Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Boa noite, obrigado por nos ter acompanhado neste Liveblog ao longo de mais de 18 horas. Voltamos dentro de algumas horas para o segundo e último dia de Congresso.

  • CDS tem de "reconquistar o terreno" para "conquistar o primeiro lugar", diz Telmo Correia

    Com um humor que resistiu ao avançar das horas, Telmo Correia disse ter aceitado substituir João Gonçalves Pereira no discurso de encerramento dos debates das moções por duas razões: “A primeira, porque tinha escrito um discurso de cerca de meia hora que não queria que perdessem e vejo nas vossas caras que é isso que querem”; a segunda, porque não conseguiu recusar a cortesia da distrital de Lisboa para falar em nome dos proponentes da moção. Sem surpresa, a distrital não leva a moção a votos e Telmo Correia mostra o caminho para o CDS “disputar o primeiro lugar” nas eleições: “Reconquistar terreno” no poder local.

    Sintético, o deputado resumiu as principais ideias que apanhou do primeiro dia de congresso.

    O dia de “acesas discussões” que se previa, afinal, diz Telmo Correia, “não aconteceu” — ainda que muito se tenha discutido durante o dia sobre pragmatismo, ideologia, democracia cristã da líder do CDS. No partido cabem muitas sensibilidades e é a partir do “compromissos de gerações” que se constrói a unidade interna. Outras três ideias-chave da curta intervenção de Telmo Correia: o CDS tem de estar “próximo das pessoas”, tem de “trabalhar” mais do que fez até aqui para conquistar o tal “primeiro lugar” e o partido tem de se “modernizar”.

  • Moção de Assunção Cristas aprovada por esmagadora maioria

    Sobreviveram duas moções: a de Assunção Cristas e a de Miguel Matos Chaves. A da líder do CDS foi votada primeiro e, como quase todo o pavilhão levantou o braço (era preciso uma maioria expressiva), já não foi votada a segunda moção. Segue-se agora um momento em que os serviços ainda estão abertos uma hora para que os congressistas possam apresentar listas aos órgãos nacionais.

  • No encerramento da moção da Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos, o presidente da estrutura, Fernando Moura e Silva, justificou o porquê de avançar com uma moção de estratégia global: para reforçar a componente laboral no programa do partido. Fernando Moura e Silva considerou que o CDS “reforçou a sua matriz” no Congresso e lembrou que os congressistas foram unânimes na ideia de afirmar o CDS como alternativa ao PS. Terminou a intervenção a defender uma especial atenção para o emprego jovem, que deve não só existir, como ser bem remunerado. “Os jovens não querem subsídios”, atirou.

    No encerramento da moção da JP, o secretário-geral, Francisco Tavares, enalteceu a “forma livre e muito responsável” com que a Juventude Popular esteve no Congresso. Acrescentou ainda que que a Juventude Popular está completamente ao lado da líder.

  • "Acreditem que vamos chegar lá", desafia Cristas antes de ir a votos

    A intervenção de encerramento de Cristas para a presidente do partido reforçar algumas das principais ideias que já tinha abordado ao inicio a tarde de sábado e para colocar um particular ênfase na ideia de que o CDS pode mesmo ameaçar o domínio do PSD na direita e centro políticos e tornar-se o partido mais votado: “Acreditem que vamos chegar lá.”

    Cristas pediu uma “votação muito, muito expressiva” para este domingo. Na maior parte do tempo deste primeiro dia de congresso, Cristas esteve presente na sala, ouviu os militantes. E, em jeito de balanço, sublinha a “união” das intervenções: “O que vi aqui durante esta intensa tarde foi um partido fortemente unido num objecto comum, o de sermos a grande alternativa às esquerdas unidas ou encontradas.”

    Também houve críticas. E a verdade é, não se referindo diretamente a elas, Cristas reconheceu que, nos próximos dois anos, caso vença amanhã a votação para a presidência do partido — e nada evidencia que assim não seja —, terá de percorrer muitos mais quilómetros do que aqueles que calcorreou até agora. “Da minha parte, contam sempre com vontade de ouvir” os militantes que vai encontrando pelo país. “Visitas vão-se intensificar, porque o trabalho tem que se intensificar”, diz.

