Histórico de atualizações
  • No referendo em que o “Sim” derrotou (por muito pouco) o “Não”, sobra o abismo?

    O João de Almeida Dias esteve a acompanhar o dia do referendo na Turquia e deixa aqui uma análise a tudo o que se passou e ao futuro próximo que pode esperar os turcos. Este liveblogue fica por aqui, mas o assunto está muito longe de ficar fechado.

    Tenha uma boa noite e bom início de semana.

  • Apoiantes do "Sim" também estão na rua...em festejo

    O jornalista da Al Jazeera Umut Uras está em Istambul e colocou na sua conta do Twitter algumas fotos dos festejos em Istambul, por parte dos que apoiam as reformas constitucionais que deverão alargar os poderes do presidente Erdogan. Entre outras coisas, os seus apoiantes dizem que a Turquia precisa de um regime mais estável, mais forte, que possa proteger o país dos ataques terroristas.

  • Comissão Europeia pede "consenso nacional" devido aos "resultados muito próximos"

    A Comissão Europeia já reagiu aos resultados do referendo na Turquia pedindo “um consenso nacional o mais vasto possível”. Segundo a agência de notícias Reuters, o comunicado da Comissão pede ainda que “tendo em conta os resultados muito próximos e as implicações abrangentes destas emendas constitucionais as autoridades turcas procurem encontrar também uma forma o mais consensual possível de as aplicarem”.

  • Os protestos passam das janelas paras as ruas

    Depois de terem começado por protestar batendo com tachos e panelas à janela, em Istambul o protesto já passou para as ruas. Aqui um vídeo que chega de perto do estádio do Besiktas

    https://twitter.com/shervinmizbani/status/853712388822061058

  • Começam a circular vídeos que mostram pessoas a carimbar vários cartões com "Sim"

    As acusações de fraude eleitoral tomaram conta das redes sociais da oposição e já há pessoas a partilhar vídeos, alguns claramente gravados à revelia de quem parece estar a carimbar vários boletins com a escolha “Sim”.

  • Comité eleitoral diz que aprovou boletins sem voto "para refletir a vontade do povo"

    O presidente do Comité Eleitoral Supremo, Sadi Güven, acaba de justificar a decisão de ter aprovado a contagem de boletins sem o selo oficial — uma decisão que foi comunicada já quando as urnas estavam fechadas. De acordo com a jornalista Ayla Jean Yackley, a decisão foi tomada para “refletir a vontade dos eleitores”.

    Sublinhando que os resultados finais seriam divulgados apenas dentro de “11 ou 12 dias”, o líder da autoridade eleitoral turca disse que hoje a diferença que deu a vitória ao “Sim” foi de 1,25 milhões votos, num universo de 55 milhões.

  • Resultados (quase) finais dão 51,37% ao "Sim"

    Nesta fase, a contagem dos votos parece importar pouco. Afinal de contas, Erdoğan já cantou vitória e a oposição diz que eles são fraudulentos.

    Mas vale sempre a pena conhecer os números. Com 99,45% dos votos escrutinados, segundo a agência Anadolu, cá vão eles:

    Sim – 51,37%
    Não – 48,63%

  • "Não se pode mudar as regras a meio de um jogo de futebol"

    “Não se pode mudar as regras a meio do jogo. O comité eleitoral pôs a legitimidade do voto em causa”, disse Kemal Kılıçdaroğlu, líder do CHP, o maior partido da oposição na Turquia. A referência é à decisão do Comité Eleitoral Supremo, que depois de as urnas terem sido fechadas disse que ia aceitar como válidos boletins sem o selo oficial.

  • Em Istambul, batem-se tachos e panelas em protesto

    “No bairro Beyoglu, de Istambul, os habitantes batem em tachos e panelas, um gesto de protesto que ficou das manifestações anti-Governo em massa de 2013”, escreve a jornalista Ayla Jean Yackley‏.

  • Líder da oposiçõa: "As condições do referendo não foram justas e iguais para os dois lados"."

