Momentos-chave
Atualizações em direto
  • Luís Montenegro também já saiu — sem declarações aos jornalistas

    Chegou a equacionar-se a possibilidade de o primeiro-ministro falar aos jornalistas — até porque não teve intervenção na cerimónia — mas Montenegro também abandonou o Panteão Nacional sem prestar declarações.

  • Marcelo abandona a Igreja de Santa Engrácia

    O Presidente da República saiu do Panteão Nacional diretamente para sua viatura oficial mal terminou a cerimónia. Continua a chover intensamente em Lisboa.

  • Cerimónia termina com Marcelo Rebelo de Sousa a entregar bandeira nacional a familiares de Eça de Queiroz

    A bandeira nacional que se encontrava em cima da urna foi dobrada por militares da Guarda Nacional Republicana. Os militares regressaram à nave central do Panteão Nacional e entregaram a bandeira nacional ao Presidente da República que, por sua vez, a ofertou à família de Eça.

  • Militar da GNR que fazia escolta caiu do cavalo a poucos metros do Panteão e foi entretanto levado para o hospital

    Um dos militares da GNR que fazia a escolta da carruagem a cavalo teve um acidente à chegada ao Panteão, estando a receber tratamento hospitalar. O militar caiu do cavalo a poucos metros da chegada, o que terá sido motivado pela inclinação da rua e pelas condições meteorológicas.

    Ao Observador, fonte da GNR explicou que, dada a previsão meteorológica, os cavalos que participaram na escolta “foram equipados com ferraduras de borracha” para evitar este tipo de acidentes.

    Inicialmente, o militar, que ficou com ferimentos, recebeu cuidados de médicos no local, “prestados pela secretaria de estado da saúde”, tendo depois da primeira avaliação sido levado para o hospital.

    Já o cavalo foi de imediato levado para as instalações da GNR, na Ajuda

  • "Nunca haverá uma maneira certa de comemorar Eça", mas este é "um justo reconhecimento", afirma Marcelo

    Ainda quanto ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República enumerou várias qualidades de Eça de Queiroz como escritor, como “o génio de um retrato”, a “lucidez de um reparo”, o “à vontade com os debates intelectuais”, o “patriotismo descontente”, “o pessimismo distanciado” e, parafraseando uma frase do escritor, “o véu diáfano da vontade sobre a nudez crua da verdade”.

    Quanto à natureza oportuna desta trasladação, Marcelo recordou as palavras ácidas de Agustina Bessa-Luís por ocasião do centenário do nascimento do escritor, que pediu à época “não o comemorem com lengalengas e teatradas, leiam-no mas não se metam com ele”.

    A este respeito, o Presidente da República repetiu as palavras por ocasião das celebrações de Luís de Camões, de que “nunca haverá uma maneira certa de comemorar Eça”, pois “todas as comemorações ficam aquém. São de algum modo desajustadas”.

    “As verdadeiras homenagens são feitas pelos milhões de leitores, que todos somos, que muitos são por todo o mundo, nomeadamente pelo Brasil. Esta é uma homenagem dos portugueses através dos seus representantes, não é um ato de somenos, antes um justo reconhecimento”, declarou.

  • Urna de Eça de Queiroz está a ser transportada até à sala onde vai ficar depositada

    A urna está a ser transportada por militares da Guarda Nacional Republicana até à sala onde se encontra a arca tumular, onde vai ficar depositada.

  • Termo de Sepultura do Panteão Nacional está a ser assinado

    Após o momento musical de Aria Ofélia (Hamlet), de Ambroise Thomas, a audiência aplaude. O Presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro encaminham-se agora para a mesa que se encontra junto do altar para assinatura do Termo de Sepultura do Panteão Nacional.

  • Isabel Pires de Lima lê o último excerto de "Os Maias"

    Isabel Pires de Lima lê agora um excerto de Os Maias no varandim. A antiga Ministra da Cultura — no primeiro governo de José Sócrates, entre 2005 e 2008 —, professora catedrática da Faculdade de Letras do Porto e especialista na obra de Eça de Queiroz, é desde o início do mês Presidente da Fundação de Serralves.

  • Marcelo Rebelo de Sousa diz que escritores como Eça de Queiroz continuam "vivos porque os lemos de facto"

    O último discurso da cerimónia cabe ao Presidente da República, que começou por questionar “quantos escritores portugueses estão tão vivos como Eça de Queiroz?”

    “Vivos porque os lemos de facto, por oposição a termos lido por obrigação escolar, por oposição a serem um vago nome de rua ou de jardim. Quantos serão esses mortos aos quais damos vida porque os lemos?”, lançou Marcelo Rebelo de Sousa.

