O arquiteto português João Luís Carrilho da Graça é o vencedor da primeira edição do prémio italiano de arquitetura Leon Battista Alberti, numa escolha feita por unanimidade, anunciou este sábado a organização.

Instituído pela Fundação Leon — Centro de Estudos Battista Alberti e pelo Município de Mântua, em colaboração com o Polo de Mântua da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo, Engenharia e Construção do Politécnico de Milão, o prémio, com o nome do arquiteto humanista italiano do século XV, destina-se a distinguir, todos os anos, “um arquiteto de renome internacional, cujo trabalho testemunhe o papel da arquitetura contemporânea na promoção do património histórico”, lê-se na página do prémio na Internet.

“Na primeira edição do prémio, o júri, composto por representantes da Escola de Arquitetura do Politécnico de Milão, da Fundação Alberti e da cidade de Mântua, indicou por unanimidade, como vencedor, o mestre português João Luís Carrilho da Graça, pelo mérito de estabelecer um diálogo de alto valor entre o antigo e o novo”, na arquitetura.

A Fundação Leon destaca o facto de Carrilho da Graça ter dado aulas, no âmbito do programa da Cátedra UNESCO, lançado em 2011, no ‘campus’ de Mântua do Politécnico de Milão.

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Nascido em Portalegre há 65 anos, Carrilho da Graça, Prémio Pessoa em 2008, é autor, entre outros projetos, do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, da Escola Superior de Comunicação Social, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge e da Escola de Música da Escola Politécnica, na capital portuguesa.

Licenciado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977, ano em que iniciou a atividade profissional, Carrilho da Graça foi professor da Faculdade de Arquitetura da então Universidade Técnica de Lisboa, de 1977 a 1992, catedrático da Universidade Autónoma, de 2001 a 2010, e da Universidade de Évora, desde 2005, onde dirigiu o Departamento de Arquitetura.

Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013), distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música de Lisboa (2008).

Ao conjunto da sua obra foram atribuídos os prémios como o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Cavaleiro das Artes e das Letras da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia de Arquitetura de França (2012).

Carrilho da Graça será homenageado no encontro de arquitetura, paralelo à Feira do Livro de Guadalajara, no México, que se realiza de 24 de novembro a 02 de dezembro, com Portugal como país convidado.

Está também entre os candidatos à nomeação para o prémio europeu Mies van der Rohe 2019, pelo Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

O Prémio Leon Battista Alberti será entregue a Carrilho da Graça na próxima quarta-feira, 14 de novembro, no Teatro Bibiena de Mântua, onde o arquiteto português irá proferir uma “aula magistral” (‘lectio magistralis’), apresentada pela reitora da Escola de Arquitetura do Politécnico de Milão.