“Mínimos 2: A Ascensão de Gru”

O novo filme dos Mínimos é, na verdade, uma “prequel” escondida com rabo de fora de toda esta série de longas-metragens animadas sobre Gru e os seus assistentes pequeninos, amarelos, caóticos e tagarelas. E revela como aos 12 anos ele já desejava ardentemente ser um super-vilão, e a forma como conheceu os Mínimos (pôs um anúncio no jornal e eles apareceram-lhe à porta, nada mais banal). Passado nos anos 70, “Mínimos 2: A Ascensão de Gru” envolve Gru e quatro dos Mínimos com um grupo de super-vilões aos quais ele rouba um medalhão mágico, o pretexto para Kyle Balda assinar uma animação jubilatória e frenética que goza com o “kitsch” daquela época e a sua cultura pop, com o “disco”, os estereótipos do cinema de acção e de artes marciais, e as fitas de super-heróis. O quarteto de Mínimos que coadjuva Gru nesta aventura faz quase todas as despesas da comédia, e Balda e a sua vasta equipa técnica da Illumination mantêm bem vincada a identidade do seu estilo de animação digital.

“Entre Ilhas”

Este saboroso documentário da realizadora e antropóloga Amaya Sumpsi recorda os tempos em que os açorianos dependiam inteiramente dos transportes marítimos para viajarem entre as várias ilhas do arquipélago — e algumas dessas travessias, em barcos muitas vezes pequenos e frágeis, duravam horas e horas, nem sempre nas melhores condições meteorológicas –, ir ao continente ou para o estrangeiro, assim como para serem abastecidos de bens e géneros. Falando com pessoas que viveram nessa altura e contam histórias de como era então a vida nas ilhas, consultando arquivos de imagens, indo buscar velhas fotografias, documentos e diários pessoais, e recordando figuras emblemáticas de “lobos do mar”, Sumpsi mostra como mudou a relação dos açorianos com o mar e com a distância, desde essa época até agora, quando os aviões comerciais e sobretudo uma frota de moderníssimos “ferries”, alteraram por completo a situação, tornando tudo mais próximo e acessível, modificando a própria noção do tempo.

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A Lei de Teerão

A segunda longa-metragem do realizador iraniano Saeed Roustayi é um fulgurante policial de ação rodado nas ruas e nos tugúrios da droga de Teerão, com farto miolo de fita social, ao questionar, corajosamente, a política das autoridades no combate ao tráfico e à toxicodependência, alicerçada apenas na repressão policial e na pena de morte para todos aqueles que sejam apanhados na posse de estupefacientes, qualquer que seja a quantidade. O ator e argumentista Payman Maadi, (“Uma Separação”) interpreta formidavelmente a personagem de Saad, o chefe da Brigada de Narcóticos de Teerão, um homem cada vez mais cético em relação à eficácia do sistema policial e jurídico para levar a bom termo a batalha contra a droga, e que persegue um dos maiores traficantes locais, que lançou mão deste negócio para escapar à miséria e resgatar a família. “A Lei de Teerão” foi escolhido pelo Observador como filme da semana e pode ler a crítica aqui.