Histórico de atualizações
  • O número de mortos em Moçambique foi atualizado para os 419. Ainda há 1.115 feridos. O consulado da Beira está a fazer um reconhecimento “porta a porta” para encontrar cidadãos portugueses, no dia em que o segundo C-130 português chegou ao país para prestar ajuda humanitária.

    Este liveblog fica por aqui. Regressaremos amanhã para acompanhar os últimos desenvolvimentos na tragédia em Moçambique.

    Boa noite.

  • Canadá envia 2,3 milhões de euros de assistência a Moçambique, Maláui e Zimbabué

    O Canadá vai enviar 3,5 milhões de dólares canadianos (2,3 milhões de euros) de ajuda inicial para Moçambique, Zimbabué e Maláui, anunciou hoje o ministério dos Negócios Estrangeiros do país norte-americano.

    “O Canadá está a disponibilizar assistência humanitária para salvar vidas quando o Maláui, Moçambique e o Zimbabué lidam com o impacto deste horrível ciclone tropical”, disse a ministra do Desenvolvimento Internacional e para as Mulheres e Igualdade de Género Maryam Monsef, através de um comunicado.

    A assistência canadiana “será disponibilizada através dos parceiros humanitários de confiança e vai ajudar a colmatar as necessidades imediatas das comunidades vulneráveis dos três países”.

    Esta ajuda humanitária será distribuída às equipas das Nações Unidas, Cruz Vermelha, e a organizações não governamentais tendo como foco principal a assistência imediata no acesso a “alimentação, abrigos, água, saneamento, saúde e proteção das necessidades das famílias deslocadas devido às cheias ou afetadas pela tempestade”.

    O Canadá doou diverso material, incluindo bens humanitário de primeira necessidade, como tendas e cobertores, para ajudar a corresponder às necessidades básicas das pessoas afetadas pelo ciclone.

    Agência Lusa

  • Consulado da Beira faz reconhecimento “porta a porta” para encontrar cidadãos portugueses

    O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirmou este sábado que o Consulado da Beira está a envidar todos os esforços para contactar com os portugueses afetados pela passagem do ciclone Idai, indo “de porta a porta” recolher informações.

    “Neste momento não consigo fazer balanço definitivo, mas posso dizer que nestes últimos três dias e, que continua, o cônsul geral e um funcionário do consulado, em articulação com o chefe de ligação do Ministério da Administração Interna estão a fazer, literalmente, de porta a porta esse reconhecimento”, disse José Luís Carneiro, em entrevista telefónica à agência Lusa.

    O secretário de Estado mostrou-se “confiante de que vai ser possível estabelecer contacto com todos os portugueses” que se encontram na cidade da Beira, apesar de reconhecer que se trata de um levantamento “difícil pois muitos dos cidadãos deixaram as suas casas e estão em casa de amigos, familiares, vizinhos ou residenciais e hotéis”.

    José Luís Carneiro adiantou ainda à Lusa que o dia de hoje já trouxe “informações positivas para o funcionamento dos serviços consulares”, anunciando que já foi garantida a energia elétrica em parte do consulado, nomeadamente, aquela que estava ocupada para funções do Instituto Camões.

    “É muito importante a reposição da energia elétrica porque vai permitir acolher várias equipas que se vão especializar no serviço de apoio à comunidade portuguesa”, frisou o governante, acrescentando que foi, igualmente, possível repor as vias telefónicas e a Internet no edifício.

    O responsável adiantou que a linha telefónica disponível no consulado “pode ser agora utilizada por quem precise”, acrescentando que o consulado já teve a visita de dois empreiteiros portugueses para avaliar os estragos no edifício e que já há material para repor o telhado.

    O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas encontra-se na cidade da Beira desde a passada quarta-feira, dia 20 de março.

    O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique voltou hoje a aumentar, subindo para 417 mortos.

    A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

    Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

    Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique, com dois C-130 da Força Aérea e dois aviões comerciais fretados pelo Governo e pela Cruz Vermelha Portuguesa.

    Agência Lusa

  • Já chegou a Moçambique o terceiro avião da Força Aérea Portuguesa

    Um avião comercial fretado pelo Estado português para apoio às operações de socorro após o ciclone Idai em Moçambique aterrou este sábado na cidade da Beira pelas 15h (13h em Lisboa).

