Momentos-chave
- Pacheco Pereira ataca PSD por ter recebido de forma apoteótica Santana Lopes mas declara: "Não lhes faço o gosto de sair do partido"
- Luís Marques Mendes diz que excedente ficará acima de 1%
- Para Marques Mendes, Pedro Nuno Santos "tem uma nuvem negra que o acompanha" mas a TAP não lhe tira votos
- Mariana Vieira da Silva cabeça de lista do PS por Lisboa; Ana Catarina Mendes por Setúbal; Alexandra Leitão por Santarém, diz Marques Mendes
- Marques Mendes: "AD recuperou a iniciativa"
- Montenegro promete plano de emergência para a Saúde
- "Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas"
- Montenegro: "Costa saiu por incúria, incompetência e perda de autoridade política"
- Santana Lopes: "Temos de dar graças a Deus por ser possível reeditar esta coligação"
- Leonor Beleza deixa recado a Passos: "Estou aqui porque resolvi vir aqui. Ninguém me convidou"
- Carlos Moedas: "A AD é olhar para o futuro com esperança"
- "Pedro Nuno Santos tem de esclarecer o que sabia da acumulação de funções" de ex-CEO da TAP, insiste Ventura
- Ventura quer saber se PSD mudou de opinião "em relação ao que fez nos Açores"
- Cecília Meireles lembra intervenção de Pedro Nuno na TAP. "O povo julgará"
- "Pior do que PS só o PS, com Pedro Nuno a primeiro-ministro e Mortágua a ministra das Finanças"
- "A única opção racional é um voto de castigo ao PS"
- Paulo Portas: se Pedro Nuno Santos vencer, seria "o governo mais radicalizado desde 1976
- "O que é francamente anacrónico é uma aliança entre o PS e os herdeiros na União Soviética"
- Nuno Melo esclarece: "O único governo que a AD vai viabilizar vai ser o governo da AD"
Histórico de atualizações
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Pacheco Pereira ataca PSD por ter recebido de forma apoteótica Santana Lopes mas declara: "Não lhes faço o gosto de sair do partido"
Pacheco Pereira — que diz ser militante do PSD há cerca de 25 anos e que “tive quase todos os cargos dentro do PSD e saí de todos eles por minha vontade” — assume “sérias divergências políticas com o curso do partido nos últimos anos”.
Garante que, por isso, se pergunta porque continua no PSD. “Por um lado porque conheço muito bem as características genéticas de um partido como o PSD que acho fundamentais para a sociedade portuguesa, o seu conteúdo reformista, social-democrata; porque tenho respeito por muita gente com quem trabalhei – Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio, vários –; e ao mesmo tempo também porque muitas vezes a atitude destes dirigentes que para aí existem, de carreira, contrasta muito com a cumplicidade dos militantes sempre que vou a qualquer sítio”.
E, por isso, conclui: “Não lhes faço o gosto de sair do partido. Se quiserem expulsem-me”. Quando perguntam porque não vai para o PS, Pacheco Pereira explica que não vai “por uma razão muito simples”: “É porque sou social-democrata e não socialista. E sei qual é a diferença. Há muita gente que não sabe qual é a diferença. E mais. Para lhes dificultar as afirmações nunca votei no PS e não tenho intenção de votar no PS. Estou muito bem onde estou. Agora custa-me algumas coisas”.
O que custa na Convenção, diz, “é que os partidos deviam ter vergonha de si próprios”, recordando que a intervenção que teve mais palmas foi a de Pedro Santana Lopes que “saiu do PSD e criou um partido contra o PSD”. “Correu-lhe mal a festa, mas criou a Aliança contra o PSD”.
“Em condições normais para um militante comum isto significaria a imediata expulsão e só poderia ser readmitido por uma deliberação da comissão política e do conselho de jurisdição e as palmas, que aliás já não é a primeira vez que acontecem, e aquela receção apoteótica são de facto o benefício do infrator”, declara Pacheco Pereira, no programa da CNN, O Princípio da Incerteza.