    Sobre as criticas que ouviu, uma (possível) novidade: no próximo congresso, daqui a dois anos, o CDS vai optar por dois dias completos de reunião magna. “A dúvida leva-nos sempre para uma solução mais rápida e poupada”, mas, “a dois anos já podemos pensar a dois dias inteiros, com duas noites de congresso”, admitiu Cristas.

    Apesar de uma ou outra intervenção crítica, o CDS reuniu-se à volta da ideia de que pode, de facto, ser a força mais representativa da direita e do centro direita em Portugal. Cristas sublinha essa “união” e, na última intervenção antes de ir a votos, aposta no incentivo: “Acreditem que vamos chegar lá”, porque, “se acreditarmos em nós próprios, podem ter a certeza que mais e mais acreditarão”.

  • Coube a Ismael Pimentel fazer o encerramento da moção “Futuro do Presente”, que tem como primeiro subscritor o crítico Pedro Borges Lemos. Ismael Pimentel criticou o facto do CDS ser o “único partido democrático que não tem eleições diretas na eleição do líder do partido“. Lamentou ainda que a comissão política nacional não seja “eleita com o método de Hondt” e também o facto de não haverem vozes no partido que sejam eurocéticas.

  • Miguel Matos Chaves, seguiu-se a Cristas, fazendo o encerramento da moção “Um Serviço a Portugal“. Explicou que não retirava a moção global, embora não se candidate a nada. Aproveitou os últimos cinco minutos de palco para fazer uma intervenção sobre o combate aos incêndios. Decidiu manter a moção e, por isso, vai a votos.

  • Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento, anuncia que a “moção não irá a votos” e que “será entregue à senhora presidente para ela fazer o que entender com ela”. O autor da moção “Portugal a Sério” anunciou que a tendência irá concorrer com listas ao Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição e Conselho de Fiscalização.

  • Os proponentes da moção A retiraram o documento, não levando a votos e não desafiando, por isso, a moção com que Assunção Cristas se lança à recandidatura. “Retiramos a opção a favor daquela que é a melhor solução para o nosso partido, um passo seguro, descomplexado e resiliente, o passo seguro com Assunção Cristas”, disse Catarina Alves.

  • Termina o debate das moções globais de estratégia

    Terminou o debate das moções globais de estratégia. O presidente da Mesa agradeceu a “paciência” e revelou que “tinha um botão para interromper a palavra” dos congressistas, mas nunca o fez.

  • Lobo D’Ávila encabeça lista ao Conselho Nacional alternativa à da líder

    À semelhança do que fez há dois anos, Filipe Lobo D’Ávila vai encabeçar uma lista ao Conselho Nacional do CDS-PP alternativa à da líder, Assunção Cristas, no 27.º Congresso centrista, que termina este domingo em Lamego. Raúl Almeida será o ‘número dois’ da lista de Lobo D’Ávila, que anunciou, no sábado, perante o Congresso centrista, que irá abandonar a Assembleia da República. Há dois anos, Lobo d’Ávila, que teria preferido ver Nuno Melo na liderança do CDS do que Assunção Cristas, conseguiu 23% dos votos, conseguindo eleger um quarto dos conselheiros nacionais — uma votação expressiva que surpreendeu todos.

    Assim, deverão apresentar-se três listas ao Conselho Nacional, o órgão máximo do partido entre congressos: a lista da direção, encabeçada por António Lobo Xavier, a lista da Tendência Esperança em Movimento (TEM), liderada por Abel Matos Santos, e a lista de Filipe Lobo D´Ávila.

    A TEM vai concorrer também ao Conselho Nacional de Jurisdição, tendo como primeiro nome Pedro Melo, e ao Conselho Nacional de Fiscalização, estando Rui Gonçalves no lugar cimeiro.