    O avião transportou uma força operacional conjunta da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) com valências nas áreas de busca, salvamento, proteção e socorro em situações de emergência complexas.

    Esta força é composta por operacionais da Força Especial de Bombeiros (dez elementos), Bombeiros Voluntários de diversas corporações do distrito de Santarém (19 elementos), Guarda Nacional Republicana (18 elementos) e Instituto Nacional de Emergência Médica (um elemento), que vão apoiar as autoridades moçambicanas nas operações de socorro às vítimas do ciclone.

    O dispositivo é coordenado pela ANPC e a bordo segue também diverso material médico de apoio ao Hospital da Beira.

    Este é o terceiro avião com ajuda portuguesa após dois C-130 que chegaram na sexta-feira e este sábado.

    O apoio surge na sequência do pedido de assistência internacional para ajuda nas operações de socorro apresentado pelas autoridades moçambicanas no quadro do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

  • Mais de 3 milhões possivelmente afetados. "Todo o apoio é insuficiente"

    O número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai poderá ultrapassar os três milhões e os recursos necessários para a assistência humanitária são ainda muito insuficientes, referiu este sábado Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade.

    Posso arriscar: temos muito acima de três milhões de pessoas afetadas e todo o apoio ainda é insuficiente”, disse a antiga primeira dama de Moçambique e viúva de Nelson Mandela, em conferência de imprensa, em Maputo.

    Graça Machel falava em conferência de imprensa ao lado de Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que fez uma visita à região afetada na sexta-feira. Henrietta Forre referiu que há muitas crianças separadas das suas famílias e vão ser necessários orfanatos e outras instituições para lhes dar apoio.

    A diretora executiva do UNICEF disse ainda estar impressionada com o movimento pela maneira como Portugal está a impulsionar a solidariedade a favor das vítimas do ciclone Idai. Toda a ajuda vai ser necessária, frisou, em inglês, acompanhando um retrato dramático da situação, feito em português, por Graça Machel.

    Daqui a umas semanas, o mundo tem que se preparar para números muito maiores e pedidos de ajuda de grande escala” e com elevado grau “de sofisticação”, tal o nível de destruição.

    “As pessoas vão começar a cair de exaustão”

    Graça Machel considera que a prioridade deve continuar a ser o salvamento: “Imaginem o que significa estar pendurado em cima de um telhado ou árvore durante oito dias. As pessoas começam a cair de exaustão”, descreveu.

    Estas operações vão requerer meios aéreos “por muito tempo”, porque não há estradas para levar as pessoas para meios de acomodação.

    Graça Machel frisou que será necessário um apoio contínuo, durante muito tempo, ou seja, não poderá ser “aquilo que se vê” em outras circunstâncias, em que há apoio “durante [algumas] semanas ou um mês e depois a atenção vira para outro lado”.

    “Vamos precisar de ajuda internacional por muito tempo”, mesmo antes da fase de reconstrução. “Esta é uma emergência nunca vista na nossa história. Todos nós estamos devastados. Não temos experiência de gerir a complexidade desta emergência”, acrescentou.

    “É bom que se diga que isto [é resultado] de mudanças climáticas”, disse, apontando que o desastre mostra “que são os pobres que vão pagar o maior preço”.

    Graça Machel classifica a cidade da Beira como “a primeira da história que foi completamente arrasada” em virtude de um desastre natural que associa às alterações no clima provocadas pelo homem. No entanto, realça que as atenções não podem estar só centradas na zona urbana, pois há “muitos outros distritos afetados” no centro de Moçambique.

    A antiga primeira dama moçambicana considera que o Governo do país “trabalhou bem no alerta” para o ciclone, “embora haja quem diga que depois não se removeram as pessoas”, mas realça que a dimensão do problema é avassaladora. “Obviamente que a economia já estava sob pressão e isso significa que o Governo, de antemão, já tinha muitos poucos recursos”, acrescentou, questionada pelos jornalistas.

    Agência Lusa

  • Segundo avião C-130 com apoio português aterra na cidade moçambicana da Beira 

    O segundo avião C-130 da Força Aérea Portuguesa com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique aterrou este sábado na cidade da Beira pelas 10:30 (08:30 em Lisboa).