E continou: “Eu tenho vergonha por aquilo. Se é possível fazer aquilo e se aquilo é mais importante que as divergências de caráter político — chamo a atenção criou um partido contra o PSD do qual saiu apenas quando as suas ambições pessoais não resultaram — e o Pedro Santana Lopes tem uma coisa péssima na história do PSD. O PSD teve a honra, tinha fama de ser um bom governo, e perdeu isso com Pedro Santana Lopes e quem entregou o governo a José Sócrates foi Pedro Santana Lopes”.
“É um péssimo sinal. Os partidos têm de ter uma capacidade de ter vergonha daquilo que fazem e o PSD mostrou não ter vergonha nenhuma”.
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Luís Marques Mendes diz que excedente ficará acima de 1%
Luís Marques Mendes diz ter informação de que o excedente orçamental em 2023 ficou acima de 1%. A UTAO, ainda esta semana, considerou que o excedente de 0,8% projetado pelo Governo iria ser ultrapassado. O Banco de Portugal estimou o excedente em 1,1%.
O comentador adianta que não ficará abaixo de 1%.
E diz que o fundo Medina devia mesmo ser criado, até pela perspetiva da perda futura dos fundos estruturais de Bruxelas. “O Fundo parecia-me uma boa ideia”.
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Para Marques Mendes, Pedro Nuno Santos "tem uma nuvem negra que o acompanha" mas a TAP não lhe tira votos
Pedro Nuno Santos “tem nuvem negra que o acompanha”, que é a sua passagem pelo Governo. “É uma espécie de pesadelo”, diz Marques Mendes na SIC.
“Não creio que a TAP lhe vá tirar votos. O que Pedro Nuno Santos tinha a perder por causa da TAP já perdeu. E não foi pouco”.
Sobre o líder do PS destaca pela positiva o anúncio de que a prioridade é a economia e o crescimento. “É preciso metermos todos na cabeça que temos de crescer”. Pela negativa diz que fica a questão fiscal.
“É difícil compreender como se pode colocar a economia a crescer mais e a atrair mais investimento produtivo com os níveis de fiscalidade que temos, sobretudo se compararmos com os países do Leste Europeu”. Para Marques Mendes a questão fiscal não devia ser de esquerda ou de direita. “Deve ser uma questão mais objetiva”.
“É bom que o PS fale de mais crescimento económico mas é bom que nos explique como lá chega com esta fiscalidade”.
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Mariana Vieira da Silva cabeça de lista do PS por Lisboa; Ana Catarina Mendes por Setúbal; Alexandra Leitão por Santarém, diz Marques Mendes
“É muito importante ter bons deputados, mas acho que não é por aí que o partido A ou B vá ganhar eleições. Quase ninguém vota em deputados”.
Para Marques Mendes isso é mau. “Mas será sempre assim enquanto não tivermos um sistema de círculos uninominais, compensados com um círculo nacional. O modelo mais recomendável para promover o mérito e a responsabilização política.” E os partidos, no seu entender, estão a fazer por melhorar. Aplaude as escolhas dos independentes.
Do PS ainda se conhece poucos. Mas Marques Mendes avança saber três outros cabeças de lista. Em Lisboa será Mariana Vieira da Silva; em Setúbal Ana Catarina Mendes; e em Santarém uma ex-ministra Alexandra Leitão.
Destaca a decisão de Duarte Cordeiro que não quer candidatar-se a deputado. E destaca pela negativa a saída de Carla Castro pela IL.
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Marques Mendes: "AD recuperou a iniciativa"
Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD, no habitual comentário na SIC, considera que desta vez “a AD recuperou a iniciativa”, depois da reunião com economistas e desta convenção de domingo. Considera que o discurso de Luís Montenegro foi “bom” e “diferente do habitual” e “marcante para o futuro”.
