Histórico de atualizações
  • Foram mais de 13 horas de incerteza para Theresa May, mas a primeira-ministra britânica acabou por sobreviver à moção de censura. Não se livra, ainda assim, de um próximo embate muito difícil: o acordo para o Brexit continua por aprovar e o Parlamento britânico não lhe fará a tarefa fácil.

    As 13 horas e 31 minutos em que May se salvou — e lembrou que, afinal, é Natal

  • As seis vidas de Theresa May (e a última que lhe resta)

    No balanço deste dia, vale a pena recordar as muitas vezes em que se previu a morte política de Theresa May — e em que ela conseguiu sempre dar a volta por cima.

    As seis vidas de Theresa May (e a última que lhe resta)

    Foi mais uma vez o caso, esta quarta-feira. O futuro, contudo, pode não voltar a ser tão risonho. Com o acordo para o Brexit com chumbo anunciado, a saída de May pode estar mais próxima do que se pensa.

  • Agenda para o dia de amanhã

    Com May a sobreviver ao desafio de hoje, a primeira-ministra regressa à agenda que tinha previsto ontem. Isso significa que irá participar no Conselho Europeu, onde espera obter as tais “garantias” dos parceiros europeus relativamente ao backstop.

    Esta será a agenda do dia em Bruxelas:

    12h30: Chegadas dos líderes europeus.
    14h: Início da mesa redonda.
    18h: Conferência de imprensa com Donald Tusk (presidente do Conselho Europeu) e com Jean-Claude Juncker (presidente da Comissão Europeia).

  • Nicola Sturgeon fala numa "vitória de Pirro" para May

    A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, já reagiu a esta moção de censura, mantendo a ideia de que May se deveria afastar da liderança do país.

    “Este resultado mal chegou a uma vitória de Pirro para a primeira-ministra, que admitiu agora que o seu tempo no cargo é limitado”, declarou. “Mesmo depois de ser forçada a dizer que sairá em breve, quase 40% do seu grupo parlamentar votou contra ela — o que significa que a maioria dos seus deputados o fez [referindo-se, por exclusão de partes, aos não-membros do Governo]. Em qualquer situação normal, a posição da PM seria impossível de manter.”

  • May: "É um prazer ter recebido o apoio dos meus colegas"

    May já fala. “Este foi um dia longo e desafiante, mas no final de contas, é um prazer ter recebido o apoio dos meus colegas”, disse a primeira-ministra à frente do número 10 de Downing Street. “Ouvi o que eles disseram”, disse, em relação aos deputados que votaram contra ela.

    Theresa May sublinhou ainda que amanhã, no Conselho Europeu, vai “procurar ter garantias legais e políticas para serenar as preocupações que os deputados têm” sobre o tema do backstop da fronteira entre as duas Irlandas.

    O discurso é semelhante a tantos outros: compromete-se com o Brexit mas diz que também há vida para lá desse tema. “Devemos às pessoas que nos puseram aqui o gesto de colocarmos as prioridades deles em primeiro lugar”, disse.

  • Corbyn diz que moção de confiança "não faz qualquer diferença" e diz estar "pronto" para governar

    O Partido Trabalhista já reagiu, através de um comunicado do seu líder. Nele, Jeremy Corbyn sublinha que esta situação da moção a May em nada altera a situação de “caos” que o país atravessa por causa do Brexit e reforça a disponibilidade do Labour para governar.

    “A votação desta noite não faz qualquer diferença na vida das pessoas. A primeira-ministra perdeu a sua maioria no Parlamento, o seu Governo está um caos e ela não consegue um acordo para o Brexit que funcione para o país”, escreve Corbyn. Ela tem de trazer o seu acordo deplorável de volta à Câmara dos Comuns na próxima semana para que o Parlamento possa assumir o controlo. O Labour está pronto para governar.”

  • May sobrevive a moção de confiança

    Acaba de ser anunciado que a maioria do grupo parlamentar conservador mantém a confiança em Theresa May.

    Votos a favor da continuação de May: 200

    Votos contra a continuação de May: 117

    Isto significa agora que Theresa May sai por cima deste dia. Isto significa também que durante um ano a bancada parlamentar conservadora não poderá voltar a fazer uma moção de confiança à primeira-ministra.

  • Terminou a votação, começa a contagem

    O deputado Graham Brady, deputado e presidente do Comité 1922, que gere o processo de toda esta votação, já está a contar os boletins de cada um dos parlamentares conservadores.

    Supostamente, os resultados finais e oficiais serão conhecidos às 21h00. Porém, o facto de haver jornalistas na sala — algo que não aconteceu até agora — poderá facilitar ainda mais a existência de fugas de informação. Por isso, é possível que saibamos esses resultados antes da hora marcada.

