Histórico de atualizações
  • Os deputados espanhóis retomam os trabalhos amanhã, dia em que também farão uma primeira votação na investidura de Sánchez — vista apenas como simbólica. Em paralelo, haverá, seguramente, muitas movimentações de bastidores, à procura de um acordo que mantenha Sánchez como presidente do Governo. Terão até quinta-feira, data em que acontecerá a votação final.

    Obrigada por nos ter acompanhado. Boa noite!

  • Terminou o debate no parlamento espanhol

    Terminado o debate no parlamento, um acordo para a formação do Governo parece ainda mais longínquo. Nem à esquerda nem à direita o PSOE parece conseguir assegurar uma maioria. A três dias da votação definitiva, Espanha corre ainda mais o risco de voltar às urnas já em novembro.

    Depois de sete horas de debate, Espanha continua em risco de novas eleições

  • Sánchez usa intervenção do líder do Vox para atacar o PP e o Ciudadanos. Pede a Rivera e a Casado que reflitam sobre o que estão a ouvir da parte da Santiago Abascal e que classifica de “muito preocupante”. Já antes tinha dito que “é evidente que a foto que explica a deriva do PP e do Ciudadanos é a foto de há uns meses, na plaza de Cólon”.

  • "O Vox não vai apoiar a sua investidura"

    Sem surpresas, Santiago Abascal deixou logo claro que o PSOE não poderá contar com o apoio do Vox para poder ser Governo. “Ameaça-nos com um Governo que procura a mudança do regime e a ruptura da soberania nacional, com um Governo apoiado por extremismos políticos”, disse o líder do partido de extrema-direita.

  • Iglesias: "Somos uma força política modesta e jovem, mas não nos vamos deixar pisar"

    A crer pela tensão entre Sánchez e Iglesias, o entendimento entre PSOE e Unidas Podemos sairá deste debate ainda mais longínquo do que quando entrou. Pablo Iglesias voltou a queixar-se da inflexibilidade do opositor, durante as negociações: “Quando dissemos que queríamos alguma pasta das Finanças, do Trabalho, da Igualdade, da Ciência, para desenvolver o programa que queremos acordar convosco, disseram-nos que nem pensar. O que nos ofereceram? Explique-o a esta sala!”

    Eu creio que há muitas gente que tem a sensação que o senhor atua como se tivesse maioria absoluta. Quem tem 123 deputados deve negociar, como acontece noutros lugares. Somos uma força política modesta e jovem, mas não nos vamos deixar pisar por ninguém”, assegurou

    Agora é a vez de Santiago Abascal, do Vox.

  • Iglesias diz que Podemos cedeu mais que o PSOE

    Pablo Iglesias não aceita que Sánchez diga que ambos os partidos estão a fazer o que podem para chegar a um entendimento. E dá o próprio exemplo: “Nós retirámos o nosso candidato porque vocês impuseram um veto, no porque era essa a vontade da comunidade espanhola. Se alguma vez o vetassem a si, fariam o mesmo? Não creio”, rematou.

    Só pedimos respeito e reciprocidade. Os espanhóis não entenderiam que um excesso de autoconfiança e arrogância fizesse perder a oportunidade histórica de termos um Governo de coligação de esquerdas.”

    Na resposta, Pedro Sánchez pediu ao Unidas Podemos que “medite” no seu voto, dizendo que a hipótese de um Governo de coligação continua em cima da mesa: “Não queimemos as esperanças dos eleitores de esquerda”.

  • Acordo é "difícil", mas possível

    Sánchez volta a apelar ao sentimento de esquerda como a única forma de ultrapassar as diferenças entre o PSOE e o Unidas Podemos. O presidente do Governo admite, porém, que a tarefa não é fácil: “É difícil. Vimos de culturas políticas distintas. Temos discrepâncias em temas como as pensões, a Catalunha”, enumera.

    Vimos de tradições políticas diferentes, mas pertencemos ao âmbito da esquerda. Se entramos nas questões de Estado, é evidente que não vamos concordar na forma de as resolver. Mas nós queremos resolver a crise na Catalunha”, assegurou.

    Como? Tal como na campanha, Sánchez é pouco claro: “Nós defendemos o Estado das autonomias, a ordem constitucional”.

  • Sánchez. "Não renuncio a entender-me com o Unidas Podemos"

    Na resposta a Pablo Iglesias, Pedro Sánchez diz que não renuncia a entender-se com o Unidas Podemos, mas vê dificuldades nesse entendimento.

    Não renuncio a entender-me com o Unidas Podemos, mas se não chegamos a um acordo, qual é a solução? Instalar um bloqueio político?, questiona.

