Momentos-chave
- O "orgulho" de Louçã e o aviso: o BE não vai recuar
- Ouvem-se críticas à direção: "Coragem não é isto"
- Luís Fazenda põe os pontos nos "is": o BE não é o PS, "este não é o nosso Governo"
- Pedro Filipe Soares: "O Bloco quer ser a força mais forte do Governo de Portugal"
- Miguel Urbán: "Vim buscar amigos e amigas para mudar a Europa"
- "Ficar à espera de ventos bons de Bruxelas e de Berlim não só não é realista como é perigoso"
- "Com o crescimento do Bloco foi possível tirar a direita do poder e forçar o PS a um acordo"
- Louçã: UE é um "projeto falhado" assente em "finança selvática" sobre as pessoas
- Catarina Martins: “Este não é o momento dos países saltarem com cartadas de referendos"
- Vídeo: Best of do Bloco de Esquerda ou como tudo começou
Histórico de atualizações
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Os trabalhos são dados por terminados no pavilhão do Casal Vistoso, com um aviso à navegação: “há duas televisões na zona do bar, há comida e bebida”. É hora de futebol. Amanhã há mais, com os resultados das votações para os órgãos nacionais.
O Observador estará por aqui. Obrigada por nos ter acompanhado.
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João Semedo não entra na lista para a Mesa Nacional
O nome de João Semedo não consta da lista da Moção A para a Mesa Nacional do BE, órgão máximo entre convenções, tendo o antigo coordenador bloquista – que partilhou a liderança do partido com Catarina Martins, entre 2012 e 2014 – decidido não continuar naquele órgão. Mas recusa que a saída seja por discordância ou desmotivação, mas sim por considerar ser tempo de “ter outra forma de intervenção política e partidária”.
Numa declaração à agência Lusa, João Semedo explicou que “não foi por qualquer discordância ou desmotivação política” que decidiu não continuar na Mesa Nacional, mas sim “por considerar que hoje é tempo de ter outra forma de intervenção política e partidária, tantos anos passados como dirigente do BE”.
O antigo coordenador e deputado bloquista estava já afastado do palco político devido a um cancro nas cordas vocais que lhe chegou a retirar a voz.
*com Lusa
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Veja também a intervenção de Fernando Rosas, na íntegra:
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Veja aqui, na íntegra, a intervenção de Mariana Mortágua nesta X Convenção do Bloco de Esquerda:
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Futebol tira duas horas à discussão interna - e já há queixas
O jogo da seleção de futebol marcado para as 20h vai fazer com que os trabalhos deste sábado da convenção tenham de terminar duas horas mais cedo do que o previsto – e isso já está a motivar queixas. No palco, a bloquista Maria José Vitorino lamentou que, por causa do futebol, o partido tenha “menos duas horas para nos ouvirmos uns aos outros”.
Acabando antes das 20h, os trabalhos da convenção retomam no domingo às 10h, estando previsto o discurso de encerramento para as 11h.
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Veja o discurso do fundador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, na X Convenção do partido:
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O "orgulho" de Louçã e o aviso: o BE não vai recuar
Francisco Louçã, antigo coordenador do Bloco de Esquerda, subiu ao palco da convenção do BE de “sorriso aberto” e cheio de “orgulho”. Orgulho de tudo, desde o facto de o BE ser “o único partido que tem as contas limpas no TC”, ao facto de Catarina Martins ter “protagonizado a maior transformação da relação de forças políticas em Portugal dos últimos 40 anos”. Ou orgulho de ver “Marisa Matias brilhar na campanha presidencial”, ou ainda de ver Pedro Filipe Soares dizer “o que todos queremos que seja dito sobre a Caixa Geral de Depósito pública”.
Assistindo à transformação dos últimos meses do BE com um pé dentro e outro fora, Francisco Louçã olha para o seu partido como um ex-líder orgulhoso do filho que deixou para ver crescer. Defende que o seu partido é “a garantia” do acordo que suporta o Governo, e garante que o Bloco não vai recuar nem vai deixar cair medidas.
“Não falhamos, não recuamos, cumprimos e cumpriremos. Quem vive do seu salário e da sua pensão sabe que tem o Bloco de Esquerda. Damos uma certeza: Medida a medida não andamos para trás, nunca deixaremos cair, e ai de quem deixar cair”, avisou Francisco Louçã. Mas não especificou o destinatário do recado.
