Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Encerramos agora este liveblog, em que estivemos a acompanhar o primeiro dia do julgamento do caso BES. Amanhã voltamos para acompanhar a segunda sessão. Está previsto que os advogados dos arguidos continuem a fazer as exposições iniciais durante a manhã e durante a tarde deverão ser ouvidas as declarações de Ricardo Salgado prestadas durante a fase de inquérito perante o juiz de instrução.

    Obrigada por nos ter acompanhado.

  • Protestos, Salgado em tribunal e outra vez as perícias. O "dia um" do julgamento de um dos maiores processos da justiça portuguesa

    Começou esta terça-feira o julgamento do processo do GES/BES. Quase todos os arguidos estiveram presentes, incluindo Salgado. E MP voltou a lembrar a governação “autocrática” do ex-banqueiro.

    Protestos, Salgado em tribunal e outra vez as perícias. O “dia um” do julgamento de um dos maiores processos da justiça portuguesa

  • Termina a primeira sessão deste julgamento

    Fica por aqui a primeira sessão deste julgamento. Segunda sessão acontece já amanhã e está previsto terminar as exposições iniciais ainda durante a manhã.

    Para o período da tarde, deverão ser ouvidas as declarações de Ricardo Salgado prestadas durante a fase de inquérito perante o juiz de instrução.

  • Saragoça da Matta: A "instrução foi dirigida a gosto de interesses de terceiros"

    Fala agora Paulo Saragoça da Matta, advogado de João Martins Pereira, que começa por criticar a fase de instrução: “O senhor juiz de instrução ou tem um problema de alfabetização ou não teria deixado passar erros”. A “instrução foi dirigida a gosto de interesses de terceiros”, acrescentou.

    João Martins Pereira saiu da PwC em 2003, onde era auditor, para o cargo de diretor do BES, por convite de Ricardo Salgado. Está acusado de três crimes de burla qualificada — todos em co-autoria com Manuel Fernando Espírito Santo, José Manuel Espírito Santo, Amílcar Pires, Isabel Almeida, João Martins Pereira e José Castella.

    “Quem subscreveu a acusação conta uma narrativa, vê que há um engano, mas engano não é burla. Nem aqui, nem na China. Ou o Ministério Público não soube interpretar a lei, ou dolosamente atirou um anátema.”

  • Rogério Alves: "Até agora, António Soares falou para a parede"

    Rogério Alves, advogado de António Soares, tem agora a palavra. António Soares “apresenta sempre as mesmas razões, só que ninguém quer saber. Até agora, ele falou para a parede”, defendeu Rogério Alves. “Relativamente ao dr António Soares, a acusação não tem razão nenhuma.”

    Em relação ao crime de associação criminosa de que está acusado, a defesa refere “não há nenhum indicio de que António Soares tenha aderido a plano nenhum”. “Nunca lhe foi dito para fazer nada ilícito.”

    Sobre o crime de corrupção e de burla, Rogério Alves aponta que apenas existiram prémios e não pagamentos por atos criminosos.

  • Defesa de Isabel Almeida: "O DFME não se fechava em caixinhas como a acusação refere"

    É agora a vez de Miguel Dias Neves, advogado de Isabel Almeida — arguida que não está presenta na sessão de hoje. O advogado sublinha o “controlo interno e externo a que o DFME [Departamento Financeiro, de Mercados e Estudos] estava sujeito”.

    Isabel Almeida era a diretora do DFME e a defesa pretende mostrar que este departamento “estava sob controlo permanente”. “O DFME trabalhava em open space, não se fechava em caixinhas como a acusação refere”, acrescentou.

  • "O objeto do processo não é a queda do BES", aponta defesa de Amílcar Morais Pires

    Com uma duração de cerca de 15 minutos, as exposições introdutórias avançam, sendo agora a vez de Raul Soares da Veiga, advogado de Amílcar Morais Pires. “O objeto do processo não é a queda do BES, é haver ou não responsabilidade criminal daquelas pessoas específicas que estão acusadas”, defendeu o advogado.

    Morais Pires “entrou para o BES nacionalizado, começou a trabalhar para o Estado e, por ser uma pessoa de tão grande mérito, passou para a administrador em 2004”, defendeu o advogado. “Ele não praticou desonestamente, não quis prejudicar ninguém e isso será aqui demonstrado, tal como será demonstrado que os prémios que recebeu eram merecidos — não foi por ter vendido a alma ao diabo, foi porque trouxe milhões e milhões de euros para dentro do BES”.

