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  • Marcelo diz que homenagem dos portugueses é “muito impressionante”

    O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje “muito impressionante” a homenagem que os portugueses estão a prestar a Mário Soares, que mostra “a gratidão do país” em relação ao antigo chefe de Estado.

    Marcelo Rebelo de Sousa e o presidente da Assembleia da República regressaram hoje, cerca das 19:30, ao Mosteiro dos Jerónimos para prestar uma homenagem a Mário Soares, depois de terem recebido, ao início da tarde, o cortejo fúnebre do antigo chefe de Estado.

    À saída, cerca de 50 minutos depois, o Presidente da República foi questionado sobre a homenagem que os portugueses estão a prestar a Mário Soares, tendo sido curto nas palavras para dizer que é “muito impressionante” e mostra “realmente a gratidão do país em relação a Mário Soares”.

    Interrogado sobre se os portugueses estavam a responder ao pedido que o Presidente da República tinha feito, Marcelo respondeu apenas que “responderam ao apelo da história”.

    (Lusa)

  • José Sócrates sobre visita de Soares na prisão: "Ficará para sempre registado no meu coração"

    Em entrevista à TVI, o antigo primeiro-ministro José Sócrates recordou a visita de Mário Soares ao Estabelecimento Prisional de Évora, onde estava preso preventivamente no âmbito do processo Marquês. “Esse gesto de simpatia e companheirismo político ficará para sempre registado no meu coração”, disse o antigo primeiro-ministro, que ainda assim não quis entrar em pormenores. “Isso é uma dimensão pessoal que partilho com as pessoas mais próximas.”

    José Sócrates referiu ainda a altura em que filiou no PS, no ano de 1981, depois de ter militado na Juventude Social Democrática, a jota do PSD. Na altura, o PS atravessava uma crise interna, com o Secretariado Nacional a querer apoiar a recandidatura de Ramalho Eanes ao cargo de Presidente da República e Mário Soares a opôr-se a essa posição. Quando entrou no PS, José Sócrates estava do lado dos primeiros. “Eu quando me inscrevi no PS inscrevi-me na oposição ao Mário Soares”, referiu o antigo primeiro-ministro. “Uns anos depois vim dar-lhe razão ao não querer apoiar o general Ramalho Eanes.”

    Sobre Mário Soares, disse que “ele gostava do risco e da incerteza” e que era um político com “uma grande confiança no futuro”.

  • Recorde-se que o corpo de Mário Soares vai estar em câmara ardente no Mosteiros dos Jerónimos até à meia-noite de hoje e entre as 8h00 e 11h00 de amanhã.

  • António Guterres deixa mensagem emocionada no livro de condolências

    O secretário-geral da ONU, António Guterres, agradeceu hoje ao antigo Presidente da República Mário Soares “tanta entrega ao país e aos portugueses através do Partido Socialista”, numa mensagem escrita a seu pedido no livro de condolência na sede do PS.

    “Obrigado Mário Soares por tanta entrega ao país e aos portugueses através do Partido Socialista”, lê-se na mensagem à qual a Lusa teve acesso, transmitida por António Guterres no livro de condolências que está na sede nacional do Partido Socialista, no Largo do Rato, em Lisboa.

    O secretário-geral da ONU considerou também que é entre socialistas que “a saudade é mais funda”, uma vez que morreu o fundador do partido, “o amigo, o eterno militante número um” do partido, o “companheiro de tantas batalhas”.

    Para António Guterres, o antigo chefe de Estado foi também o “protagonista maior do valor primeiro que nos guia – a liberdade!”

    Numa mensagem direta para Mário Soares, António Guterres vincou: “O teu legado é também património nosso e a garantia de que permaneceremos sempre um partido de homens e mulheres livres que saberão honrar e defender os valores da democracia aos quais, com coragem, dedicaste toda a tua vida”.

    (Lusa)

  • O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, regressaram ao Mosteiro dos Jerónimo há cerca de 30 minutos para voltarem a estar junto do corpo de Mário Soares.

  • Nos claustros dos Jerónimos está tudo preparado. Algumas curiosidades: com as temperaturas em Lisboa entre os 10 e os 16 graus (previsão para amanhã), há uma dúzia de aquecedores a gás exteriores no espaço onde vai decorrer a homenagem. Num dos corredores à volta dos claustros (ao fundo nesta fotografia panorâmica e com acesso vedado aos jornalistas) estão em exposição dezenas das coroas de flores que foram sendo enviadas. As arcadas do lado esquerdo estão iluminadas com as cores nacionais. O lago foi coberto e é nessa espécie de palco que será colocada a urna. À volta estão dispostas cadeiras para as personalidades que vão assistir à sessão de homenagem.

