It’s amazing!“, diziam os muitos estrangeiros que passeavam na noite de quinta-feira no centro de Cascais. Tudo por causa do Lumina – Festival de Luz, que apresentou algumas das instalações luminosas e espetáculos de video mapping e interatividade que integram a 3ª edição. A partir desta sexta-feira e até domingo, das 20h às 24h, vai ser possível ver 26 obras de arte de luz, criadas por cerca de 40 artistas internacionais, espalhadas ao longo de um percurso de três quilómetros. A entrada é livre.

Este ano há mais obras e provenientes de mais longe, como Macau e Canadá. “Significa que estamos a crescer”, disse Carole Purnelle ao Observador, que juntamente com Nuno Maya dirige o atelier O Cubo, responsável pela criação do Lumina. Para além da seleção de artistas e da supervisão, são também autores do espetáculo que se pode ver na fachada do edifício da Câmara Municipal de Cascais, onde estão incluídas 650 fotografias enviadas pelo público, a propósito do 650.º aniversário da vila.

Em termos técnicos, garantem que estão preparados para a chuva. “Estamos habituados a fazer festivais em países chuvosos e com neve”. Das 26 criações nacionais e internacionais, o espetáculo de video mapping “4 Elementos”, que vai ser projetado nas quatro paredes da Cidadela de Cascais, merece especial atenção.

“Foi a obra que obrigou a mais meios para ser concretizada”, disse Nuno Maya, responsável pela direção artística do “4 Elementos”. Descreveu-a ao Observador como “uma viagem sensorial através dos quatro elementos, um por cada estrutura: o fogo no pórtico, o ar depois do pórtico, e à saída pela marina fica a terra e a água. No meio juntámos todos os elementos e fizemos com que interagissem com a natureza”.

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A equipa começa a trabalhar sempre com um ano de antecedência, explicou Carole Purnelle ao Observador. E que não se pense que um espetáculo como o “4 Elementos” se faz apenas por computador.

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“Nos ‘4 Elementos’ trabalhámos com dois bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, um artista de circo aéreo e uma nadadora profissional de natação sincronizada”, explicou Carole Purnelle. Um por cada elemento.

Está tudo previamente calculado, com direito a fatos criados pelo atelier e maquilhagem. Todos trabalharam em estúdio e numa piscina profunda para a filmagem, com marcas que indicam onde têm de dançar ou nadar. “Eles sabem exatamente como trabalhar com a fachada, é este o princípio do video mapping. É uma produção cinematográfica!”, completou a artista.

Entre os artistas convidados a erguer o espetáculo está o finlandês Kari Kola, que trouxe oito toneladas de equipamento de luz, contou Nuno Maya, que em breve também irá levar uma das suas criações à cidade de Jyuvascula, no país nórdico.

O Lumina 2015 já está confirmado e Nuno Maya promete uma “edição especial”, já que no próximo ano se comemora o Ano Internacional da Luz. Quanto à presente edição, o circuito pode ser feito com a ajuda da aplicação Lumina, disponível nas Apple Store e Google Play. A app inclui, por exemplo, um mapa interativo com todas as obras assinaladas nos respetivos locais, e que fornece mais informações sobre cada intervenção.

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Programa detalhado do Lumina 2014. Clique para aumentar