Numa bipolarização do quadro político, Louçã apontou o alvo ao PSD, definindo o maior partido da oposição como “o adversário imediato da grande disputa” do Bloco de Esquerda. “Não vos vou falar do CDS, porque o Bloco já fez a resolução do CDS e são águas passadas”, começou por dizer, escolhendo antes apontar baterias aos sociais-democratas, polarizando os eixos: ou nós ou eles. “Querem Passos Coelho e o partido das sanções contra Portugal, ou querem um Bloco em defesa do povo? Querem Maria Luís Albuquerque, para quem a política é a continuação da finança especulativa, ou querem um Bloco contra a especulação?”, questionou.
E desdobrando-se em elogios a Catarina Martins deixou um alerta: “Tenham cuidado que o melhor ainda está para vir”.
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Mariana Mortágua: "Nós mandamos na economia, os mercados não mandam em nós"
Mariana Mortágua subiu ao palco para falar de dívida e do seu adversário maior: os tubarões das finanças que pedem ao povo “que se sacrifique” em seu nome. “Perante a chantagem mentirosa de quem nos diz que rouba para o nosso bem só podemos ter uma resposta: dizer basta à chantagem da finança”, disse.
“É tempo de lutar pela democracia e resgatar a democracia na Europa. É a vontade popular que define as regras da economia, nós mandamos na economia, os mercados não mandam em nós”, afirmou, sublinhando que é legítima a “desilusão de povos a quem a UE tudo prometeu, inclusive controlar a finança depois da crise financeira, e nada fez.”
“Pôr a finança no seu lugar, doa a quem doer, é condição inevitável para que a esquerda possa concluir o seu projeto”, acrescentou.
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"Partido deslumbrado com o seu próprio sucesso"
“Sou uma radical romântica”, disse Elisabete Figueiredo na sua intervenção em nome da Moção R (Crescer pela Raiz). Esta bloquista, de uma ala tendencialmente mais desalinhada, fez críticas à atual direção: “Parece um partido deslumbrado com o seu próprio sucesso”. Afirmou que o BE “não pode ser um partido como os outros. O nosso código genético é diferente e não se pode deslumbrar pelos voláteis sucessos eleitorais”. E para isso, afirmou, a forma como o BE se organiza “não é indiferente”. E então criticou com dureza o facto de estar para sair da convenção “um partido que deixa uma direção” colegial para “terá uma líder” e um partido que passa para “tomada de decisões unipessoais”. Concluiu: “Separa-nos o modo como se faz política no interior do Bloco”. Sobretudo, sublinhou, por dever ser um partido que devia viver dos movimentos sociais de base.
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Ouvem-se críticas à direção: "Coragem não é isto"
Com os dirigentes do Bloco unidos quase inteiramente em torno da moção A, afeta à atual direção, foi a voz da representante da moção R, Catarina Príncipe, que soou mais crítica. Disse que “coragem” não era “isto”, ou seja, não era enveredar pela via “mais fácil” de se juntar ao PS. “Coragem é não ceder ao medo de nos batermos pelas nossas propostas fundamentais. Coragem é saber que a esquerda que resiste e aquela que se levanta depois de cada derrota mas não perde nunca os seus princípios orientadores”, disse.
A moção R “Crescer pela Raiz”, uma das três que estão esta tarde em discussão, elegeu na última convenção 60 delegados.
Criticando a atual estratégia do partido, Catarina Príncipe pediu à direção que respondesse “frontalmente” a perguntas “difíceis”, nomeadamente sobre as autárquicas do próximo ano. “Admite ou não coligações pré-eleitorais? Em que circunstancias haverá coligações pós-eleitorais com o PS?”, perguntou.
“Temos uma convenção antecipada [costuma ser em novembro, e não em junho] por medo de que ela pudesse acontecer num momento em que o Bloco estará a fazer uma discussão difícil. No entanto, essa é precisamente a razão pela qual ela não deveria ser antecipada”, vincou, dando a entender que no encontro deste fim de semana deveriam ser debatidas posições do partido nas negociações do PS para o próximo Orçamento do Estado.
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Pedro Filipe Soares quer Portugal a "desobedecer" aos que querem uma Europa contra os povos
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda disse ainda, naquela que foi a primeira intervenção da tarde, que Portugal deve desobedecer aos querem uma Europa contra os povos. “Esses que quiseram uma Europa contra os povos agora parece que estão chocados porque os povos se viraram contra eles”, afirmou, referindo-se à decisão tomada esta semana no Reino Unido.
“Convençam-se de que não há mais possibilidade para que seja negado aos povos a capacidade de escolherem o seu destino e é isso que o bloco disse desde o início”, disse.
Apresentou as principais ideias da Moção A, afeta à atual direção, o líder parlamentar bloquista disse que o partido deve “desobedecer” àqueles que querem uma Europa contra os povos e “garantir que a democracia também passa pela soberania democrática” dos países.