Isto porque, no seu entender, “marca diferenças” em relação a Pedro Nuno Santos, sobretudo na economia e redução de impostos, e porque “apresentou um conjunto de compromissos que quantificou com propostas “quantificadas e calendarizadas”, em particular na saúde, educação, jovens e pensões. Também mostra, no entender de Marques Mendes, querer reconciliar-se com os reformados.
Marques Mendes também vê no discurso de Montenegro uma doutrina política e económica e um discurso mais pela positiva do que pela negativa. “As pessoas querem coisas pela positiva”.
Marques Mendes elogia ainda o discurso de Nuno Melo. “Um bom discurso, sobretudo no combate político ao Chega. Percebe-se que há aqui uma divisão de tarefas. Nuno Melo faz o discurso de combate; Montenegro faz mais o discurso pela positiva”.
Considera que Nuno Melo, o que disse na entrevista, é normal ser dito por um comentador, não por um político, mas “isso acontece a todos. É uma infelicidade”.
“Infantilidade” de Melo causa embaraço a Montenegro. “Caiu na casca de banana”
A ausência do presidente do PPM não “faço ideia”, considerando não haver qualquer significado.
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Carlos César diz que Açores precisam de governação com qualidade para recuperar tempo perdido
O presidente do PS e mandatário da candidatura do partido às eleições legislativas regionais dos Açores, Carlos César, afirmou hoje que a região precisa de uma governação com qualidade para recuperar o tempo perdido.
“Nós, para governar, precisamos mesmo de todos, sem ressentimentos, aproveitando o contributo de cada um e, sobretudo, com maior discernimento, os Açores precisam de uma governação com qualidade para recuperar o tempo perdido na região”, disse Carlos César.
O também presidente honorário do PS/Açores e antigo presidente do Governo Regional discursava na Lagoa, ilha de São Miguel, na apresentação do programa eleitoral e dos candidatos por este círculo, liderado por Vasco Cordeiro, que é candidato a presidente do executivo insular.
Antes, o mandatário regional abordou a “fase particularmente difícil” nos planos nacional e regional, além de “um conjunto de ameaças potenciais crescentes que, no plano internacional”, perturbam a vida europeia e afetam as economias e a confiança dos cidadãos.
“E o pior que podia haver nos Açores e acontecer aos Açores é somar a essa inquietude, a essa ansiedade, a esse temor por razões internacionais, por razões europeias, (…) a perspetiva de continuarmos com um governo que só agrava os problemas, que não garante a resolução de problemas e que coloca os Açores em causa”, avisou.
Reconhecendo que o PS cometeu erros, mas aprende com os seus erros, Carlos César adiantou que o partido sabe que os teve e já sabe como deve fazer melhor.
“A coligação [PSD/CDS-PP/PPM, que lidera o Governo Regional], pelo contrário, não só não aprendeu com os nossos erros, como ainda acrescentou os seus e os Açores ficaram duplamente a perder”, considerou.
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Eleições/Açores: Apoios à habitação e fixação de profissionais em destaque no programa do BE
A candidatura do BE/Açores às legislativas regionais propõe, entre as medidas para responder às crises sociais e climática, rever programas de apoio à habitação, definir incentivos permanentes para fixar médicos e professores, e reduzir o preço dos transportes públicos.
“Nós queremos responder às diversas crises que estão em curso — à crise na habitação, mas também à crise social, às dificuldades nos serviços públicos. Queremos uma economia mais justa, com melhores salários, que combata a precariedade e que garanta que não há desigualdade de género na sociedade em geral e no emprego também”, disse hoje o coordenador regional do partido, António Lima, na apresentação do programa eleitoral, no primeiro dia da campanha oficial.
No Centro de Estudos Natália Correia, no concelho de Ponta Delgada, o cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e compensação acrescentou que é necessário aumentar a qualificação da população, permitir o acesso de todos à educação e garantir a coesão e a mobilidade no território.
