Momentos-chave
- Está inaugurada a edição de 2018 da Web Summit!
- Fernando Medina: "Aqui vão poder encontrar tolerância"
- António Costa: "Boa noite, good evening, hello everybody”
- Recebido com luzes, Guterres afirma: "[todos os avanços tecnológicos] são fantásticos, mas há desafios"
- "Sei que as pessoas que estão aqui estão concentradas na próxima geração"
- "For the Web", pela Internet
- Paddy Cosgrave dá início à Web Summit: "Esta vai ser a nossa casa nos próximos dez anos"
- Começou!
Histórico de atualizações
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Obrigado por nos ter acompanhado na inauguração desta terceira edição em Lisboa da Web Summit. Até dia 8 de novembro continuaremos aqui, no Observador, a cobrir este que é um dos maiores eventos de tecnologia e empreendedorismo do mundo. Até amanhã!
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O pedido do pai da Internet para uma nova Web
Tim Berners-Lee, além de ser considerado o principal inventor da Internet, é também defensor de um acesso “livre e aberto” para a sua criação. Para isso, a solução pode passar por uma convenção internacional para regras transversais entre países para proteger e regular a Internet. O anúncio foi feito em Lisboa, no palco da Web Summit
O “pai da Internet” apresentou em Lisboa uma nova solução para a Web
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Está inaugurada a edição de 2018 da Web Summit!
Paddy Cosgarve chamou vários empreendedores portugueses a palco para carregarem no botão que simboliza o arranque das conferências nos próximos dias. Acompanhado por António Costa e Fernando Medina, o irlandês carregou no botão ao som de um orquestra de percussão portuguesa composta por crianças. Começou, oficialmente, a que é uma das maiores conferências de empreendedorismo e startups do mundo.
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Fernando Medina: "Aqui vão poder encontrar tolerância"
Em palco, Fernando Medina falou da história e da cultura de Portugal, “um espaço onde as pessoas tentam construir as suas vidas”. Ao mesmo tempo, “também vão encontrar a parte moderna da Europa, das universidades, das empresas, dos empreendedores”. E acima de tudo, garante o presidente da Câmara de Lisboa: “Aqui vão poder encontrar tolerância”. “Queremos fazer de Lisboa a capital para a inovação, para os empreendedores, mas principalmente a capital da tolerância”, acrescentou.
Acompanhado por um quadro de Fernão de Magalhães e “a coragem de descobrir novos mundos”, Medina sublinhou a importância de “abrir novas raízes, dar mundos novos ao mundo”. “Lisboa torna-se agora capital do mundo por causa de vocês”, conclui entre aplausos.
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António Costa: "Boa noite, good evening, hello everybody”
O primeiro-ministro português subiu a palco para falar a todos os presentes no Altice Arena. “Estou muito contente por vos receber nesta edição da Web Summit. Portugal orgulha-se de ser um país aberto que recebe pessoas de todo o mundo. Conectar pessoas de todo o mundo esta no nosso ADN. No próximo festejamos 500 ano da primeira circum navegação ao globo por Fernão de Magalhães”, disse, em inglês, o chefe do governo.
“Aprendemos a respeitar as diferenças de cada um. Aprendemos que só a liberdade permite a criatividade e os avanços tecnológicos. Viver ao pé do oceano deu-nos uma curiosidade insaciável. Ao juntar pessoas criámos uma nova era de avanços tecnológicos. As pontes são portas abertas para o progresso. Por isto, estamos muito contentes por receber a Web Summit em Lisboa nos próximos 10 anos”, continuou António Costa.
O PM desejou ainda as boas-vindas a todos os presentes e incentivou quem visita o país nesta altura a ficar em Portugal.
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"As máquinas que tem o poder para tirar a vida humana são politicamente inaceitáveis"
António Guterres acredita que um dos desafios ainda a enfrentar passa pelos “muitos empregos destruídos” nas próximas décadas. “É claro que não estamos preparados para isso. A relação entre trabalho, lazer e outras ocupações está a mudar”, disse Guterres, acrescentando que “o que importa agora é aprender como utilizar as coisas”.
