Momentos-chave
- Boris Johnson vai enviar carta a Donald Tusk
- Centenas de milhares exigem em Londres um segundo referendo
- Boris Johnson recusa pedir adiamento — "nem a lei me obriga"
- Emenda Letwin aprovada. Parlamento força Boris Johnson a pedir adiamento do Brexit
- Theresa May: "Tenho uma sensação clara de déjà vu"
- Partido Trabalhista apoia emenda Letwin
- Philip Hammond: "Antes de entrar no autocarro do primeiro-ministro, gostava de perceber o destino final"
- DUP acusa acordo de "atropelar" acordo de paz na Irlanda por não obrigar a consentimento conjunto de nacionalistas e unionistas
- Ian Blackford: "O primeiro-ministro e os seus compinchas no Número 10 não querem saber da Escócia"
- Corbyn insiste que novo acordo é "ainda pior" e diz: "Esta bancada não se vai deixar enganar"
- Boris Johnson: "É altura de esta grande Câmara dos Comuns unir o país hoje"
- Emenda Letwin, a emenda que pode fazer com que o acordo afinal nem vá a votação
Histórico de atualizações
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Com a confirmação de que Boris Johnson vai, afinal, pedir a extensão do prazo, encerramos este liveblog. A Cátia Bruno faz o resumo do dia — e de mais um capítulo na longa história do Brexit — aqui:
Derrotado, Boris cede sem ceder: pede adiamento “forçado”, mas avisa que não o quer
Obrigada por nos ter acompanhado!
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Boris Johnson vai enviar carta a Donald Tusk
Boris Johnson vai mesmo pedir o adiamento formal do Brexit à Comissão Europeia, mas deixará claro que não é esse o resultado que pretende. A informação foi confirmada à Sky News por uma fonte do Governo, que fala num primeiro-ministro “destemido” face a um pedido de extensão que não quer — e que, portanto, irá deixar claro que é pedido apenas por ser obrigado por lei e pelo parlamento a fazê-lo.
À mesma cadeia de televisão foi confirmado, por uma fonte europeia, que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi avisado de que irá receber a carta a pedir o adiamento ainda hoje. “Com essa base, Tusk irá começar a consultar os líderes europeus sobre como reagir. Isto poderá demorar alguns dias”, avisou a mesma fonte.
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O humor britânico na manifestação contra o Brexit
Os manifestantes da campanha People’s Vote (O Voto do Povo) foram bastante criativos nos cartazes. Recorrendo ao humor e a referências cinéfilas e musicais, os protestantes pró-europeus quiseram censurar não só o rumo escolhido pela classe política britânica, como também a gestão do primeiro-ministro Boris Johnson.
Houve até quem se mascarasse de super-herói, uma espécie de Capitão Europa, para lutar contra o Brexit e levar o Reino Unido a permanecer na União Europeia.
E quem tivesse visitado o Planeta Brexit no futuro e tivesse feito questão de regressar para dizer aos restantes britânicos: “É terrível”
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Centenas de milhares exigem em Londres um segundo referendo
Centenas de milhares de pessoas de todo o Reino Unido concentraram-se este sábado em Londres numa marcha a favor de um segundo referendo sobre o Brexit. Organizada pelos ativistas da campanha People’s Vote, que exige desde 2018 a convocação de uma nova consulta popular sobre o acordo final do Brexit e na qual seja possível decidir se os britânicos querem permanecer na União Europeia ou sair sem acordo, a manifestação foi encabeçada por diversas figuras públicas como o mayor de Londres, Sadiq Khan, e o actor Patrick Stewart. A manifestação contou ainda com a participação de figuras como o escritor John Le Carré.
A manifestação contou ainda com o apoio de diversas associações independentes pró-europeus, como a Open Britan, European Movement UK, Our Future Our Choice e Wales For Europe e terá tido a adesão, segundo os organizadores, de 1 milhão de pessoas nas ruas da capital do Reino Unido. Diversos media britânicos descreveram mesmo a marcha como um “supersábado”.
O protesto decorreu no mesmo dia em que a Câmara dos Comuns aprovou (322 votos a favor e 306 votos contra) um adiamento do Brexit até ser aprovada no Parlamento Britânico a legislação que vai regulamentar o acordo de saída do Reino Unido.
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E agora?
Com a decisão de hoje, mantém-se a incerteza: Boris Johnson diz que não pede o adiamento, mas garante que vai cumprir o Brexit e com este acordo. Afinal, quando é que o Reino Unido sai da União Europeia? A Cátia Bruno explica o que pode acontecer, no meio de todas as dúvidas.
Derrotado, Boris cede sem ceder: pede adiamento “forçado”, mas avisa que não o quer
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Primeiro-ministro da Irlanda: "Ainda não foi pedido qualquer adiamento"
O primeiro-ministro da Irlanda reagiu à decisão do parlamento britânico no Twitter. Leo Varadkar diz que, até ao momento, não foi pedida qualquer extensão e que um eventual adiamento do Brexit dependerá da opinião unânime de todos os Estados-membros.
