Após o Rei Felipe VI ter convocado todos os partidos para uma ronda de conversa, houve quatro forças partidárias que rejeitaram encontrar-se com o monarca.

A Esquerda Republicana Catalã (ERC), o Junts per Catalunya, o Eh Bildu e a Bloco Nacionalista Galego (BNG) não concordaram em encontrar-se com o Rei, uma vez que não lhe reconhecem legitimidade.

Todos estes quatro partidos são essenciais para Pedro Sánchez formar governo.

De resto, já é conhecido o calendário dos encontros com o Rei: segunda-feira, encontrar-se-ão com o monarca os líderes do Partido Nacionalista Basco, da Coligação Canária, da União do Povo Navarro, do Sumar e do VOX.

Na terça-feira de manhã, Felipe VI encontrar-se-á com Pedro Sánchez e Alberto Núñez Feijóo.

O Rei Felipe VI marcou hoje uma ronda de audiências com todos os grupos parlamentares no Congresso de Deputados para esta segunda e terça-feira.

Num comunicado, a casa real indicou que recebeu a presidente da Mesa da Congresso, Francina Armengol. O monarca comunicou à responsável que receberá todos os partidos para o início da próxima semana.

“A sua majestade solicitou à senhora presidente do Congresso que comunique esta decisão política a grupos políticos com representação paarlamentar”, informa a coroa espanhola.

Y tras la investidura fallida de Feijóo… Nueva ronda de consultas del Rey. Lunes y martes de la semana que viene #EstoNoPara pic.twitter.com/vyUmprRgGy

— Jesús Ortega (@JesusOrtegaE) September 29, 2023

O analista político Diogo Noivo afirma que muito provavelmente o Rei Felipe VI vai sugerir o nome de Sánchez, “que terá de se submeter a um debate de investidura”.

Oiça aqui a análise de Diogo Noivo ao chumbo da investidura de Alberto Nuñez Feijóo.

Espanha. “Os próximos passos são do Monarca”

Francina Armengol vai esta tarde informar o Rei Felipe VI do resultado da investidura.

É previsível que o monarca convoque uma nova ronda de negociações com todos os partidos.

“Valeu a pena.” Foi com esta curta reação que Alberto Núñez Feijóo reagiu à investidura falhada.

A segunda investidura do líder do Partido Popular (PP) acaba de ser chumbada, tal como tinha acontecido na quarta-feira com a primeira votação.

172 deputados (todos do PP, do VOX, da Coalición Canária, do UPN votaram a favor da investidura, ao passo que 177 (PSOE, Sumar, ERC, Junts per Catalunya, Eh Bildu, PNV e BNG) se manifestaram contra que Alberto Núñez Feijóo forme governo.

O anúncio foi feito pela presidente da Mesa do Congresso, Francina Armengol.

Afinal, o voto do deputado Junts per Cataluyna, Eduard Pujol, foi declarado nulo.

Há um impasse no Congresso dos Deputados. Não se sabe o motivo oficial, mas deduz-se que tenha a ver com a votação de um deputado do Junts per Cataluyna, Eduard Pujol, que votou, surpreendentemente, a favor da investidura de Alberto Núñez Feijóo.

Esperam-se ainda os resultados oficiais, que serão validados pela presidente da Mesa do Congresso, Francina Armengol.

Contudo, tendo em conta as votações, parece muito provável que Alberto Núñez Feijóo tenha chumbado a investidura com 172 (ou 173) votos a favor, ao passo que 177 (ou 178) votaram contra.

Acaba de começar a segunda votação para a investidura de Alberto Núñez Feijóo.

Francina Armengol, presidente da Mesa do Congresso, anunciou um intervalo de cinco minutos antes da votação da segunda investidura de Alberto Núñez Feijóo.

A porta-voz do Partido Popular (PP), Cuca Gamarra, é a última a tomar a palavra. Descrevendo Alberto Núñez Feijóo como um “líder valente”, a responsável política lamentou que Pedro Sánchez não tenha falado novamente no debate.

“Pode perder-se uma votação, mas ganha-se o debate”, saudou Cuca Gamarra, que lembrou que Alberto Núñez Feijóo tem um programa de governo em que há “motivos para esperança”.

Adicionalmente, a porta-voz do PP criticou duramente o que PSOE diz ser o desrespeito pela coroa dos populares, lembrando que Pedro Sánchez teve investiduras falhadas. “Também enganou a Coroa?”

O líder do Partido Nacionalista basco (PNV), Aitor Esteban, mostrou-se desiludido com as palavras de Alberto Núñez Feijóo e criticou os “princípios” que o líder popular diz ter e, depois, “faz política com a extrema-direita.”