    Está a discursar Kemal Kılıçdaroğlu, líder do CHP, o maior partido da oposição na Turquia e defensor “Não”. Para já, disse que “as condições do referendo não foram justas e iguais para os dois lados”.

  • No seu discurso perante os apoiantes, uma das partes em que Erdoğan arrancou mais aplausos à plateia foi quando disse que ia discutir com o primeiro-ministro o regresso da pena de morte na Turquia.

  • Depois de falar aos jornalistas, Erdoğan discursa perante apoiantes

    Agora, Erdoğan já fala a uma multidão de apoiantes que se concentra em Istambul:

  • Erdoğan declara vitória e manda mensagem à oposição: "Não precisamos de conversas e discussões desnecessárias"

    Recep Tayyip Erdoğan, o Presidente da Turquia e o homem cujo futuro se joga neste referendo, acabou de falar. A comunicação foi feita numa sala de imprensa, perante vários jornalistas, e durou cerca de 20 minutos. Inicialmente, havia previsão de perguntas dos media. Porém, no final do discurso, o Presidente da Turquia disse “o meu povo à minha espera lá fora à chuva” e saiu porta fora. Eis algumas das suas citações, antes de sair da sala:

    “A democracia turca tem de respeitar a democracia e Deus nos ajude a usar o nosso voto para uma democracia melhor. Demonstrámos isso na tentativa falhada de golpe de 15 de julho e o dia 16 de abril é um dia importante para demonstrar ao mundo que o nosso povo, os nossos cidadãos, a nossa nação depositaram os seus votos para proteger a democracia que temos no nosso país”;

    “É um momento histórico, não é um dia normal, não é um dia banal, é uma mudança séria que está a acontecer na Turquia. É fácil defender o que existe e é difícil mudar para algo novo, algo que não conhecemos. Mas esta mudança constitucional é muito importante para nós, embora a mudança que nós propomos sejam só 18 artigos, estes artigos são muito importantes para o nosso país”;

    “Somos uma democracia e temos de ter em conta que temos diferentes opiniões e resultados em várias cidades, mas de forma geral os turcos expressaram a sua opinião”;

    Quero felicitar os cidadãos turcos que vivem fora da Turquia. Vivem nesses países, e eu sei o quão difícil deve ser para eles viver noutros países e ao mesmo tempo proteger os seus interesses culturais e ver o que se passa na Turquia. Agora, estamos a começar uma nova era e abrimos uma nova página na política da Turquia”;

    “Vamos começar a reconstruir a Turquia a partir de amanhã. Não precisamos de conversas e discussões desnecessárias, porque elas não vão beneficiar o nosso país. Só temos de criar projetos, respeitar o que o povo turco decidiu hoje e temos de trabalhar arduamente, incluindo na nossa luta contra o terrorismo. Temos de tirar o terrorismo da Turquia. Só espero que o resultado de hoje traga boas notícias para a Turquia”.

  • Erdoğan já fala

    O Presidente da Turquia, Erdoğan, já fala. Em breve, publicaremos uma tradução das suas palavras.

  • O que diz o HDP, um dos partidos que vai contestar os resultados?

    O HDP, um dos maiores partidos da oposição e defensor do “Não”, fez uma conferência de imprensa para explicar a sua posição em relação aos resultados que dão a vitória ao “Sim”.

    Para o HDP, há uma diferença entre os números avançados pela agência Anadolu (que estão a ser usados para justificar a vitória do “Sim”) e os números que o Comité Eleitoral Supremo está a enviar aos partidos. “A AA [Agência Anadou] diz que 99% das urnas foram abertas. Mas a o Comité Eleitoral Supremo diz que 91% das urnas foram abertas”, disse.

    “Isto é uma manipulação da perceção público e lança dúvidas sobre a validade dos resultados”, acrescentou.

    O HDP quer ainda saber qual é a percentagem de boletins sem selo oficial que foram contados. “Só a resposta a esta pergunta vai determinar a dimensão da controvérsia”, disse.

