Momentos-chave
- Moção estratégica de Passos aprovada com duas abstenções
- "Keep cool", Santana marca terreno para autárquicas e rasga elogios a Passos
- A (breve) homenagem a Cavaco coube a Santana Lopes. Congresso aplaude de pé
- O catavento, o girassol, o pântano e Sócrates. Todos juntos no discurso de Pedro Duarte, críticas é que não
- Santana Lopes: "Não corro o risco de ofuscar o líder. Era o que mais faltava que não viesse"
- Maria Luís Albuquerque promovida por Passos
- "Vivemos numa desvario ideológico no governo"
- Aguiar Branco e o desafios aos críticos de Passos: sejam candidatos autárquicos
- Santana Lopes chega a Espinho e vai falar
- Aguiar-Branco pede estratégia autárquica à Marcelo/97
- Sobe ao palco um "não" a Assunção Cristas como candidata da direita em Lisboa
- "Em 2013, lixámo-nos mesmo"
- "Só faz falta quem cá está", diz Passos
- Passos: "Não deve haver instrumentalização do PR por parte de ninguém"
Histórico de atualizações
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O segundo dia de congresso termina por hoje. Muito obrigada por ter estado desse lado. Amanhã continuaremos a nossa cobertura, com o último dia, que termina com o discurso de encerramento de Passos Coelho.
Entretanto pode ver na nossa homepage as várias notícias e as entrevistas que fomos fazendo ao longo dos dois dias de congresso.
Até amanhã. Boa noite de descanso.
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Passos agradece a presença de Santana e diz que PSD lhe retribuiu com afeto
A saída de Passos Coelho do congresso. Aos jornalistas, o líder do partido considerou que a intervenção de Pedro Santana Lopes “foi importante” e que o partido lhe respondeu de forma afetiva.
Passos a dizer que a intervenção de Santana foi "importante" até para as bases se identificarem pic.twitter.com/ZA6gPm6dtx
— Liliana Valente (@LilianaValente) April 3, 2016
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Moção estratégica de Passos aprovada com duas abstenções
A moção de estratégia global do presidente dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, foi hoje aprovada sem votos contra, mas com duas abstenções.
Intitulada “Compromisso Reformista”, a moção assinada por Passos Coelho representa a estratégia política do líder para os próximos dois anos à frente do partido. Era a única moção global a votos no congresso. As restantes moções eram temáticas e também foram todas aprovadas.
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Tiro ao amigo e "facilitador" de António Costa
Diogo Lacerda Machado é advogado e também conhecido por o “negociador” de António Costa, que quem é amigo pessoal desde a faculdade, em assuntos quentes (como a TAP e os lesados do BES). O deputado Duarte Marques lembrou-o na intervenção que fez esta noite no congresso, chamando-lhe “o facilitador oficial do primeiro-ministro” e “o verdadeiro ministro sombra do Governo de António Costa”, pedindo a se ponha “ordem na promiscuidade dos negócios”.
Do homem de Costa, que já foi secretário de Estado, Duarte Marques disse que “interfere em todos os negócios do Estado, sabe Deus a que título e sem qualquer escrutínio”, para logo a seguir atirar ao PS “que tanto fala da fraternidade: é a fraternidade dos amigos socialistas”.
O deputado foi sobretudo duro com o PS na sua intervenção dizendo mesmo que “se fosse bloquista, socialista ou comunista também não queria falar do passado” e que “foram as políticas do passado que tramaram a vida dos portugueses”. Elogiou Passos, que “não salvou a democracia, mas esteve a salvar o país” e Marcelo Rebelo de Sousa: “Talvez crie azia a alguns de nós. Ele sempre foi assim, como presidente do PSD, como comentador e será assim como Presidente”. Da campanha de Marcelo quer ver o PSD a retirara lição de necessidade de mudar lógicas de funcionamento. “Até a Igreja mudou mais rápido dos que os partidos”, queixou-se para pedir que Passos tenha “o mesmo espírito reformista que teve para o país, para o partido”.
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O congresso já votou as moções temáticas e todas foram aprovadas por “larga maioria”, anunciou o presidente da mesa do congresso, Fernando Ruas.
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O congresso interrompeu para jantar. Até já.
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"Keep cool", Santana marca terreno para autárquicas e rasga elogios a Passos
Muita tinta tem corrido sobre uma eventual candidatura de Santana Lopes à câmara de Lisboa. No final da sua intervenção, Santana não esqueceu o assunto e manteve o tabu: “Keep cool, tenhamos calma, cada coisa a seu tempo”, disse.