    O avião transporta uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.

    O envio dos dois C-130 foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE) e o primeiro aterrou na sexta-feira.

    No primeiro avião, além dos 35 militares, seguiram uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

    Para hoje está prevista ainda a chegada ao mesmo aeroporto da Beira de um avião comercial fretado pelo Estado português com uma força operacional conjunta da ANPC, com valências nas áreas de busca, salvamento, proteção e socorro em situações de emergência complexas.

    O apoio português surge na sequência do pedido de assistência internacional para ajuda nas operações de socorro apresentado pelas autoridades moçambicanas no quadro do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

    O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

    As autoridades de Maputo confirmaram já o registo de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

    O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

    A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

    Agência Lusa

  • Mais de 15 mil dólares angariados em Timor-Leste para apoiar Moçambique

    Um grupo de moçambicanos e de amigos de Moçambique em Timor-Leste reuniu e enviou quase 16 mil dólares para apoio às vítimas do ciclone Idai, estando a decorrer uma segunda recolha de fundos, explicou à agência de notícias Lusa a organizadora da iniciativa.

    “Conseguimos em dois dias juntar 15.750 dólares, com 47 contribuições individuais e conjuntas, que foram hoje transferidos através do BNU em Timor-Leste para o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique”, explicou Nurima Alkatiri, ex-deputada da Fretilin, que liderou a iniciativa.

    A ex-deputada, que nasceu em Maputo — cidade que acolheu muitos timorenses durante a ocupação indonésia — explicou numa nota enviada à Lusa que o interesse suscitado pela campanha levou a que se realize uma segunda recolha, cujos fundos serão transferidos na próxima semana.

    “Moçambique foi dos primeiros países a reconhecer Timor-Leste como uma nação, e abraçou a causa pela independência nacional desde o primeiro minuto. Durante toda a luta maubere, em momentos de muitas dificuldades, o Estado e o povo moçambicanos estiveram sempre ao lado de Timor-Leste, de mãos dadas, em solidariedade constante”, refere a nota.

    O país, recorda, acolheu a Frente Externa ou Diplomática da luta, “e em alturas em que Moçambique pouco, muito pouco, tinha para si, partilhou esse pouco com os timorenses” que lutavam contra a ocupação indonésia.

    “Hoje, deste outro lado do Índico, acompanhamos com muita dor, tristeza e preocupação o impacto do ciclone Idai no centro de Moçambique, causando a perda de muitas vidas e uma destruição devastadora. Acompanhamos e sofremos com o povo moçambicano, perante este desastre arrasador”, sublinha.

    A recolha de apoios começou entre timorenses naturais de Moçambique ou que viveram ou estudaram no país e moçambicanos que vivem em Timor-Leste, acabando por se alargar a outros cidadãos timorenses e estrangeiros.

    Entre os que contribuirão contam-se o ex-Presidente José Ramos-Horta, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri e a família, deputados, ex-membros do Governo e do Parlamento Nacional, o cônsul honorário de Moçambique para Timor-Leste, Oscar Lima, o Grupo Cultural Timor Furak e outros cidadãos estrangeiros e timorenses.

    A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tinha já, separadamente, feito um envio de apoio para Moçambique, transferido para o partido Frelimo.

    O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

    As autoridades de Maputo confirmaram já o registo de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.

    O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

    A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

    Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

    Agência Lusa

  • Número de mortos em Moçambique sobe para 417. No Zimbabué morreram 259 pessoas

    O número de vítimas mortais provocadas pela passagem do ciclone Idai continua a aumentar diariamente. Este sábado, o ministério do Ambiente e do Território moçambicano avançou que há já registo de 417 mortos.

    No Zimbabué, também como consequência do ciclone, morreram pelo menos 259 pessoas. Já no Malawi houve pelo menos 56 vítimas mortais, noticiou a RTP. O valor total de vítimas mortais decorrentes da catástrofe natural é assim de 732 — mas ainda deverá continuar a subir.

  • Fundo de Emergência da CVP para Moçambique quase que duplicou em 24 horas

    O Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) para Moçambique, país atingido pelo ciclone Idai, recolheu 276.050,93 euros desde terça-feira, dos quais 132.048,37 foram recebidos nas últimas 24 horas, anunciou a instituição.

