“Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes são-no cada uma à sua maneira”. A frase do escritor russo Tolstoi é uma citação clássica e amplamente repetida. Em “The Undoing” conhecemos os Frasers, uma família feliz, que só ganha interesse narrativo quando se torna infeliz, claro. Pequeno problema: ao Frasers são tão obscenamente ricos e desligados do mundo real que o maior desafio do espectador conseguir é criar empatia (e pena, sim) perante as coisas más que lhes acontecem. Sintomas da luta de classes agudizados por um 2020 particularmente divisor?

Mas vamos por partes. “The Undoing”, que se estreia agora na HBO, é uma mini-série de seis episódios baseada no romance You Should Have Known  de Jean Hanff Korelitz (e, já agora, o título original é bem melhor que o nome dado à adaptação televisiva). Grace Fraser (Nicole Kidman) é uma psicanalista de sucesso, casada com o reputado oncologista Jonathan Fraser (Hugh Grant). A sua vida é perfeita, sendo as suas maiores apoquentações convencer o único filho que não pode ter um cão ou organizar mais uma gala de beneficência a reverter para o colégio caríssimo onde estuda o seu rebento.

[o trailer de “The Undoing”:]

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