Momentos-chave
- Grécia volta a falhar pagamento ao FMI
- Ala radical do Syriza está contra, mas ainda não decidiu voto
- Dijsselbloem. Empréstimo de transição é complexo
- Dijsselbloem continua à frente do Eurogrupo
- E agora, Sr. Alexis Tsipras?
- Alemanha vota programa de ajuda à Grécia na sexta-feira. Antes disso, Tsipras tem de aprovar reformas
- Acordo ou "declaração de intenções"?. A análise de dois bancos de investimento internacionais
- O que se segue para Atenas: eleições antecipadas?
- FMI fica
- Juncker: Negociações sobre novo programa devem começar no final da semana
- Governadores dos bancos centrais não deverão reforçar o ELA - Reuters
- As reações dos líderes europeus ao acordo
- Alexis Tsipras: "Lutámos duramente até ao fim"
- Um ponto de situação. O primeiro do dia
- Fumo branco. Atenções viram-se para o parlamento de Atenas
Histórico de atualizações
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Boa noite. Saímos de cena hoje com o anúncio de um segundo incumprimento da Grécia em relação ao FMI.
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Grécia volta a falhar pagamento ao FMI
A Grécia voltou a falhar um pagamento ao Fundo Monetário Internacional, no valor de cerca de 456 milhões de euros, que deveria ter sido recebido esta segunda-feira. O conselho diretivo do fundo já está informado deste novo incumprimento que eleva para dois mil milhões de euros os pagamentos em falta ao FMI. Numa nota, o FMI adianta que a pedido de adiamento do pagamento devido a 30 de junho, apresentado pelas autoridades gregas, deverá ser discutido pelo conselho executivo nas próximas semanas. O FMI deverá participar no terceiro resgate à Grécia.
Um dos objetivos do empréstimo de transição (empréstimo ponte) de emergência que está a ser discutido a nível dos ministros das Finanças é regularizar o pagamento das tranches em dívida ao FMI e evitar que a Grécia entre em incumprimento com o Banco Central Europeu. Atenas deveria pagar 3,5 mil milhões de euros às instituições lideradas pelo BCE no próximo dia 20 de julho.
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Para Eil Irwain, que escreve no New York Times, o compromisso obtido esta segunda-feira é o acordo que vai atirar a Grécia ao abismo, ao invés de a afastar do precipício, lembrando que os eleitores gregos disseram não a um acordo menos duro há pouco mais de uma semana no referendo.
Já Allister Heath do Daily Telegraph defende que Angela Merkel pretende criar uma barreira de proteção (ring-fencing) de dezenas de milhares de milhões de euros (50 mil milhões de euros) de ativos gregos como rede de segurança para o terceiro resgate. Estes ativos vão sair da tutela da soberania grega para ficar sob a proteção dos credores, tratando o país como se fosse uma empresa ou um banco que enfrenta um processo de falência.
Ainda a propósito do plano de venda de ativos, a Bloomberg recorda que o primeiro plano de resgate com o primeiro-ministro George Papandreou previa também um pacote de privatizações de 50 mil milhões de euros. Nem 10% da receita terá sido alcançada. E o governo do Syriza tem muito mais resistência a privatizações. Uma das operações impostas é a venda da rede de distribuição de eletricidade.
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O acordo arrancado a ferro e fogo na madrugada de segunda-feira está a suscitar pouco ou nenhum entusiasmo e muitas reservas a analistas e colunistas. Numa nota difundida esta segunda-feira, o fundador do Greenlight Capital, um hedge fund americano, defendeu que os líderes europeus parecem preparados para deixar cair a Grécia caso isso seja necessário para desencorajar a vitória eleitoral de outros partidos populistas ou anti-austeridade.
“Os líderes europeus não se mostrou dispostos a permitir ao Syriza um acordo para salvar a face, mesmo isso signifique o colapso da Grécia e o sofrimento para resto da Europa”, sublinhou David Einhorn numa carta aos investidores.