Antes, tinha surpreendido a plateia com os elogios rasgados que fez a Passos Coelho. Elogiou-lhe a “frieza, seriedade, responsabilidade” e até a “teimosia”. Foi por ser como é que Portugal superou o programa da troika, teve uma saída limpa, ultrapassou a crise do irrevogável, e ainda foi o partido mais votado ao fim de quatro anos de austeridade. “Não digam que tem de se reinventar”, disse. E comparou-o mesmo Sá Carneiro, num exercício que o próprio concordou ser um pouco excessivo.
“Passos Coelho é o que é, é quem é, tem o seu caminho e é por esse caminho que vai. Sá Carneiro também ia sempre pela mesma estrada”, disse.
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Paulo Rangel avisa Marcelo Rebelo de Sousa
“Não compete ao Presidente fazer oposição, por isso não esperamos dele essa oposição”. Isto é ponto assente para Paulo Rangel. Mas o eurodeputado não acabou a intervenção no congresso em Espinho sem deixar um recado a Marcelo Rebelo de Sousa: “Não espere do PSD quando estiver em causa o interesse vital, que renunciemos à oposição”.
“Assim como não contamos nem queremos que o Presidente e a União Europeia façam aquilo que a nós nos compete, também daqui desta tribuna digo ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, – que se tem revelado o Presidente dos afetos, e que não há sala como esta – também julgo que é nosso dever dizer-lhe que respeitando a sua decisão, não espere do PSD quando estiver em causa o interesse vital, que renunciemos à oposição”, disse.
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A (breve) homenagem a Cavaco coube a Santana Lopes. Congresso aplaude de pé
Santana quebra o tabu “Cavaco Silva” e é a ele que cabe fazer a breve homenagem a Cavaco, ex-líder do PSD e ex-Presidente da República: “Com ética devemos também uma palavra de agradecimento a Aníbal Cavaco Silva”, disse, depois de recordar o congresso de há dois anos em que Marcelo Rebelo de Sousa irrompeu pela sala e “começou a espalhar afetos”.
A plateia levantou-se para aplaudir as palavras de apreço dirigidas ao ex-PR, que Santana realçou ser muito diferente do atual.
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O catavento, o girassol, o pântano e Sócrates. Todos juntos no discurso de Pedro Duarte, críticas é que não
Críticas a Passos Coelho, nem vê-las. Elogios, alguns. Ideias, umas quantas. Foi assim o discurso de Pedro Duarte, uma das vozes mais desafinadas em relação à atual direção do partido. O antigo deputado, atual quadro da Microsoft, subiu ao palco, sobretudo, para atacar o Governo de António Costa.
Na curta intervenção, Pedro Duarte lembrou o “perigoso caminho que está a ser seguido” uma vez que, tal como as anteriores governações socialistas, pode terminar de uma de duas maneiras: ou “no pântano”, como a de Guterres, ou na “bancarrota” como a de José Sócrates. Estava feita a segunda referência ao ex-primeiro-ministro no congresso do PSD.
Depois, Pedro Duarte partiu para a crítica ao próprio primeiro-ministro. E foi aí que recordou um adjetivo que Passos Coelho escreveu na anterior moção à liderança do partido e que ficou gravada como tendo sido uma referência para afastar Marcelo Rebelo de Sousa de um apoio do PSD: cata-vento. Para o social democrata, António Costa “é um espécie de cata-vento, de girassol que se adapta do clima: onde estiver o sol, ele vira o agulha”, ele disse. Tudo porque, disse Pedro Duarte “o caminho que está a seguir é agradar a tudo e todos. Promete austeridade à UE e o fim da austeridade quando fala com o PCP. Contenção da despesa às agências de rating e consumo quando fala com o BE”, disse. Para concluir que “talvez seja um bom negociador, mas não será m difícil dizer que sim a todos porque no fim haverá alguém a pagar a conta”.
O ataque ao Governo não terminou, apenas se condensou: “Entre o pântano e a bancarrota esta governação vai terminar da pior maneira”.
Já para o futuro, Pedro Duarte defendeu que o partido não pode “ficar por proclamações à moda socialista. Temos de ser rigorosos”. E por isso deu três exemplos: é preciso uma “revisão do sistema de ensino”, uma verdadeira aposta na “competitividade da economia” uma vez que “as soluções europeias não estão a funcionar em prol do crescimento” e por fim é preciso melhorar a “eficiência do Estado”.
Tudo para que o partido se coloque no centro da vida política, podendo fazer “consensos, à sua direita com o CDS, à esquerda com o PS”, defendeu.
