O museu espanhol Reina Sofia, em Madrid, inaugura, na quarta-feira, uma grande exposição sobre a obra do pintor Pablo Picasso. “Piedade e terror em Picasso: o caminho até Guernica”, que vai ficar patente de 05 de abril até 04 de setembro, celebra o 80.º aniversário da criação do quadro, por Pablo Tuiz Picasso, e os 25 anos da chegada da obra ao museu Reina Sofia (Rainha Sofia).

O museu considera que se trata de “uma grande exposição” que reunirá 150 obras-primas do artista, vindas da coleção do museu e de mais de 30 instituições de todo o mundo, como o Museu Picasso e o Centre Georges Pompidou, de Paris, a Tate Modern, de Londres, o Museu de Arte Moderna (MoMA) e o Metropolitan Museum, de Nova Iorque, entre outros.

“Guernica” é a obra mais emblemática da carreira de Pablo Picasso, que nasceu em Espanha, em 1881, e morreu em França, em 1973, e talvez também da arte do século XX.

A pintura a óleo sobre tela, de 349,3cm de altura e 776,6cm de largura, mostra os horrores do bombardeamento à cidade basca de Guernica, por aviões alemães do regime nazi, apoiando o ditador Francisco Franco, em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil de Espanha, naquele que foi visto como um teste dos bombardeamentos aéreos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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A mostra analisa a “transformação radical” que experimentou o trabalho do artista de Málaga (Espanha) desde os anos 20 do século passado até à realização de “Guernica”.

O quadro mais famoso de Picasso foi pintado a partir de uma encomenda feita pela República espanhola (regime democrático que terminou com a guerra civil e a ditadura franquista), durante a primavera de 1937, para ser exibido no pavilhão de Espanha da Exposição Internacional de Paris, e rapidamente se converteu num símbolo contra os horrores da guerra.

Alguns anos antes de morrer, Picasso pediu para que o quadro só fosse devolvido a Espanha quando as liberdades públicas fossem restauradas nesse país.

“Guernica”, o quadro, chegou a Espanha em 1981, depois da morte do ditador Francisco Franco (1939-1975) e da restauração da democracia, em 1977.

Entre a Exposição Internacional de Paris e 1981, o quadro de Picasso foi exibido em Oslo, na Noruega, em Copenhaga, Dinamarca, Estocolmo e Gotemburgo, na Suécia, e Londres, Leeds, Liverpool e Manchester, no Reino Unido, entre 1938 e 1939.

Depois da vitória do ditador Francisco Franco, em Espanha, e antes do início da II Guerra Mundial, o quadro foi enviado para os Estados Unidos, onde foi mostrado no Museu de Arte Contemporânea de São Francisco, primeiro, e no Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova Iorque, mais tarde, instituição onde se manteve até 1981, depois de breves passagens por cidades norte-americanas como Chicago e Filadélfia, e pelo Brasil, na década de 1950.