O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou na noite de domingo o “desconfinamento” das marchas populares de Lisboa, que viu passar durante cerca de quatro horas e meia, ao lado do presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas.

O chefe de Estado, que no domingo de manhã viajou de Londres para Andorra e de lá para Lisboa, chegou ao aeroporto já de noite e foi diretamente para a Avenida da Liberdade, novamente palco do desfile das marchas populares, cancelado nos últimos dois anos devido à covid-19.

“Fiz muita questão, porque este ano é muito especial, é um ano de desconfinamento, depois da paragem. É o reviver de novo. Sente-se que há uma alegria, há uma confraternização, uma libertação, eu queria partilhá-la”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os jornalistas, quando o desfile terminou.

Interrogado se neste momento não está preocupado com a pandemia da covid-19, o Presidente da República respondeu: “Não, olhe, eu estive em Londres e tive encontros, uma receção com a comunidade, de mil e tal pessoas, num espaço fechado. Em Andorra, depois, centenas de pessoas, também num espaço fechado”.

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Segundo o chefe de Estado, “está a haver naturalmente uma transição da pandemia para a endemia” e as pessoas estão “a habituar-se à realidade”.

“Há muita gente que eu conheço que está com covid, é uma covid muito mais ligeira do que aquela que foi. É uma habituação a uma realidade que vai durar um ano, dois anos, três anos. E as pessoas têm de se ir prevenindo, haverá vacinação, e vão convivendo com ela como se convive com outro tipo de epidemias que tivemos no passado”, considerou.

Ao longo da noite de domingo e madrugada, o Presidente da República cumprimentou e tirou fotografias com as madrinhas e os padrinhos das marchas, juntamente com Carlos Moedas, à medida que passavam junto à tribuna onde estavam sentados.

“É realmente uma noite inteira, começa cedo, vai por aí adiante. Eu sou noctívago, estou feliz”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Sobre a sua ligação às marchas populares de Lisboa, referiu que vem do seu tempo de criança e que quando foi autarca na capital nunca perdia o desfile.

“Vim às marchas também no primeiro ou no segundo ano do mandato do presidente [anterior da Câmara Municipal de Lisboa] Fernando Medina, e agora no primeiro ano de mandato do presidente Carlos Moedas”, acrescentou.

O chefe de Estado elogiou “a qualidade das marchas”, que no seu entender têm tido “uma subida espetacular, em tudo, na música, na letra, na dança, na coreografia”, e assinalou a participação de “muita gente nova”, concluindo: “É uma tradição, só que muito renovada”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, por sua vez, disse estar emocionado por ver “estes jovens a passarem esta tradição para o futuro”.