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  • No largo do Rato, dezenas de pessoas seguravam as rosas amarelas, as flores de que Maria Barroso mais gostava.

  • Soares "é que impulsionava isto"

    O nome de Alfredo Carvalho é um dos primeiros, na coluna do meio da pedra de mármore rosa que assinala os nomes dos fundadores do PS, na sede do partido, em Lisboa. Esta terça-feira, aos 82 anos, o “militante nº 17 ou 18” veio com a mulher ao Rato para cumprimentar pela última vez o seu camarada de luta Mário Soares.

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    Alfredo Carvalho, um dos fundadores do PS, esteve no largo do Rato para homenagear Mário Soares

    “Eu sou operário, estava na LISNAVE e hoje sei perfeitamente que, se estamos aqui a falar, devemo-lo a ele”, declara Alfredo Carvalho. “Ele é que teve coragem para se levantar, nunca desistiu” e, agora, na sua morte, o socialista não poupa palavras: “Era uma figura ímpar”.

    O fundador socialista recorda os primeiros tempos de democracia, meses quentes em que o partido dava os primeiros passos e em que os socialistas calcavam quilómetros por um Portugal ainda isolado a levar a palavra militante a outras geografias. Em 1975, na zona de Coimbra, num fim de semana, fizemos 23 comícios. Começámos em Coimbra e fomos por aquelas terras todas até Avide”, diz Alfredo Carvalho. Na altura eram Mário Soares, Alfredo Carvalho e Isabel Soares, a filha mais nova. “Ela é que era a chauffer [motorista] dele”, recorda.

    Sentado a um banco, na entrada da sede do PS, o fundador do PS queima tempo até que o cortejo fúnebre com o corpo de Mário Soares irrompa pelo largo do Rato, onde centenas de pessoas já aguardavam a chegada do antigo presidente da República para uma última homenagem.

    O Governo decretou três dias de luto e dedicou a Soares um funeral de Estado. “A coisa mais justa” que o país podia fazer pelo seu antigo chefe de Estado e chefe de Governo. Para o partido, de que foi fundador e líder, recuperar da perda será tarefa mais difícil, considera Carvalho. “Ele é que impulsionava isto, até doente as pessoas olhavam para a figura dele… a figura dele ficou de tal maneira enraizada no povo que o povo jamais se esqueceu”.

  • À hora em que terminavam as cerimónias fúnebres em Lisboa, a delegação portuguesa no Parlamento Europeu fazia uma sessão evocativa de Mário Soares.

  • Schulz lembra símbolo da "luta pela democracia europeia"

    De passagem pelo largo do Rato, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, lembrou Mário Soares como “um símbolo da luta contra o fascismo e também da luta pela democracia europeia”.

    “Eu sou deputado da circunscrição que engloba Bad Münstereifel, onde este partido, o PS português, foi fundado em 1973, por Mário Soares e Willy Brandt [chanceler alemão entre 1969 e 1974]. Nós, os sociais-democratas alemães, o SPD [partido social-democrata alemão], estamos muito muito ligados ao partido português”, disse Schulz, considerando que Mário Soares, um homem que “mudou não só Portugal”, é “uma perda considerável”.

    No Twitter, horas antes, Schulz dizia estar em Lisboa para apresentar as condolências aos cidadãos portugueses e dizer “obrigado”.

  • Um gesto que "intensifica" as relações Portugal/Brasil, diz Temer sobre a sua vinda ao funeral

    O presidente brasileiro Michel Temer esteve em Lisboa para o funeral de Mário Soares que diz ser um “grande português” e que “intensificou enormemente” as relações entre Portugal e o Brasil.

    Temer disse ainda que a sua vinda a Portugal para assistir às cerimónias fúnebres do antigo Presidente da República “serve para reforçar a ligação entre Brasil e Portugal, enaltecida ao longo do tempo pela figura exponencial do grande português Mário Soares”

  • O cemitério dos Prazeres começa agora a esvaziar-se, enquanto são colocadas as últimas flores pelo espaço. As altas individualidades já abandonaram o local. Espera-se que nos próximos dias sejam vários os populares a deslocar-se ao jazigo de Mário Soares.

  • IMG_0085 Neste momento são colocadas todas as flores recolhidas ao longo dos últimos dias, tanto no jazigo da família Barroso Soares como em todas as árvores que vão desde a entrada do cemitério até ao jazigo.

  • Soares no jazigo 3820, o mesmo de Maria Barroso

    A urna foi colocada no jazigo 3820 na presença da família, amigos e de altas entidades do Estado. É neste jazigo que está também a sua esposa Maria Barroso. O Observador não acompanhou o momento pelo recato e privacidade que exige. O mesmo foi, aliás, solicitado pela família.

    Após o momento, vários populares com flores quiseram ir visitar o jazigo e dar o último adeus a Mário Soares.

  • João Soares já saiu do cemitério dos Prazeres, acompanhado do primo e médico, Eduardo Barroso. O filho de Mário Soares, visivelmente emocionado, não quis prestar declarações.

  • A parada militar dos três ramos das Forças Armadas que se perfilava em frente ao Cemitério dos Prazeres começou a marchar para desmobilizar e destroçar.

  • Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, diz à RTP, junto ao Cemitério dos Prazeres, que foi o “adeus físico” de Mário Soares, porque os “valores mantêm-se”, que são comuns “à esquerda e à direita”.

  • O Presidente da República sai do Cemitério dos Prazeres, faz uma breve revista às tropas, despede-se de Augusto Santos Silva, o representante do Governo na ausência de António Costa, e retira-se das cerimónias fúnebres.

  • A voz de Mário Soares ouvida no cemitério dos Prazeres

  • Ouve-se uma salva de 21 tiros de artilharia, disparadas por um navio da Marinha portuguesa fundeada no Tejo, enquanto seis militares dos três ramos transportam a urna no interior do cemitério.

  • As insígnias acabam de ser devolvidas à família de Mario Soares, já no cemitério dos Prazeres.

    E bandeira que cobria a urna é finalmente retirada.

    Chefe de Estado maior das Forças Armadas entrega bandeira a Marcelo Rebelo de Sousa, que a devolve aos filhos de Soares. Isabel beija a bandeira assim que a recebe em mãos.

  • Urna já chegou aos Prazeres. Marcelo, Ferro, membros do Governo, presidente da câmara de Lisboa e família aguardam em linha.

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  • Urna chega ao Cemitério dos Prazeres

    O cortejo fúnebre acaba de chegar à entrada do Cemitério dos Prazeres. Há um compasso de espera. A urna é retirada da charrete pela GNR, e é recebida por uma guarda de honra de militares dos três ramos das Forças Armadas.

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