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O empréstimo ponte ou de transição poderá abrir mais uma fonte de clivagem entre os países da União Europeia, desta vez alargada aos 28 membros. A utilização do EFSM (mecanismo europeu de estabilização financeira) para suportar o financiamento urgente, que pode chegar a 8600 milhões, para evitar o default (incumprimento) grego, estará já a levantar reservas no Reino Unido. O governo eurocético de David Cameron prometeu excluir o país de novas ajudas aos países do euro. O EFSM é um mecanismo de financiamento de emergência para os 28 estados membros que tem como garantia o orçamento comunitário. De acordo com as contas da Bloomberg, o Reino Unido poderá ter que entrar com mil milhões de libras (1400 milhões de euros) se este mecanismo for usado para avançar fundos urgentes a Atenas.
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O terceiro resgate à Grécia é também um resgate ao sistema bancário do país que enfrenta um feriado forçado há mais de uma semana, com restrições à movimentação de capitais e levantamento de dinheiro. O Banco Central Europeu recusou o aumento do empréstimo de emergência aos bancos do pais. Tal como os parceiros, o BCE quer ver primeiro o acordo passar no Parlamento, antes de avançar mais crédito.
O problema não é apenas de liquidez, mas também de capital e os bancos podem ter que usar até 25 mil milhões de euros do novo financiamento. O ataque ao crédito malparado, que vai continuar a aumentar com o prolongamento da crise, é um dos compromissos do terceiro resgate.
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O feriado bancário na Grécia foi entretanto prolongado até 15 de julho, próxima quarta-feira, segundo o ministro das Finanças grego. Os bancos gregos fecharam no dia a seguir ao referendo que no dia 5 de julho votou não às medidas de austeridade
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Já o PCP criticou o acordo alcançado para um terceiro programa de ajuda financeira à Grécia, que classificou de “processo de chantagem, desestabilização e asfixia financeira”, acrescentando que tirou partido de “incoerências” do Governo grego.
“Face às decisões da Cimeira do Euro visando o início das negociações de um novo ‘memorando’ para a Grécia, o PCP reafirma a sua condenação do processo de chantagem, de desestabilização e de asfixia financeira promovido pela União Europeia e o FMI visando impor ao povo grego a continuação do endividamento, da exploração, do empobrecimento e da submissão”, afirmou o PCP em comunicado citado pela agência Lusa.
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PS congratula-se com acordo
O PS congratulou-se com o acordo alcançado sobre a Grécia na cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, considerando que só foi possível graças ao empenho dos socialistas europeus no processo negocial. A posição oficial do PS foi transmitida pela dirigente Ana Catarina Mendes e está publicada na versão digital do jornal oficial deste partido, o Ação Socialista (www.accaosocialista.pt).
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A ministra das Finanças portuguesa, Maria Luís Albuquerque, diz que há um calendário “tentativo” de quatro semanas para concluir o acordo para o terceiro resgate. Ainda vai exigir muito trabalho, acrescenta. A decisão sobre o empréstimo ponte (de transição), terá de ser “tomada esta semana”, mas seguramente depois da votação do acordo no Parlamento grego. Este financiamento, acrescenta, é muito urgente para assegurar o reembolso ao Banco Central Europeu e resolver o pagamento em atraso ao FMI.
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Os vários membros do Eurogrupo continuam a falar sobre o empréstimo de transição para a Grécia, mas ainda não há detalhes sobre esta operação que permitirá aliviar no curto prazo a pressão financeira sobre Atenas. O ministro das finanças italiano, Padoan, diz que há várias opções em cima da mesa. Não se conhecem valores ainda.
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Quarta-feira promete ser um dia escaldante em Atenas. Para além de uma votação incerta no Parlamento, o sindicato dos trabalhadores do Estado está a apelar a uma paralisação de protesto contra o acordo que foi alcançado com os parceiros europeus.
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O Eurogrupo ainda não chegou a um acordo sobre o empréstimo de transição, adianta Stubb. O ministro das Finanças finlandês diz que este financiamento terá de ser acordado amanhã.