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Santana Lopes: "Não corro o risco de ofuscar o líder. Era o que mais faltava que não viesse"
Santana Lopes é o único ex-líder do PSD presente no congresso de Espinho. Chegou hoje e abriu logo as hostilidades a dizer que “era o que mais faltava se não viesse”. Numa clara referência irónica a Rui Rio, Santana explicou as razões porque nem equacionou não ir ao congresso:
“É o primeiro congresso depois do partido deixar responsabilidades governativas, se estive no último em Lisboa era o que faltava dizer agora que Espinho era muito longe e cá não aparecesse”;
“Ainda me perguntei se ofuscaria ou não o líder do partido, perguntei aos meus familiares e eles disseram para vir à vontade porque que não havia esse risco – o Rui Rio não me levará a mal esta referencia simpática”.
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"Passos pôs a fasquia muito alta nas autárquicas"
Fernando Costa, um dos chamados dinossauros autárquicos do PSD, não acredita que o PSD vai conseguir ganhar a maioria das câmaras nas próximas eleições, porque a “geringonça” vai-se unir, e afirma que Passos fez mal ao pôr a “fasquia muito alta”. “Neste contexto vai ser muito difícil. Eles [PS, BE, PCP] vão aguentar as autárquicas porque sabem que disso depende a sobrevivência do PS”, disse.
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Maria Luís Albuquerque promovida por Passos
As mudanças na direção são cirúrgicas e justificadas pela necessidade de cobrir outras frentes no partido. O líder do PSD faz entrar na Comissão Política Nacional do partido Maria Luís Albuquerque, a sua ex-ministra das Finanças no Governo. E também Sofia Galvão e Teresa Morais. Matos Correia sai para o conselho estratégico do PSD, Carlos Carreiras vai presidir à comissão autárquica e Pedro Pinto é colocado na comissão de auditoria financeira. Marques Guedes irá presidir ao órgão máximo entre congresso, o Conselho Nacional.
O anúncio dos escolhidos por Passos foi feito pelo próprio líder do PSD, no púlpito do congresso. Passos disse ainda que Matos Rosa e mantém como secretário-geral, Calvão da Silva fica no conselho de jurisdição e Fernando Ruas também se mantém na presidência da mesa do congresso.
Ruas disse, antes de Passos, que além da lista do líder ao Conselho nacional, existem mais sete que vão amanhã a votos.
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Moreira da Silva e os conselhos ao PSD. Não segue nenhum
O vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, desfiou no congresso os três conselhos que deram ao PSD e rebateu cada um. O social-democrata falou de vários “conselhos ou advertências”, a saber:
1 – “O PSD não pode nunca referir-se ao Governo de José Sócrates no debate porque isso é uma interferência na política”. A este conselho, Moreira da Silva diz que isso não faz sentido uma vez que “metade do Governo atual participou ativamente” nesse Governo. “Percebo bem a intenção de quererem apagar isso no seu CV. Não contem com o PSD para branquear essa atitude”, disse;
2 – “O PSD não pode falar do método de Constituição deste Governo, porque isso revela ressabiamento”, foi outra das advertências;
3 – “O PSD tem de se reposicionar” – Quanto a isto, disse Moreira da Silva que tem havido muita “demagogia” e “ignorância” sobre essa questão ideológica;
Além destes conselhos ou advertências, falou de que é preciso virar a página da austeridade. E de que o PSD “tem de dar esperança e dizer coisas positivas”. “Esperança? Não há esperança sem projeto e este governo é um programa de mínimos”.
No final terminou dizendo que “é um verdadeiro governo de gestão”.
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Paulo Rangel quer acabar com "doutores, engenheiros e arquitetos"
Paulo Rangel fez uma proposta “fraturante” no discurso desta tarde no congresso: acabar com os títulos de “doutores, engenheiros ou arquitetos” nos documentos oficiais para “romper com a estrutura estratificada, elitista e oligárquica que ainda há na sociedade portuguesa”, disse, sublinhando que é preciso “romper com a aristocracia social”. Trata-se de uma mudança apenas “simbólica” mas que o eurodeputado acredita ser essencial para cumprir o “desígnio” da mobilidade social.
Para o eurodeputado, a causa do PSD para os próximos anos, o “sonho para dar sentido e conteúdo à agenda social-democrata no século XXI”, deve ser precisamente a causa da “mobilidade social” e da progressão dos portugueses na escala social, com base na “igualdade com liberdade”, na “justiça com iniciativa”.