  • Primeiro-ministro: "Aqueles que quiseram manipular a Turquia e quiseram pisar-nos os pés voltaram a perder"

    Em Ancara, acaba de falar o primeiro-ministro do turco, Binali Yıldırım, militante do AKP, fundado por Erdoğan. O discurso é de vitória mas não deixa de ser irónico: Binali Yıldırım acaba de se congratular pela vitória de um referendo que ditará o fim do seu posto, já que vai tornar a Turquia num sistema presidencial. Mas isso, a acontecer, será só em 2019.

    Vamos a algumas citações do discurso do primeiro-ministro da Turquia:

    “Agora, uma nova página foi virada. Quero que tenham a a certeza de que o resultado do referendo será usado para o benefício de todos”;

    “A nossa nação demonstrou que não se vai vergar a forças estrangeiras. A cobarde tentativa de golpe de Estado de 15 de julho [de 2016] foi feita por uma organização terrorista e a melhor resposta que a nossa nação lhe podia dar era nas urnas! Somos todos cidadãos da República da Turquia. A nossa unidade e integridade nunca vão ser menorizadas”;

    “Nós não queremos quebrar o coração de ninguém, não queremos que ninguém fique triste com o resultado deste referendo. Começámos esta maratona 26 de fevereiro e terminamos agora. No processo, o nosso presidente visitou várias províncias e abraçou cidadãos nelas todas. A campanha tornou-se num festival de força. A nossa nação encheu praças, expressou várias opiniões”;

    “Durante este processo, os nossos cidadãos a viver no estrangeiro demonstraram que o amor e afeição pelo seu país é inabalável e mantiveram-se firmes (…). Aqueles que quiseram manipular a Turquia e quiseram pisar-nos os pés voltaram a perder e hoje estão com vergonha. O resultado é o que a nação diz, não o que eles dizem.”

  • O mapa da fraude eleitoral, segundo um grupo de jornalistas independentes

    O Sosyalkafa, um projeto que congrega jornalistas independentes em toda a Turquia, tem uma ferramenta disponível online onde são denunciados casos de alegada fraude eleitoral. As denúncias são várias, sobretudo em Istambul, Ancara e no Este do país, incluindo nas províncias de maioria curda. Para consultar a lista completa, clique aqui.

  • A festa do AKP, de Erdoğan

    Erdoğan estará prestes a discursar, enquanto uma multidão de apoiantes do AKP, o partido que apoio o Presidente, festeja em Ancara.

    Há razões para festejar? Bom, os resultados dão a vitória ao “Sim”. Mas essa mesma vitória é por uma margem pouco clara e a oposição já alega que houve fraude.

  • Primeiro-ministro alemão apela à "calma" e diz que é "bom" a campanha eleitoral ter chegado ao fim

    Enquanto os votos ainda são contados na Alemanha, o primeiro-ministro germânico e número dois de Berlim já reagiu ao impasse na Turquia.

    “Parece que será um resultado renhido, como se esperava. Independentemente de como for a votação do povo turco, seria prudente da nossa parte manter a calma e proceder de forma equilibrada”, disse Sigmar Gabriel num comunicado. “É bom que a campanha eleitoral, que foi uma luta azeda, incluindo aqui na Alemanha, tenha agora terminado.”

  • Deputado acusa comité eleitoral de não mandar resultados a partidos

    A oposição desdobra-se em acusações de fraude. Agora, o deputado Sırrı Süreyya Önder, do HDP, acaba de dizer que o Comité Eleitoral Supremo parou de enviar os resultados aos partidos a partir do momento em que 60% dos votos já estavam escrutinados. “Há uma grande diferença entre os resultados oficiais e aqueles que temos nas mãos”, disse.

    Recorde-se que o “Sim” começou a aparecer com uma margem confortável, surgindo para lá dos 60%, no início da contagem. À medida que esta foi avançando, os números começaram a ficar cada vez mais complicados para o “Sim”, apesar de este nunca ter ficado atrás do “Não”.

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