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“Parem de nos deixar zangados”. O essencial da chegada de Greta Thunberg a Lisboa:
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Greta Thunberg à saída do Cais das Docas de S. Amaro fez umas breves declarações aos jornalistas ainda presentes e depois foi ladeada por jovens ativistas até aos carros elétricos que a Câmara Municipal de Lisboa disponibilizou à ativista de 16 anos.
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“Uma coisa é o presidente de Portugal estar feliz com uma causa que é causa de Portugal — e eu tive oportunidade de a ouvir nas Nações Unidas, na cimeira em que também falei relativa às alterações climáticas. Outra coisa é dar a sensação de que estou a querer tirar proveito e partido político, não para o país, mas para mim, como presidente da República”, disse esta terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa sobre a sua não presença na zona das docas de Lisboa, no comité de boas-vindas a Greta Thunberg — estava perto, em Belém, no Museu dos Coches, numa das ações da iniciativa “Desportistas no Palácio”.
O presidente Marcelo já tinha avisado esta segunda-feira que não iria receber a jovem ativista sueca, para não ser acusado de “aproveitamento político”.
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"Vou ficar uns dias em Lisboa"
“Acho que as pessoas estão a subestimar a força dos miúdos zangados”, respondeu a jovem sueca quando questionada sobre o facto de alguns adultos a acusarem de não ser mais do que “uma miúda zangada”. Às perguntas sobre a viagem transatlântica que acabou de fazer, dos Estados Unidos para Portugal, Greta Thunberg também respondeu de forma contundente: não defende que toda a gente deixe os aviões, só quer passar uma mensagem e acredita que esta é a melhor maneira de o fazer.
Depois, e apesar de reconhecer a sua ignorância sobre a política energética portuguesa, nomeadamente sobre os esforços rumo à neutralidade carbónica, a sueca foi categórica: “Nenhum país do mundo está a fazer o suficiente”.
“Vou ficar em Lisboa alguns dias, tenho estado isolada, tenho de descansar, de me organizar para saber o que se passa e ter tudo o que preciso e depois irei para Madrid”, explicou ainda Greta Thunberg, desmentindo as notícias que davam como certa a sua ida para a capital espanhola já esta noite.
Apesar de não ter explicado como fará o resto da viagem até à Cimeira do Clima, a jovem sueca deu duas garantias: na sexta-feira estará em Madrid para participar na grande manifestação pelo clima e depois disso regressará a casa, para passar o Natal.
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“Toda a gente tem de fazer aquilo que conseguir para garantir que está do lado certo da História. Só assim conseguiremos a mudança”, sublinhou Greta Thunberg, na doca de Santo Amaro, em Lisboa. “Sinto-me bem, sinto-me com energia para continuar. E não sei mais o que dizer”, rematou com um sorriso.
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“Não estou habituada a isto… ainda”, continuou a jovem, de apenas 16 anos. “Eu, como os outros ativistas pelo clima, não vamos parar e vamos fazer tudo o que conseguirmos. Vou continuar a viajar por aí, para espalhar a mensagem, para que esta mensagem se torne prioritária”, prometeu, já com Madrid e a Cimeira do Clima no horizonte.
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"Sabe muito bem sermos recebidos desta forma", diz Greta Thunberg
“Sabe muito bem sermos recebidos desta forma”, diz Greta Thunberg em Lisboa. “Estou muito grata por ter feito está viagem e por ter passado por esta experiência e sinto-me muito honrada por estar aqui em Lisboa, em Portugal. Depois de ter ter estado isolada durante 3 semanas, num espaço tão limitado e com tão poucas coisas por fazer, sinto-me bastante descontraída e ser recebida desta forma é muito bom.”
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Depois de duas jovens ativistas portuguesas, Matilde e Beatriz, do movimento Greve Climática Estudantil, se manifestarem contra a construção do novo aeroporto do Montijo e pedirem a Greta que não desista da luta — “Não pares, Greta, vamos apagar o fogo que está a queimar a nossa casa” —; ouviu-se a breve intervenção de um rapaz brasileiro, natural da Amazónia, que alertou para os incêndios reais que têm consumido a floresta local. A seguir, foi Riley Whitelum, o dono do catamarã La Vagabonde, a subir ao palanque.
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Para o presidente da Câmara de Lisboa, a de Greta Thunerg é “uma das vozes mais marcantes, que está a lutar por todos nós numa das batalhas mais importantes, a luta contra as alterações climáticas”. “Em Lisboa estamos cientes de que estamos a perder a batalha contra as alterações climáticas”, acrescentou Fernando Medina, nos breves minutos em que se dirigiu à jovem ativista sueca. “Greta, quero que saibas que tens aqui uma comunidade empenhada em combater as alterações climáticas e que, quando pensares em Lisboa, penses que aqui também é a tua casa”, foi como se despediu.