    O presidente do Governo volta a falar na possibilidade de novas eleições em novembro — um cenário que, diz, prejudica o país: “Espanha merece outras eleições?”, pergunta, para explicar o apelo que fez a PP e a Ciudadanos — e de que Iglesias não gostou. “Ao exigir a abstenção ao PP e ao Ciudadanos não significa que esteja a fazer pactos com eles”, garantiu. E, de novo focado no Unidas Podemos, repetiu o repto: “Peço-lhes que cooperemos mais quatro anos em favor de todos aqueles que precisam”.

  • Iglesias: "Não podemos aceitar ser um mero elemento decorativo no seu Governo"

    O líder do Podemos queixa-se das “desculpas” que, nos últimos dois meses e meio, foi ouvindo da parte de Pedro Sánchez.

    A primeira foi que não somamos se fizermos um Governo de coligação. Disseram-nos que o nosso programa é muito radical e moderámo-lo. A terceira desculpa foi a Catalunha e dissemos que não havia linhas vermelhas da nossa parte. A quarta desculpa foi um veto à minha pessoa, algo inédito. Creio que não minto se disser que a nossa resposta vos surpreendeu e vos deixou sem desculpas.”

    Pablo Iglesias lembrou ainda que o Unidas Podemos recebeu 3,7 milhões de votos, que devem ser respeitados. “Não podemos aceitar ser um mero elemento decorativo no seu Governo”, concluiu.

  • "Queremos fazer parte de um governo de coligação"

    Chegou a vez de Pablo Iglesias. O líder do Unidas Podemos começa por reforçar a importância de chegar a um Governo que junte mais que um partido. “Se os cidadãos votam em forças políticas distintas é porque querem que façamos pactos. Se os cidadãos quisessem que o seu partido governasse sozinho, tinham dado ao seu partido maioria absoluta.”

    Depois, assume de forma clara:

    Queremos fazer parte de um governo de coligação para assegurar que haja escolas públicas infantis de 0 a 3 anos gratuitas, para que se leve adiante uma lei da eutanásia, para levar a cabo uma transição ecológica”, resume.

    Iglesias, porém, também deixa claro que não gostou dos apelos à abstenção do PP e do Podemos: “Chamou-me a atenção o facto de, quando ainda estamos a negociar um acordo, esteja pedir a abstenção do PP e do Ciudadanos. Por favor, não a peça ao Vox”, disse o líder do Unidas Podemos, com ironia.

  • Sánchez apela a Rivera: "Abstenha-se pelo bem de Espanha"

    Na resposta a Rivera, Sánchez segue, basicamente, a mesma linha que seguiu com Pablo Casado. Insiste que o mais importante é garantir a estabilidade do país e evitar que os espanhóis tenham de voltar às urnas em novembro. Para isso, apela também ao Ciudadanos que se abstenha na votação, permitindo a investidura do Governo do PSOE.

    Não lhe peço que vote a favor da minha investidura, mas que, pelo menos, se abstenha para não bloquear a legislatura, pelo bem de Espanha.”

    Não evita, porém, algumas alfinetadas: “Para vocês, as feministas são fascistas. Os que não concordam convosco são fascistas. Para vocês, todos são fascistas, menos a extrema-direita. A sua etiqueta, senhor Rivera, é reversível, como os casacos”.

  • Rivera: "Hoje traz aqui um Governo Frankenstein"

    O líder do Ciudadanos insiste no mesmo ponto: os parceiros de Sánchez revelam aquilo que o socialista pretende fazer. Rivera diz que o presidente do Governo “chegou ao poder com os nacionalistas e populistas”, que querem “liquidar Espanha” para “perpetuar-se e criminalizar os rivais políticos”.

    “Tenho uma má notícia”, diz Rivera. “Vamos desmontar o seu plano.”

  • "Teatro puro". Albert Rivera já começou a falar no parlamento espanhol

    Depois do confronto entre Casado e Sánchez, segue-se Albert Rivera, líder do Ciudadanos. E começa por desvalorizar o plano apresentado pelo presidente do Governo. “O seu plano, senhor Sánchez, é bom para si e para os seus parceiros, mas um mau plano para os que defendem a liberdade neste país. Vamos opor-nos ao modelo de Espanha sectária que o senhor quer”, garantiu, deixando claro o voto contra a investidura.

    Rivera diz que, para Sánchez, todos os que discordam dele “são fascistas” e que, dessa forma, alimenta o ódio entre os espanhóis. “Prefere dividir e vencer”, diz, acusando o presidente do Governo de “criminalizar os moderados, os constitucionalistas, e aplaudir os radicais”.