“Assistimos ao ‘brexit’ e logo um coro de vozes veio dizer que provavelmente agora a Europa vai ganhar juízo, vão perceber que fizeram algumas coisas mal e arrepiarão caminho”, criticou, lembrando que em todas as anteriores crises “diziam que a Europa ia aprender”, mas tal não aconteceu.
“Será que acreditam mesmo que Wolfgang Schäuble vai ficar mansinho e vai falar candidamente com os países do sul da Europa ou vai-se levantar e dizer: ‘nem pensar em aplicar sanções para Portugal, eles não podem sofrer mais” (…)”, questionou para responder que os dirigentes europeus o que querem é “castigar os povos para que as elites e a finanças saiam sempre por cima destas crises”.
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Reveja também a intervenção de Miguel Urbán, eurodeputado e dirigente do partido espanhol Podemos, na X Convenção do Bloco de Esquerda:
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Reveja aqui, na íntegra, o discurso de Catarina Martins na abertura da X Convenção do Bloco de Esquerda:
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Luís Fazenda põe os pontos nos "is": o BE não é o PS, "este não é o nosso Governo"
Luís Fazenda, um dos fundadores do Bloco de Esquerda, afeto à tendência Esquerda Alternativa (que na última convenção disputou a direção com Catarina Martins), subiu ao palco da convenção para pôr os pontos nos “is” no que à “geringonça” diz respeito. Disse que o BE não é o PS e que o Governo “minoritário” do PS, apoiado no Parlamento pelo BE, não é o “Governo de esquerda que queremos”. “Queremos ir muito mais longe”, disse.
Usando as palavras do líder da oposição, Pedro Passos Coelho, que diz que o atual Governo é o do BE, Fazenda quis demarcar socialistas de bloquistas. “Nós apoiamos numa maioria parlamentar o atual Governo minoritário do PS porque foi a forma de afastar o Governo da direita. Mas nós queremos ir mais longe”, afirmou, referindo-se à recuperação de rendimentos, à “melhor defesa do estado social”, à reestruturação da dívida, etc. “Queremos ir muito mais longe e é essa linha que nos guia dentro da maioria parlamentar”, acrescentou.
Ou seja, o BE apoia o atual Governo mas este não é o “seu” Governo, já que num governo de esquerda debater-se-ia o tratado orçamental e os compromissos europeus, e nesse governo o PS não entraria.
“Sim, estamos numa maioria parlamentar, mas estamos a preparar uma alternativa. Nós não fazemos parte de uma coligação governativa, quem foi defender uma coligação governativa com o PS nas últimas eleições vaporizou-se”, comparou.
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Moção B quer reforço da democracia interna
O primeiro subscritor da moção B à Convenção do Bloco de Esquerda, João Madeira, subiu ao palco da convenção para exigir o reforço da democracia partidária, com o fim de isenções de quotas e de votos por correspondência em eleições internas. A moção B é uma das moções alternativas à da direção.
João Madeira defendeu também a linha política “desafiante do PS” aprovada na anterior convenção realizada há dois anos. No entanto, em matéria de relações com o Governo, pediu à direção que imponha aos socialistas “o fim do ciclo de austeridade”, recusando “a timidez” e avançando com medidas que representem mudanças concretas na vida dos trabalhadores.
“Somos um pulmão de respiração política da esquerda. Temos de afirmar a nossa autonomia e reforçar a nossa capacidade de intervenção”, advogou.
O discurso de João Madeira foi depois sobretudo dedicado à vida interna do Bloco de Esquerda, ponto em que criticou decisões no sentido de isentar membros do partido do pagamento de quotas em vésperas de eleições internas, assim como o aparecimento “de votos aos molhos por correspondência”.
Ainda em termos de democracia interna, este mesmo responsável bloquista exigiu o fim da prática de os militantes do Bloco de Esquerda conhecerem pela comunicação social as posições tomadas pelo partido e criticou “quem faz da atividade política uma carreira profissional”. “Não é também com acordos calculistas com a distribuição de lugares no aparelho que reforçaremos a nossa pluralidade e unidade internas”, acrescentou.
*com Lusa
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Joana Mortágua tem 30 anos, "nasceu com o Cavaco", e exige "um mundo novo"
Fala agora Joana Mortágua. Começa com a luta contra os contratos de associação e elogia as “80 mil pessoas” que se manifestaram em defesa da escola pública, assim como com as “80 mil” que se manifestaram pelo Serviço Nacional de Saúde e as “80 mil pessoas” que marcharam pela banca pública, e contra a precariedade. “É assim que sabemos que estamos a virar o jogo”, disse, sublinhando que “haverá avanços e recuos nesta caminhada”, mas que é esse o caminho que o Bloco tem de seguir.