“Nós não temos linhas vermelhas. Temos um programa que é máximo e é com ele que vamos para a campanha eleitoral”, acrescentou o também deputado regional, referindo-se à abrangência do documento, que será disponibilizado no ‘site’ da estrutura partidária.
Recorrendo a dados estatísticos oficiais para enquadrar as medidas, António Lima começou por destacar as dificuldades na habitação, área em que defendeu a criação de um plano regional – para haver uma estratégia concreta, já que o arquipélago anda “à deriva” — e a revisão dos programas regionais de apoio ao arrendamento, à autoconstrução e às cooperativas.
A construção de habitação pública e a sua manutenção nesta esfera para regular os mercados, a exigência de que os grandes empreendimentos urbanísticos coloquem 25% das casas no mercado a preços acessíveis e a regulamentação do crescimento do turismo são outras propostas.
O Bloco quer que haja limites à construção de novos empreendimentos turísticos (atualmente há 31 mil camas no setor, das quais 18 mil em alojamento local, e estão em processo de licenciamento outras 6.777) e que o alojamento local seja regulado, já que, “ao contrário do que acontece a nível nacional, não tem qualquer limite”.
Numa região em que 26,1% dos jovens deixam de estudar antes de completar o 12.º ano, comprometendo a sua qualificação e potenciando o aumento do risco de pobreza, o partido quer “combater sem tréguas o abandono escolar”, segundo o programa eleitoral, que indica a aplicação de um plano integrado envolvendo escolas, famílias, autarquias e instituições locais, bem como “incentivos aos alunos que concluam o ensino secundário”, não especificados.
O candidato defendeu também um ensino superior gratuito para estudantes residentes, considerando que, apesar de este nível de ensino ser competência da República, é preciso “fazer opções” para investir no futuro das ilhas e garantir o pagamento de propinas, algumas viagens para os estudantes deslocados entre as ilhas e apoios ao alojamento.
Na saúde, António Lima sugeriu, entre outros, 40% de acréscimo ao salário base dos médicos que adiram voluntariamente à exclusividade no serviço público, incentivos para fixar também profissionais de enfermagem e a integração de 500 profissionais precários.
No caso dos professores, o programa prevê garantir que, após três anos de serviço, sejam integrados nos quadros, e assegurar a recuperação do tempo de serviço intercarreiras dos docentes em mobilidade por motivos de saúde.
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Eleições/Açores: Vasco Cordeiro promete retomar transporte marítimo de passageiros
O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições legislativas regionais, Vasco Cordeiro, prometeu hoje retomar o transporte marítimo de passageiros e viaturas, e encetar a semana de quatro dias na administração regional.
“Tendo como base a Tarifa Açores [permite aos residentes viagens de qualquer ilha para outra, ao preço máximo final de 60 euros para uma viagem de ida e volta], que é para manter, iremos retomar o transporte marítimo de passageiros e viaturas, contribuindo para estimular o desenvolvimento do mercado interno e criando as condições para uma melhor mobilidade de pessoas e bens entre as ilhas da nossa região”, afirmou Vasco Cordeiro.
O também presidente do PS/Açores discursava na Lagoa, ilha de São Miguel, na apresentação do programa eleitoral e dos candidatos por este círculo, que lidera.
Ainda ao nível dos transportes, e referindo-se à privatização da Azores Airlines, Vasco Cordeiro, que foi presidente do executivo regional entre 2012 e 2020, declarou que “este é um compromisso assumido pela região junto da Comissão Europeia que o Governo Regional do PS honrará”.
“E honrá-lo-á não apenas porque é um compromisso, mas também porque a entrada de um parceiro privado para a Azores Airlines é algo do interesse da própria companhia, da sua vitalidade, da sua sustentabilidade”, assegurou na primeira ação da campanha eleitoral, que hoje começou no arquipélago,
Apresentando as linhas estratégicas do programa – coesão, autonomia e demografia -, o candidato elencou, depois, um conjunto de propostas para a educação, saúde e habitação, bem como para a agricultura, pescas ou turismo.
