Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Os conselheiros já abandonaram o hotel no Porto onde decorreu o longo e intenso Conselho Nacional do PSD. Rui Rio passou a prova, derrotou os adversários internos e ganhou um apoio-surpresa de Luis Filipe Menezes que acabou por marcar a noite. Os trabalhos encerraram e o liveblog do Observador vai também ficar por aqui. Obrigado por nos ter acompanhado ao longo desta maratona de mais de 12 horas. Até à próxima!

  • 4h00. Rui Rio desce em aplausos e pede "paz no partido"

    Depois da maratona, já pelas 4h da manhã, Rui Rio desceu as escadas entre aplausos dos conselheiros que restavam. Afirmou que este foi “um resultado importante”, uma vez que foi “um pouco superior ao resultado das eleições diretas”, em que venceu a Pedro Santana Lopes. “O que é preciso é que agora haja alguma paz no partido”, disse, sublinhando depois que a primeira parte já está, que é provar que o PS pode “perder eleições”. “Agora temos de construir a possibilidade de o PSD ganhar”, disse.

    Luís Montenegro, o desafiador derrotado, assistiu a tudo ao longe e já anunciou que fala à comunicação social esta sexta-feira, pelas 12h, em Gaia.

  • Moção de confiança de Rui Rio aprovada por 75 votos contra 50

    Rui Rio continua como líder do PSD. Moção de confiança aprovada por 25 votos de diferença (75-50) e houve um voto nulo. Votaram 126 conselheiros.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Votação acabou perto das 03h20. Neste momento contam-se os votos.

  • Hugo Soares: "Partido estava adormecido e hoje está mais vivo do que nunca"

    Assim que Mota Pinto decidiu sujeitar a metodologia de voto a votação dos conselheiros, Hugo Soares (defensor do voto secreto) apareceu aos jornalistas a lembrar que o parecer do Conselho de Jurisdição era claro quanto à interpretação do regulamento: se requerido por um décimo dos conselheiros, a votação devia ser secreta. “Lamentavelmente o Conselho de Jurisdição teve de abandonar a sala porque o presidente da Mesa não acatou com a decisão e exigiu que fosse o CN a decidir”, disse, enaltecendo ainda assim a postura de Rui Rio, que acabou por apelar ao voto secreto. “Só lamento que tenha sido preciso uma noite inteira para isto”.

    “É lamentável haver decisões de braço no ar para decidir a metodologia da votação”, disse, para a seguir rematar com uma frase de balanço: “O partido estava adormecido e hoje está mais vivo do que nunca”, disse, recusando que tal afirmação fosse uma pré-admissão de derrota.

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  • Voto secreto aprovado (de braço no ar)

    Os conselheiros nacionais votaram, de braço no ar, que a votação será secreta.

    78 conselheiros votaram a favor do voto secreto

    22 conselheiros votaram contra o voto secreto

    3 abstiveram-se

  • Membros do Conselho de Jurisdição abandonam a sala em protesto

    Parecer do Conselho de Jurisdição Nacional disse que voto teria de ser secreto, mas presidente da Mesa recusou esse entendimento. Paulo Mota Pinto quis submeter requerimento a votação de braço no ar, o que levou alguns membros do Conselho de Jurisdição a abandonarem a sala.

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  • Mota Pinto insiste que requerimento tem de ser votado. E de braço no ar

    Apesar de Rui Rio apelar a que conselheiros optassem pelo voto secreto, Paulo Mota Pinto insistiu em votar admissibilidade dos requerimentos de braço no ar.

  • Rui Rio saiu da sala para que conselheiros estivessem "à vontade" a votar requerimentos e apelou a que voto fosse secreto. "Ainda que todos, eu não"

    O presidente do PSD, Rui Rio, disse que a forma como gosta de “estar na política é de cara aberta”, assumindo as suas posições. Rio lembrou que há vários anos, no plenário da Assembleia da República, votou quase isolado na bancada a favor da despenalização do aborto em voto nominal. Disse que gosta da frase: “Ainda que todos, eu não“. E complementa; “É uma frase que eu gosto e vem em socorro daquilo que é a minha opinião, da minha forma de estar na vida”.

    Rio disse depois que já viu “muitas moções a ser discutidas ao longo dos anos [no Conselho Nacional] e foram sempre de braço no ar.” Lembrou que ainda “ontem vimos no Parlamento inglês, uma votação importantíssima para o futuro de Inglaterra, os deputados a levantarem-se e a mostrarem cada um como votam e cada um ali a assumir a sua posição”. E atirou: “Para mim, a minha forma de estar na política é fundamental, nem que me ponha de pé sozinho, mas mostro o que penso“.