    O valor representa um aumento de 92% face aos 144.002,56 euros anunciados na quinta-feira pela CVP e servirá para apoiar as vítimas.

    Num documento partilhado na sua “Página da Transparência”, a instituição presidida por Francisco George indica que, além do valor recolhido pelo Fundo de Emergência, a CVP tem 375.000 euros em “donativos a receber”.

    Este valor, anunciado por seis instituições, eleva para 651.050,93 euros o total recolhido pela Cruz Vermelha Portuguesa.

    A CVP anunciou na quinta-feira, em conferência de imprensa, a fretamento de um avião de carga para o envio de 30 toneladas de material e de ajuda humanitária, ao abrigo da denominada “Operação Imbondeiro”.

    O avião, que partirá na segunda-feira para a cidade moçambicana da Beira, transportará o hospital de campanha da CVP e bens que serão entregues por grandes superfícies comerciais.

    Francisco George justificou, na ocasião, que a requisição deste avião era a única alternativa para garantir a entrega de bens na região, uma vez que o aeroporto de Maputo “está sob pressão” e outros aviões não poderiam assegurar a descarga de materiais na Beira, onde estes mecanismos não estão operacionais.

    O coordenador nacional de emergência da CVP, Gonçalo Órfão, partiu para a Beira, acompanhado por um voluntário da logística, João Saraiva Gomes, para criar condições para a implantação do hospital de campanha, a enviar no voo fretado de segunda-feira.

    O hospital de campanha da CVP, equipado com geradores e tendas de abrigo, dispõe de 30 camas para internamento de curta duração.

    Além da campanha de recolha do seu Fundo de Emergência, a CVP vai realizar um concerto solidário, promovido pelos músicos portugueses João Gil e Rui Veloso, para angariar verbas.

  • Angola envia missão humanitária para Moçambique com 100 técnicos de saúde

    O Governo angolano enviou esta sexta-feira para a cidade da Beira um avião com cerca de 100 técnicos de saúde e material médico e medicamentoso para apoiar as populações afetadas pela passagem do ciclone Idai há uma semana.

    O envio da “missão humanitária e de solidariedade” foi decidido pelo Presidente angolano, João Lourenço, e integra 54 técnicos de saúde ligados ao Ministério da Saúde e outros 46 afetos ao da Defesa, que irão juntar-se às equipas de salvamento já no terreno em Moçambique.

    Na missão, para já de 30 dias, segue também a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, que disse aos jornalistas que o tempo da presença da centena de técnicos de saúde pode ser aumentado, tudo dependendo da evolução da situação.

    Vamos com o sentimento de cumprir um dever humanitário em Moçambique, afetado gravemente pelo ciclone Idai, o que resultou a destruição muito grande no litoral de Moçambique, com maior reflexo na cidade da Beira. Levamos uma equipa multidisciplinar, civil e militar, para fazer o diagnóstico e assistência médica ‘in loco’ e também estamos a levar medicamentos e material gastável para apoio a esta missão”, disse Lutucuta, antes de embarcar, em Luanda.

    Segundo a ministra da Saúde angolana, a equipa integra especialistas de várias áreas médicas, alguns deles já com experiências semelhantes, tendo em conta que, após o ciclone, a Beira começa a dar sinais de que vão começar a aparecer as doenças provocadas por este tipo de catástrofes. “Acreditamos que, por esta altura, já começam a aparecer os sinais mais graves de doenças. Não há luz, não há água e as doenças diarreicas e as infeções respiratórias, até a malária, vão vir. Mas vamos também preparados para a assistência maternoinfantil, nomeadamente assistência obstétrica e de recém-nascidos”, adiantou.

    Por seu lado, o ministro da Defesa angolano, Salviano Sequeira, presente no ato, realçou que a missão humanitária e de solidariedade “para com o povo irmão” de Moçambique foi determinada por João Lourenço com o objetivo de, junto das autoridades locais, “contribuir, apoiando as várias iniciativas das equipas de resgate e de apoio logístico, para ajudar as pessoas que precisam de auxílio”.