Vasco Cordeiro garantiu como uma das “propostas fundamentais” num futuro governo socialista a criação de uma Agenda para a Valorização do Capital Humano nos Açores”, para “a valorização do trabalho”, assim como dos rendimentos e das profissões, “assente no aumento da produtividade, da riqueza criada e das competências adquiridas pelos trabalhadores”.
Sobre a administração pública regional, defendeu ser “preciso voltar a respeitar os funcionários públicos, para que não sejam alvo de perseguições e de joguetes políticos e de promoções pessoais”.
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"Não esperem aventuras, nem radicalismos"
Montenegro compromete-se ainda a encetar negociações com os representantes das forças e serviços de segurança sobre o estatuto remuneratório assim que chegar a primeiro-ministro.
O líder social-democrata despede-se com mais uma mensagem para os eleitores: “De mim, não esperem aventuras, nem radicalismos. Nem que desate a prometer tudo, a todos”.
“Os últimos 25 anos já mostraram várias vezes que os exageros de hoje se pagam amanhã. Os portugueses não se vão deixar enganar por jogadas de eleitoralismo infantil. Temos energia, temos história, temos conhecimento, temos tradições, temos identidade, temos um grande povo. Temos de fazer brotar todas estas capacidades. Aquilo que se pede a um governo é que não desperdice este potencial e transforme em criação de riqueza.”
Ouça aqui o discurso de Luís Montenegro
“Não esperem aventuras, nem radicalismos. Podem confiar em nós”
“Podem confiar em nós. Podem confiar nesta equipa e neste projeto. Podem confiar que o futuro começa agora. Podem confiar que vamos tirar Portugal do sítio em que os socialistas o enfiaram.”
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AD quer fechar dossiê sobre professores em 60 dias
Na área da Educação, Montenegro compromete-se a fechar nos mesmos 60 dias as negociações sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores que esteve congelado.
O modelo será aquele que já foi proposto por Montenegro: a recuperação gradual e faseada desse tempo em cinco anos.
Montenegro promete também a implementação o acesso universal e gratuito às creches e ao ensino pré-escolar, “do zero aos seis anos”.
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Montenegro promete plano de emergência para a Saúde
Montenegro estabelece agora os compromissos do seu futuro e eventual governo, desde logo aprovação nos primeiros 60 dias um plano de emergência para executar em dois anos na área da Saúde.
Desse plano, constará o encurtamento dos prazos de consulta de medicina familiar, a teleconsulta sempre que for possível e assegurar um enfermeiro e um médico de família recorrendo a toda capacidade instalada.
Na rede de urgências, Montenegro quer envolver igualmente os privados na solução, em particular nas áreas da pediatria e obstetrícia.
E atribuir automaticamente um voucher de consulta e de cirurgia sempre que se atinja o tempo máximo em caso de doença aguda.
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Resultados no país "deviam fazer corar de vergonha" o PS
O líder do PSD e da Aliança Democrática diz que os resultados da governação socialista “deviam fazer corar de vergonha qualquer pessoa que se diz ideologicamente de esquerda” e resultam no “pior momento da nossa história democrática na Saúde, Educação e Habitação”.
Respondendo diretamente a Pedro Santana Lopes, Montenegro reitera o compromisso de só governar se vencer as eleições. “Só quero governar na base da confiança dos portugueses. Não quero trair a confiança dos portugueses. Quero governar porque quero que as pessoas estejam com o governo.”
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"Não podemos eternizar o país na subsidiodependência"
“É a altura de mudarmos o chip. Não podemos ficar agarrados aos mínimos olímpicos. Não podemos eternizar o país na subsidiodependência. Não nos resignamos a essa fatalidade”, sublinha Montenegro.
“Portugal precisa de aproveitar as oportunidades. Não podemos ser sempre aqueles que estão sempre à espera de ser elegíveis para mais um apoio. Temos de erradicar com essa cultura do poucochinho.”