    Rio afirmou ainda: “Tenho fama de ser um pouco teimoso e inflexível e, em princípios, até costumo ser. Até têm razão. Custa-me fazer o apelo que vos vou fazer, mas vamos agora sair, os senhores e as senhoras vão decidir como vão votar. Vão votar como quiserem. O Conselho Nacional decorreu de forma muito civilizada, muito positiva, independentemente da forma como votem, nós vamos sair para estarem mais à vontade para decidirem. Mas sou eu o primeiro, dadas as circunstâncias, que apelo a que o voto seja secreto“.

  • Rui Rio pede para votação ser secreta

    O presidente do PSD, Rui Rio, voltou a falar no fim das intervenções a dizer que viu “muitas moções a ser votadas” e “foram sempre de braço no ar”. O líder do partido deu depois o exemplo da moção de censura a Theresa May, que foi de braço no ar.

    Rui Rio pediu depois para a votação ser secreta.

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  • António Topa faz uma das últimas intervenções: "Fui líder distrital porque Marques Mendes não queria Montenegro"

    Um dos últimos inscritos a falar foi o antigo presidente da distrital do PSD de Aveiro, António Topa, que disse que foi presidente da distrital de Aveiro porque o líder Marques Mendes lhe pediu para concorrer para evitar que fosse Luís Montenegro a liderar a distrital.

  • Faltam falar oito conselheiros. Mesa decide depois forma de votação

    Faltam falar oito conselheiros, cada um fala cerca de cinco minutos, o que significa que devem faltar cerca de 40 minutos para terminarem as intervenções. Depois disso será feita uma pausa para a Mesa decidir sobre a forma de votação da moção de confiança.

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  • O Cigarro da paz

    Lá dentro os dois lados em confronto trocavam argumentos e acusações, cá fora era possível ver representantes dos dois lados da barricada a conversar tranquilamente enquanto fumavam um cigarro.

    Na imagem, Hugo Soares e Pedro Pinto, apoiantes de Montenegro e José Luís Silvano, secretário-geral do PSD e fiel a Rui Rio.

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  • Conselho Nacional transforma-se em comício durante intervenção de Morais Sarmento (em defesa de Rio)

    A intervenção de Nuno Morais Sarmento, vice de Rio, fez com que o Conselho Nacional se tranformasse numa espécie de comício: houve aplausos apoteóticos e gritos de “PSD! PSD!”. Tudo aconteceu quando o dirigente social-democrata criticou o facto de, agora, “cada um, a seu belo prazer, poder exigir eleições diretas aos três meses, seis, ou nove meses de mandato”. “Assim é absolutamente impossível a condução deste ou de qualquer outro partido”, disse.

    Foi aí que vieram as primeiras palmas intensas. O segundo momento, que teve direito a “PSD! PSD!” foi quando criticou Carlos Abreu Amorim por ter ido ali falar de “regras efetivas”, referindo-se ao método da votação, contrapondo que “regras efetivas” são outras: a duração dos mandatos do líder. “Regras efetivas são as que dizem que os mandatos são de dois anos!”, gritou já entre fortes aplausos.

  • Apoiantes de Montenegro defendem voto secreto

    O presidente da distrital de Coimbra, Maurício Marques, defendeu o voto secreto e ameaçou não votar se não for essa a metodologia. O antigo vice-presidente da bancada parlamentar, Carlos Abreu Amorim, e o presidente da câmara de Vagos, Silvério Regalado, ambos apoiantes de Montenegro, também defenderam voto secreto.

    O mesmo aconteceu com líder da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino, que também diz que não vota se o voto não for secreto e que — se for essa a decisão — entrega o cartão à Mesa.

  • Que guerra jurídica é esta?