The EU & UK agreed a Withdrawal Agreement on Thursday that defends Ireland’s interests. The Commons voted today to defer a decision on whether or not to ratify that agreement. To date, no request for an extension has been made by the UK Government.
— Leo Varadkar (@LeoVaradkar) October 19, 2019
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Parlamento Europeu analisa situação do Brexit na segunda-feira
O grupo diretor do Parlamento Europeu (PE) para o Brexit vai analisar na segunda-feira a aprovação, pela Câmara dos Comuns, de uma proposta para um adiamento do Brexit, indicou hoje Guy Verhofstadt.
The @Europarl_EN's Brexit Steering Group will consider the outcome of today's vote for the Letwin amendment on Monday. Whatever happens next, the marches outside the Parliament show just how important a close EU – UK future relationship is.
— Guy Verhofstadt (@guyverhofstadt) October 19, 2019
A informação foi avançada pelo coordenador da assembleia europeia para o Brexit numa publicação na sua conta na rede social Twitter, na qual também defende que, “independentemente daquilo que acontecer a seguir”, as manifestações de hoje junto do parlamento britânico demonstram “quão importante é uma parceria futura próxima entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido”.
Verhofstadt referia-se aos milhares de pessoas que se concentraram hoje no centro de Londres, junto à Câmara dos Comuns, para pedir que o Reino Unido não saísse do bloco comunitário.
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A sessão no parlamento — histórica, por ter acontecido a um sábado — também já terminou. Jacob Rees-Mogg ainda admitiu a possibilidade de a moção para a aprovação do acordo do Governo voltar a ser apresentada na segunda-feira, mas a intenção, segundo o The Guardian, foi travada pelo speaker John Bercow.
Bercow: "The apparent purpose of the said motion which ministers are attempting to table is to invalidate or obviate, the effect of the decision which the House reached today. And that does seem most curious or irregular."
— Ian Dunt (@IanDunt) October 19, 2019
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Conservadores confirmam que Boris Johnson não vai pedir adiamento do Brexit
No Twitter, o Partido Conservador veio confirmar que o primeiro-ministro não vai pedir à União Europeia uma extensão do prazo para o Brexit.
“O PM não vai pedir um adiamento — ele vai dizer aos líderes da UE que não deve haver mais adiamentos e que devemos cumprir o Brexit no dia 31 de outubro com o nosso novo acordo para que o país possa avançar.”
#BREAKING: Parliament has voted to delay Brexit again. The Prime Minister will not ask for a delay — he will tell EU leaders there should be no more delays and we should get Brexit done on October 31st with our new deal so the country can move on. pic.twitter.com/5EE69IuhUO
— Conservatives (@Conservatives) October 19, 2019
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UE aguarda comunicação do Governo britânico sobre "próximos passos"
Perante o adiamento da votação do acordo, a UE já espera informações do Governo britânico sobre o que tenciona fazer. No Twitter, a porta-voz da Comissão Europeia diz que a Comissão tomou nota da decisão e que agora cabe a Boris Johnson comunicar quais serão “os próximos passos”, o mais rapidamente possível.
???????????????? @EU_Commission takes note of the vote in the House of Commons today on the so-called #Letwin Amendment meaning that the #WithdrawalAgreement itself was not put to vote today. It will be for the UK government to inform us about the next steps as soon as possible.
— Mina Andreeva (@Mina_Andreeva) October 19, 2019
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Manifestantes anti-Brexit festejam adiamento da votação
A aprovação da emenda Letwin foi festejada no centro de Londres pelos milhares de britânicos que participam na marcha por um segundo referendo.
https://twitter.com/aamnamohdin/status/1185557130734133248
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Corbyn: "O primeiro-ministro tem de cumprir a lei"
Na reação, o líder do Partido Trabalhista acusou Boris Johnson de querer violar a lei Benn, que definiu que o Governo teria de pedir uma extensão do prazo para o Brexit, caso não conseguisse aprovar o acordo este sábado: “O primeiro-ministro tem de cumprir a lei”, concluiu Jeremy Corbyn.
Também o SNP sublinhou a intenção de Johnson de ignorar a lei Benn. Ian Blackford pediu mesmo ajuda ao speaker da Câmara dos Comuns, John Bercow, para saber o que poderia ser feito para obrigar Boris Johnson “a cumprir a lei”.
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Boris Johnson recusa pedir adiamento — "nem a lei me obriga"
Boris Johnson recusa pedir uma extensão do prazo para o Brexit, apesar de o parlamento ter aprovado uma emenda que o força a fazê-lo.
Eu não vou negociar um adiamento com a UE, nem a lei me obriga”, garantiu.
Pelo contrário, o Governo vai voltar ao parlamento na próxima semana para aprovar toda a legislação necessária para a saída da UE e depois submeter de novo o acordo a votação. “Foi por muito pouco”, sublinhou Boris Johnson, dizendo acreditar que na próxima votação o acordo será aprovado.
