O Observador revelou mais detalhes sobre o que se passou naquela terrível tarde de terça-feira na Academia, desta feita com as ideias fortes de Bas Dost no depoimento recolhido após as agressões. Em relação a esse caso, e depois de ao longo do dia se ter dito que Jorge Jesus teria provas de que Bruno de Carvalho sabia que os ataques iriam acontecer, como referiu o Público, fonte próxima desmentiu isso mesmo à SIC, adiantando mesmo que Jesus teria ligado ao presidente leonino para lhe dizer que essa informação não correspondia à verdade

A confirmação da demissão de Bruno Mascarenhas de vogal do Conselho Diretivo ainda colocou um cenário de eventual perda de quórum na Direção (seriam necessárias mais duas saídas), que não se confirmou. O Observador que a pressão tem sido muito grande sobretudo sobre dois vogais, Luís Roque e Luís Gestas, mas que houve também outros elementos “desafiados” para saírem e provocarem um cenário de eleições antecipadas. Nenhum se confirmou e, assim, por mais que possa haver uma espécie de cerco a Bruno de Carvalho, o presidente não se demite e continua a fazer o seu trabalho normal. Em paralelo, vários membros do Conselho Leonino como Dias Ferreira, Mário David, Luís Campos Ferreira e Miguel Relvas apresentaram a sua demissão, que mais não é do que uma mera formalidade – no próximo ato eleitoral, o órgão deixa de existir

De acordo com o Jornal Económico, que cita uma fonte oficial do Sporting, Bruno de Carvalho, presidente dos leões, esteve com núcleos da Juventude Leonina dois dias depois da derrota do conjunto verde e branco em Madrid. Nesse encontro, o ambiente voltou a azedar quando os membros da claque voltaram a pedir uma festa de homenagem a Fernando Mendes, antigo líder da Juve Leo, algo que Bruno de Carvalho voltou a recusar. Depois, houve um repto dos líderes da claque: “Presidente, temos de lá ir dar-lhes um apertão”. “Não. Não. Temos de lá ir falar todos”, respondeu o presidente do Sporting.

“Pela primeira vez em seis décadas, em que as sucessivas frustrações eram apenas sublimadas pela paixão clubista, sinto o perigo do nosso Sporting Clube de Portugal poder sofrer danos irreparáveis nos seus ativos, que vão condicionar a nossa dimensão e evolução durante largos anos, para mais quando assistíamos a uma importante recuperação financeira e também de prestígio internacional”, escreveu o conselheiro leonino Mário David, antigo eurodeputado social-democrata, na carta de demissão que apresentou esta quinta-feira a Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral

Nenhum elemento da Direção marcou presença esta noite no espaço do ténis de mesa no Multidesportivo de Alvalade (que fica perto da porta da saída onde se têm concentrado muitos jornalistas de televisões e rádios), onde o Sporting festejou o tricampeonato nacional após vitória frente ao São Roque

TRICAMPEÕES!!! O ténis de mesa do #SportingCP sagra-se Campeão Nacional pela 3ª vez consecutiva depois de vencer o São Roque por 3-0! ????

Parabéns Leões! ???? pic.twitter.com/8MsmII01fp

— Sporting Clube de Portugal (@Sporting_CP) May 18, 2018

E sobre a investigação ao ataque de Alcochete, o Observador conta-lhe o que ocorreu esta sexta-feira no Tribunal do Barreiro, com dois arguidos a contestarem as imagens de videovigilância que registam diferenças óbvias entre um dos arguidos identificado nas imagens e como ele é na realidade.

Alcochete. Imagens da videovigilância que GNR pôs no processo não correspondem a alguns arguidos

E para saber mais sobre a Operação Cashball e as suspeitas da investigação sobre um alegado saco azul do Sporting, pode ler o Especial do Observador:

Operação Cashball quer saber como era financiado o alegado saco azul do Sporting e desconfia do envolvimento de mais dirigentes do clube

O jornal Público emitiu uma nota da direção em resposta ao desmentido de Jorge Jesus, que negou ter provas de que Bruno de Carvalho estaria por detrás do ataque a Alcochete, como avançou uma “fonte próxima” do treinador:

“O PÚBLICO quer sublinhar que sabe com que fonte recolheu essa informação — e que face às circunstâncias não tem razão para duvidar dela”, sublinha a direção do diário.

O presidente da Assembleia da República comunicou entretanto que não irá estar presente na final da Taça de Portugal, este domingo. Ferro Rodrigues já comunicou ao Presidente da República a sua decisão.

