A atriz Eunice Muñoz, de 88 anos, é homenageada esta segunda-feira, no Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), em Lisboa, onde se estreou há 75 anos, participando numa conversa, na sala Garrett, com o ator e encenador Diogo Infante, com quem contracenou várias vezes.

“Eunice Muñoz – Uma lição de 75 anos de carreira” é o título desta iniciativa marcada para as 18h, à qual assiste, entre outras personalidades, como colegas e amigos, o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, ex-presidente do conselho de administração do TNDM, anunciou este teatro.

A esta conversa assistem também alunos de teatro, e será anunciada a data do regresso da atriz ao palco do Rossio, na próxima temporada de 2016/17, segundo fonte do TNDM.

Eunice Muñoz, nascida na Amareleja, no Baixo Alentejo, no seio de uma família de atores, estreou-se no TNDM no dia 28 de novembro de 1941, fazendo parte do elenco da peça “Vendaval”, de Virgínia Vitorino (1895-1967), com encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro.

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Em 2012, estava previsto a atriz subir ao palco do Nacional com “Comboio da madrugada”, de Tennessee Willians, numa encenação de Carlos Avillez, ainda no âmbito das celebrações dos seus 70 anos de carreira, que se iniciaram em 2011, ano em que estreou esta peça no Teatro Experimental de Cascais (TEC). Por questões de saúde, uma queda que a atriz deu, a peça foi cancelada.

Este ano, Eunice Muñoz foi anunciada para protagonizar a peça “As árvores morrem de pé”, de Alejandro Casona, numa encenação de Filipe la Feria, com quem já trabalhara em “Passa por mim no Rossio” e “A casa do lago”, mas, por razões de saúde, a atriz não pôde atuar, mantendo a sua participação na telenovela “A Impostora”, atualmente em exibição diária na TVI.

Eunice Muñoz protagonizou várias peças, no TNDM, desde a sua reabertura, em 1978, após o incêndio de 1964, designadamente, nesse mesmo ano – 1978 -, no “Auto da geração humana”, sobre Gil Vicente.

No TNDM, ao longo das décadas seguintes, interpretou dramaturgos como Sttau-Monteiro (“Felizmente há luar”), Raul Brandão (“O gebo e a sombra”), García Lorca (“A casa de Bernarda Alba”), Paul Claudel (“O Anúncio Feito a Maria”), Jean-Paul Sartre (“As troianas”), Bertold Brecht (“Mãe Coragem e os Seus Filhos”), Herman Broch (“Zerlina”), Agustina Bessa-Luís (“As fúrias”), Lídia Jorge (“A maçon”), Maria Velho da Costa (“Madame”), Filipe La Féria (“Passa por mim no Rossio”).

Entre as várias distinções, em 2011, Eunice Muñoz recebeu, no dia 28 de novembro, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, entregue pelo então Presidente da república, Aníbal Cavaco Silva.