Sobre a estratégia interna do PSD enquanto partido da oposição, Paulo Rangel, que já tinha pedido mais “agressividade”, voltou a dizer que o PSD deve ser oposição “realista, séria e responsável mas também aguerrida, combativa e mobilizadora”. “Não podemos assistir ao desmantelamento das reformas, ao regresso e aos vícios das ilusões do socratismo sem denunciarmos com veemência os riscos e ameaças que estão aí“, disse.
Depois de deixar duras críticas ao Governo do PS, Rangel disse que não cabe à Europa nem ao Presidente da República fazer oposição ao Executivo. “Não espero do PSD quando estiver em causa o interesse vital de Portugal que renunciemos à oposição – não vamos renunciar“, rematou.
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Francisca Almeida na CPN, mas não como vice
Francisca Almeida vai fazer parte da Comissão Política do PSD, mas não como vice-presidente do PSD, como o Observador avançou. A ex-deputada do partido, de 32 anos, vai assumir o cargo a convite de Passos Coelho. Foi convidada por Passos Coelho na lógica de rejuvenescimento da direção do partido. Pela informação inicial, pedimos desculpa. O cargo que ocupa não é como permanente, mas como vogal.
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"Vivemos numa desvario ideológico no governo"
José Eduardo Martins foi a primeira voz anunciada como mais crítica da atual liderança do PSD a falar no congresso para dizer que o partido tem “de agir. Não podemos passar o tempo a reboque da iniciativa alheia e a correr atrás dos acontecimentos, como infelizmente tem acontecido”. E atirou ainda uma crítica ao tempos do Governo: “Vivemos num desvario ideológico no governo”.
“Não contem connosco para aprovarmos retificativos, mas isso não nos impede de apresentarmos no parlamento as nossas propostas, E isso não tem acontecido”. E o social-democrata ainda acrescentou que o partido não pode apenas falar na social-democracia quando está na oposição: “Isso faz-se quando estamos no Governo”. Aliás, sobre este mesmo capítulo, o antigo deputado do PSD falou ainda da “ótima oportunidade” que pode significar para o PSD “este encosto do PS à sua esquerda” numa altura em que o partido quer “recuperar a matriz política”.
Ainda assim, José Eduardo Martins disse encontra “esperança” no discurso de Passos na abertura dos trabalho do congresso, para logo a seguir voltar a apontar – sempre num tom de voz suave e controlado – que “o PSD está paulatinamente a perder a sua relação política com os reformados e pensionistas. E somos os últimos culpados desta situação. No governo falámos sempre de cortes nas pensões de forma fria como se por trás não estivesse uma pessoa frágil”.
Também teve críticas sobre a carga fiscal dos últimos anos, “tão pesada e asfixiante que dá cabo do país. Está na altura de libertar impostos e fazer a reforma do Estado que não fique por guiões e slogans”,acertando em cheio no ex-vice-primeiro-ministro Paulo Portas, encarregue no anterior Governo por esta pasta.
Para o futuro, José Eduardo Martins diz que o caminho é “muito duro. A escassez não acabou”. Pedindo ao PSD “uma posição com alma, energia e com esperança”. Pediu preparação para as autárquicas (não respondeu ao desafio de Aguiar Branco) e também para que o partido acerte “o rumo dentro da Europa”.
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Marco António Costa foi mais um dos passistas a subir ao palanque para tentar mobilizar o partido para as autárquicas e responder aos críticos de Passos Coelho: “Quando muitos estão impacientes, respondemos aqui de cima que é a mesma impaciência que tinham quando diziam que íamos perder as Europeias e as legislativas. Vamos estar pacientes, resilientes e determinados”, disse.
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Luís Montenegro também aproveitou o palco para responder aos críticos dizendo que tem ouvido “zum-zuns” de que o partido não tem sido acutilante na oposição. A estes, o líder parlamentar do PSD diz que a resposta não é uma oposição “histriónica”, mas sim que se manterão “serenos”.
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Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, sobe ao palco do congresso do PSD para um discurso sobre”o futuro das políticas do partido”. Não diz palavra sobre o caso dos antigos deputados do PSD-Madeira que votaram a favor do Orçamento retificativo de 2015, contra a orientação da bancada.
Miguel Albuquerque falou ao Observador sobre o caso esta manhã, mas não aproveitou o púlpito do congresso para voltar ao assunto. A intervenção do líder do PSD-Madeira preferiu falar dos desafios do país e do partido, com um pedido para que se “oiçam todos os autarcas sobre o futuro das políticas do PSD”. “É muito importante pensarmos fora desta sala e termos a perspetiva do que a sociedade portuguesa espera”, avisou.