Recorde-se que o presidente do Parlamento tinha defendido a ideia de o jogo se realizar à porta fechada ou na Vila das Aves, na sequência dos acontecimentos em Alcochete.

O treinador do Sporting, Jorge Jesus, desmentiu esta noite que tenha provas contra Bruno de Carvalho, como noticiou o Público na manhã desta sexta-feira, citando uma “fonte próxima”.

A SIC falou com o técnico esta noite, que desmentiu a notícia. “Não tenho nenhuma informação nem nunca tive do alegado envolvimento de Bruno de Carvalho como mandante do que aconteceu em Alcochete”, declarou à estação de Carnaxide. Jesus disse-se até “perturbado” pela notícia, razão pela qual ligou de imediato a Bruno de Carvalho pelas 10h30 da manhã e disse que “nada tinha a ver” com essas notícias e que não tinha nenhumas provas do envolvimento do Presidente nas agressões em Alcochete.

Luís Campos Ferreira, deputado e antigo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, também apresentou a sua demissão do Conselho Leonino ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares. “A instabilidade crescente ao longo das últimas semanas no nosso Sporting, com atos e omissões com as quais não me identifico, levam-me a apresentar o meu pedido de demissão”, explicou. “O ato simbólico que representar esta minha posição tem como objetivo primordial contribuir para que o nosso Sporting possa reencontrar, o mais breve possível, a estabilidade necessária”, acrescentou.

O Correio da Manhã avança que Miguel Relvas é a última baixa no Sporting. “A instabilidade que hoje se verifica em torno do Sporting Clube de Portugal não é mais suportável”, escreve o ex-político na carta que endereça ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares. Relvas declara que a fim de contribuir para “uma clarificação” que promova “a estabilidade e a normalidade desportiva e institucional”, opta por apresentar a sua demissão do Conselho Leonino.

O presidente do PSD admitiu hoje a proibição das claques de futebol, defendendo que é uma medida a estudar. Rui Rio questionou ainda se há condições de segurança para a final da Taça de Portugal se realizar no domingo.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma iniciativa no Antigo Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, Rui Rio considerou que existe “um perigo iminente, designadamente no controlo das claques dentro do próprio Sporting” que pode desaconselhar a realização do jogo com o Desportivo das Aves no Estádio Nacional, no domingo. “Eu, lendo aquilo que é a realidade, aconselho naturalmente a ponderar-se muito bem, porque pode acontecer de repente uma situação absolutamente incontrolável”, reforçou o social-democrata, acrescentando que o Governo deve “medir muito bem se há ou não há condições de segurança”.

A este propósito, o presidente do PSD referiu que “em Inglaterra acabaram as claques, por exemplo”, e admitiu que o mesmo possa acontecer em Portugal: “Eu acho que tem de estar tudo em cima da mesa. Tem de se revisitar o quadro legal e, não só o quadro legal, como a própria aplicação da lei que já hoje existe. Se tem de levar simplesmente à proibição ou não [das claques], deve ser estudado. Mas eu não excluo nada”, afirmou.

Lusa

Estava a acabar o treino no ginásio quando olhou pela janela e deparou com aquela imagem. Cerca de 40 a 50 pessoas entravam na Academia do Sporting a passo lento e de rostos escondidos pelos cachecóis do clube, camisas e máscaras. Sem saber o que se estava a passar, Bas Dost correu para o balneário, na tentativa de se juntar aos colegas. Mas não chegou a entrar. Acabou por ser agredido e, por momentos, perder a noção do “tempo e do lugar”, como descreveu à GNR do Montijo, na noite de terça-feira, horas após a agressão que o conduziu ao hospital.

Uns cumprimentaram-no, outros ignoraram e só depois o agrediram. O que disse Bas Dost à GNR

O médico Frederico Varandas, que também foi agredido na Academia na passada terça-feira, partilhou no Instagram três fotografias onde surgem Bruno Fernandes, João Palhinha e Daniel Podence a treinar na clínica que dirige, em Lisboa.

Na descrição, o médico do Sporting escreveu: “Não interessa como, nem onde. Vamos estar prontos. Sporting acima de tudo”. Nas imagens surge ainda Gonçalo Álvaro, fisioterapeuta dos leões.

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Não interessa como, nem onde. Vamos estar prontos ???????????????? Sporting acima de tudo.

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Nuno Torres, o condutor e dono do BMW azul que retirou alguns agressores da Academia do Sporting depois das agressões aos jogadores e corpo técnico, garante que não está envolvido nos atos de violência. Em declarações à SIC, explica que foi convidado por Fernando Mendes, ex-líder da Juventude Leonina, para uma reunião com Jorge Jesus em Alcochete. Quando chegou, as agressões já tinham acontecido.