“É preciso coragem mas é preciso também paciência”, disse, lembrando que tem “30 anos” e que nasceu “com o Cavaco”: “a minha geração exige um mundo novo”, acrescentou.
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Pedro Filipe Soares: "O Bloco quer ser a força mais forte do Governo de Portugal"
“O Bloco quer ser a força mais forte do Governo de Portugal”. Pedro Filipe Soares não esconde a ambição do partido — o Bloco quer mais poder para ter mais para melhor defender as pessoas, assegurando que estará sempre do lado da maioria parlamentar que reponha rendimentos e direitos.
“E à pergunta quer o Bloco de Esquerda ser Governo, a resposta é: quer ser a força mais forte do Governo de Portugal porque sabe que é assim que mais forte defende as pessoas”, disse Pedro Filipe Soares na X Convenção do Bloco de Esquerda.
Sobre a ideia de um eventual cronómetro que está a contar “para mandar abaixo o Governo” o líder da bancada parlamentar foi perentório: “Nós estamos do lado das pessoas na garantia que esta maioria parlamentar lhes trará sempre e em cada momento a reposição de rendimentos e de direitos e em cada momento que esta maioria parlamentar estiver deste lado, nós estamos lá com toda a força”.
“Mas acima de tudo o que é que o Bloco de Esquerda procurará sempre na sua atuação? É que a maioria social em Portugal diga que se levantará contra Bruxelas sempre que Bruxelas se virar contra Portugal. Em Portugal a democracia é nossa e a soberania é do nosso povo nas suas decisões”, sublinhou o líder parlamentar bloquista.
Pedro Filipe Soares não fugiu à questão europeia, admitindo que há divergências com o PS. Mas lembrou: “Há cada vez mais pessoas que dizem de facto que não há futuro nesta Europa, só passado, e que se nós queremos futuro temos de construir uma outra maioria social à escala europeia”.
Em 2014 Pedro Filipe Soares decidiu desafiar a liderança de Catarina Martins e de João Semedo por discordar do rumo escolhido pela direção do partido. Entre outras coisas, a corrente que apoiava o líder parlamentar acusava a coordenação bicéfala de ter “ido bater à porta do PS” quando, em plena crise governativa, desafiou os socialistas a encontrarem uma solução governativa de salvação nacional juntamente com o PCP.
Hoje, com os machados de guerra enterrados, Pedro Filipe Soares deixou elogios ao acordo alcançado. Valeu a pena o Bloco ter feito a escolha que fez”. Mas avisou: “O que nós propomos na moção A é que o Bloco seja o Bloco. O Bloco nunca está na política para esquecer as pessoas, nunca troca lugares por valores”.
*com Lusa
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Começou a discussão sobre as moções. São três as moções de orientação política que estão em cima da mesa, sendo que a primeira, afeta à direção, junta as principais tendências do BE, ao contrário do que se passou em 2014 quando a IX Convenção terminou sem uma liderança do partido, após um empate entre as listas de João Semedo e Catarina Martins e a de Pedro Filipe Soares na eleição para a Mesa Nacional.
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Os trabalhos da X Convenção Nacional do Bloco de Esquerda foram interrompidos para o almoço.
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Miguel Urbán: "Vim buscar amigos e amigas para mudar a Europa"
Foi a primeira grande ovação do congresso: Miguel Urbán, eurodeputado e dirigente do partido espanhol Podemos, subiu ao palco em Lisboa e pôs os bloquistas a aplaudir de pé e a gritar “Si se puede”, com o punho esquerdo em riste.
Miguel Urbán centrou grande parte da sua intervenção, naturalmente, nas próximas eleições em Espanha. Os espanhóis vão a votos já amanhã, 26 de junho, depois de a ultima corrida às urnas ter terminado com um impasse político. Esta é altura de mudara a Europa e a “mudança começa Península Ibérica”, desafiou o dirigente do Podemos.
Num discurso muito aplaudido do início ao fim, Urbán garantiu que se a coligação Podemos/Esquerda Unida alcançar o resultado eleitoral que pretende em Espanha, esse vai ser o início do fim de uma Europa que “deu golpes de estado sem necessidade de tanques”, que esqueceu a “palavra socialismo” e que alimenta todos os dias “políticas racistas e xenófobas”. “”O primeiro passo é desalojar Mariano Rajoy da Mõncloa, mas no dia seguinte vem o combate com a troika. Vim buscar amigos e amigas para mudar a Europa. Se no dia 26 ganharmos as eleições, vocês também as ganharam.”
“A partir de domingo, não será mais uma luta de David contra Golias” como aconteceu com o Governo grego. “”Queremos uma Europa do poder popular, uma Europa que recupere o antifascismo”, afirmou o dirigente do Podemos.
*Com Miguel Santos