    Lusa

  • Congresso aberto até de madrugada

    A Mesa do Congresso, presidida por Luís Queiró, colocou a votação dos congressistas um requerimento entregue à Mesa para que as intervenções — independentemente do número de inscritos — terminassem às 01h00 (o programa inicial previa que fosse às 23h00). Dessa forma — uma vez que é dada uma hora regimental para que sejam apresentadas candidaturas à liderança entre quem apresentou uma moção de estratégia global — os trabalhos seriam encerrados às 02h00.

    O requerimento não foi aprovado. Dessa forma, não há hora para o Congresso encerrar os trabalhos este sábado, mas será, previsivelmente, depois dessa hora (duas da manhã).

  • Militante arrasa Cristas e desafia congressistas a "não terem medo de dizer o que pensam"

    Ninguém esperava. Mas, já bem perto da meia noite, Carlos Meira subiu ao palco para fazer uma intervenção que rasgou com aquilo que disse ser um “congresso de palmadinhas nas costas”. O centrista do distrito do Porto tinha uma mensagem para Assunção Cristas: “Digo-lhe olhos nos olhos, respeite mais o nosso distrito”. E outra mensagem para os militantes: “Nunca tenham medo de dizer o que pensam!”

    Na verdade, os recados não acabaram ali. “Os dirigentes nacionais têm de perceber que o partido não é deles”. E deu o exemplo do presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima. “Vítor Mendes, presidente da câmara, saiu às quatro da tarde porque já tinha os seus nomes nas listas ao conselho nacional”, acusou Carlos Meira. E continuou. Disse que, há pouco tempo, Daniel Campelo, ex-presidente da autarquia, admitiu que “o seu maior arrependimento era ter colocado” Vítor Mendes naquele lugar.

    Foi aí que Carlos Meira centrou a sua atenção na líder do partido. “É uma falta de respeito, em dois anos passou 30, 40 minutos na nossa terra só para tomar posse, digo-lhe olhos nos olhos, eu sou neto de um antigo deputado da União Nacional”, continuou. Para reiterar o pedido — que soou mais a exigência: “Respeite mais o nosso distrito.”

    O centrista garante que “muita gente tem muito para dizer” mas não fala por “medo”. O presidente da mesa, Luís Queiró, tentou interromper, queria lembrar Carlos Meira de que a sua intervenção não focava os temas das moções apresentadas a congresso. “Luís, desculpa, mas esperei o dia inteiro e fomos desconsiderados o dia todo.”

    E voltou a virar-se para a presidente do CDS. Disse que o partido estava “a morrer” naquele distrito e acusou Assunção Cristas de apenas dedicar a sua atenção à capital — um ponto sensível depois de um dia em que vários foram os congressistas a aplaudir a liderança centrista por ter escolhido Lamego para acolher o 27º congresso. “Era Lisboa, Lisboa, Lisboa, mas Portugal é mais que Lisboa”, atirou Meira. “As pessoas não podem ter medo de dizer o que pensam!”, ainda insistiu, já em gritos.

    A fechar, o repto: “Não tenham medo de dizer o que pensam!”

  • Militante da Juventude Popular: "A JP não serve só para encher as listas quando o CDS não consegue"

    Inês Vargas, da Juventude Popular, exigiu mais representatividade para a estrutura juvenil do CDS. Vários membros da JP têm ido ao palco exigir um lugar elegível na lista de deputados para o líder da estrutura, Francisco Rodrigues dos Santos. Inês Vargas foi a mais dura nas palavras: “A JP não serve só para encher as listas quando o CDS não consegue”.

  • "Espelho meu, espelho meu, há alguém mais democrata-cristão que eu?"

    António Carlos Monteiro recorreu à ironia (e ao imaginário infantil) para desmistificar a ideia de que o CDS de Cristas deixou cair a orientação democrata cristã. “Mas algum de nós olha ao espelho e pergunta: ‘Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais democrata cristão que eu?’ Com certeza que não. Como nenhum português o faz”, disse o deputado.

    “O CDS é e sempre foi partido patriótico” e não há hoje “qualquer dúvida sobre onde nos situamos”, garante António Carlos Monteiro.