“Vi o Jesus a sair ensanguentado e tentei ajudá-lo com uma garrafa de água. Concretamente, o Jorge Jesus foi a única pessoa que eu vi ensanguentada, tinha sangue nos lábios. Eu fui buscar o meu carro e voltei e fui buscar o Fernando Mendes. Nós não fizemos nada, eu entrei com o carro, fui autorizado pelos seguranças, pelo Sporting, pelos responsáveis, a entrar com o carro. Eu entrei com o carro, já estava lá a minha matrícula”, revela Nuno Torres.

Confessa ainda que não sabe quem deu a autorização para a sua entrada em Alcochete. “Estão a crucificar-me por uma situação com a qual não tenho nada a ver. Eu fui lá para tentar ajudar o Sporting, o que se passou antes não tenho nada a ver com isso, eu não entrei encapuzado nas instalações”, desabafou Nuno Torres.

A entrevista completa à SIC passa esta sexta-feira, no Jornal da Noite, às 20:00.

Paulo Paiva dos Santos também apresentou a sua demissão do cargo de conselheiro leonino, como Dias Ferreira. Mostrando-se incrédulo com tudo o que se passa, destaca que respeita o princípio da presunção de inocência mas sai por não se rever no momento atual. “Responsabilidades à parte, todo o dantesco cenário que se vai desenrolando, e no qual não me revejo como ex-atleta, capitão de equipa, dirigente, e sobretudo como sócio com 41anos (1977), obriga-me a resignar ao cargo para o qual me comprometi”, adianta na carta enderaçada a Jaime Marta Soares

“O Sporting Clube de Portugal, como é público e já o denunciámos por diversas vezes, está sob um ataque, externo e interno, sem precedentes.
Nas últimas horas, a sucessão de notícias – umas verdadeiras (poucas), outras completamente falsas e caluniosas – pretende dar a ideia de um clube em desagregação e com uma liderança frágil, isolada e sem rumo.
Neste contexto, o Grupo Inforphone, parceiro do Sporting Clube de Portugal, veio hoje a público anunciar que tenciona rasgar o contrato com o nosso clube por considerar que “já não existem condições para estarmos ligados” ao Sporting.
Importa dizer que este é apenas um exemplo da teia que está a ser urdida há muito tempo, com o objetivo claro de denegrir o Sporting Clube de Portugal e de derrubar a atual Direção.
Vejamos então os factos:
– O contrato de parceria em vigor entre o Sporting Clube de Portugal e o Grupo Inforphone, válido até final da época 2018/19, prevê que a empresa forneça ao clube, em regime de permuta, 115 mil euros por época em equipamentos informáticos;
– Na época 2016/17, a permuta foi cumprida no valor de 118.620,80€;
– Na época atual, 2017/18, o consumo da permuta está nos 15.308,00€, o que significa que o Grupo Inforphone está em incumprimento com o Sporting Clube de Portugal em cerca de 100.000,00€;
– Em troca de correspondência efetuada com o Presidente Executivo do Grupo Inforphone, Dr. Tiago Ramos, datada do início de abril de 2018, fomos informados de que a empresa pretendia renunciar ao contrato de parceria com o Sporting Clube de Portugal por estar em dificuldades financeiras graves, na sequência da falência da fábrica onde eram produzidos os componentes;
– Um mês e meio depois desta troca de correspondência, o Presidente Executivo do Grupo Inforphone, num exercício de total desonestidade intelectual, decidiu contribuir ativamente para o ambiente que estamos a viver, recorrendo a argumentação que falha com a verdade, alinhando com os objetivos da campanha negra contra o Sporting Clube de Portugal e escondendo a situação financeira do Grupo a que preside, e que são as únicas razões objetivas para a anunciada caducidade unilateral do contrato de parceria com a Inforphone.
Posto isto, e apelando à calma e serenidade de todos os Sportinguistas, queremos mais uma vez alertar para as intenções de quem, interna e externamente, continua e continuará a alimentar este ataque torpe e soez ao nosso clube.
Estamos, como sempre estivemos, a trabalhar em prol dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal e para cumprir os objetivos desportivos, nacionais e internacionais, que temos pela frente e honrar os compromissos assumidos, desde logo o anunciado empréstimo obrigacionista e a entrada em vigor da nova reestruturação financeira que está em fase de maturação jurídica.
Viva o Sporting Clube de Portugal!”