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Ala radical do Syriza está contra, mas ainda não decidiu voto
E ganham força as vozes que na Grécia estão contra o acordo, à esquerda e à direita. A ala mais radical do Syriza, a plataforma de esquerda, não irá apoiar o acordo alcançado com o Eurogrupo, assegura um deputado citado pela Bloomberg sob anonimato. No entanto, os líderes desta plataforma ainda não decidiram se votam contra ou se se vão abster na votação quarta-feira, no parlamento grego. Os ministros desta tendência, Panagiotis Lafazanis, ministro Energia, tem sido um dos grandes opositores às cedências de Tsipras à austeridade, não têm para já planos para se demitirem do executivo.
Também Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes, já veio dizer que o seu partido, que faz governo com o Syriza, não concorda com os termos resgate. Os votos contra do parceiro de governo e da ala radical do Syriza são suficientes para retirar a maioria parlamentar a Tsipras que ficaria dependente dos votos da oposição.
Kammenos considera que o primeiro-ministro Alexis Tsipras foi “chantageado” na cimeira da zona euro que terminou esta segunda-feira. Kammenos, que é também ministro da Defesa, diz não ter planos para abandonar o governo liderado pelo Syrisa, mas recusa participar num governo de união nacional, uma solução que poderia seguir-se à queda do atual executivo. Para o parceiro de direita de Tsipras, o primeiro-ministro grego foi alvo de “um golpe” desencadeado pela Alemanha e outros países.
Já o ex-ministro das Finanças, Petros Doukas está convencido de que o acordo vai passar no Parlamento grego por uma maioria de dois terços, o que implicará obter o voto favorável de deputados da oposição.
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O presidente do Eurogrupo ainda dá explicações sobre o empréstimo de transição à Grécia. “É muito complexo. Analisámos um conjunto de possibilidades”. Existem questões técnicas, legais, financeiras e políticas a ponderar, adiantou Dijsselbloem aos jornalistas em Bruxelas depois de terminar a reunião do Eurogrupo.
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Dijsselbloem. Empréstimo de transição é complexo
O reeleito líder do Eurogrupo confirma que foram discutidas as condições para um empréstimo de transição à Grécia, mas este é um assunto “complexo”. Ainda não foi encontrada a chave para este financiamento, adianta.
Jeroen Dijsselbloem assegura que o objetivo sempre foi manter o país na zona euro, mas acrescenta que é preciso reconquistar a confiança com a Grécia. O novo programa de resgate, com a duração de três anos, ainda vai demorar a negociar
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A reunião do Eurogrupo discutiu também a criação de uma taskforce para coordenar um empréstimo de transição para a Grécia, de acordo com responsáveis citados pela agência Bloomberg.
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Dijsselbloem continua à frente do Eurogrupo
A reunião do Eurogrupo já terminou e votou por unanimidade a reeleição de Jeroen Dijsselbloem para liderar os países da zona euro. O ministro das finanças holandês vai fazer um novo mandato de dois anos e meio.
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Os mercados receberam com um sentimento positivo o acordo anunciado esta manhã, mas sem grandes euforias. As bolsas europeias fecharam todas com ganhos, com a Paris e liderar as subidas. O índice da praça francesa valorizou quase 2%. Lisboa progrediu 1,80%.
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Alexis Tsipras já trabalha em Atenas. E o tempo urge.
O primeiro-ministro grego chegou a Atenas às 14h de Lisboa. E faz-se votos para que tenha conseguido descansar durante o voo, porque Alexis Tsipras terá já nas próximas horas uma reunião de emergência com o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, e Nikos Filis, um membro destacado do Syriza que irá ajudar Tsipras a lidar com os dissidentes no Syriza.
A informação é da correspondente do The Guardian em Atenas. Nikos Filis disse esta manhã que os deputados que não concordam com o acordo podem demitir-se de imediato.
Tsipras vai, depois, encontrar-se com Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes – partido que está em coligação com o Syriza. Ainda não é conhecida, com clareza, qual será a posição de Kammenos, que sabe que provavelmente teria muitas dificuldades caso houvesse eleições antecipadas nesta altura.