    1. O início | A guerra jurídica começou ainda antes do Conselho Nacional com os críticos a anunciarem, na segunda-feira, que iriam apresentar um requerimento para que o a votação da moção de confiança de Rio fosse por voto fosse secreto, tendo o entendimento que ele seria potestativo (obrigatório). E isto porque o artigo 13º dos estatutos diz que, no Conselho Nacional, fazem-se por voto secreto as seguintes votações:
      a) As eleições
      b) As deliberações sobre a situação de qualquer membro do Conselho Nacional,
      c) As deliberações em que tal seja solicitado, a requerimento de pelo menos um décimo dos membros do Conselho Nacional presentes.
    2. A resposta | Dias depois, os apoiantes de Rio, através de Mota Amaral, anunciaram que seria pedido um requerimento para que a votação fosse nominal e de braço no ar. O argumento é que o presidente da Mesa tem poder para aceitar este tipo de requerimento. Na alínea d) do artigo 6º, o regulamento determina que:“[Compete ao presidente da Mesa] admitir ou rejeitar propostas, reclamações e requerimentos, verificada a sua conformidade estatutária e regulamentar.”
    3. A reunião | Durante o Conselho Nacional, que começou às 17h00 no Porto, entraram quarto requerimentos na Mesa:
    • Um dos críticos a pedir o voto secreto da moção de confiança, assinado por mais do décimo de conselheiros exigido pelo regulamento;
    • Um de Mota Amaral, oral, a pedir a votação nominal;
    • Um a solicitar o voto de braço no ar, de que se desconhece, para já, os autores;
    • Um apresentado por alguns conselheiros e outros delegados ao Congresso que estão no CN na qualidade de observadores, também a solicitar o braço no ar.

    4. A dúvida | A Mesa reuniu-se a primeira vez para analisar estes quatro requerimentos e não houve consenso. Segundo o secretário-geral José Silvano, Mota Pinto entende que o requerimento a pedir o voto secreto não tem direito potestativo. Ou seja: não garante automaticamente o voto secreto.

    5. O impasse | Perante o impasse e a ausência de resposta da Mesa, os críticos decidiram avançar com o pedido para que fosse o Conselho de Jurisdição a esclarecer a dúvida. Hugo Soares apresentou — após a pausa para jantar — um requerimento oral para que fosse o Conselho de Jurisdição a decidir.

    6. Decisão adiada | O presidente da Mesa disse que tinha vários requerimentos na Mesa e que, mais tarde, iria interromper os trabalhos para decidir sobre os requerimentos apresentados.

    *Os críticos insistem na votação secreta, pois acreditam que a moção de confiança tem mais hipóteses de ser chumbada se os conselheiros não tiverem de votar contra o líder de braço no ar. Os apoiantes de Rio insistem que não seja secreta precisamente pelas razões inversas: acreditam que a moção de confiança tem mais hipóteses de ser aprovada se a votação for de braço no ar.

  • Líder da JSD dá ralhete à sala e diz que falta a conselheiros nacionais "maturidade" dos conselheiros da jota

    A líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, lembrou que logo no início desta guerrilha interna condenou “o lamentável timing desta crise” e, desde aí, se resumiu ao “silêncio público” porque se recusa “a contribuir para o triste espetáculo que estamos a dar ao país“.

    Balseiro Lopes diz que na ideia que tem da política “não entra um ataque a militantes do PSD que nas alturas mais difíceis da nossa democracia deram a cara pelo nosso partido”, numa alusão aos ataques a Luís Montenegro, mas logo completa que “também não entra a forma de prejudicar a preparação de atos eleitorais”, numa alusão aos críticos que, como Montenegro, espoletaram esta crise.

    A líder da JSD deu depois uma reprimenda aos conselheiros nacionais. Disse que, no último fim-de-semana, a JSD “reuniu em conselho nacional” e que os conselheiros da jota revelaram “uma maturidade e capacidade de aceitar a diferença que muitas vezes não vejo aqui”.

    Margarida Balseiro Lopes diz ter uma “real preocupação com ações concretas para unir o partido” e assume ser “pela estabilidade dos mandatos”. Diz que não concorda com a crise que o PSD está a viver mas apontou a Rui Rio “três coisas que não estão a correr bem”: o tom do discurso, a diferença com o Partido Socialista e a marca PSD.”

    A líder da JSD diz que não defende que o PSD deve “atacar tudo a toda a hora, mas há alturas em que o PSD tem de acompanhar os portugueses na indignação” que sentem e exorta Rio a “aumentar o tom e acertar o tempo”.

    Margarida Balseiro Lopes destaca que, se o PSD não é igual ao PS, “essa diferença tem de ser mais clara aos olhos dos portugueses”. E acrescenta: “Têm de perceber, a cada momento, quais as ideias que nos separam. Não pode haver a ideia de que estaríamos disponíveis para qualquer Bloco Central”.

    A líder da “jota” pede ainda a Rui Rio que reconheça o “trabalho determinante” que foi feito no tempo de Pedro Passos Coelho, em que os dirigentes do PSD “puseram sempre os interesses nacionais à frente” de outros interesses, “ao contrário do que faz António Costa”.

