Chamava-se Annelies Marie Frank e a sua história é das mais conhecidas de entre as cerca de 6 milhões de mortes que o Holocausto provocou.

Anne Frank refugiou-se num anexo do número 263 no Canal de Prinsengracht, em Amesterdão, em busca de abrigo contra a perseguição montada aos judeus pelos nazis. Ao fim de dois anos, foi arrastada para um campo de concentração. No esconderijo, ficaram as histórias da jovem adolescente que viveu nas sombras durante a II Guerra Mundial.

Passados 70 anos do seu desaparecimento, é a amiga Nannete Konig que relata o último encontro com Anne Frank ao The Telegraph.

Conheceram-se em 1941, oito anos depois da família Frank se instalar em Amesterdão, vinda da Alemanha nazi. Haviam andado juntas na escola durante um ano, antes de serem obrigadas a esconderem-se.

Nannete Konig tem hoje 85 anos e lembra-se da festa de aniversário em que Anne Frank recebeu o diário que faria dela a voz dos milhões de vítimas do Holocausto. Anne chegou a confessar a Nanette que iria utilizar o diário para publicar um livro sobre as suas experiências depois da guerra.

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A família Frank foi capturada e levada para Auschwitz em 1944. Mais tarde, foi transferida para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Foi então que Nanette reencontrou Anne Frank. Reconheceram-se, mas Nanette não percebe “como é que dois esqueletos se podem reconhecer um ao outro”. Anne passava do outro lado do arame farpado e não se podia aproximar.

Só mais tarde, quando a barreira foi derrubada, é que as duas jovens puderam conversar. “Ela estava esgotada e embrulhada em lençóis, porque a sua roupa tinha piolhos”, recorda Nanette. Mas Anne Frank viria a morre no início de março em 1945.

O seu sonho de ver o diário fazer história concretizou-se: o pai, Otto Frank, único sobrevivente da rusga à casa da família Frank publicou-o. O livrou vendeu 30 milhões de exemplares.