Momentos-chave
- Europa. "É preciso mudar estas regras, porque estas regras não favorecem Portugal"
- Costa diz que não prevê visitar Sócrates, pelo menos para já.
- Costa promete o fim dos exames no 1º Ciclo
- PS vai baixar IVA na restauração e aumentar os escalões no IRS
- Costa promete reposição do complemento de solidariedade para idosos
- "A maioria absoluta é uma condição necessária"
Histórico de atualizações
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Terminou há minutos a entrevista de António Costa. Aqui ficam alguns pontos fundamentais:
— Numa altura em que as sondagens dão o PS quase cinco pontos percentuais à frente da coligação, o líder socialista voltou a pedir a maioria absoluta, mesmo reconhecendo que é preciso trabalhar para lá chegar.
— Costa tirou alguns trunfos da manga, alguns já conhecidos. Prometeu a reposição dos mínimos sociais que foram cortados, como o abono de família, o rendimento social de inserção e complemento solidário para idosos, baixar o IVA na restauração e aumentar os escalões no IRS para melhorar a progressividade – na prática, quem recebe mais, vai pagar mais. Ainda assim, neste último ponto, Costa preferiu não avançar qualquer valor.
— O líder socialista admitiu ainda a possibilidade de baixar a carga fiscal na eletricidade e de “humanizar” a máquina fiscal.
— Talvez a maior novidade: o PS, se chegar ao Governo, vai acabar com os exames de 1º Ciclo. A requalificação dos professores será também uma aposta do PS.
— Na Saúde e no Emprego: médicos de família para 500 mil portugueses e aposta no trabalho a longo prazo, prometeu.
— Costa também não fugiu à questão da prisão de José Sócrates e voltou a insistir na mensagem: à Justiça o que é da Justiça, à política o que é da política. Mas, para já, não há visitas marcadas, disse o líder socialista.
— A crise na Grécia também acabou por marcar a entrevista de António Costa. O secretário-geral do PS voltou a disparar em duas direções: o Syriza errou porque insistiu numa posição de confronto e não procurou alianças; a Europa – e o Governo português – porque criaram obstáculos insuperáveis aos gregos. Por isso, António Costa garantiu: se chegar a primeiro-ministro, vai cumprir as regras europeias, mas vai procurar, em conjunto com os outros aliados europeus, alterar essas mesmas regras. É preciso encontrar um caminho que favoreça Portugal, insistiu.
— E as presidenciais? Pois, esse foi um assunto que acabou por ficar esquecido. Mas ainda houve tempo para Costa falar sobre Seguro: no PS, todos contam com todos, mas Seguro não deverá (mesmo) fazer parte da lista de deputados.
Foi este o nosso liveblog, com o essencial da entrevista da entrevista de António Costa. Muito obrigado por nos ter acompanhado e espero que nos continue a seguir. Boa noite.
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Ao longo da emissão, a TVI desafiou os telespetadores a comentarem a prestação de António Costa. O líder socialista acabou por ter 2.585 pessoas a dizerem que esteve mal a responder às perguntas de Judite Sousa e do público. Do lado do #CostaBem, estiveram 2.355.
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No final da emissão com Judite Sousa, Costa não fugiu à questão sobre António José Seguro. “No PS nós contamos com todos, mas é preciso respeitar a vontade” de Seguro, que já disse que não queria fazer parte da lista de deputados.
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Europa. "É preciso mudar estas regras, porque estas regras não favorecem Portugal"
A conversa centra-se agora na Grécia. “O colapso da Grécia será um colapso à escala Europeia”, começa por avisar António Costa, antes de criticar a posição que o Governo tem assumido.
No futuro, e caso vença as eleições, Costa garante que “vai lutar por melhores condições para Portugal”. Mas não de uma forma isolada como fez o Syriza. “É um erro agir isoladamente contra todos. Temos de fazer alianças e criar blocos”.
Ainda assim, o secretário-geral socialista defende que “é preciso mudar estas regras, porque estas regras não favorecem Portugal.
Vamos cumprir as regras, como plano A, mas sem desistir que essas regras sejam mais favoráveis para Portugal”.
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Costa diz que não prevê visitar Sócrates, pelo menos para já.