“A Internet deu voz a muita gente marginalizada pela história”, acrescentou o secretário-geral da ONU. Mas, ao mesmo tempo, “também deu discursos de ódio, foi utilizada para violar a privacidade das pessoas e para controlar a imprensa”. “A verdade é que a web amplificou estes problemas”, lamentou António Guterres.
Sobre a Inteligência Artificial, António Guterres referiu que “muitas coisas que fazíamos são hoje feitas por máquinas. E por vezes são feitas de forma melhor”. No entanto, acrescentou, há um problema que o assusta particularmente: “O armamento da Inteligência Artificial é um problema sério”.
“Para mim, há uma mensagem que é clara: as máquinas que têm o poder para tirar a vida humana são politicamente inaceitáveis, são moralmente repudiadas e deveriam ser banidas”, disse, acrescentando a importância de “protocolos que permitam ao ciberespaço, as tecnologias digitais, a web e a Inteligência Artificial serem essencialmente uma força do bem”.
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António Costa já está no palco da Web Summit para marcar o arranque oficial da terceira edição em solo lisboeta. O acordo de 10 anos (e de 110 milhões de euros) foi anunciado recentemente, há cerca de um mês. Enquanto António Costa fala, no ecrã do lado esquerdo, há um vídeo de alguém a desenhar vários símbolos da história de Portugal.
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Recebido com luzes, Guterres afirma: "[todos os avanços tecnológicos] são fantásticos, mas há desafios"
“O mais fascinantes das tecnologia atualmente é que se move à velocidade warp [da série de ficção científica Star Trek]”, começou por referir António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas. “Tecnologias como o bloakchain são agora comuns. A Internet de corpos é agora uma realidade, ao juntar o corpo com tecnologia. A inteligência artificial está em todo o lado, até ajuda a encontrar a alma gémea”, disse o político. “Assumo que sou um pouco cético, assumo que estou contente por ter conhecido a minha por métodos tradicionais”, brincou depois do exemplo.
António Guterres continuou: “O objetivo é criar uma globalização justa, sem deixar ninguém para trás. Era impossível conseguir todos os avanços atuais sem a tecnologia”. Para o responsável máximo da organização internacional para a manutenção da paz mundial a tecnologia também é importante para manter a ONU.
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As máquinas não entendem "o contexto em que o ser humano está a sentir alguma coisa"
Há um ponto em que a influência da tecnologia na forma como contamos histórias é exagerada? “Acho que muitos dos realizadores perderam o controlo disso”, responde Darren Aronofskyi. E a que ponto é que muda o que fazemos com a história? “Esse é um pensamento assustador”, volta a responder o realizador, acrescentando a preocupação quando “não conseguimos distinguir o que foi feito por uma máquina e o que foi feito por um humano”.
Mas, há uma coisa em que Darren Aronofskyi acredita que afasta a máquina do humano: “É muito difícil entenderem o contexto em que um ser humano está a sentir alguma coisa”, disse, acrescentando que a beleza de contar histórias passa por “ver um filme em qualquer parte do mundo e, se for bem feito, toda a gente percebe”.
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É com as lanternas dos telemóveis todas ligadas que as pessoas que enchem o Altice Arena recebem António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
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Darren Aronofskyi: "A realidade virtual e os filmes são duas formas de arte diferentes"
O conceituado realizador de cinema Darren Aronofskyi está agora em palco. O cineasta responsável por filmes como O Cisne Negro, falou dos projetos em que tem estado envolvido para contar histórias como no cinema, mas com uma nova tecnologia: a realidade virtual (VR). “Sempre que a ciência pode ajudar a construir a história é muito interessante para mim”. A experiência VR Spheres foi o primeiro filme imersivo do realizador e permite ao utilizador ver, na primeira pessoa, o espaço e momentos como buracos negros a colidirem.