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  • Guterres enviou texto para o livro de condolências

    António Guterres, ex-líder socialista e secretário-geral das Nações Unidas, enviou um texto para o Largo do Rato, para constar no livro de condolências de Mário Soares no Partido Socialista. “É em nós, socialistas, que a saudade é mais funda porque morreu o nosso fundador, o amigo, o eterno militante número um do nosso partido, o companheiro de tantas batalhas e o protagonista maior do valor primeiro que nos guia — a liberdade!”.

    Apesar de as suas novas funções na ONU não lhe permitirem estar presente nas exéquias do antigo Chefe de Estado, António Guterres diz que tem acompanhado as cerimónias: “Embora à distância, tenho assistido comovido às sentidas homenagens que têm sido prestadas a Mário Soares por parte de inúmeros concidadãos nosso que atestam bem quão querido quão importante e quão importante e quão marcante foi Mário Soares para o povo português”.

    O ex-primeiro-ministro conclui com um agradecimento ao fundador do PS: “Obrigado Mário Soares por tanta entrega ao País e aos portugueses através do PS. O teu legado é também património nosso e a garantia de que permaneceremos sempre um partido de homens e mulheres livres que saberão honrar e defender os valores da democracia aos quais, com coragem dedicaste toda uma vida”

  • Machete recorda "primeiro-ministro imparcial"

    O vice-primeiro-ministro de Mário Soares no Governo de Bloco Central (1983), Rui Machete, recordou um “primeiro-ministro imparcial que procurou que a coligação funcionasse. E funcionou”.

    Para o social-democrata Rui Machete, Soares “foi efetivamente um político excecional, pela sua maneira de ser e coragem, pela capacidade e lucidez com que interpretava as situações políticas”. Estavam em lados opostos, um no PS outro no PS, mas Machete garante que sempre se deram bem.

  • José Luís Ferreira dos Verdes também foi prestar uma última homenagem a Mário Soares, destacando o seu papel de lutador anti-fascista”, como cidadão e como advogado “já que assumiu a defesa de vários presos políticos do Antigo Regime”.

  • 21 tiros da Marinha, no Tejo, na despedida final

    A cerimónia nos Jerónimos está previsto demorar cerca de uma hora e meia, com o cortejo fúnebre a organizar-se de novo no final rumo ao cemitério dos Prazeres. Depois de um trajeto com pontos de paragem junto do Palácio de Belém, a Assembleia da República e a sede do PS, o carro que vai transportar o corpo do antigo Presidente da República desloca-se até aos Prazeres onde será recebido, na praça frente ao cemitério, com honras militares. A urna será depois transportada para a capela, com alas de cortesia desarmadas das Forças Armadas (sem estandarte em sem música), e é lá que vai acontecer o último momento evocativo, ouvindo-se novamente a voz de Mário Soares.

    A bandeira de Portugal que cobre a urna será entregue pelas Forças Armadas ao Presidente que, por sua vez, a entregará à família, bem como as insígnias. No momento em que o corpo de Soares for transportado para o jazigo da família, vão soar 21 tiros de artilharia da Marinha, a partir do rio Tejo.

  • Filhos, Costa, Marcelo e Ferro discursam na sessão de homenagem

    Amanhã durante a manhã o corpo de Mário Soares continua em câmara ardente nos Jerónimos, mas as portas fecham aos populares por volyta das 11 horas. Para as 13 horas está marcada a sessão de homenagem que vai ter a participação musical do coro e da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos.

    A cerimónia abre com o hino nacional, seguido de um registo áudio da voz de Mário Soares. Depois disso discursa o seu filho, João e a sua Isabel. Pelo meio vai ouvir-se também uma gravação da voz de Maria Barroso, mulher de Mário Soares que morreu em 2015. Segue-se um momento musical, com Mozart a soar nos claustros dos Jerónimos onde vai decorrer a cerimónia.

    As intervenções que vão ouvir-se depois deste momentos dedicado à família Soares serão as do primeiro-ministro António Costa, que gravou umas palavras em vídeo por estar ausente em visita de Estado à Índia, do Presidente da Assembleia da República Eduardo Ferro Rodrigues e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Estas intervenções vão ser intercaladas por momentos musicais, primeiro tocará Edward Elgar e Gabriel Fauré.