    Rui Rio e Margarida Balseiro Lopes no congresso da JSD, no último ano. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Pacheco Pereira: "Este conflito não vai acabar nunca"

    Pacheco Pereira falou sobre o PSD no programa Quadratura do Círculo, na SIC-Notícias, mas sem poupar nenhuma das partes. Sobre a declaração de Montenegro diz que foi “uma colagem sem qualquer espécie de sentido” e sobre Rui Rio diz que não conseguiu cortar com a lógica mediática atual.

    “Neste momento não há nenhum líder da oposição temível para o PS”, disse Pacheco que acredita que “este conflito [no PSD] não vai acabar nunca. Podem sair todos a jurar que está mais forte, mas 15 dias depois estão a fazer o mesmo”. Na oposição a Rui Rio diz que vê como “uma das coisas mais hipócritas”, o discurso sobre o líder não ter conseguido unir o partido.

    Começou por dizer que está a assistir ao Conselho Nacional como as pessoas que “põem binóculos ao contrário e vêem as coisas pequeninas”, mas depois desviou para a análise do “vazio” dos discurso políticos de hoje em dia, aproveitando para classificar o de Luís Montenegro: “Paupérrimo”. “É um vazio de muita gente, a linguagem dos partidos democráticos é feita de um completo vazio”, detalhou.

    Foi um apoiante de Rui Rio e não o inclui neste conjunto — aliás, diz que nem foi no seu tempo de líder que o PSD teve a pior sondagem, mas no tempo de Passos –, diz até que “as pessoas lhe reconhecem uma maneira diferente de estar na política”. Mas também diz que Rio não conseguiu “cortar” com a lógica do “reality show” que diz existir na política, e da “rapidez mediática”, defendendo que o social-democrata devia ter “cortado” e não “ter medo de se apresentar como é”. Também diz que Rio “não rompeu com o discurso da troika”, que aliás vê também no PS: “O discurso sobre a economia e a sociedade é tributário daqueles anos miseráveis”.

    E deixou um alerta aos sociais-democratas: a Aliança de Santana Lopes. “Parece que há um tabu em debater a Aliança. Pedro Santana Lopes é quem está a retirar ao PSD”, afirmou no programa que decorre ao mesmo tempo que o Conselho Nacional do PSD.

  • Salvador Malheiro sente-se "revoltado" e diz que Montenegro podia estar presente "se não tivesse renunciado ao mandato de deputado"

    O vice-presidente do PSD Salvador Malheiro diz-se “revoltado” com esta situação, embora “tenha orgulho na família social-democrata”. Malheiro rejeita a ideia de a direção de que faz parte não ter estratégia, dizendo que a moção de estratégia validada em congresso espelha o “espírito reformista”.

    Quanto à ausência de Montenegro, o vice-presidente do PSD diz que o antigo líder parlamentar “não está cá porque não quis, porque Luís Montenegro, se não tivesse renunciado ao seu mandato de deputado, hoje seria participante e teria a possibilidade de aqui expor” a sua opinião.

    Malheiro considera este um “momento de clarificação” e que o partido deve “aproveitar” para sair “daqui mais fortes, com a certeza que decisivo é o debate pelo país e não o debate da estrutura interna”.

    Salvador Malheiro cumprimenta Hugo Soares, ex-líder parlamentar do PSD e apoiante de Montenegro. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Guerra jurídica. Secretário-geral diz que impasse se mantém e Mesa é "soberana"

    Depois de Hugo Soares e Pedro Pinto terem descido à zona dos jornalistas para anunciar que, perante o impasse jurídico tinham pedido ao Conselho de Jurisdição que se pronunciasse, José Silvano, secretário-geral do PSD também desce ao átrio do hotel para mais esclarecimentos sobre a guerra jurídica que se instalou: votação da moção de confiança será por voto secreto ou de braço no ar? O impasse mantém-se e Silvano diz que a Mesa, liderada por Paulo Mota Pinto, vai voltar a reunir-se, sendo “soberana”.

    Isto depois de não ter havido consenso inicial sobre os quatro requerimentos que deram entrada no início dos trabalhos, em que um pedia voto secreto e os outros três, com mais ou menos nuances, pediam voto às claras. Ainda não é claro que Paulo Mota Pinto vá mesmo ouvir o Conselho de Jurisdição, que está presente na sala (como a ala montenegrista quer).

    Os trabalhos irão interromper para a Mesa decidir de que forma se fará a votação.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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