euro na segunda-feira em Bruxelas, alertando que esta só pode ser bem-sucedida a resolver a questão grega se existirem previamente bases para tomar decisões. Ou seja, das reuniões dos adjuntos dos ministros (às 9h) e dos ministros das Finanças da zona euro (às 15h), tem de sair uma base para haver acordo. Caso contrário, nada feito.

  • Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia, defende que a Grécia deve continuar na zona euro, mas não a qualquer custo. O governante, que falava aos jornalistas em Bratislava, garante que a Eslováquia está preparada para lidar com as consequências de um incumprimento e da saída da Grécia da zona euro.

  • Vladimir Putin acarinha Tsipras, a propósito da sua viagem a São Petersburgo, e diz que a Grécia é um parceiro importante para a Rússia e que a crise na Grécia também está a afetar Moscovo. Ainda assim, garante, a Rússia não se está a intrometer nos assuntos da União Europeia, apesar de durante a manha (depois de afirmações contraditórias de vários ministros russos), o Governo russo sinalizou a sua disponibilidade para ajudar financeiramente a Grécia.

  • NATO preocupada com eventual saída da Grécia do euro

    A NATO também está preocupada com uma eventual saída da Grécia do euro e diz mesmo que isso poderia representar um risco para a segurança da aliança, explicou o secretário-geral adjunto da NATO, o general Alexander Vershbow, num dia em que Alexis Tsipras está na Rússia e mostrou disponibilidade para encontrar novas parcerias.

  • Afinal, a Grécia também se prepara para um desfecho negativo nas negociações. A maior refinaria de petróleo grega, a Hellenic Petroleum, tem em curso um plano de contingência para manter reservas para vários meses em caso de uma emergência nacional, de acordo com o porta-voz da empresa. Sem dizer quanto tempo durariam essas reservas, o representante da empresa admitiu no entanto que serão superiores aos três meses exigidos pela União Europeia.

  • “Haverá um acordo com a Grécia”. O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurria, parece ser o mais otimista entre os responsáveis das organizações sobre o futuro das negociações sobre o programa grego…

  • Agora uma análise às contas do Estado grego. Silvia Merler, do think tank Bruegel, explica as contas entre janeiro e maio. O défice orçamental grego está mais baixo que a meta, o que parece uma boa notícia, e o saldo primário (excluindo encargos com a dívida pública) também está melhor que o previsto, apesar de estar a perder força a correção. No geral, o défice está melhor que nos primeiros cinco meses do ano passado.

    Mas as boas notícias acabam aqui. A correção do défice está a ser feita através de uma redução da despesa pública, já que as receitas do Estado continuam em queda – especialmente no que diz respeito à problemática coleta de impostos -, mas a redução da despesa pública é em grande parte feita pelo adiamento de pagamentos a fornecedores. Isto só empurra com a barriga o problema, que mais cedo ou mais tarde vai ter de ser resolvido, o que vai implicar um aumento do défice num período mais concentrado de tempo. O défice está em níveis mais positivos, mas pode ser apenas a ponta do iceberg.

  • Peter Kazimir, ministro das Finanças da Eslováquia, diz que o tempo está a acabar para se conseguir chegar a um acordo com a Grécia e sublinha que qualquer acordo que possa ser feito com a Grécia tem de garantir que a zona euro não é fragilizada de alguma forma.

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