“É claramente um mundo diferente”, disse o realizador. “Pode vir a substituir os filmes, mas a realidade virtual e os filmes são duas formas de arte diferentes”, continuou, em resposta à jornalista da Wired, Lauren Goode. “Quando se está a ver um filme, é um ato de empatia, não é de passividade. Entra-se no filme e segue-se os personagens numa viagem. Na realidade virtual há menos personalidade, mas é possível experimentar mais. É-se muito mais si próprio, não outra pessoa”.
Aronofskyi afirmou também que tem interesse em continuar a contar histórias com esta tecnologia. “Agora toda a gente pode utiizar coisas em computador e criar efeitos especiais como no Avatar. Já não é só para realizadores como o Steven Spielberg”, referiu.
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"Sei que as pessoas que estão aqui estão concentradas na próxima geração"
Lisa Jackson fala sobre a importância da educação para construir um mundo mais saudável. “A educação da próxima geração tem de ser uma prioridade”, refere a responsável de sustentabilidade e ambiente da Apple. “A educação é um direito fundamental”.
“Na última década, a Apple tornou-se a empresa mais valiosa do mundo”, acrescentou, sustentando a responsabilidade em trabalhar pela “proteção do ambiente”. “Com a dedicação certa, com a vossa inovação, podemos proteger o planeta e investir no nosso futuro, tudo isto enquanto lideramos um negócio bem sucedido”, afirmou Lisa Jackson. E garantiu: “Nenhum problema é demasiado grande ou complexo para ser resolvido através da criatividade”.
Lisa Jackson deixou ainda um conselho: “Em que tipo de mundo queremos viver? Todas as decisões que tomamos começam com este simples, mas poderoso pensamento”. Sublinhou ainda que está “muito entusiasmada” com o público da Altice Arena: “Sei que as pessoas que estão aqui estão concentradas na próxima geração”. A responsável de sustentabilidade e ambiente da Apple pediu ainda “um mundo melhor e mais bonito para os nossos filhos e filhas”.
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Lisa Jackson, no palco da Web Summit. Fotografia de João Porfírio.
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Lisa Jackson: "Estou aqui porque este momento é de inspiração e de poder verdadeiro”
A responsável de sustentabilidade e ambiente da Apple, Lisa Jackson, subiu a palco para falar da importância da promoção de um planeta sustentável na indústria tecnológica. “Na Apple continuamos a apoiar o acordo de Paris”, disse a executiva. Os Estados Unidos, numa medida polémica pela mãos do presidente Donald Trump, saíram deste acordo internacional para a proteção do meio ambiente. “Sim, nem toda a gente concorda. Há pessoas nos Estados unidos que não concordam com isto”, disse ainda Jackson.
“Na Apple mais de dois mil milhões de dólares foram investidos para reduzir as emissões de carbono. Grande parte desse dinheiro está a ser investido em grandes projetos”, disse a mulher que ajuda diretamente Tim Cook na liderança da empresa. “Proteger o ambiente tem impacto no nosso planeta e nos nosso lucros”, assumiu, voltando a referir que a Apple, atualmente, o objetivo de ser 100% sustentável (os novos produtos anunciados recentemente têm cada vez mais materiais recicláveis, mostrando este esforço da empresa).
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Foi em Lisboa que o “Pai da Internet” lançou uma campanha global para salvar a Internet dos abusos, discriminação, manipulação política e outras ameaças recentes: o #ForTheWeb. No palco da Web Summit, Berners-Lee lembrou que é preciso um novo “contrato para a Internet”, que proteja a liberdade dos utilizadores.
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Tim Berners-Lee assegura: "Vai ficar tudo bem"
A França vai ser o primeiro país a assinar o contrato para a web. “Acreditamos que a tecnologia deve servir os humanos e não o contrário”, disse um membro do Governo francês em palco, acrescentando que “depois do desenvolvimento e maturidade da web, chega a altura da responsabilidade”. “Toda a gente deveria decidir o que querem para eles na web”, referiu, dando como exemplo do discurso de ódio e atitudes menos honestas das empresas. “Este contrato é apenas o início”.