Para isso, diz Montenegro, é preciso garantir que o país cresça económica e tal só será possível com o aumento da produtividade e o reforço do tecido empresarial português. O líder do PSD recupera a proposta de redução do IRC para 15% até ao final da legislatura e a isenção fiscal e contributiva dos prémios de produtividade até 6% da remuneração anual.
“O meu adversário é contra a baixa de impostos. Os portugueses devem saber: entendemos a descida de impostos como fundamental e o PS acha o contrário. O PS quer subtrair às pessoas, às famílias e às empresas os máximos de impostos para depois as amarrem aos subsídios e às ajudas.
“Empobrecer para enfraquecer. Enfraquecer para amarrar. Amarrar para perpetuar. É este o esquema socialista”, atira Luís Montengro.
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"Temos de acabar com o crime social de não conseguirmos fixar cá os nossos jovens"
Montenegro volta-se depois para os mais jovens.
“Falharemos enquanto nação se não dermos mais oportunidades profissionais, melhores salários e o orgulho de ficarem cá. Temos de parar com a fuga do nosso talento para o estrangeiro. Temos de acabar com o crime social de não conseguirmos fixar cá os nossos jovens”, aponta Montenegro.
“Os jovens portugueses têm direito a terem uma vida ao lado das famílias e dos seus amigos”, diz, recuperando a ideia de fixar a taxa de IRS nos 15% para os jovens até aos 35 anos, a isenção do IMT na compra da primeira habitação e a comparticipação do Estado no empréstimo bancário a 100%.
“A nossa missão é juntar as famílias portuguesas. Não vamos falhar aos filhos e às famílias de Portugal.”
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"Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas"
Luís Montenegro elege depois os mais velhos como prioridade absoluta de um futuro governo da AD, assumindo, abertamente, que tem noção do divórcio que existe entre pensionistas e PSD/CDS.
“Temos de dar aos pensionistas e aos mais velhos a atenção que merecem. Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas e com os reformados de Portugal. Sei bem que alguns deles têm receios em votar em nós.”
Montenegro lembra depois o legado de Aníbal Cavaco Silva, que criou o 14.º mês, para garantir que a AD saberá estar à altura de respeitar o desafio.
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Montenegro: "Costa saiu por incúria, incompetência e perda de autoridade política"
Fala agora Luís Montenegro, para o encerramento desta convenção da Aliança Democrática.
“É ou não verdade que há muito tempo não havia uma liderança política que fosse capaz de reunir tanta capacidade como aquela que está aqui hoje. Três partidos políticos, centenas de cidadãos independentes, juntos nesta convenção por Portugal. Juntos para fazemos entrar em funções um novo governo que vai transformar para melhor a vida dos portugueses.”
“Seriedade de não prometer aquilo que sabemos que não podemos cumprir. A campanha eleitoral faz-se para esclarecer, não se faz para leiloar. É preciso uma nova forma de fazer política”, continua Montenegro.
Já depois de ter sugerido que Pedro Nuno Santos (sem o nomear) vem agora prometer fazer aquilo que não foi capaz de fazer nos últimos oito anos, Montenegro fala depois de outros que prometem tudo a todos, mesmo sabendo que não podem cumprir. “Uma velha forma de enganar as pessoas.”
“O governo não é um laboratório de experimentalismo. Não se governa com voluntarismos imaturos”, atira Montenegro, argumentando que “acabou por cair um governo mais incompetentes que tivemos em Portugal”, cujo o primeiro responsável, António Costa, “saiu por incúria, incompetência e perda de autoridade política”.
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"Como é que os socialistas não pedem desculpa?"
“Luís Montenegro agiu como um líder carismático quando disse que só governa se ganhar as eleições. É muito complicado, mas Luís Montenegro não hesitou. É claro como água, tal como Francisco Sá Carneiro”, continua Santana.
Numa referência indireta a José Mourinho, que foi recentemente despedido da Roma por falta de resultados desportivos, Santana faz a comparação entre o treinador e a equipa de Pedro Nuno Santos — recorde-se que Santana Lopes chegou a abandonar uma entrevista na SIC depois de ter sido interrompido pela chegada de Mourinho ao aeroporto.