    “É neste quadro que o Governo angolano constituiu esta missão humanitária e de solidariedade, com grande pendor para o setor da saúde, para prestar assistência médica e medicamentos nos vários domínios da saúde junto das pessoas afetadas pelo ciclone IDAI” sublinhou.

    (Lusa)

  • Militares portugueses prontos para operações de salvamento na Beira, em Moçambique

    Cerca de 40 militares portugueses aterram na cidade da Beira e já estão prontos para apoiar as operações de busca e assistência às vítimas do ciclone Idai no centro de Moçambique, quando estão confirmados 293 mortos.

    “Nós sentimos em Portugal como se isto tivesse acontecido lá. Moçambique é um povo irmão”, disse Carlos Sobreira, comandante da operação, momentos após a aterragem, na Beira, centro de Moçambique, do avião C-130 da Força Aérea Portuguesa.

    O primeiro de dois aviões C-130 com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique aterrou às 16:00 locais (14:00 em Lisboa) no aeroporto da Beira, tendo as equipas que seguiam a bordo sido recebidas pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.

    A aeronave transporta a força de reação imediata portuguesa, constituída por 25 fuzileiros, dez elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica).

    O grupo de apoio português vai ficar acampado na zona verde da pista do aeroporto, à espera do comando das autoridades moçambicanas para operações de busca às vítimas do ciclone Idai.

    O envio dos dois C-130 Hércules, da Força Aérea Portuguesa, foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), Augusto Santos Silva, tendo o primeiro partido de Lisboa algumas horas depois.

    “Foram muitas horas de voo, estamos cansados. Mas estamos com a moral alta e dispostos a ajudar”, acrescentou Carlos Sobreira.

    Para o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que se encontra desde quinta-feira na Beira, a prioridade deve ser salvar vidas, uma ambição que deve ser partilhada por todos os parceiros de Moçambique.

    “A cidade está a dar os primeiros passos. O restabelecimento das infraestruturas de energia e gradualmente as comunicações”, observou José Luís Carneiro.

    Também o governador da província de Sofala, Alberto Mondlane, considerou que este gesto demonstra o nível das relações existentes entre Moçambique e Portugal, enaltecendo o apoio que o país tem vindo a receber.

    “Não temos razão de queixa, porque tanto ao nível interno como ao nível internacional estamos a receber um apoio muito forte”, afirmou.

    Um segundo C-130 com apoio português partiu na noite de quinta-feira para a Beira, transportando uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil, elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.

    No primeiro avião, além dos 35 militares, integram a força, uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

    Os técnicos portugueses que chegaram ao centro de Moçambique vão apoiar as operações de busca e salvamento, com uma equipa de fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior no país e que “conhece bem as responsabilidades”, descreveu o ministro.

    A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos, acrescentou Augusto Santos Silva.

    Este primeiro C-130 transporta ainda um oficial de engenharia cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista do restabelecimento das comunicações.

    (Lusa)

  • António Guterres mostra-se “profundamente entristecido” com efeitos do Idai

    O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar “profundamente entristecido” com os efeitos do ciclone Idai, mostrando-se, ainda assim, “encorajado com os esforços nacionais e internacionais” das equipas de salvamento.

    “Estou profundamente entristecido pela perda de vidas e pelas emocionantes imagens do sofrimento humano que temos visto desde que o ciclone idai atingiu a Beira, em Moçambique, na noite de 14 de março, e depois varreu até ao Malaui e Zimbabué, resultando num desastre massivo”, escreveu o secretário-geral numa nota divulgada pelas Nações Unidas.

    Na missiva, Guterres diz-se “encorajado pelos esforços das equipas nacionais e internacionais de busca e salvamento” e de outras equipas que se juntaram para ajudar, “a trabalhar dia e noite para salvar milhares de vidas em condições perigosas e desafiantes”. Estes “heróis”, acrescentou, “não só salvaram famílias em telhados, mas também estão a entregar comida e dispositivos de purificação de água e outra assistência humanitária”.

    As Nações Unidas “já libertaram 20 milhões de dólares para dar início à resposta, mas um apoio internacional muito maior é ainda necessário”, apontou. “O que é preciso agora é verba para financiar o apoio nos dias, semanas e meses que se aproximam”, acrescentou, concluindo que “é preciso que todos nos ergamos em solidariedade com o povo de Moçambique, Malaui e Zimbabué”.