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Veja aqui o discurso de Greta Thunberg, em Lisboa:
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Fernando Medina recebe Greta Thunberg em Lisboa: “Em nome de toda a cidade, quero dizer que é um privilégio ter-te aqui”.
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A Rádio Observador também está a acompanhar a chegada de Greta Thunberg a Lisboa. Acompanhe a emissão aqui.
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Greta Thunberg atraca finalmente em Lisboa
O catamarã de Greta Thunberg acaba de atracar na doca de Santo Amaro, sob um coro de aplausos.
Lisbon!! pic.twitter.com/WkWi1da4WO
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) December 3, 2019
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Manifestantes vestidos de vermelho esperam por Greta num barco junto ao porto
Um grupo de manifestantes vestidos com fatos vermelhos, de rostos pintados de branco e punhos cerrados erguidos, estão neste momento num barco junto ao porto com uma faixa que diz: “Emergência climática”. Têm um símbolo com eles — um círculo preto com o desenho semelhante a uma ampulheta no interior. Chamam-se Red Rebel Brigade e funcionam como uma brigada do movimento internacional Extinction Rebellion.
“Simbolizam o sangue comum que partilhamos com todas as espécies, que nos une e nos torna um”, explicou ao Observador uma das integrantes da ala portuguesa do Extinction Rebellion, um grupo de ativistas pelo clima que se têm notabilizado pelos protestos radicais que organizam em todo o mundo e que há pouco tempo, depois de uma ação que correu mal no metro de Londres, obrigaram a um pedido de desculpas de um dos líderes do movimento.
Extinction Rebellion reconhece erro no protesto no metro de Londres e pondera mudanças
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Há seis embarcações, uma da Polícia Marítima, a acompanhar a chegada a Lisboa do catamarã onde segue Greta Thunberg, de 16 anos. A vogar impelido apenas pelo vento, o La Vagabonde, inicialmente esperado entre as 8h e as 10h, ainda deverá demorar até entrar na doca de Santo Amaro.
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Greta Thunberg pode demorar a atracar
Greta Thunberg ainda pode demorar algum tempo até atracar no porto de Santo Amaro. É certo que o La Vagabonde está ao largo da costa lisboeta e que daqui até se vê o Estádio do Jamor. Mas navegando somente ao sabor do vento, sem o auxílio de motores, o catamarã ainda pode ter uma longa viagem pela frente. O vento sopra com menos intensidade e as correntes são menos favoráveis. É por tudo isto que dificilmente se pode fazer uma previsão da hora de chegada de Greta Thunberg a terra.
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Abóbora ao jantar e as saudades dos cães
Esta madrugada, já depois de avistar e fotografar a costa portuguesa, Nikki Henderson, a skipper britânica aos comandos do La Vagabonde, partilhou no Facebook um texto sobre o último dia que passou em alto-mar, com Greta Thunberg e companhia — “a nossa família temporária, agora amigos”.
Depois de um início atribulado, com ventos de 40 nós e ondas de mais de cinco metros, as condições atmosféricas melhoraram, explica, e a tripulação teve tempo para fazer um balanço sobre os 21 dias da viagem que está agora prestes a terminar.
A seguir a um jantar de restos — “estamos a tentar comer toda a comida fresca que ainda temos, para que não se estrague, por isso tivemos todos uma overdose de abóbora” —, conversaram sobre aquilo de que mais sentiram falta durante a travessia transatlântica e aquilo que mais desejam fazer assim que pisarem terra firme. “Eu respondi a minha família e os meus amigos. Tem-me sido particularmente difícil estar longe desta vez, já que toda a gente tem alguém próximo a bordo. As outras coisas de que falámos — caminhar, fazer exercício, rotinas em terra, escolha, ter uma noite inteira de sono, casa e cães (a Greta e o Svante).”
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— “What do you want?”
— “Climate justice!”— “When do you want?”
— “Now!”Agora que Greta Thunberg está quase, quase a pisar solo nacional, os ativistas à espera da jovem ambientalista mais famosa do mundo começam a entoar palavras de ordem. Em inglês com sotaque, exigem “justiça climática já”.
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O catamarã que transporta Greta Thunberg passa ao largo de Caxias:
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O que traz Greta Thunberg a Portugal?
Agora que Greta Thunberg está mesmo a chegar a Lisboa, convém recordar que a ativista passa pela capital portuguesa porque está a caminho de Madrid, em Espanha. É lá que vai acontecer a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, um encontro em que quase 200 países e milhares de pessoas discutem medidas para combater as alterações climáticas. Este ano acontece a 25ª edição deste encontro, considerada a mais importante desde o Acordo de Paris, assinado em 2015.
Quem assinou o Acordo de Paris comprometeu-se a tomar medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera. O objetivo é limitar o aquecimento global abaixo dos 2ºC. Este ano vai fazer-se o balanço do que já se fez até agora em prol desse objetivo. E o que ainda falta fazer.