A votação foi claramente favorável com 251 votos a favor, 32 contra e 8 abstenções. Mas o problema está nos votos dentro da coligação que não seguiram a indicação de voto no sim, incluindo ministros e a própria presidente do Parlamento, fazendo com que a coligação sozinha não conseguisse aprovar sozinho este pacote apesar de ter 162 deputados em 300.

Este resultado pode significar uma remodelação no Governo de Alexis Tsipras.

A proposta passou no Parlamento, mas provocou divisões profundas na coligação e dentro do próprio Syriza. Vários deputados da Plataforma de Esquerda, a fação mais à esquerda dentro do Syriza, abstiveram-se, incluindo ministros sombra e com destaque dentro do partido

Os deputados estão a ser chamados um a um. O sim está a ganhar, mas o Governo pode cair.

Tal como estava previsto, os deputados gregos já estão a votar.

Zoe Konstantopoulou, a presidente do Parlamento grego, fala em reparações de guerra por parte da Alemanha e diz que não votar será mais útil para a Grécia.

Os Gregos Independentes dizem que abandonam o Governo caso haja novo memorando de entendimento – algo que existirá, com certeza, num novo acordo. Ao mesmo tempo, o partido de extrema-direita Aurora Dourada defende que esta votação não é constitucional . Entretanto, Evangelos Venizelos, do PASOK, defende que o acordo precisa de aprovação de dois terços do Parlamento, já que é um tratado internacional.

O parceiro de coligação do Syriza, o partido Gregos Independentes, prefere sair do euro a negociar um novo pacote de ajuda. Panos Kammenos, ministro da Defesa, disse no Parlamento que fazer acordo com os credores é “capitular”. O ministro diz ainda que os gregos não estão preparados para a alternativa à negociação e por isso, o partido vai votar favoravelmente o novo pacote de medida, embora o faça com “coração pesado”.

O líder do To Potami, Stavros Theodorakis, teve o discurso mais curto da noite. Disse apenas: “Precisamos de um acordo, vamos lá consegui-lo”

#Potami's #Theodorakis. Bring a deal. Nuff said (Stavros you're my hero)

— eva webster (@eva2world) July 10, 2015

A confusão nalguns partidos é notória. O líder do partido comunista disse no plenário que tanto o resgate como a saída do euro são más opções, embora o resgate “seja mais organizado”.

Communist leadr Koutsoumbas says both bailout & Grexit r terrible options. "Bailout is a bit more organized, Grexit will impoverish the ppl"

— Yannis Koutsomitis (@YanniKouts) July 10, 2015

Depois do ok dos credores, a troika diz que estima que o resgate não seja de cerca de 53,5 mil milhões como inicialmente era esperado, mas sim de 78 mil milhões. A notícia é avançada pela AFP e os encargos ficarão distribuídos entre o Mecanismo Europeu de Estabilidade (58 mil milhões) e o FMI (16 mil milhões).

As agências noticiosas, nomeadamente a France Press, dizem que fonte europeia está a reportar que as propostas gregas são consideradas “positivas” por partes dos credores, dando assim abertura à continuação das negociações entre Tsipras e a troika.

#BREAKING Creditors make 'positive evaluation' of Greek debt proposals, EU source says

— AFP News Agency (@AFP) July 10, 2015

Enquanto explica no parlamento o plano de resgate entregue a Bruxelas, Tsipras está a ser interrompido por vários deputados do PASOK que o estão a chamar de “mentiroso”.

O primeiro-ministro pediu esta sexta-feira aos deputados do Parlamento grego para “não sacrificarem os esforços feitos em função das ideologias política e das diferenças partidárias”. Sair da zona euro nunca foi o objetivo de Tsipras e ele explica que o mandato do seu Governo é conseguir o melhor acordo possível – “um acordo justo” – e diz que o seu único critério é “o interesse nacional”.

O primeiro-ministro fala sobre o programa aos deputados, dizendo que a hipótese de alívio da dívida está no horizonte do entendimento com Bruxelas e lembra que acordo com credores não é certo, “é possível”.

Fala agora o primeiro-ministro Alexis Tsipras, afirmando que trabalhado com “chantagem” nas negociações e diz que nunca desistiu e sempre arriscou. Diz que a sua força foi o povo grego e sempre falou a verdade ao Parlamento. “Os gregos querem que estejamos calmos e concentrados. Tivemos derrotas, mas também temos vitórias. Estamos no momento mais crucial de todos”, disse Tsipras.

O primeiro-ministro admitiu também que houve erros nas negociações por parte do Governo grego.

O ministro das Finanças volta a falar ao Parlamento e diz que a Grécia está agora, depois do referendo, em melhores condições de pedir um acordo mais favorável. O ministro tentou convencer os deputados de que este é o melhor caminho para negociar com Bruxelas. Tsakalotos diz que a proposta entregue às instituições europeias é melhor do que a que foi avançada pela Comissão e referendada no domingo.

Entre o início da sessão e as votações, vão decorrer cerca de três horas. Os jornalistas gregos justificaram este intervalo de tempo, com um procedimento comum no Congresso norte-americano, apelidado filibuster, em que uma minoria que se opõe a determina medida, usa todo o tempo possível de palavra. Neste caso, seria o presidente do parlamento, Constantopoùlou, que se opõe ao resgate a discursar.

No entanto, Constantopoùlou absteve-se de presidir a esta sessão e fala agora o ministro das Finanças Tsakalotos.

As votações no Parlamento grego só devem acontecer por volta das 3 da manhã, hora de Atenas, ou seja, 1 da manhã de Lisboa. O debate deve começar por volta das 23:30, hora de Atenas.

Vários gregos continuam ainda junto ao Parlamento grego, mantendo uma manifestação anti-austeridade.

Gregos continuam a mostrar que se opõem à austeridade, apesar de propostas de novo resgate estarem prestes a ser votadas no Parlamento.