    “Morais Pires era o bombeiro de serviço. O Ministério Público confunde isso com ser o incendiário de serviço. Mas ele não foi atear o fogo, foi apagá-lo”, referiu Soares da Veiga, garantindo que o ex-administrador financeiro do BES estará presente em todas as sessões deste julgamento.

  • Defesa de Machado da Cruz: "A imputação da prática de associação criminosa é uma fantasia"

    Exposições introdutórias passam agora para a defesa do terceiro arguido. Miguel Cordovil de Matos, que defende Francisco Machado da Cruz, ex-contabilista do GES, considera que “a imputação da prática de associação criminosa é uma fantasia”. “Uma fantasia muito útil, porque permite, a reboque da associação criminosa, a imputação de outros crimes”.

    Miguel Cordovil de Matos sublinha ainda que Machado da Cruz “nunca teve a intenção de participar numa associação criminosa”, referindo que o antigo contabilista estava desde a década de 1990 no grupo e, “na tese da acusação, em 2009, Machado da Cruz decidiu aderir a uma associação criminosa”.

    “Machado da Cruz é responsável pelos factos relacionados com as demonstrações financeiras, não é responsável pela emissão de divida. Machado da Cruz não controlava a tesouraria do GES”, acrescentou.

  • Advogado de Manuel Fernando Espírito Santo: "Foi um dos surpreendidos pela resolução do banco"

    Tem agora a palavra o advogado José António Barreiro, que representa o arguido Manuel Fernando Espírito Santo. Diz que o primo de Ricardo Salgado tinha “convicção e confiança daquilo que podia ser o futuro do BES” e que “foi um dos surpreendidos pela resolução do banco”.

    “A parte da ligação ao endividamento real do grupo financeiro não passava por ele [por Manuel Fernando Espírito Santo]”, acrescentou.

    O advogado defende que Manuel Fernando Espírito Santo não tinha “conhecimento real” da situação em que estava o grupo que integrava.

  • Defesa de Salgado: "O tribunal está obrigado a realizar uma perícia sob pena de nulidade"

    Feitas as exposições introdutórias dos advogados dos assistentes, é agora a vez da defesa dos 18 arguidos. Começa a falar Adriano Squilacce, advogado de Ricardo Salgado, que voltou a explicar que o antigo presidente do BES não tem condições para estar neste julgamento.

    Ricardo Salgado “não consegue compreender o significado deste processo, muito menos prestar declarações. A defesa já requereu por inúmeras vezes perícias”, criticou o advogado.

    “Este tribunal tem de verificar se o arguido tem ou não condições” para continuar a ser julgado. “O tribunal está obrigado a realizar uma perícia sob pena de nulidade”, acrescentou. Este caso, diz ainda o advogado, “posiciona Portugal para ser condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos”.

    Adriano Squilacce criticou ainda o facto de uma da juíza do coletivo “ser lesada” do BES, uma vez que também terá perdido dinheiro no âmbito deste processo.

  • Advogado diz que julgamento deve suspender-se até que seja nomeado um "curador provisório" a Ricardo Salgado. 

    Henrique Prior, advogado de outro assistente, diz agora entender que “este julgamento deve suspender-se até que seja nomeado um curador provisório” a Ricardo Salgado.

    “Tribunal deve suspender o processo e nomear um curador provisório” para o ex-banqueiro, voltou a repetir o advogado.

  • "No final do dia, este banco com mais de 100 anos continuará falido, as vítimas continuarão sem sossego", diz advogado do BES em liquidação

    É agora a vez de Miguel Coutinho, advogado que representa o BES em liquidação, também assistente neste processo: “Os assistentes também têm direito a fazer prova”. E pede ao tribunal “que não descure os assistentes e ofendidos”.

    “Não há nenhum sujeito processual com maior interesse do que o BES”, acrescentou. “Os prejuízos que foram causados ao BES vão ter de ser provados.”

    “Este processo também não é sobre supostas discussões sobre valores de mercado, ou se está certo aquilo que não. Neste momento, o que importa aqui perceber é quem fez, como fez, quando fez e que consequências é que isso teve”, disse Miguel Coutinho.

    O advogado referiu ainda que este “é um processo sobre escolhas e mentiras”, em que “se confunde um banco e interesses pessoais”.

