Sarah Bahbah é uma perfeita desconhecida para muitos, mas as suas fotografias têm percorrido a internet. A série Sex and Takeout tem recebido alguma atenção por parte dos meios de comunicação, que a têm associado à expressão food porn, utilizada para descrever imagens de comida deliciosa. Mas não é só de comida que se trata. Sarah mistura comida e sexo, fotografando pessoas nuas com fast-food. É um retrato sincero, cuja história é mais antiga do que as próprias fotografias.

Foi há seis anos que a australiana Sarah Bahbah pegou pela primeira vez numa máquina fotográfica. “Peguei na máquina da minha irmã, que ela tinha comprado para a universidade, e parti numa aventura”, contou ao Observador. Sozinha, foi tentando perceber como a máquina funcionava e fazendo algumas experiências. “Acabei por perceber como funcionava, e seis anos depois, aqui estou”.

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Nunca mais largou a máquina. As fotografias que tirou — e que ainda tira — são o relato das suas viagens. Dos concertos a que assiste, dos festivais e, acima de tudo, das pessoas que encontra na estrada. Independente do tema e abordagem, as fotografias de Sarah têm sempre uma constante — o amor pela forma humana. “Adoro a forma humana. Acredito que temos energia suficiente para carregar uma central elétrica”, confessou. “Tentou refletir essa energia através das minhas fotografias”.

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Sex and Takeout surgiu de uma dessas muitas viagens. O conceito é inspirado numa viagem aos Estados Unidos da América, que fez com um antigo namorado. “Encomendámos demasiada comida chinesa e devorámos arroz frito e noodles que comprámos no Styrofoam [um restaurante takeaway], enquanto víamos os Flinstones deitados na cama”, contou. Mas esse foi apenas um de muitos momentos passados na companhia de fast-food. “Acabámos por ter muitos momentos desses, como entrar num Uber à uma da manhã só para ir ao “drive-in”do McDonald’s e depois voltar para casa para ver o Breaking Bad até amanhecer”. Foram esses momentos “especiais”, só entre os dois, que tentou captar em Sex and Takeout.

“Quis captar esses momentos de intimidade e indulgência através da criação e recriação de experiências íntimas com quais toda a gente se podia relacionar, quer se trate de dois amantes ou de prazer individual. E foi o que fiz”.

Sobre a repentina fama das suas fotografias, Sarah disse que não estava à espera de nada disso. “Apenas esperava o melhor”, admitiu. Em relação ao termo food porn, disse não concordar completamente, mas que a expressão realmente se adequava ao conteúdo das suas fotografias. “Gosto de pensar que Sex and Takeout é um bocadinho mais elegante do que pornografia, mas se gostam de lhe arranjar um tema, então sem dúvida que se enquadra”.

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