    Para Marcelo, “a maior homenagem a Eça será sem dúvida reeditá-lo, estudá-lo e, acima de tudo, lê-lo”, mas “há atos de justiça, como esta trasladação, mesmo não conhecendo as vontades do escritor sobre a matéria”.

  • "O Primo Basílio" e "A Cidade e as Serras" lidos no Panteão Nacional

    O primeiro, romance de 1878 e onde Eça de Queiroz impiedosamente retratou a burguesia portuguesa em figuras como Conselheiro Acácio, teve dois excertos lidos por Pedro Saavedra.

    Já o segundo, onde estabelece a dicotomia entre o progresso exaustivo da urbanização e o idílio do campo, foi narrado em dois momentos por Mónica Lisboa, diplomata desde 1995 e cônsul-geral de Portugal em Paris — o cargo que Eça ocupou antes da morte.

    Entre os dois momentos, ouviu-se Medje, de Charles Gounod.

  • Eça de Queiroz "escreveria uma das suas melhores crónicas de sempre sobre a vinda para o Panteão", admite presidente da AR

    A polémica da ida de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional e o litígio que a trasladação causou não ficaram de fora do discurso de Aguiar-Branco.

    Afirmando que o lugar do escritor na Igreja de Santa Engrácia “é óbvio”, é igualmente “óbvio dizer que se eu fosse de Baião, não gostaria de abdicar da sua companhia”.

    Por isso, o Presidente da Assembleia da República deixou um agradecimento às “gentes de Santa Cruz do Douro”, onde Eça de Queiroz se encontrava enterrado, por abdicarem do escritor para que “milhões de portugueses” desfrutassem da sua companhia. “A sua presença será devidamente apreciada”, prometeu.Aguiar-Branco afirmou também que “Eça de Queiroz escreveria uma das suas melhores crónicas de sempre, cheia de divertidas e jocosas ironias, sobre esta mesma cerimónia, sobre nós que aqui estamos, sobre mim, sobre a sua própria vinda para o panteão”.

    “É por isso que o seu lugar sempre foi o óbvio, entre os nossos maiores”, concluiu, numa “sala onde o silêncio fala com eloquência”.

    Aguiar-Branco deixou ainda um agradecimento à família de Eça, “pela iniciativa, um sentido agradecimento no plural”, mas também aos professores e alunos das escolas portuguesas com o nome de Eça de Queiroz. “Ao estarem aqui, mostram-nos que o nome Eça de Queiroz também quer dizer educação, também quer dizer futuro. Agora, no Panteão Nacional, estou certo de que o humanismo e a consciência social de Eça de Queiroz continuarão a inspirar-nos e a exigir-nos que estejamos à sua altura”.

  • “Há críticas que só aceitamos quando são feitas pelos nossos. Eça de Queiroz conquistou esse estatuto", diz Aguiar-Branco

    No seu discurso, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, relevou a atualidade dos escritos de Eça de Queiroz e a forma como escalpelizou a sociedade portuguesa — e como continua a fazê-lo.

    “Há críticas que só aceitamos quando são feitas pelos nossos. Há verdades que só os mais próximos nos podem dizer. Eça de Queiroz conquistou na cultura portuguesa esse estatuto. É, mais do que qualquer outro, o escritor que nos descobre os vícios, o que nos denuncia, o que brinca mesmo à distância do tempo com os nossos defeitos coletivos”, afirma Aguiar-Branco.

    “Normalmente esforçamo-nos para encontrar atualidade e alguns paralelismo nas palavras dos antigos. Com Eça, temos de nos esforçar para não a encontrar”, aponta, lembrando que este retratou “as elites fascinadas com o estrangeiro e tantas vezes desligadas das vivências nacionais, os burgueses citadinos deslumbrados com o materialismo, a gente simples em serras abandonadas pelos círculos do poder, os jovens decididos a revolucionar o mundo que caem na resignação e no cinismo”.

    “Fala-nos de burocracias que desesperam até os mais pacientes, e de políticos — imaginem – que lidam mal com as farpas da imprensa. Fala-nos de tudo isto e nós revemos tantas vezes na sua prosa os traços do nosso país, diferente em muitas coisas e parecido em tantas outras. Atrás de uma escrita elegante e culta e de uma deliciosa ironia, está uma capacidade única de olhar o país. Única e desapaixonada”, continuou.

    Para si, Eça “foi um escritor, um grande escritor, mas foi muito mais do que um escritor. Foi, numa palavra, um reformista. E, naqueles tempos, reformista era insulto. Hoje, para uns tantos, não será muito diferente”.