“Os governantes do PS falharam tanto nos resultados que é óbvio que têm de ser substituídos. Como é que não pedem desculpa? Mas que Partido Socialista é este?”, interroga.
Santana volta a falar sobre a ausência de Passos, desta vez para comparar Montenegro ao antigo primeiro-ministro. “Quando foi eleito líder, não acreditava nele. Juro. Ele também não gostava muito de mim. E dizia a toda a gente ‘mas ele nunca esteve num governo’. E como tive engolir o que disse”, rematou o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
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Santana Lopes: "Temos de dar graças a Deus por ser possível reeditar esta coligação"
Era a surpresa guardada para esta tarde. Pedro Santana Lopes, que deixou o PSD para fundar um novo partido, não só veio a esta convenção como vai discursar no Estoril. “Bem-vindo de volta, Pedro”, ouve-se da plateia.
“Fico muito satisfeito com o facto de o CDS voltar à Assembleia da República. É um grande serviço que o PSD presta a Portugal. Temos de dar graças a Deus por ser possível reeditar esta coligação que já tanto fez por Portugal”, começa por dizer.
Santana fala depois do elefante no meio da sala — a ausência de Pedro Passos Coelho — e a referência de Leonor Beleza sobre a ausência do convite ao antigo primeiro-ministro.
“A mim, Luís Montenegro convidou-me. Os partidos que nasceram agora não tem esse problema. Há uns que têm o mesmo líder desde que nasceram e outros que têm poucos. Luís Montenegro vai gerindo. Nas horas essenciais, estamos juntos.”
Citando Pedro Passos Coelho, Santana Lopes disse que este é o “tempo” de quem lidera e que as divergências são normais. Os militantes do partido têm o dever de se colocarem no “exército” de quem lidera.
Santana Lopes recorda depois o trabalho de Montenegro à frente da bancada parlamentar durante o período de intervenção da troika em Portugal. “Fez um trabalho extraordinário onde provou coragem e competência no conhecimento dos dossiês sem uma falha. Esteve ao lado de Pedro Passos Coelho a dar a cara.”
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Leonor Beleza deixa recado a Passos: "Estou aqui porque resolvi vir aqui. Ninguém me convidou"
Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde de Aníbal Cavaco Silva, começa a sua intervenção por saudar Pedro Santana Lopes, que apareceu de surpresa no Estoril, e com uma referência indireta a Pedro Passos Coelho, que não marcou presença nesta convenção — o antigo primeiro-ministro não foi convidado pela direção do PSD.
“Estou aqui porque resolvi vir aqui. Ninguém me convidou. Não é um tempo de cerimónias. É um tempo em que precisarmos de estar todos mobilizados”, disse.
“Este não é um tempo para aventureiros. É um tempo para gente com coragem. Para gente capaz de mobilizar equipas dedicadas. Não é tempo de suscitar medos, ameaças e riscos.”
Se a ideia anterior parecia dirigida a André Ventura, a segunda parte parece ser uma referência clara a Pedro Nuno Santos. “Os perigos que enfrentamos, continua, sugerem prudência, maturidade, reflexão. É preciso tomar decisões, sim. É bom fazer, sim. Mas o que é mesmo bom é decidir e fazer depois de refletir e escolher consciente e ponderamente.”
Beleza recorda depois a experiência de Luís Montenegro à frente da bancada parlamentar do PSD durante a intervenção da troika, que permitiu libertar o país da “miséria” criada por outros.
A antiga ministra centra-se depois nos problemas de acesso à Saúde, as condições dos profissionais e o excesso de mortalidade que se vai registando no país e que continua sem uma explicação cabal. “Não me lembro de alguma vez termos estado numa situação idêntica.”
“A AD não são duas letras. É sinal de esperança. Portugal precisa desta vitória.”