Momentos-chave
- 'Sim' à independência teve 90% dos votos
- Ponto de situação às 22h15
- Carles Puigdemont: "Ganhámos o direito de ser um Estado independente"
- Número de feridos sobe para 844
- Governo espanhol: "Irresponsabilidade da Generalitat teve de ser substituída pelo profissionalismo das forças de segurança"
- Ponto de situação às 13 horas
- Primeira detenção conhecida
- Ministro do Interior acusa Mossos de "teatro"
- 38 feridos resultantes das cargas policiais
- "O Estado espanhol perdeu mais do que tinha perdido até agora, a Catalunha ganhou mais", diz Puigdemont
- Referendo está em marcha
Histórico de atualizações
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Os catalães votaram. E agora?
É a questão que se coloca. Leia aqui a análise do Observador à situação na Catalunha e ao que pode acontecer daqui para a frente.
Da nossa parte, encerramos por aqui este acompanhamento ao minuto do dia do referendo. Tenha uma boa noite e obrigada por nos ter acompanhado!
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Governo catalão faz reunião extraordinária na manhã de segunda-feira
Às 10h30 (hora local, 9h30 em Portugal) o governo catalão irá reunir-se para discutir os resultados do referendo.
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O executivo catalão diz que a participação eleitoral ficou nos 42%, o que, “nas circunstâncias atuais”, é uma participação “extraordinária”.
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Questionado por um jornalista se o governo catalão irá proclamar a independência com este resultado, Junqueras responde que “é ao parlamento que compete declarar a independência”. Ou seja, aparentemente, o governo adia por alguns dias esse anúncio, para o fazer com o apoio parlamentar.
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'Sim' à independência teve 90% dos votos
“O referendo celebrou-se, votou-se e contaram-se os votos. Com muitas dificuldades, mas celebrou-se. E passámos do ‘vamos votar’ para o ‘votámos'”, disse Jordi Turull, porta-voz do governo catalão, numa conferência de imprensa conjunta com Oriol Junqueras (vice-presidente catalão) e Raül Romeva (conselheiro das Relações Exteriores catalão).
Turull anunciou os resultados da votação: 90,09% dos votos são a favor do ‘sim’ à independência e 7,87% pelo ‘não’. 2% dos eleitores votaram em branco e 0,8% fizeram um voto nulo. Ao todo, foram contados 2.262.424 boletins de voto. O governo catalão garantiu ainda que 400 escolas foram encerradas e confirmou os 844 feridos, dizendo que 73 deles apresentaram queixa.
Na praça Catalunya a reação ao anúncio dos resultados foi de euforia:
La plaça Catalunya salta de alegría al escuchar que, según el Govern, 2 millones de catalanes han dicho sí a la independencia. pic.twitter.com/aC99niOq5s
— Guillem Andrés (@Guillem_Andres) October 1, 2017
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Resultados: até agora, 92% a favor do 'sim'
De acordo com o levantamento dos resultados feitos pelo La Vanguardia, nas assembleias de voto onde já se contaram votos, 92% dos eleitores escolheram o ‘sim’ à independência. No entanto, prevê-se que a contagem total dos votos seja demorada.
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Ponto de situação às 22h15
Ora então, resumindo e concluindo (que o dia já vai longo), vamos perceber o que aconteceu neste dia:
- Milhares de catalães saíram à rua para votar, mas muitos deles acabaram por sofrer cargas policiais violentas quando a Polícia Nacional e a Guardia Civil tentavam encerrar assembleias de voto e apreender urnas. Ao todo, 844 pessoas foram assistidas pelos serviços de emergência médica, segundo dados fornecidos pelo governo catalão. Entre eles há dois feridos graves a registar.
- Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) foram acusados de passividade e têm seis investigações pendentes sobre si, na sequência de algumas queixas.
- Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, recusa as acusações de que as forças policiais reagiram com demasiada violência e culpou o governo regional da Catalunha pelo que aconteceu — “não procurem mais responsáveis, que não há”, disse. Sublinhando que o referendo “simplesmente não existiu”, o Presidente do Governo anunciou que vai convocar os partidos com assento parlamentar para discutir o que se passou.
- Pedro Sánchez, líder do PSOE, deixou imediatamente a seguir ao discurso de Rajoyuma mensagem ao primeiro-ministro e à Generalitat catalã: “Negoceiem, negoceiem, negoceiem”.
- Por fim, Carles Puigdemont, líder do governo regional catalão, anunciou que irá transferir os resultados do referendo para o Parlamento catalão, a fim de se cumprir o que está “previsto na lei do referendo”. Embora não se pronunciando sobre o resultado do referendo, Puigdemont anunciou que os catalães ganharam “o direito de ser um Estado independente”.
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Carles Puigdemont: "Ganhámos o direito de ser um Estado independente"
O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, não assumiu a vitória no referendo mas garantiu que vai transferir os resultados para o parlamento regional, de modo a que se implemente a lei do referendo (declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional, tal como o referendo em si) nos próximos dias.
“Temos o direito de decidir o nosso futuro”, disse a partir do Palácio da Generalitat. “Ganhámos o direito de ser um Estado independente que é constituído sob a forma de uma república.”