Laurie Segall colocou mais uma questão a Tim Berners-Lee, começando por explicar o episódio em que a redação da CNN recebeu um pacote suspeito com engenhos explosivos, e questionou: “Vai ficar tudo bem?” “Vai ficar tudo bem, porque estas pessoas vão-se afastar e vão deixar de lado os mitos sobre a forma como as coisas funcionam”, assegurou o criador da World Wide Web, sublinhando o conceito de “revolução” e de que “a tecnologia tem de trabalhar para o utilizador” e não o contrário.
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"Precisamos de mais mulheres na indústria tecnológica"
Para defender a proposta que Tim Berners-Lee apresentou, de um contrato social para a Web para consertar os erros e problemas que tem, subiram a palco representantes da indústria tecnológica. Michael Geer, responsável da empresa de cibersegurança de Silicon Valley Anchor Free, falou que se “lida com muitas zonas cinzentas, como os VPN. Para estas coisas, com o contrato para a Web é preciso que estejamos todos à mesa”, explicou. “Os governos podem estar receosos, mas é preciso todos falarem desta necessidade de arranjar a Internet”.
Jacqueline Fuller, uma das vice-presidentes da Google, falou também: “Este é um momento incrível para o mundo [mais de metade da humanidade estar ligada à Internet]. É uma meta mesmo importante e darmos acesso a toda a gente”. A executiva da Google disse ainda que “há pessoas que têm muito menos possibilidade de acesso” e que isso é preciso resolver. “Sabemos que há muitos benefícios em aceder à web, mas isso também traz novos desafios”, continuou. “Na Google estamos a trabalhar para isso e todos têm-se de juntar — de governos, a académicos, a empresas — para falar deste contrato para web para proteger a Internet livre e aberta”.
Fuller foi questionada ainda pelos recentes protestos contra a Google depois de se ter sabido que um executivo tinha sido protegido num caso de assédio sexual. “Participei nas manifestações”, assumiu a executiva. Como solução, afirmou: “Precisamos de fazer um trabalho melhor para criar um ambiente de trabalho mais seguro”. O que falta? “Mulheres! Precisamos de mais mulheres na indústria tecnológica.”
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"É necessário discutir o que as pessoas sentem"
Laurie Segall questiona Tim Berners-Lee sobre o futuro da tecnologia. “Se fosse há dez anos, eu diria tornar a web livre e aberta”, responde, acrescentando que agora “há problemas com que se tem que lidar”. “Não consigo escolher um princípio, isso seria encarado de forma errada”.
Sobre a privacidade Tim Berners-Lee foi colocado à prova: reinventar a privacidade ou a privacidade é um direito humano fundamental? “Escolho a segunda, a privacidade é um direito humano fundamental e temos que lutar, lutar por ela”, responde rapidamente o criador da World Wide Web,
As empresas de tecnologia estão a mudar de atitude? “Acho que há muitos casos complexos. Em geral, sinto que é necessário discutir o que as pessoas sentem. É difícil porque as pessoas têm opiniões diferentes”, referiu, sublinhando várias vezes o conceito de liberdade de discurso e os seus limites.
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Tim Berners-Lee está neste momento a ser entrevistado no palco pela jornalista da CNN, Laurie Segall. Fotografia de João Porfírio.
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"For the Web", pela Internet
Antes de Berners-Lee ser entrevistado pela jornalista da CNN, Laurie Segall, foi apresentado um vídeo a simbolizar os momentos de comunicação da humanidade que se tornaram possíveis graças à Internet. Desde drones, a manifestações e protestos, a notícias, carros autónomos, ou compras online, a mensagem foi: “Em 2019 pela primeira mais de metade do mundo vai estar conectado” e, por isso, é preciso olhar com mais atenção para a Internet.
https://twitter.com/WebSummit/status/1059520272234147842
“Pela Web” (For the Web) é o slogan para um contrato para criar mais princípios e valores para tornar a Internet mais segura, mas também para responsabilizar quem abusa desta invenção. O objetivo não é só regular mais a Web, é garantir que também se mantém o que atualmente ainda é e continua a juntar a humanidade, e não a separá-la.