  • Seguem-se leituras das crónicas de Eça de Queiroz, assim como de "O Crime do Padre Amaro"

    A acidez e humor do escritor foi manifestada pelas leituras de Bárbara Reis — jornalista — e Hugo van der Ding — radialista, desenhador e escritor.

    Foram lidos excertos de Uma Campanha Alegre, O Francesismo, A Europa e Notas contemporâneas, seguindo-se uma interpretação de Couplets de Lorette, da opereta A Morte do Diabo, de Augusto Machado, com libreto de Eça de Queiroz e Jaime Batalha Reis.

    Pedro Saavedra regressou então ao varandim para ler dois excertos de O Crime do Padre Amaro, obra que muita polémica originou junto da Igreja Católica por altura da sua publicação, em 1875.

    No segundo excerto, é referida A Pastoral Song, de Joseph Haydn, interpretada então de seguida pelo maestro João Paulo Santos e a soprano Sara Braga Simões.

  • "Que este dia seja o símbolo do nosso compromisso e agradecimento" a Eça, termina Afonso Reis Cabral

    Após descrever as diversas facetas de Eça de Queiroz — o escritor, o diplomata e o homem — assim como as várias formas como seu trisavô foi descrevendo o país, Afonso Reis Cabral terminou o seu elogio fúnebre com anedotas do escritor e recordando como este escrevia de pé, em pijama, “alegre”, como a sua filha o eternizou.

    “Da leitora que aguarda pela carrinha da biblioteca itinerante ao aluno do ensino secundário que aguarda pelos desafios da vida e tantos outros incontáveis leitores, Eça de Queiroz chega ao Panteão Nacional em nossa companhia. Que este dia seja o símbolo do nosso compromisso e agradecimento”, terminou o presidente da Fundação Eça de Queiroz.

  • Eça de Queiroz "transformou a literatura em língua portuguesa", afirma Afonso Reis Cabral

    Afonso Reis Cabral, trineto do escritor, faz o elogio fúnebre a partir do púlpito, no centro da Igreja de Santa Engrácia.

    “Aqui estamos para acompanhar Eça de Queiroz na manhã em que entra no Panteão Nacional. Aqui estamos muitos, mas somos poucos. Antes de nós, diria até connosco, está uma legião de leitores que acompanha Eça de Queiroz desde que 1866 publicou uma obra que transformou a literatura em língua portuguesa”, declarou, acrescentando que este entra “aos ombros de tanta gente que o leu”.

  • As primeiras leituras são de "Os Maias" e ficam a cargo de Carlos Reis e Pedro Saavedra

    Professor catedrático da Faculdade de Letras de Coimbra e especialista na obra de Eça de Queiroz, Carlos Reis foi o responsável pela escolha dos excertos para esta cerimónia. Já Pedro Saavedra é ator e encenador.

    Esta primeira leitura de excertos a partir do varandim — que intercalará todos os momentos da sessão — vai ser seguida de uma interpretação de Où voulez-vous aller?, de Charles Gounod — música referida num dos excertos lidos d’Os Maias — e do elogio fúnebre de Afonso Reis Cabral, trineto do escritor oitocentista e presidente da Fundação Eça de Queiroz.

  • Escuta-se o Hino Nacional no Panteão Nacional

    Os convidados levantam-se num momento solene. Arranca oficialmente a cerimónia, 15 minutos depois da hora inicialmente prevista, com o Hino Nacional, interpretado pelo maestro João Paulo Santos ao piano e a soprano Sara Braga Simões, ambos do Teatro Nacional de São Carlos.

  • Cerimónia tem início no Panteão Nacional

    Eça de Queiroz é depositado noutra essa — que, recordemos, é um cadafalco, plataforma fúnebre usada para suportar caixões — na nave central da Igreja de Santa Engrácia, sendo ladeado pelos guardas.

    Segue-se o cantar do Hino Nacional.

  • Urna com restos mortais de Eça de Queiroz já chegou ao Panteão Nacional

    Os militares da GNR que acompanharam o caixão coberto pela bandeira nacional carregam-no para o interior da Igreja de Santa Engrácia.

    Cortejo a cavalo teve duração de perto de mais de uma hora, tendo sido iniciado na Assembleia da República.

  • Maestro e soprano já estão a postos. Hino Nacional será ouvido dentro de momentos

    O maestro João Paulo Santos e a soprano Sara Braga Simões, do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, já estão no centro do Panteão Nacional. São eles que darão início à cerimónia, com a interpretação do Hino Nacional.

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