    (Lusa)

  • Médicos do Mundo lança angariação de fundos e envia duas equipas para Moçambique

    A Médicos do Mundo (MdM) anunciou esta sexta-feira o lançamento de uma angariação de fundos para apoiar a operação de emergência Imbondeiro, em Moçambique, em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa. Esta operação envolve a deslocação de “equipas especializadas em emergência que partem para o terreno na próxima segunda-feira”.

    Em comunicado, a organização informou ainda que será montado um hospital de campanha com 50 camas no aeroporto da Beira. A equipa que vai lá estar é “constituída por médicos, enfermeiros, pessoal logístico e farmacêuticos”. A delegação está ainda responsável pela gestão da farmácia desse hospital.

    Na segunda-feira chega também a Moçambique uma segunda equipa da delegação espanhola constituída por especialistas em ajuda humanitária. Esta equipa, refere ainda a nota enviada, “vai avaliar os danos causados pelo ciclone e apoiar na prestação de cuidados primários de saúde”.

    Para os que pretendem participar na angariação de fundos, poderão fazê-lo através de transferência bancária através da conta de emergência PT50 0035 0551 00007722130 32.

  • Algumas zonas da cidade da Beira voltaram a receber eletricidade

    Algumas zonas da cidade da Beira voltaram esta sexta-feira a receber energia elétrica, uma semana depois do apagão provocado pelo ciclone Idai, anunciou a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM). “A subestação elétrica da Munhava, considerada a subestação-mãe na cidade da Beira, já está em funcionamento”, anunciou a EDM em comunicado.

    O ciclone arrancou o teto da estrutura, a chuva entrou e danificou boa parte do equipamento”. A subestação foi reativada e, apesar de ter todas as saídas de energia disponíveis, foram ligadas apenas duas linhas: uma que fornece energia ao Hospital Central de Beira e outra que vai até à zona baixa da cidade.

    À medida que a rede de distribuição for restabelecida “mais linhas serão alimentadas”, acrescenta a EDM. Foi ainda reativada uma subestação intermédia que fornece energia ao Diário de Moçambique e às delegações da televisão e rádio estatal (TVM e RM) na cidade da Beira. “No terreno, os trabalhos continuam com vista a reposição gradual de todo o sistema”, conclui a EDM.

    (Lusa)

  • Marcelo Rebelo de Sousa: "A mim apetece-me várias vezes partir para Moçambique"

    O Presidente da República abordou a situação em Moçambique, numa visita ao Porto, e informou que não tem qualquer dado sobre vítimas portuguesas em Moçambique. “Até agora, felizmente, não temos nenhum dado que permita falar de algum compatriota falecido”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa. O atraso nas comunicações com os portugueses, acrescentou o chefe de Estado, deveu-se ao facto de não existirem “comunicações nenhumas” nos primeiros dias.

    Sobre as críticas de algumas pessoas em relação ao atraso da ajuda portuguesa, Marcelo disse compreender “que se esperava outro tipo de resposta”, mas argumentou que “têm de perceber que se está a atuar num Estado estrangeiro, que tem estruturas próprias, organizações internacionais”.

    Quando cai uma tragédia de repente em cima das pessoas, esperam que haja um apoio imediato, mas não percebem como é difícil esse apoio imediato, sem comunicações, sem energia e num Estado estrangeiro”, referiu o Presidente da República.

    “A mim apetece-me várias vezes partir para Moçambique, mas não é território português e não é possível ao Presidente de Portugal aparecer em Moçambique sem um convite ou uma diligência do Presidente moçambicano”, argumentou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

  • Idai provocou 293 mortes em Moçambique, mas número “vai subir”

    O número de mortes provocadas pelo ciclone Idai em Moçambique ascende a 293 e poderá ainda subir, anunciou o primeiro-ministro, em conferência de imprensa na cidade da Beira. “Temos um número de 293 mortos, mas acreditamos que o número vai subir”, referiu Carlos Agostinho do Rosário, uma semana depois de o ciclone ter atingido Moçambique.

    “Estamos no terreno. Em Buzi verificou-se que estavam ainda pessoas nos tetos e nas bancadas de campos de futebol”, acrescentou. “O desafio é libertar as populações”, que ainda se encontram sitiadas, referiu o primeiro-ministro.