  • A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) manifestou, em nota de imprensa publicada na sua página na Internet, “profundo pesar pelo falecimento do Presidente Mário Soares”.

    “Ao transmitir as mais sentidas condolências ao povo português pela perda de seu eminente cidadão, a CPLP exalta o histórico papel desempenhado pelo Presidente Mário Soares no estreitamento da amizade, do diálogo político e da integração entre os países de língua oficial portuguesa, que culminou com a constituição da Organização, em 17 de julho de 1996”, lê-se na nota.

    A organização “saúda o exemplo de homem público e estadista deixado pelo Presidente Mário Soares, que continuará a inspirar gerações de cidadãos falantes da língua portuguesa”.

    Lusa

  • Três Presidentes estrangeiros confirmados no funeral de Soares. E o rei de Espanha

    Entidades estrangeiras já confirmadas para o funeral do antigo Presidente:

    Rei de Espanha, Felipe VI

    Presidente da Assembleia Nacional de Angola, Fernando Dias dos Santos

    Vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba

    Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e também o ministro dos Negócios Estrangeiros do país

    Presidente do Brasil, Michel Temer

    Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz

    Presidente da Guiné Bissau, José Mário Vaz

    Comissário Europeu Carlos Moedas, em representação da Comissão Europeia

    Ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, José García-Margallo

    Lionel Jospin, ex-primeiro-ministro francês

    Jacques Santer, ex-presidente da Comissão Europeia

    Felipe Gonzalez vem em representação do PSOE

    Irmão do Rei de Marrocos

    Presidente do Governo da Catalunha, Artur Mas

  • Bagão diz que "em 11 eleições" só votou "uma vez e meia" em Soares

    O antigo ministro do CDS, Bagão Félix, destaca que no momento da morte é “mais fácil distinguir o essencial do acessório” e “no essencial, Mário Soares é um português da história contemporânea a quem muito devemos independentemente das diferenças que tivemos — e estivemos em áreas ideológicas diferentes — mas sempre encontrei no dr.Mário Soares um exemplo”.

    Bagão Félix foi aos Jerónimos transmitir o “sentimento de gratidão” e que sem a “poeira das circunstâncias” é fácil ver o que é “intemporal em Mário Soares: um estadista, um homem a quem muito devemos do ponto de vista da liberdade e da democracia liberal, de alguém que com coragem exerceu a política com gosto, com sentido de serviço, mas também com aquilo que é importante num político que é perceber-se que é humano, que é igual aos outros, que tem falhas, que tem defeitos, que às vezes não sabe as coisas, que erram — e ele soube encarar o mais profundo significado da política que é: saber perder é igual a saber ganhar e ele perdeu com a mesma naturalidade com que muitas vezes venceu.”

    O antigo ministro indicado pelo CDS disse ainda que “em onze eleições” só numa delas votou em Soares. E retificou: “uma e meia”. Dizendo apenas qual foi a “meia”: “Em 1969, tinha eu 18 anos, nas eleições para a Assembleia Nacional. Eu votaria, se vivesse em Lisboa, CEUD. Assim no distrito de Aveiro tive de votar CDE, mas o espírito era votar CEUD”.

  • Sócrates guarda "amor fraternal que ficará para sempre no meu coração"

    José Sócrates esteve nos Jerónimos na despedida a Mário Soares e lembrou um verso que resume a vida do histórico fundador do PS: “queria transformar os velhos inimigos em leais adversários” e, disse, “não há melhor programa democrático do que esse”. Para o ex-primeiro-ministro, que tinha uma relação de amizade próxima com Mário Soares, fica não só a sua vida política “inspiradora” como “um amor fraternal que ficará para sempre no [seu] coração”.

    “Foi um homem que esteve ao meu lado nos últimos tempos, um grande companheiro político e um grande amigo”, disse. Questionado pelos jornalistas sobre a última conversa que teve com Soares, que o foi visitar várias vezes ao estabelecimento prisional de Évora, Sócrates preferiu preservar essa memória. “É muito pessoal, só partilho com os mais próximos. Não gosto de falar dos meus sentimentos, mas imaginam o que significou para mim. Tenho um carinho, e posso mesmo dizer, um amor fraternal que ficará para sempre no meu coração”, disse.

    Preferindo falar da vida política do que da relação pessoal que mantinha com o ex-Presidente da República, Sócrates destacou a “a biografia política de Mário Soares, que vive para a história, não para um momento ou uma circunstância da história. Foi o político carismático do século XX, que se bateu em primeiro lugar contra a ditadura, e com isso ganhou o carisma do combatente, mas que também foi capaz de, já depois da liberdade, encarnar o carisma da reconciliação“.