    Recordando a intervenção que Adriano Moreira fez esta manhã no congresso, o deputado disse “um eixo sem roda arrasta-se, não chega a lado nenhum”, e os militantes centristas querem “que o CDS chegue muito longe”.

  • Pedro Borges Lemos não apresenta lista ao Conselho Nacional

    Pedro Borges Lemos, um dos maiores críticos de Cristas no Congresso, e João Nasi Pereira, ambos do movimento CDS XXI, anunciaram, numa mensagem enviada à comunicação social, que por “razões estratégicas” decidiram “não apresentar uma lista ao Conselho Nacional”. Os militantes informam ainda que estão “entusiasmados” com as reações que receberam à moção de estratégia global que apresentaram.

  • Lobo Xavier volta a ser cabeça de lista de Cristas ao Conselho Nacional

    Não há muitas mudanças na direção. António Lobo Xavier volta a ser o primeiro cabeça de lista de Cristas ao Conselho Nacional, e Telmo Correia continua como presidente do Conselho Nacional e Luís Queiró continua como presidente da Mesa do Congresso.

  • Direção de Cristas mantém-se quase inalterada. Mas há mais mulheres

    Assunção Cristas vai manter a sua comissão política executiva quase igual à atual, mas com mais mulheres. Os vices vão ser os mesmos: Cecília Meireles, Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes, Nuno Magalhães (líder parlamentar), João Almeida, enquanto porta-voz e Pedro Morais Soares como secretário-geral. A novidade é que João Rebelo vai ser o próximo coordenador autárquico, substituindo Domingos Doutel, que passa agora para vogal da direção.

    Entre os vogais da comissão executiva há a entrada de três mulheres: Isabel Galriça Neto, Raquel Vaz Pinto e Graça Canto Moniz, e a saída de Manuel Isaac e Miguel Moreira da Silva. Os restantes mantêm-se: Pedro Mota Soares, Filipe Anacoreta Correia, Álvaro Castello-Branco e Miguel Morais Leitão.

  • Melo diz que Costa é a "troika sem troika" e envia abraço a Passos Coelho

    Nuno Melo aproveitou ainda para “mandar um grande abraço a Pedro Passos Coelho” por ter estado com o CDS “no Governo num dos momentos mais difíceis”. Aproveitou ainda para saudar Rui Rio e lembrou: “Não estamos aqui para disputar o espaço político do PSD. Estamos aqui para crescer. Os votos não têm dono“.

    O eurodeputado aproveitou ainda para criticar um tweet de Joana Mortágua, em que a dirigente bloquista disse que era bom quando passava a ponte e, por efeito do nevoeiro, não via o Cristo Rei. Ora, Nuno Melo deixou ao BE “toda a caridade cristã“, mas “também todo o combate político“. Isto porque o Bloco de Esquerda “significa acabar com tudo aquilo que o CDS acredita. Com a religião não se brinca. Com a fé dos outros não se brinca“.

    Nuno Melo desmontou ainda o argumento do PS de que a economia cresce. “Pudera, nós fizemos o trabalho todo. Nós fizemos o caminho das pedras, eles vivem no castelo”, atirou.

    O vice-presidente do CDS disse ainda que quando “António Costa pede a Bruxelas que nos cobre mais impostos, Costa não está a ir além da troika, Costa é a troika sem troika.” Sobre Europa, lembrou ainda que o CDS é europeísta sem ser “federalista” e que é de todos os partidos europeístas o que mais defende a “soberania” nacional.

    Dirigindo-se a Assunção Cristas, Melo disse ainda que este é o congresso da verdadeira consagração de Cristas como líder, depois de ter tido um bom resultado em Lisboa. Disse ainda que Cristas acreditou, quase sozinha, que seria “a segunda força em Lisboa” e conseguiu. Agora, “se todos acreditarem” o CDS pode ser “segundo no país”.

    Como habitual, Nuno Melo teve dos discursos mais aplaudidos do dia.

    (JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR)

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