    A informação atualizada do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) aponta para 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas. Há 109 locais de acolhimento onde estão 89.000 pessoas (classificadas como “pessoas salvas”) nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia – sendo que a maioria (62.000) corresponde a Sofala.

    Segundo o INGC, estima-se que haja ainda 347 mil pessoas em risco, mais de metade nos distritos de Buzi e Dondo. Os meios alocados para as operações de socorro correspondem a 120 especialistas em busca e resgate, 11 helicópteros e 29 barcos. Há ainda no dispositivo dois aviões, duas fragatas, oito camiões e 30 telefones satélite.

    (Lusa)

  • Água Monchique entrega 5.000 euros a Moçambique

    A Sociedade da Água de Monchique entregou esta sexta-feira um donativo de 5.000 euros à Cruz Vermelha Portuguesa, um valor destinado a ajudar as comunidades afetadas pela passagem do ciclone Idai.

    No dia Mundial da Água, a sociedade que explora a concessão pública da água mineral de Monchique pretende sensibilizar toda a comunidade a “ajudar a minorar esta catástrofe”. “Mas queremos também deixar a todas as pessoas afetadas uma mensagem de esperança no futuro e no renascer destas comunidades”, revela Vítor Hugo Gonçalves, presidente da Sociedade da Água de Monchique, citado em comunicado.

    Os donativos para a Cruz Vermelha, recorde-se, podem ser feitos para a conta bancária PT50 0010 0000 3631 9110 0017 4 ou por multibanco, escolhendo a opção Pagamento de Serviços (entidade 20 999 e referência 999 999 999).

  • Primeiro C-130 português com apoio chegou à Beira, em Moçambique

    O primeiro de dois aviões C-130 com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique chegou ao início desta tarde ao aeroporto da Beira. O avião chegou às 16h locais (14h em Lisboa) ao aeroporto da Beira, tendo as equipas que seguiam a bordo sido recebidas pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.

    A aeronave transporta a força de reação imediata portuguesa, constituída por 25 fuzileiros, dez elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica). O envio dos dois C-130 Hércules, da Força Aérea Portuguesa, foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), Augusto Santos Silva, tendo partido de Lisboa algumas horas depois.

    Um segundo C-130 com apoio português partiu na noite de quinta-feira para a Beira, transportando uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil, elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.

    No primeiro avião, além dos 35 militares, integram a força, uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

    Os técnicos portugueses que chegaram hoje ao centro de Moçambique vão apoiar as operações de busca e salvamento, com uma equipa de fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior no país e que “conhece bem as responsabilidades”, descreveu o ministro.

    A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos, acrescentou Augusto Santos Silva. Este primeiro C-130 transporta ainda um oficial de engenharia cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista do restabelecimento das comunicações.

    (Lusa)

  • Liga Moçambicana de Futebol adia arranque do campeonato moçambicano

    A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) adiou o arranque do campeonato nacional, que havia sido marcado para 30 de março, devido à devastação provocada pelo ciclone Idai, anunciou a entidade. “Foi decidido o adiamento do início do Moçambola, que estava indicado para 30 de março”, disse Ananias Couana, presidente da LMF, em conferência de imprensa.

    A prova só vai começar quando as condições estiverem normalizadas, acrescentou.

    A região centro, que está a sofrer os efeitos do ciclone Idai, alberga várias equipas que vão participar no Moçambola e que estão integradas no grupo do “centro/norte”, um dos dois em que o campeonato moçambicano de futebol estará este ano dividido, com oito equipas cada. Além do “centro/norte”, o campeonato será também disputado pela “região sul”, igualmente composto por oito equipas.

    (Lusa)

  • Mais de 500 moçambicanos refugiados no Maláui, Zâmbia e Zimbabué

    O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, estima que mais de 500 moçambicanos poderão estar refugiados no Maláui, Zâmbia e Zimbabué depois da passagem do ciclone Idai, avança a Rádio Moçambique. Geraldo Saranga sublinhou que o Governo está em constante coordenação com as missões diplomáticas e consulados de Moçambique nesses países para apoio aos moçambicanos.

1 de 3