"I will not negotiate a delay with the EU, and neither does the law compel me to do so."@BorisJohnson says he is not "dismayed" after MPs voted to force him to seek a delay until legislation for a deal has been passed.
Follow live updates ???? https://t.co/rXb75V5HJT pic.twitter.com/fmTM3ptaMj
— Sky News (@SkyNews) October 19, 2019
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Emenda Letwin aprovada. Parlamento força Boris Johnson a pedir adiamento do Brexit
Deputados aprovaram a emenda Letwin. Parlamento adia a votação do acordo e força Boris Johnson a pedir extensão do prazo para o Brexit.
SIM: 322 deputados
NÃO: 306 deputados -
Deputados começam a votar emenda que pode forçar adiamento do Brexit.
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Governo adia votação do acordo para terça-feira se emenda Letwin for aprovada
Fonte de Downing Street, citada pela Sky News, confirma que o Governo vai retirar a moção para a aprovação do acordo, caso a emenda apresentada por Oliver Letwin seja aprovada esta tarde. A decisão será a de voltar ao parlamento na terça-feira para uma nova tentativa de votação.
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Bercow acelera trabalhos no parlamento. Votação na próxima hora
As primeiras votações — das emendas à moção do Governo — poderão acontecer durante a próxima hora. O speaker da Câmara dos Comuns, John Bercow, decidiu, entretanto, acelerar os trabalhos, encurtando o tempo dado a cada deputado: começou com cinco minutos por intervenção, mas está agora nos três minutos por deputado.
Já se sabe que o mais provável é que, caso a emenda Letwin seja aprovada, forçando um pedido de adiamento do Brexit à UE, o Governo retire a moção para a aprovação do acordo, fazendo com que o texto nem sequer seja votado.
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Milhares de pessoas que estão contra o Brexit começaram, entretanto, a concentrar-se no centro de Londres a pedir para que o Reino Unido permanece na UE. As pessoas, que enchem várias ruas da capital, estão a convergir para a Praça do Parlamento britânico, local onde se encontram os deputados a discutir os planos e a data de aplicação do Brexit apresentados pelo primeiro-ministro conservador Boris Johnson.
Segundo a Associated Press (AP), são muitos os cartazes que se veem nas ruas a pedir a suspensão do processo do Brexit, que começou com um referendo realizado em 2016 e no qual os eleitores britânicos apoiaram a retirada da Grã-Bretanha dos 28 Estados-membros da UE.
(Agência Lusa)
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Theresa May: "Tenho uma sensação clara de déjà vu"
A ex-primeira-ministra tomou a palavra para sair em defesa do acordo de Boris Johnson. Num desabafo que arrancou gargalhadas de todas as bancadas, Theresa May falou numa “sensação clara de déjà vu” e avisou que vai rebelar-se “contra todos o que não querem cumprir o Brexit”: “Os olhos do mundo estão sobre nós e todos os membros desta Câmara têm uma responsabilidade na decisão que vão tomar no interesse dos seus eleitores. A decisão que vamos tomar hoje vai definir também o futuro da nossa política. Temos de tomar uma decisão-chave: Queremos cumprir o Brexit e o resultado do referendo?”.
"I don't like referendums but I think if you have one, then you have to abide by it" says former Prime Minister, Theresa May. #BrexitDeal
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— Sky News (@SkyNews) October 19, 2019
May insistiu num ponto: quem não quer uma saída sem acordo tem de aprovar um acordo. E alertou os deputados para as consequências de não cumprir a decisão tomada pela maioria dos britânicos em 2016:
Quando esta casa decidiu, por maioria, dar a palavra ao povo, em 2016, queria mesmo fazer isso? A resposta só pode ser sim, nós queremos isso. Sim, nós queremos cumprir o Brexit. Sim, nós respeitamos o povo britânico. Porque, se não estávamos mesmo a falar a sério, somos culpados de enganar os britânicos.”
A declaração foi, ironicamente, muito aplaudida por deputados conservadores que sempre recusaram apoiar os acordos apresentados por Theresa May, acabando por levar à sua demissão do Governo e da liderança do partido.
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SNP insiste em emenda para convocar eleições: "A Escócia é uma nação europeia e não vai sair da UE".
Ian Blackford, do SNP, está a fazer uma declaração longa e especialmente dura para o Governo de Boris Johnson, mas também para o Labour — que acusa de ainda não ter sido claro quando à posição de todos os seus deputados. O escocês quer saber se Jeremy Corbyn vai permite que algum deputado trabalhista “passe um cheque em branco” a um “acordo tóxico”.
A emenda proposta por Blackford obriga a um pedido de adiamento do Brexit até janeiro de 2020 para que sejam convocadas eleições. “É preciso assegurar uma extensão, convocar eleições e deitar este Governo abaixo”, diz.
O SNP insiste que a Escócia votou para permanecer na UE e que “não voltará a ser ignorada”: “Os escoceses agora sabem muito bem que nunca, mas nunca mais devem confiar num torie”.