  • Votação encerra daqui a 10 minutos

    Daqui a pouco, termina o prazo para todos os deputados conservadores colocarem o seu boletim de voto na urna. A deputada Margot James, que decidiu apoiar May, publicou uma foto do boletim, onde é possível ver as opções: “EU TENHO confiança em Theresa May como líder do Partido” ou “EU NÃO TENHO confiança em Theresa May como líder do Partido.”

    Segundo os relatos dos jornalistas britânicos, a votação estará a contar com elevada participação por parte dos tories.

  • Votação já começou

    Terminado o discurso, tem agora início a votação, que tem duração prevista até às 20h.

    A pergunta à qual os deputados têm de responder “Sim” ou “Não” é simples: algo como “Tem confiança na liderança de Theresa May à frente do partido?”. Para sair vencedora, May só precisa de obter 159 votos positivos entre os 317 deputados conservadores.

    Pouco depois das 20h deveremos ter resultados.

  • May fala aos tories: "No meu coração, teria adorado liderar-nos até à próxima eleição"

    No seu discurso perante os deputados conservadores, Theresa May terá deixado claro que sabe que não se recandidatará ao cargo de primeira-ministra: “No meu coração, teria adorado liderar-nos até à próxima eleição, mas percebo que vamos precisar de um novo líder, com novos objetivos para as eleições de 2022.”

    O discurso, segundo relatam alguns dos presentes na sala aos jornalistas britânicos, levou alguns às lágrimas. “Foi muito emotivo”, reconheceu um dos presentes.

    Contudo, quando questionada pelos deputados até quando tenciona permanecer à frente do Partido (e do Governo), May evitou sempre dar uma resposta. E, até 2022, muita água irá ainda correr debaixo da ponte da política britânica.

  • May, recebida com forte expressões de apoio, declara que não irá candidatar-se à próxima eleição

    Segundo os jornalistas que estão no corredor, do lado de fora da sala onde o Comité 1922 está reunido, dizem que May foi recebida com fortes expressões de apoio: houve deputados a bater nas mesas, gritos e assobios, todos positivos. De tal forma que Sebastian Payne, fo Financial Times, diz “estar preocupado com as dobradiças das portas”. Fontes na sala dizem aos jornalistas que Boris Johnson está com um ar “abatido”.

    Ao Comité, May confirma que aceita não se recandidatar às próximas eleições: “Não vou liderar o partido na próxima eleição geral.” O anúncio bate certo com a estratégia falada ao longo do dia, de que a primeira-ministra poderia estar a tentar propor, na prática, deixarem-na ficar no lugar apenas até terminar o processo do Brexit.

  • Afinal, são necessários 159 votos para definir o futuro de May — e não 158

    Ao longo do dia temos aqui escrito que eram necessários 158 votos para garantir um dos dois desfechos desta moção de confiança: a manutenção de Theresa May no poder ou a sua saída. Tudo isto porque 158 era (e já explicamos porque já não é) o limiar mínimo da maioria absoluta entre os deputados conservadores, que são 315.

    Ora, entretanto, estes números números mudaram, porque dois deputados conservadores que foram suspensos (Andrew Griffiths e Charlie Elphickle, ambos por escândalos de cariz sexual) terão hoje o direito de participar nesta votação interna. Como tal, o total passa a ser de 317 e, por isso, para chegar à maioria absoluta serão necessários 159 votos.

    Para já, os media britânicos, que têm contactado diferentes deputados conservadores, garantem que Theresa May tem os votos suficientes. Mas existe a possibilidade de o voto assumido perante um jornalista não ser o mesmo do que um voto depositado numa urna, sob segredo. Por isso, há mesmo que aguardar.

  • Líder dos unionistas (que apoiam governo de May) diz May "entendeu a mensagem" de que atual acordo "não chega"

    De acordo com o Financial Times, que cita membros do DUP, dizendo que a líder daquele partido de norte-irlandeses unionistas referiu ter tido uma reunião “útil” com Theresa May esta tarde. De acordo com aquelas fontes, a primeira-ministra terá “entendido a mensagem” que o DUP defende, dizendo que as medidas para o backstop “não chegam” e que por isso terá de ser alterada para eles poderem votar a favor do acordo.

    Recorde-se que o partido dos irlandeses unionistas é essencial para Theresa May, já o é com o apoio deles que conta a primeira-ministra conta para ter maioria absoluta. Uma vez que nem no próprio partido Theresa May parece ter mão, convém pelo menos conseguir manter aqueles 10 deputados do DUP do seu lado.