“Nos próximos dias transferirei para o parlamento da Catalunha os resultados do dia de hoje para que se atue segundo o que está previsto na lei do referendo”, disse num discurso na Praça da Catalunha, no centro de Barcelona. Sobre a violência deste domingo, disse: “Espanha escreveu uma página vergonhosa na sua relação com a Catalunha. Infelzimente, não é a primeira”.
Depois, falou diretamente para a Europa, naquilo que é um gesto de afastamento de Espanha e de aproximação à União Europeia, da qual deseja fazer parte enquanto país soberano. “Ganhámos o respeito da Europa. Não podem olhar para o outro lado”, disse, referindo que agora o que se passa naquela região “já não é um assunto interno, um assunto europeu”.
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Número de feridos sobe para 844
O governo regional da Catalunha atualizou o número de feridos neste 1 de outubro para 844. A contagem anterior apontava para 761 feridos.
844 FERITS avui #1OCT
844 HERIDOS hoy #1OCT #1O https://t.co/bOyM0eRANJ— Protecció civil (@emergenciescat) October 1, 2017
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Pep Guardiola: "Eu não teria jogado"
O antigo treinador do Barça, Pep Guardiola, deu uma entrevista à Catalunya Ràdio onde usou palavras duras: “As imagens não enganam, havia gente que queria votar, para decidir o seu futuro, e foi atacada com violência.” Perguntado sobre a situação do jogo entre o Barcelona e o Las Palmas, o treinador foi perentório: “Eu não teria jogado.”
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O ministério do Interior atualiza o número de agentes de segurança feridos: são agora 33 (19 da Polícia e 14 da Guardia Civil).
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No País Basco há várias manifestações de apoio ao referendo catalão. Aqui seguem imagens de um desses encontros:
Decenas de manifestaciones y acciones de apoyo a Catalunya en localidades vascas. En Lasarte-Oria (Gipuzkoa), cantando Els Segadors. pic.twitter.com/5aM7UOpwgG
— Aitor Ubarretxena (@ubarretxenaitor) October 1, 2017
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Mais uma confirmação: Merkel e Rajoy não falaram hoje ao telefone, confirma o porta-voz adjunto do Governo alemão, Georg Streiter, ao El País.
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Bandeiras de Espanha no Santiago Bernabéu
No Real Madrid-Espanyol, também se passaram mensagens políticas. Ao minuto 12 (para simbolizar o dia 12 de outubro, dia nacional de Espanha), as bancadas do Santiago Bernabéu encheram-se de bandeiras espanholas. “Todos somos Espanha!”, gritou-se no estádio.
https://twitter.com/RealMadrid243/status/914566249786593280
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Outro jogador do Barcelona, Sergi Roberto, votou no referendo:
Ja he votat. Democràcia !! pic.twitter.com/5mTH6tRDdV
— Sergi Roberto (@SergiRoberto10) October 1, 2017
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O Governo espanhol desmente que tenha havido qualquer telefonema de Angela Merkel para Rajoy, conta o El Periódico. A última conversa entre os dois foi no sábado, diz o Executivo.
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Albert Rivera defende eleições autonómicas antecipadas
O líder do Ciudadanos, Albert Rivera, diz que “o senhor Puigdemont está inabilitado para liderar a Catalunha” e pediu que se “acabe com o processo independentista e que seja dada a voz aos cidadãos catalães”.
“A democracia é chamar todos os catalães para votar”, disse, para depois acrescentar, em catalão: “Queremos votar”.
“Não tenham medo das urnas, não tenham medo dos censos oficiais”, disse ao governo regional, muito criticado pela maneira como preparou este referendo, para o qual não tinha o aval do Congresso dos Deputados nem do Tribunal Constitucional. “Façamos eleições com urnas de verdade e com boletins de voto de verdade”, acrescentou.
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Catarina Martins: "O que se está a passar é de uma enorme gravidade"
A coordenadora do BE considerou que “qualquer Governo democrático”, a começar pelo português, “deve condenar a violência policial a que assistiu” na Catalunha, lembrando que a Constituição portuguesa defende o direito à autodeterminação de todos os povos: “o que se está a passar hoje na Catalunha é de uma enorme gravidade”.
Achamos que qualquer Governo democrático deve condenar a violência policial a que se assistiu na Catalunha, a começar pelo Governo português, até porque a constituição portuguesa respeita a autodeterminação de todos os povos. Nós lembramos que a Constituição portuguesa defende o direito à autodeterminação de todos os povos e independentemente do que pensemos sobre a independência da Catalunha ou mesmo sobre a constitucionalidade do referendo que está hoje a acontecer, a violência policial a que assistimos não pode deixar ninguém indiferente”, enfatizou.
Lusa
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Carles Puigdemont, chefe do executivo catalão, irá falar às 22h (hora local, 21h em Portugal).
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Manuela Carmena, autarca de Madrid fala num “grande erro” e diz que é necessário ouvir “a vontade de tantos catalães que se querem expressar”.
No se puede olvidar la voluntad de tantos catalanes que quieren expresarse. ¡Qué gran error! Tanta violencia por no haber sabido escucharnos
— Manuela Carmena (@ManuelaCarmena) October 1, 2017