  • Sánchez apela à abstenção do PP

    É uma espécie de acordo para a abstenção. Depois de insistir várias vezes que, para ser um partido de Estado, o PP tem a obrigação de se abster na votação, permitindo a formação do Governo, Pedro Sánchez promete que esse voto não será “grátis”. A estratégia de tentar ainda o apoio à direita levantou sobrolhos na bancada do Unidas Podemos — até agora, visto como o único aliado possível do PSOE.

  • "O senhor continua a enganar-se muito", responde Sánchez

    Na resposta, Pedro Sánchez diz que o PP só tem duas alternativas: ou quer a estabilidade do país ou quer novas eleições. “Se são um partido de Estado, facilitem um Governo liderado pelo PSOE”, apela.

    Se não quer uma repetição das eleições e quer ser o líder da oposição, então tenho uma má notícia para si: deve abster-se. Vocês têm a chave para que o Governo de Espanha não dependa das forças independentistas. O senhor e o senhor Rivera têm essa chave”, diz Sánchez.

    O líder do PSOE diz que Casado “continua a enganar-se muito”, porque focou a estratégia eleitoral em “expulsar o malvado Sánchez”, mas os eleitores decidiram que queriam um governo socialista.

  • "85 dias a jogar o jogo do gato e do rato". PP anuncia voto contra

    Pablo Casado explica que o PP não pode apoiar o Governo do PSOE, abstendo-se na votação da investidura, porque os socialistas decidiram afastar-se do centro político e colar-se à esquerda radical. E critica Sánchez por ter passado os dois meses e meio que passaram desde as eleições num “jogo do gato e do rato”, sem fazer verdadeiros compromissos com os partidos.

    O que veio fazer aqui? Passou 85 dias a jogar ao gato e ao rato e temos a sensação de não saber se pretende de facto, nesta sessão da investidura, receber votos para ser investido presidente do Governo”, concluiu.

    Assim fica prometido o voto contra do PP, garantindo uma “oposição leal”.

  • "Duas horas para não dizer nada." Pablo Casado começa a responder a Sánchez

    Pablo Casado abre a segunda parte do debate e ao ataque contra Pedro Sánchez. O líder do PP diz que o presidente do Governo fez tudo o que pôde para ignorar a questão da Catalunha — mas que o problema é um enorme elefante branco no meio da sala.

    Duas horas para não dizer nada e para não ver o grande elefante branco com laços amarelos que está aí na sala, como se não existisse.”

    Casado diz que Sánchez “esqueceu os seus parceiros habituais” e exigiu aos adversários “que não o incomodem”. “A moção de censura [que fez cair o governo de Mariano Rajoy] foi gerada pelo elefante do laço amarelos que o senhor não quis ver. O senhor chegou ao Governo pela mão desses parceiros. Envergonha-se disso?”

    O líder do PP tenta agora expor as fragilidades do plano de seis eixos apresentado por Pedro Sánchez no discurso da manhã. Diz que o PSOE esquece as matérias realmente importantes e faz considerações genéricas sobre os problemas, como a educação, a emergência climática ou o investimento público.

  • "Fez em duas horas o que faz todo o ano: nada"

    O PP diz que Pedro Sánchez fez em duas horas — o tempo que durou o discurso — o mesmo que faz todo o ano: “Nada, exibir o fruto do que fizeram outros”.

    Os seus apelos a uma tentativa de colaboração com o PP não são credíveis porque a trajectória que vem seguindo contrasta com a realidade dos factos: foi buscar os seus parceiros à extrema esquerda e à esquerda radical”, diz Teodoro García Egea, secretário-geral do PP.

    Os populares criticam ainda Sánchez por ter apresentado como propostas temas que, no passado, recusou. “Surpreende-me que tenha mencionado a estratégia digital, porque votou contra as medidas que propusemos”, acrescentou Egea.

  • "Vamos em direção ao desastre"

    Também o Vox apontou baterias a Pedro Sánchez por ter ignorado a questão catalã. O porta-voz do partido da extrema-direita — que, pela primeira vez, tem lugar no parlamento espanhol — diz que foi “o pior discurso de investidura de Espanha”, típico do comportamento socialista, falando num “festival de despesismo”: “Ninguém pergunta quem paga tudo isto e como se financia”, questiona Iván Espinosa de los Monteros.

  • "Está a negociar com os seus sócios"

    O Ciudadanos criticou o discurso de Sánchez, por não ter dito aquilo que se tornou evidente: o líder do PSOE “está a negociar com os seus sócios”, declarou Inés Arrimadas, a propósito do silêncio sobre a questão da Catalunha.

    Foi a lugares longínquos como os Balcãs, mas não quis falar de uma das principais questões que Espanha enfrenta, o desafio separatista. E não o fez para não incomodar os seus sócios.”

    Arrimadas garantiu ainda que, na resposta, nas intervenções desta tarde, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, mostrará a farsa do discurso de Sánchez.

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