Judite Sousa toca na ferida. “José Sócrates é um preso político?”. Costa responde: “Temos de ter uma separação muito clara entre aquilo que é atuação da justiça e a atuação da política”. É o separar de águas que o socialista tem feito várias vezes. E “vai visitá-lo novamente?”, pergunta Judite Sousa. “Neste momento não tenho prevista nenhuma visita”.
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Pergunta nº 10: “Como lidará com a judicialização da política?”
Um membro do público pergunta ao líder socialista como vai responder, caso seja eleito primeiro-ministro, às recentes controvérsias que envolvem o Tribunal de Contas (TdC) e as privatizações, mas também o Tribunal Constitucional (TC) e as acusações de politização das decisões dos juízes do Ratton. Costa acredita que o TdC, mas sobretudo o TC, são o garante de que o interesse nacional é respeitado. Mais: o TC foi responsável por impedir que o Governo tomasse decisões prejudiciais para o país.
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Pergunta nº 9: “O que pensa fazer para resolver o problema das pessoas sem médico de família”
António Costa promete mais uma vez a atribuição de médicos de família para 500 mil de pessoas nos próximos anos. E acrescenta: o reforço do sistema de cuidados de saúde primários vai permitir dar resposta aos problemas que se verificam no serviço de urgências. O secretário-geral diz ainda que vai criar 100 unidades de saúde.
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Pergunta nº 8: Como se resolve desertificação do interior do país?
“É preciso ter uma visão diferente. Temos de transformar as regiões de fronteira numa centralidade para o nosso mercado ibérico”.
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Pergunta nº 7: “De que forma pretende responder ao desemprego jovem sem recorrer aos estágios profissionais?”
O secretário-geral do PS explica que é preciso parar de “subsidiar” o trabalho temporário, referindo-se aos estágios profissionais, e garante que vai apostar “na criação de emprego de qualidade e contra a precariedade”. Penalizar as empresas que recorram aos contratos de trabalho temporários é um dos trunfos do PS.
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Pergunta nº 6: “O que responde aos professores desempregados que lecionaram no ensino público e privado e que querem regressar à vida ativa?”
“Com a evolução demográfica, nós vamos ter crescentemente menos alunos e menos recursos de educadores. Mas ao contrário do que se tornou moda dizer nós não temos qualificações a mais”, responde Costa, lembrando, por exemplo, as fragilidades ao nível da formação de adultos. E, por isso, “é preciso aumentar os recursos humanos” para responder às fragilidades do sistema.
Um das apostas de Costa, para suprimir a escassez de recursos humanos em áreas essenciais como a programação e, ao mesmo tempo, diminuir o desemprego na área da educação, passará pela “requalificação” de professores e de recém-licenciados.
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Costa promete o fim dos exames no 1º Ciclo
Pergunta nº 5: Agora a educação, os exames do primeiro ciclo e as alterações aos programas escolares
O secretário-geral do PS começa por prometer o fim dos exames no 1º ciclo, uma novidade avançada pelo socialista.
De resto, Costa explica: “Nós precisamos de estabilizar o sistema de ensino e a vida na escola. É preciso deixar as escolas respirarem. Não podemos estar sempre a mudar tudo”. Ainda assim, o líder do PS garante que é preciso acabar com sistema meramente resultadista imposto pelo Governo.
Costa contou mesmo a sua experiência: “Às vezes chegava a casa e a minha mãe perguntava o que estava a dar em História. E eu respondia sempre: ‘a revolução industrial’. E ela perguntava: então e os gregos?”.
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A pergunta nº 4: “Vai continuar com a política de cobrar as dívidas fiscais a todo o custo?”
“O cumprimento das obrigações fiscais é [precisamente] uma obrigação”, começa por dizer Costa. Mas é preciso “agir com humanidade”. “As finanças não devem penhorar por razões fiscais as casas de morada de família”. ” O direito à habitação é um direito constitucional”, sublinha.
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PS vai baixar IVA na restauração e aumentar os escalões no IRS
A pergunta nº 3: “Vai baixar o IVA na restauração?”
“Isso não é uma promessa, é um compromisso. Palavra dada é palavra honrada”, responde o líder do PS. António Costa já antes tinha dito que era “urgente baixar o IVA na restauração” e aproveita para se lançar a Passos Coelho, acusando-o de contribuir para a falta de confiança entre eleitos e eleitores depois de “ter feito o contrário” daquilo que tinha prometido durante a campanha.
