Histórico de atualizações
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Depois de afundar, euro volta às subidas no final da conferência
A moeda única está a subir, depois de ter estado a cair quase 1,5% face ao fecho de ontem. O mercado cambial pareceu impressionado, inicialmente, com o pacote de medidas anunciado. Mas o euro acabaria por recuperar das perdas da sessão, para eventual desalento de Mario Draghi. Os analistas dizem que a razão para a inversão do rumo da moeda única poderá ter sido o facto de Mario Draghi dizer que “na análise atual”, não se preveem mais descidas da taxa de juro.
As ações da banca europeia, contudo, continuam em alta: 2,31%.
Muito obrigado por nos ter acompanhado neste liveblogue. Até já.
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O comentário de Draghi sobre o "helicóptero"
Para fechar, Mario Draghi foi questionado sobre a ideia lançada por vários economistas sobre o helicopter money, que foi tema principal de um texto publicado ontem no Observador.
“Não pensámos nem falámos sobre isso. É um conceito interessante, está a ser discutido na academia mas nós ainda não pensámos nisso”, diz Draghi. É claro, diz Draghi, que “à partida, identificam-se complexidades técnicas e legais” para medidas desse género.
“Helicopter money, contudo, é um conceito que pode ter muitos significados”.
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"Muito boas notícias" para os bancos portugueses
Especialista da Ebury acredita que estas medidas vão ajudar a eliminar quaisquer receios na banca portuguesa ao nível da liquidez.
@EburyPT Immediate liquidity concerns for Portuguese banks eased. Very good news. #EburyChat16
— Augustus Melmotte (@EnriqueDiazAlva) March 10, 2016
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Euro recupera depois de Draghi dizer que não vê mais descidas dos juros
Mario Draghi afirmou que o BCE “não antecipa” mais cortes da taxas de juro, com base na “análise atual“. Claro que “novos factos podem surgir”.
Ainda assim, talvez por esta declaração, o euro recuperou quase todo o alívio que tinha registado depois dos primeiros anúncios.
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Mais detalhes sobre a TLTRO 2 - como é que os bancos vão receber?
Draghi explica que, no momento em que os bancos participam nas operações de refinanciamento a quatro anos, pagam a taxa de juro diretora — ou seja, 0,00% –. Mas quanto mais crédito concederem à economia, depois, mais possibilidade têm de rever essa taxa de juro de zero para um nível negativo — o que significa que passariam a ser remunerados pelo BCE pelos créditos que concedem.
“A concessão de crédito na zona euro tem recuperado mas continua baixa”, diz Draghi.
O presidente do BCE garante que a medida não tem o objetivo de “compensar” ou “subsidiar” os bancos pelas taxas de juro negativas nos depósitos que os bancos fazem no BCE. Draghi garante que a “rendibilidade dos bancos não tem sido prejudicada pelas taxas de juro negativas”.
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Draghi não esquece os "recados" aos governos
Ao mesmo tempo que anuncia um pacote de estímulos, Draghi volta a lembrar aos governos que é importante que “a recuperação deve ser suportada em reformas estruturais”
“Os esforços de reforma têm de ser acelerados na maioria das nações da zona euro”
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Mais detalhes sobre o "subsídio" do BCE para a banca
O BCE está a dar mais detalhes sobre a forma como os bancos podem, na realidade, ser pagos para emprestar à economia, como explicámos num post anterior. Frankfurt vai usar um “índice benchmark” para avaliar se os bancos podem aceder a uma taxa negativa na liquidez que recebem do BCE nestas operações.
Especialistas querem perceber melhor como vai funcionar, mas falam num “subsídio” para compensar a taxa de juro negativa nos depósitos. Ou seja, os bancos estão a ter de pagar para depositar liquidez no BCE – agora poderão, também, receber para emprestar.
#EburyChat16 I'd like to see more technical details on the TLTRO, but in principle it looks like a subsidy to offset the negative rate tax
— Dan Davies (@dsquareddigest) March 10, 2016
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"Os estímulos vão reforçar o ímpeto da recuperação"
“Os estímulos vão reforçar o ímpeto da recuperação“, garante Mario Draghi, ao apresentar um pacote “abrangente” de medidas de estímulo. A revisão dos estímulos justifica-se com “o ímpeto de crescimento mais fraco” que marcou o início deste ano, por força da volatilidade nos mercados financeiros e da desaceleração em alguns mercados emergentes importantes.
O programa de compra de dívida durará “pelo menos até março de 2017” – mais, “se necessário“. As taxas de juro “irão manter-se nos atuais níveis ou abaixo dos níveis atuais por um período prolongado“.
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Conferência de imprensa em direto
Pode acompanhar a conferência de imprensa no link abaixo:
https://www.ecb.europa.eu/press/tvservices/webcast/html/webcast_160310.en.html
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Euro vai voltar às quedas, diz a Ebury
“Tal como vínhamos a antever, o alargamento das medidas de estímulo pelo Banco Central Europeu aumenta as pressões sobre o euro em 2016. Por esse motivo, esperamos que a moeda única recomece a sua depreciação a longo prazo face ao Dólar norte-americano e à Libra Esterlina, com o Euro a atingir a paridade face à moeda norte-americana algures no terceiro trimestre deste ano”. Esta é a primeira reação de Enrique Diáz-Álvarez, Diretor de Risco da Ebury.
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BCE vai pagar aos bancos para emprestarem à economia
A operação de refinanciamento a longo prazo que o BCE acaba de anunciar está a ser notada como, possivelmente, a medida mais significativa que foi anunciada nesta quinta-feira
Na prática, os bancos que quiserem ir buscar liquidez ao banco central poderão fazê-lo a juros que podem ir até ao nível da taxa de depósitos – que passou a estar ainda mais negativa em -0,40%.
Isto significa, na prática, que os bancos não só não irão pagar pela liquidez que vão buscar ao BCE (como já acontecia, na realidade) mas, também, poderão beneficiar de juros negativos. Por outras palavras, irão ser remunerados pela liquidez que recebem. Só há uma condição: os recursos têm de chegar à economia real através de créditos às empresas.
Com esta medida, o BCE não só tenta estimular a entrega de crédito à economia como, também, tenta acabar com a controvérsia em torno do facto de a taxa dos depósitos estar em terreno negativo. Em termos simples, os bancos têm-se queixado por terem de pagar uma taxa para depositar liquidez no BCE (o que, dizem, é uma ameaça à rentabilidade) – portanto, Mario Draghi dá-lhes uma alternativa para fintar esse efeito: emprestem à economia porque vos damos liquidez a quatro anos e a uma taxa também negativa.
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Para já, os analistas e os mercados parecem impressionados
ECB's package – massive over-delivery. pic.twitter.com/KGYLwjUNSD
— Frederik Ducrozet (@fwred) March 10, 2016
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Mais estímulos - as primeiras novidades
Boa tarde.
O BCE já anunciou, como se esperava, várias medidas de estímulo monetário, que serão explicadas em maior detalhe por Mario Draghi, em viva voz, na conferência de imprensa que tem início às 13h30.
Para já, eis as novidades:
- foi cortada a taxa de juro diretora para 0,00% — era 0,05%.
- foi cortada a taxa dos depósitos para -0,4%, em linha com o esperado
- as compras de dívida mensais passam para 80 mil milhões de euros (contra os anteriores 60 mil milhões)
- as compras vão passar a incluir dívida de empresas (e não apenas pacotes de crédito titularizados como até agora)
- serão lançadas novas operações de refinanciamento a longo prazo, condicionais à concessão de crédito às empresas.