Israel ameaçou intensificar ainda mais os seus ataques em Gaza, onde pelo menos 25 pessoas foram mortas na transição para 2025, segundo trabalhadores humanitários no território palestiniano, preocupados com a crítica situação humanitária.

O ministro israelita da Defesa, Israel Katz, à margem de uma visita a Netivot, uma cidade de Israel recentemente alvo de disparos de ‘rockets’ a partir da vizinha Faixa de Gaza, disse querer “enviar uma mensagem clara” ao movimento islamita palestiniano Hamas.

“Se o Hamas não permitir em breve a libertação dos reféns israelitas detidos em Gaza (…) e continuar a disparar contra a população israelita, expor-se-á a golpes de uma intensidade que Gaza não vê há muito tempo”, ameaçou Katz, após vários ‘rockets’ terem sido disparados contra o seu país nos últimos dias, sem causar feridos.

De acordo com a Defesa Civil de Gaza, três ataques israelitas distintos mataram pelo menos 25 pessoas na faixa costeira palestiniana desde as primeiras horas da manhã.

Dois cidadãos israelitas ficaram feridos no atropelamento na Bourbon Street, em Nova Orleães, nos EUA, durante a passagem de ano. Segundo o Times of Israel, que cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, não há ainda informações sobre o estado dos feridos e o ministério já está em contacto com as famílias das vítimas.

Apesar de ter sido submetido a uma cirurgia esta semana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mantém os planos de estar presente na tomada de posse de Donald Trump.

A cerimónia está marcada para 20 de janeiro e os detalhes logísticos da viagem do primeiro-ministro israelita foram discutidos ontem, avançou uma fonte familiarizada com a questão ao The Times of Israel.

A confirmar-se, a viagem de Netanyahu aos EUA será a primeira do governante ao estrangeiro desde que foi emitido um mandato de captura pelo Tribunal Penal internacional.

Com um impasse nas conversações com o Hamas para um acordo de libertação de reféns e com Benjamin Netanyahu no hospital a recuperar de uma cirurgia, a reunião do gabinete de segurança israelita que estava marcada para amanhã foi cancelada.

A informação foi avançada pelos assessores de dois ministros, que não foram identificados, ao The Times of Israel.

Pelo menos 17 palestinianos morreram em ataques aéreos israelitas aos campos de refugiados de Jabalia e Bureij em dia de Ano Novo. A informação foi avançada pela agência de notícias palestiniana WAFA, que é citada pela Al Jazeera.

As Forças de Defesa de Israel anunciaram que vão permitir que as famílias dos soldados que morreram a 7 de outubro de 2023, dia do ataque do Hamas, tenham acesso às últimas comunicações via rádio dos seus entes queridos.

Na sequência do anúncio, segundo o jornal Haaretz, o exército israelita disse que continuará a apoiar as famílias dos soldados e a “agir de forma transparente e com atenção”.

Pelo menos 45.553 palestinianos morreram e 108.379 ficaram feridos na ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza desde o início do conflito, a 7 de outubro de 2023. Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde da região, que é controlado pelo Hamas, indica a Al Jazeera.

A mãe do refém Matan Zangauker foi, na manhã desta quarta-feira, impedida de entrar no Knesset (parlamento israelita), alegadamente devido a “comportamentos inaceitáveis” e por ter na sua posse uma faca.

A explicação foi dada ao jornal Haaretz por um porta-voz do parlamento israelita, que acusou Einav Zangauker de perturbar os trabalhos e “impedir o bom desenrolar dos debates”, além de “tentar atirar uma garrafa de vidro a um convidado”. “Como se isso não bastasse, ameaçou, na presença do chefe de segurança do Knesset, esfaquear um convidado, tendo na sua posse uma faca. É um comportamento inaceitável”, acrescentou.

Por sua vez, Einav Zangauker acusou os deputados e o governo israelita de quererem “silenciar as famílias dos reféns”. “Os nossos filhos estão a ser torturados e violados no cativeiro do Hamas e os membros do Knesset impedem-nos de gritar em seu nome pelo fim da guerra e por um acordo que os salve”, afirmou.

À chegada a uma gala de Ano Novo, em Mar-a-Lago, Donald Trump voltou a avisar o Hamas para libertar os reféns que continuam em Gaza até à sua tomada de posse, que está marcada para 20 de janeiro.

“Vou pôr as coisas desta forma: é bom que deixem os reféns regressar [a casa] em breve”, afirmou o Presidente eleito norte-americano, em declarações aos jornalistas.

O aviso ao Hamas foi reiterado após Trump ser questionado sobre se tinha conversado recentemente com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, acerca de um acordo para cessar-fogo e libertação dos reféns.

On New Year’s Eve at Mar-A-Lago Trump states that, "They better let the hostages come back soon."pic.twitter.com/ZzmfAuJGUp

— Eyal Yakoby (@EYakoby) January 1, 2025