    “Por muitas questões que se coloquem em relação aos recursos existentes, a realidade é que têm a oportunidade de escrever a história judicial.”

    “No final do dia, este banco com mais de 100 anos continuará falido, as vítimas continuarão sem sossego.”

  • Advogado de assistentes recorda Pinto Monteiro, ex-PGR: "Mega processos, mega absolvições"

    O advogado Varela Matos, que representa também outros assistentes neste processo, recorda Pinto Monteiro, ex-procurador-geral da República: “Mega processos, mega absolvições”.

  • Protestos à chegada, nove perguntas da juíza e os 28 minutos na sala. Ricardo Salgado no primeiro dia do julgamento do caso BES

    Na primeira sessão de julgamento do caso GES/BES, o antigo banqueiro e principal arguido foi questionado nove vezes, mas não conseguiu dar resposta a todas as perguntas. Advogado pôs fim ao momento.

    Protestos à chegada, nove perguntas da juíza e os 28 minutos na sala. Ricardo Salgado no primeiro dia do julgamento do caso BES

  • Recomeça a sessão. Advogados continuam a fazer exposições introdutórias

    A primeira sessão do julgamento do caso GES/BES já recomeçou. Os advogados vão continuar a fazer as exposições introdutórias. Estão ainda a falar os advogados dos assistentes deste processo. Depois serão os advogados dos 18 arguidos.

  • Caso GES. PCP avisa que falhas não foram corrigidas e casos semelhantes "podem voltar a acontecer"

    António Filipe afirma que os problemas no sistema bancário persistem. Destacando o caso BES como um grave caso de corrupção, Deputado do PCP espera punições para os responsáveis.

    Caso GES. PCP avisa que falhas não foram corrigidas e casos semelhantes “podem voltar a acontecer”

  • Ilustração Observador: Ministério Público acusa Salgado de "gestão autocrática"

    Um dos momentos da primeira sessão de julgamento do caso GES/BES foi o da intervenção do Ministério Público.

    @TERESA DIAS COSTA/OBSERVADOR

    Já sem o ex-líder do Grupo Espírito Santo na sala de audiências, a procuradora Carla Dias — de pé, na imagem, enquanto fazia a exposição introdutória, junto aos outros dois elementos da equipa do Ministério Público — acusou Ricardo Salgado de ter gerido o grupo de forma “autocrática”.

    “O GES apresentou-se imune às sucessivas crises financeiras. Mas, pelo menos desde 2009, a ESI [Espírito Santo International] estava insolvente, como foi do conhecimento de um núcleo muito restrito de pessoas”, referiu a procuradora durante a exposição introdutória.

    Da restante equipa do Ministério Público neste julgamento fazem também parte a procuradora Sofia Gaspar (sentada mais à esquerda na imagem) e César Caniço (ao meio, entre as duas procuradoras).

    Do lado direito está, ainda, Bárbara Churro, um dos três elementos do coletivo de juízes no julgamento.

  • Pausa para almoço

    Sessão é agora interrompida para almoço. Durante o período da tarde, só estarão cinco arguidos na sala — os restantes já não regressam.

    Uma vez que vão existir mais lugares disponíveis, coletivo dá autorização para a entrada de mais público na sala.

  • Miguel Matias: "Muitos dos lesados não vão receber o seu dinheiro, não vamos criar ilusões"

    Miguel Matias, advogado que representa também alguns lesados deste processo, faz agora a sua exposição introdutória: “Muitos dos lesados não vão receber o seu dinheiro, não vamos criar ilusões”.

  • João Medeiros: Existe um "propósito panfletário de passar mensagens" através das exposições introdutórias

    Fala agora João Medeiros, advogado que representa a massa insolvente da Rioforte e a massa insolvente da ESI — os lesados da Rioforte e da ESI, que reclamaram os seus créditos junto de um tribunal no Luxemburgo.

    O advogado começa por criticar o uso da exposição introdutória, dizendo, no entanto, que a vai fazer por duas razões: ” A primeira é a razão de lealdade processual. A segunda é a circunstância de querer indicar ao tribunal ao que venho e o que pretendo.”.

    Existe um “propósito panfletário de passar mensagens” através das exposições introdutórias, acrescentou.

    “Pretendemos demonstrar que a Rioforte e ESI foram absolutamente desconsideradas, que foram manipuladas em função de interesses de terceiros.”

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