“Não conhecíamos Feijóo, mas graças isto conhecemos. Dececionante”, atirou. “Um discurso que soa mais a desafio do que a reconciliação”, afirmou ainda Aitor Esteban.

O líder do PNV lamentou que não se possa “confiar” no líder popular. “Hoje em dia, entre o seu partido e o nosso há um abismo.”

Cabe agora a Óskar Matute, deputado da força basca Eh Bildu, tomar a palavra. E começa por lembrar os avanços sociais que esta última legislatura de Pedro Sánchez conseguiu, assinalando que os populares que “travar os avances”.

Criticando duramente a união entre PP e VOX, Óskar Matute garantiu a Alberto Núñez Feijóo que nunca terá os votos de Eh Bildu para a investidura. “Não podem rejeitar os nossos votos porque jamais tê-lo-á.”

Referindo-se à ilegalização do Eh Bildu, Óskar Matute considera que, se se apostar nessa prática, o Partido Popular deve ser o primeiro a ser ilegalizado.

“Não nos obriguem a estar neste país, estamos fartos.” A frase da deputada da Esquerda Republicana Catalã (ERC), Teresa Jordà, demonstra bem os desejos independentistas da região.

Depois, a deputada chegou mesmo a insultar o Rei Felipe VI: “Parece-nos uma vergonha democrática que o rei tenha designado um candidato a presidência do governo quando não tem votos para governar. Os votos da ERC estarão sempre ao serviço da defesa da Catalunha. Os votos da ERC nunca estarão ao lado [do Rei]”.

“Enviaram os pioneses da Guarda Civil”, lamentou Teresa Jordà, o que motivou protestos.

Cuca Gamarra, a porta-voz do PP, teve de intervir e pedir que a presidente da Mesa do Congresso, Francina Armengol, retire os insultos ao Rei e às forças armadas da ata. A presidente concorda.

A porta-voz do Sumar, Marta Lois, criticou o “desprezo” e as mentiras que Alberto Núñez Feijóo contou durante as duas sessões de investidura. “Demonstrou soberba e arrogância. Veio mentir. Veio mentir a Espanha. Veio mentir a si próprio”, criticou

Marta Lois repara ainda que Alberto Núñez Feijóo “está atado de mãos e pés à extrema-direita”. “Partilha muitos dos princípios da extrema-direita”, criticou ainda.

“Não é um homem de Estado. É o perdedor das eleições”, atacou Marta Lois, que classificou Alberto Núñez Feijóo como um “bom mentiroso”. “Não pode formar governo, porque Espanha não é um país que não é mentiroso, é terra de um país de gente honra.”

Marta Lois mostrou-se ainda “confiante” de que haverá um “governo progressista”.

Pela parte do VOX, Santiago Abascal entra ao ataque e diz que Pedro Sánchez interpretaria o papel de um “vilão de qualquer filme”.

Santiago Abascal referiu que, para manter-se no poder, o socialista faz tudo: “É o presidente com o apoio daqueles que matam gente, esses criminosos, e aqueles que branqueiam a ETA”. “É o presidente mais corrupto, é o paradigma da corrupção, porque está a roubar o espanhóis a dignidade.”

Mandado uma mensagem a Alberto Núñez Feijóo, o líder do VOX diz que o popular é “diferente” de Pedro Sánchez. “Por isso apoiamo-lo. Nem sempre acertou, mas tem limites e agradeço isso.”

Pela parte do PSOE, é novamente Óscar Puente quem toma a palavra, tal como tinha feito na quarta-feira.

O socialista entrou ao ataque e acusou Alberto Núñez Feijóo de utilizar de “maneira desleal” a monarquia espanhola: “Utilizou-a para se coroar. São desleais com a Constituição, mas exigem cortesia parlamentar”.

“Essa cortesia devia vir incluída a constituição do presidente. E isto é uma farsa para que tenha o batismo de presidente”, acusou Óscar Fuente, acrescentado: “Um homem de Estado não pisa nos símbolos do Estado”.

Depois, o socialista desafia Alberto Núñez Feijóo a realizar eleições primárias no PP: “Para fortalecer a sua posição dentro do partido, convoque uma primárias. Atreva-se. Aprenda alguma coisa com Sánchez”.

É oficial. O Parlamento da Catalunha, ao mesmo tempo que ocorre a segunda votação da investidura de Alberto Núñez Feijóo, acaba de aprovar uma proposta de resolução que exige a amnistia e o referendo para apoiar governo de Pedro Sánchez, noticia o El Espãnol.