Costa vê no investimento na restauração, mas também na construção civil, a chave para absorver o desemprego em Portugal e para alimentar o crescimento da economia. “É uma medida essencial para nós podermos vencer a depressão económica” em que caiu o país.
Judite Sousa pergunta se o PS vai baixar o IVA na eletricidade. Costa prefere não assumir qualquer compromisso nesse sentido.
Sobre o IRS, Costa diz que o objetivo do PS “é aumentar os escalões para melhorar a progressividade”. Na prática, quem ganha mais passa a pagar mais e quem ganha menos passa a pagar menos. Ainda assim, o socialista prefere, também nesta área, não assumir compromissos concretos, até conhecer bem “a máquina fiscal”. Mas admite que quem ganha mais, vai mesmo pagar mais. “Temos de fazer escolhas”, diz Costa. O candidato a primeiro-ministro explica que só assim é possível aliviar a carga fiscal que recai sobre a classe a média e, ao mesmo tempo, não desequilibrar as contas públicas.
Costa volta também a prometer que a sobretaxa do IRS vai desaparecer em 2016.
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Pergunta nº 2: “O que é que vai fazer com as reformas dos pensionistas? E mais, se não cumprir a sua promessa, demite-se?”
Costa garante o “cumprimento escrupuloso” das decisões do Tribunal Constitucional e promete que o PS “não fará qualquer corte nas pensões“. “O futuro para a sustentabilidade da Segurança Social não é cortar nas pensões”, explica o secretário-geral do PS, mas sim, diversificar as fontes de contribuições e garantir que haja mais pessoas a contribuir, através do aumento do emprego.
Judite de Sousa pergunta: mas como conseguirá o PS garantir a sustentabilidade da Segurança Social? Através do crescimento económico e do emprego, responde Costa. “A solução não é cortar”, insiste o socialista.
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Costa promete reposição do complemento de solidariedade para idosos
Pergunta nº 1: “[António Costa] governava-se com 550 euros, como eu me governo?”
António Costa lembra os cortes feitos pelo Governo no complemento solidário para idosos e assume o compromisso de “já em 2016, o restabelecimento dos mínimos sociais que foram cortados, no abono de família, no rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos” e também através da “criação de uma nova prestação social que se dirige a pessoas que tendo rendimentos do trabalho, vítimas da precariedade, cheguem ao final do ano, abaixo do limiar da pobreza”.
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Ainda sobre a necessidade de fazer compromissos num cenário pós-eleitoral, Costa diz que seria um “contrassenso” do PS governar com PSD e CDS. Isto se se mantiverem as atuais lideranças, sublinha. “Alguém no país deseja dar a vitória ao PS para prosseguir as políticas de PSD e CDS?” Então voltar-se-ia à esquerda?, continua Judite Sousa. “O ideal seria termos maioria absoluta” para não dar lugar a “incertezas”, responde Costa.
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"A maioria absoluta é uma condição necessária"
Judite Sousa inicia a ronda de perguntas com as últimas sondagens. À primeira pergunta de Judite Sousa – “O que é uma vitória clara para si?” –, António Costa responde que o grande objetivo é a maioria absoluta. Ainda será possível, a tão curto prazo das eleições? “Temos que fazer o trabalho que nos falta fazer. A maioria absoluta é uma condição necessária” para a estabilidade, mas não se esgota aí, diz Costa. “O país precisa de compromissos alargados”. À esquerda ou à direita?, insiste Judite de Sousa. Costa prefere não concretizar.
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Boa noite,
António Costa dá, esta quinta-feira, uma entrevista à TVI, onde deverá falar das próximas legislativas, do programa eleitoral do PS e das mais recentes sondagens – que dão os socialistas à frente da coligação mas ainda longe da maioria absoluta. O futuro da Grécia e da Europa também deverá estar no centro da conversa.
O formato da entrevista será inovador, com o secretário-geral socialista de pé, a responder em direto às perguntas do público presente. Haverá também espaço para algumas questões colocadas através das redes sociais.
A emissão vai ser conduzida pela jornalista Judite Sousa. Mais tarde, também José Alberto Carvalho terá oportunidade de colocar algumas questões ao candidato socialista a primeiro-ministro.
Vamos seguir toda a entrevista no nosso liveblog. Continue na nossa companhia.