  • Arcebispo de Cantuária pede "integridade e coragem" no Parlamento britânico

    Entretanto, no Palácio de Lambeth, a residência oficial do arcebispo de Cantuária (principal clérigo da Igreja Anglicana, religião oficial do Reino Unido), o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, reza pela “primeira-ministra e outros líderes políticos” para que “haja integridade e coragem entre todos os parlamentares nesta tarde”.

    https://twitter.com/MartinBashir/status/1072897575676715009

  • Reunião entre May e o grupo parlamentar dos conservadores prestes a começar

    Já passa das 16h50, o que significado que faltam menos de 10 minutos para Theresa May se reunir à porta fechada com os deputados do seu próprio partido, o Partido Conservador.

    O que está programado é um debate de uma hora, em que cada lado tentará fazer valer as suas ideias. Esse debate termina às 18h00, hora a que abrem as urnas para cada um dos deputados votarem. Segue-se um período de espera até às 20h00, hora a que a urna fecha — e a partir dessa altura é possível que se comecem a saber alguns resultados, embora de forma oficiosa e, por isso, não 100% fiável.

    Os resultados oficiais serão divulgados mais tarde, às 21h00.

  • Contagem do Guardian também já dá maioria a May

    O jornal Guardian — um dos poucos media britânicos que ainda não tinha contabilizado 158 apoios para May —, já contou 160 deputados a afirmarem publicamente que apoiarão May esta tarde. Consolida-se assim a tendência de apoio à primeira-ministra; pese embora o facto de que, na altura, podem votar de forma diferente do que afirmaram publicamente.

  • Depois de May, quem? Boris Johnson é o mais amado, mas também o mais odiado

    A YouGov publicou um estudo sobre a popularidade de vários dos tories que podem tentar suceder à primeira-ministra. Curiosamente, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson segue na frente: é o mais popular, com 22% dos inquiridos a dizer que ele seria um bom primeiro-ministro. Problema? É também aquele que apresenta os maiores níveis de rejeição, com 57% a classificá-lo como um “mau” futuro PM.

    De destacar que o ministro do Ambiente, Michael Gove, tem também níveis de rejeição elevados (52%). Os que estão mais bem posicionados para lá de Johnson são o ex-ministro para o Brexit David Davis e o atual ministro do Interior, Sajid Javid, ambos com 15% dos inquiridos a classificá-los como “bons” futuros líderes.

  • Pelas contas do Financial Times, 165 deputados apoiam May neste momento

    Depois de termos sabido as contas da BBC (172), Sky News (158) e Guardian (135), temos agora a contagem do Financial Times: segundo o jornal, 165 deputados conservadores já demonstraram publicamente apoio a May.

    Ao que tudo indica, a primeira-ministra pode mesmo vir a sobreviver a esta moção. Mas, como explica o próprio jornal, nos bastidores as tentativas de demover deputados pró-May por parte dos eurocéticos do European Research Group de Rees-Mogg continuam, intensamente.

  • O relógio continua a contar até 29 de março. O que acontece se não houver acordo? E se houver?

    Com ou sem Theresa May à frente dos tories, certo é que o relógio continua a contar e — a não ser que o Artigo 50 seja suspenso — o Reino Unido vai mesmo sair da União Europeia. A Câmara dos Comuns criou um gráfico que ajuda a ilustrar os prováveis cenários, sobretudo em relação ao backstop, já que esse é o principal ponto de contenda neste acordo.

    E o que é o backstop? Vamos lá explicar uma vez mais, até porque o conceito não é simples. Devido aos Acordos de Paz de Sexta-Feira Santa, as duas Irlandas não podem ter uma fronteira rígida a separá-la. Tendo em conta que, com a saída do Reino Unido da UE, será preciso impor controlos à circulação de bens e pessoas, é preciso arranjar uma solução para as Irlandas que não comprometa nem a paz, nem a saída. O dispositivo encontrado foi a criação do backstop, uma espécie de “apólice de seguro”, que entra em vigor caso não haja um acordo comercial definido entre britânicos e europeus até ao fim do período de transição (2021). Esse backstop mantém o Reino Unido numa união aduaneira com os europeus, para que os bens possam circular entre as duas Irlandas sem ter uma fronteira fechada.

    O problema? Muitos deputados britânicos não gostam da ideia, por diferentes razões: porque mantém o Reino Unido numa união com a UE, embora não possa interferir nas regras em vigor; porque só é possível sair desse backstop se as duas partes estiverem de acordo, podendo o país ficar ‘preso’ nesse arranjo durante algum tempo; porque cria uma situação de desigualdade da Irlanda do Norte face ao resto do país.

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