Catherine, ou Kate, como é popularmente conhecida, caminha para se tornar a primeira rainha de origem plebeia na história britânica desde Anne Hyde, mulher de James II. A história da atual princesa de Gales teria tudo para ser um conto de fadas, não fossem os desenvolvimentos recentes, que lembram como nem o trono está imune aos desafios dos comuns mortais. Habituado a vasculhar as biografias dos protagonistas da realeza, Robert Jobson centra-se no entanto nessa ascensão luminosa digna de um romance com final feliz, desde o momento em que a jovem Middleton conheceu o príncipe William, até ao casamento, em 29 de abril de 2011, mais um degrau na escalada da popularidade que Kate atingiu e vem mantendo, mesmo acima do soberano Carlos III. O título chegou às livrarias em agosto. A edição portuguesa chega às bancas a 14 de outubro, pela Ideias de Ler.

Ao sexto romance histórico, Maria João Fialho Gouveia deixa-se guiar por uma personagem espantosa, a princesa Zita de Bragança Bourbon-Parma, filha do duque Roberto de Parma (1848-1907) e da princesa Maria Antónia de Portugal (1862-1959), e neta de D. Miguel de Portugal (1802-1866). Nascida em Viareggio, na costa oeste de Itália, em 9 de maio de 1892, batizada em honra da santa toscana do século XIII, Zita de Lucca, descendia de três casas reinantes, famílias de Portugal, França e Espanha. Em 21 de outubro de 1911, casou-se com o arquiduque Carlos de Habsburgo, que herdaria o trono da Áustria depois do assassinato do seu tio, o arquiduque Francisco Fernando (1863-1914) e da morte do avô Francisco José I (1830-1916). Imperador da Áustria em 1916, acabaria afastado durante a turbulência da I Guerra, e encontrou na Madeira o cenário do seu exílio, onde morre vítima da pneumonia em 1922. É já viúva que Zita dá à luz o seu oitavo filho, e que assistirá a novo conflito sangrento no seio da Europa, agora à mercê da sanha de Hitler.

Chegou no passado mês de abril aos 95 anos e não é por acaso que tem direito a um título chamado “A filha do império”. Uma vida longa e recheada, que já deu outros frutos literários, e que aqui merece um álbum com o especial cunho da filha India Hicks. Lady Pamela, a benjamim do conde de Mountbatten e Burma, último vice rei da Índia, e de Edwina Mountbatten, conhece os corredores reais, e todos os palcos da aristocracia, como poucos protagonistas e testemunhas do século XX e mais além. Trineta da rainha Vitória, é prima, através do pai, do príncipe Filipe, duque de Edimburgo, e foi dama de honor da rainha Isabel II. Mas as ligações não ficam por aqui. Pamela Carmen Louise Hicks é viúva do decorador de interiores e designer David Nightingale Hicks (1929 -1998), com quem teve três filhos. A mais nova do clã, autora desta obra, é nada mais nada menos que afilhada do atual rei Carlos III e da então princesa de Gales, Diana Spencer. “Lady Pamela: My Mother's Extraordinary Years as Daughter to the Viceroy of India” é um registo pessoal e visual a cargo de India, que vasculhou arquivos de família e material efémero para compor este tributo. O resultado é um volume tão elegante como Lady P, como é carinhosamente tratado, que inclui correspondência com a antiga monarca e imagens dos sítios, destinos e interiores incríveis que frequentou.

Omnipresente, mesmo após a morte, e objeto de obras infindáveis, Isabel II terá sido a seu tempo um dos rostos mais famosos do mundo, e que mais tempo manteve essa aura. "Através da sua persona pública, estava presente em todos os lugares e em nenhum lugar para ser encontrada. Sendo tudo para todos os homens e todas as mulheres, a Rainha, distinta de Elizabeth Windsor, tinha o luxo de não ser nada em si mesma.", resumia na perfeição o The Guardian por ocasião deste lançamento. Ao longo de 96 anos, a sua imagem povoou canecas e canetas, reproduzida à exaustão, mas nem por isso deixou de ser uma enigma para todos aqueles que recordam o seu sentido de dever e ar radiante. Craig Brown pretende oferecer um retrato diferente da antiga soberana, embarcando num divertido caleidoscópio biográfico, que combina história, ensaio e sátira. A edição da Farrar, Straus and Giroux tem lançamento previsto para 1 de outubro.

Com a Rússia no centro da convulsão no velho continente, “O Último Czar” ganha especial interesse. Quando Nicolau II foi afastado do poder, em 1917, o império mergulhou na guerra e na crise social. Um contexto que a história consagrou como trágico, mas que acima de tudo, reza a recente viagem pelos arquivos, estará mais ligado à fraca liderança do que a um destino previamente traçado pelos astros. A obra de Tsuyoshi Hasegawa, professor emérito de História da Universidade de Santa Bárbara, a publicar em 3 de dezembro, segue a queda dos Romanovs e como a resistência em reformar por parte de Nicolau II condenou a monarquia à morte, uma dinastia em peso a um final funesto, e como em última instância conduziu à União Soviética.

Monarquia e gastronomia. Os termos não só rimam como ganham toda uma afinidade extra neste volume assinado por Tom Parker Bowles. Filho da rainha Camila, crítico gastronómico há mais de vinte anos, o autor guia os leitores (e possíveis cozinheiros domésticos) pela história culinária real e por material retirado dos arquivos que é do mais conteúdo gourmet que pode haver. Tom apresenta um menu composto por descontraídos piqueniques e pequenos-almoços, e faustosos jantares e banquetes de estado, para uma abundância de pormenores e receitas. Cada capítulo vem acompanhado por peripécias saídas das cozinhas reais e respetivas tradições, desde a época vitoriana ao reinado de Carlos III. E claro que o livro, com edição prevista para 26 de setembro, inclui o martini do atual monarca e as papas de aveia predilectas da rainha.

Uma lição que foi também uma relação de amizade, cruzada ao longo de nove anos. Depois desse casamento do século, em 1981, ou pelo menos da década, Anne Allan recebeu uma missão inesperada. A dançarina do London City Ballet foi recrutada para dar aulas de ballet a uma aluna muito especial, sua alteza real Diana, princesa de Gales. O que se seguiria foram centenas de encontros no seu estúdio privado, sempre à margem da agenda oficial da então mulher do futuro rei, e do assédio da imprensa, que desconhecia esta rotina. Através do movimento, Diana pôde dar expressão a uma vida única, longe dos flashes permanentes, e frequentar de forma clandestina os bastidores dos principais teatros londrinos. Essas memórias são agora registadas em livro poe Allan, em “Dancing with Diana”.