    Os elogios continuaram: “Nunca quis agradar a todos, nunca fez uma carreira política com base no cálculo, fez com base naquilo que acreditava. Opor-se por vezes à corrente e lutar contra o ponto de vista da corrente é o que faz a singularidade, é isso que faz um vitorioso: não ter medo de perder”.

    Para Sócrates, Mário Soares era o “exemplo perfeito” daquilo que se diz dos políticos: “era um profissional do otimismo, tinha muita autoconfiança. “Mário Soares deixa-nos um percurso político assente na força da vontade. Algumas das grandes batalhas que travou fê-las com base na sua vontade. E só realizamos o possível porque houve alguém que sonhou com o impossível”, acrescentou.

    Cerimónias fúnebres do antigo Presidente da República Portuguesa Mário Soares

  • Silva Pereira diz que legado de Soares é "património a conservar"

    O antigo ministro da Presidência Pedro Silva Pereira também foi aos Jerónimos prestar a última homenagem a Mário Soares, tendo destacado a “coragem inspiradora” e a “dedicação aos valores da justiça, dos Direitos Humanos e da paz”, que “inspirou o Partido Socialista, mas também muitos democratas”. O eurodeputado socialista acrescentou que “o país hoje exprime sobretudo uma imensa gratidão ao dr. Mário Soares pelo seu combate, pelos seus sacrifícios, pelas suas lutas, pelos seus trabalhos, pelos seus cuidados”.

    Silva Pereira diz que o legado de Soares é “um património que devemos conservar”, já que “a democracia faz-se dos seus protagonistas, dos seus episódios, dos seus combates e o dr. Mário Soares é, nesse aspeto, a figura maior”. O ex-ministro diz, no entanto, que a morte de Soares não marca um novo momento, já que Soares “deixou na democracia portuguesa uma marca que não se apagará, assim nós saibamos cuidar dela.”. Logo “o desafio hoje está transferido para as mãos das instituições, dos cidadãos, das escolas, das famílias”. E acrescenta: “Esse é o caminho”.

    O antigo governante socialista defende que Soares é “do melhor da geração de políticos que a democracia portuguesa alguma vez teve”, mas acredita que “não acaba aqui coisa nenhuma”, já que o que há “é a responsabilidade de pegar no legado de Mário Soares e levá-lo mais longe”.

  • Sampaio da Nóvoa diz que "país já não é o mesmo, falta qualquer coisa"

    O antigo candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa disse à saída do Mosteiro dos Jerónimos guardar “memórias muito fortes de um homem que já não era novo, mas que tinha uma energia impressionante. Tinha mais energia que nós todos juntos.” Sampaio da Nóvoa falou na “alegria” de Soares em “combater pelas causas em que acreditava”. E acrescenta, que “as causas foram sempre as causas da liberdade, em todos os momentos, em todas as circunstâncias da sua vida, foi sempre a liberdade”.

    O antigo reitor da Universidade de Lisboa disse ainda que com a morte de Soares ficou com a “sensação que o país já não era o mesmo, que faltava-nos qualquer coisa a partir daquele dia” e que agora “vamos ter de nos habituar com um outro país, que é um país a seguir a Mário Soares”. Para Sampaio da Nóvoa a “única maneira de vivermos nesse país é sermos capazes de continuar aquilo que ele nos deixou, de honrar o legado de Mário Soares. Esse legado principal, é o legado da liberdade”.

  • Cristas diz que "é mais do que justo e genuíno" reconhecer que o país deve a democracia a Soares

    A líder do CDS, Assunção Cristas, também foi ao mosteiro do Jerónimos e disse que “independentemente de em muitos momentos” os centristas terem “discordado de Mário Soares”, houve também momentos em que concordaram. Cristas diz ainda ser “um justo reconhecimento, sabermos que hoje temos uma democracia pluripartidária porque homens como Mário Soares, e porventura, Mário Soares à cabeça, por ela lutaram em momentos decisivos para o país e também hoje estamos numa Europa por trabalho de homens como Mário Soares também com ele à cabeça”.

    Para a presidente do CDS este é então “o momento de valorizar aquilo que, obviamente, reconhecemos como muito positivo, independentemente de, em outros momentos, termos tido posições diferentes, de divergência. É mais do que justo e genuíno reconhecer esse trabalho que foi feito para que hoje possamos estar todos em liberdade, em democracia pluripartidária e também numa Europa que nós queremos que possa ser cada vez melhor”.

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