Momentos-chave
- "Estamos a ver um declínio na inflação que é reconfortante para nós", diz Lagarde
- Lagarde sobre pressão criada pelos EUA: "decisões nos EUA acabam por aparecer nas nossas projeções"
- "Alguns membros" do Conselho do BCE quiseram baixar juros já nesta reunião, revela Lagarde
- BCE não se compromete "antecipadamente" com trajetória nas taxas de juro
- Lagarde dá vários sinais de que juros podem cair (e um sinal em sentido contrário)
- BCE abre a porta (oficialmente) a baixar juros em junho
- BCE mantém taxas de juro inalteradas, como previsto
- Irá Lagarde manter planos de baixar os juros em junho?
Histórico de atualizações
-
Vamos encerrar por aqui o artigo liveblog que acompanhou, nesta quinta-feira, a mais recente decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre as taxas de juro.
Leia aqui o resumo, com informações adicionais sobre aquilo que se passou nesta reunião do Conselho do BCE, onde Mário Centeno terá sido, apurou o Observador, um dos vários governadores que defenderam que já haveria condições para ter baixado já nesta quinta-feira as taxas de juro.
Centeno foi um dos vários membros do BCE que pediram baixa de juros já. Mas descida só virá em junho
Muito obrigado por nos ter acompanhado.
-
"Estamos a ver um declínio na inflação que é reconfortante para nós", diz Lagarde
“Estamos a ver um declínio na inflação que é reconfortante para nós“, diz Lagarde, perto do final desta conferência de imprensa.
Além dos comentários (vagos) sobre o impacto das decisões dos EUA na política monetária, Christine Lagarde acrescentou poucas informações concretas sobre os seus planos além da frase-chave que já estava no comunicado:
Se a análise atualizada do Conselho do BCE sobre as expectativas de inflação, as dinâmicas da inflação subjacente [que exclui energia e produtos não-transformados] e a robustez da transmissão da política monetária aumentar a confiança de que a inflação está a convergir para o objetivo de uma forma sustentada, então seria adequado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária”, disse o BCE.
Além disso, Christine Lagarde alertou que mesmo que exista uma descida de juros em junho, não há qualquer “pré-compromisso” com uma trajetória posterior, ou seja, não é correto assumir que outras descidas de juros vão seguir-se, automaticamente, nos meses seguintes.
-
Lagarde sobre pressão criada pelos EUA: "decisões nos EUA acabam por aparecer nas nossas projeções"
Christine Lagarde respondeu a uma questão sobre os EUA garantindo que “tudo o que acontece [na economia mundial] interessa ao BCE” e o impacto das próximas decisões da Reserva Federal norte-americana “fará parte das projeções a divulgar em junho” (e que irão sustentar a decisão que será tomada).
Esta foi a resposta de Lagarde a uma questão relacionada com o facto de se ter tornado menos provável que a Reserva Federal dos EUA baixe as taxas de juro nos próximos tempos.
“Não quero especular sobre aquilo que outros bancos centrais vão ou não vão decidir”, começou por dizer Lagarde. Porém, “os EUA são uma economia muito grande, um centro financeiro importante, por isso todas essas questões acabam por estar presentes nas nossas projeções”.
-
"Alguns membros" do Conselho do BCE quiseram baixar juros já nesta reunião, revela Lagarde
“Alguns membros” do Conselho do BCE quiseram baixar juros já nesta reunião, revela Lagarde, na resposta à questão de uma jornalista que tinha perguntado se tinha havido consenso no sentido de manter as taxas de juro inalteradas (como acabou por suceder).
A presidente do BCE repetiu que em junho haverá mais dados a partir dos quais se poderá tomar uma decisão, além de estar prevista para essa reunião de junho a divulgação de um novo conjunto de projeções económicas.
Porém, “para dizer a verdade, alguns membros sentiram-se suficientemente confiantes, a partir dos dados já existentes“, para que o BCE pudesse já ter baixado (hoje) as taxas de juro. Christine Lagarde não revela quais foram esses membros, como de resto nunca faz.
Durante a discussão, apesar da posição manifestada por esses “alguns membros”, gerou-se depois um “consenso” para que fosse esta a decisão tomada, isto é, a manutenção dos juros inalterados.
-
"Riscos para o crescimento económico pendem para o lado negativo", diz Lagarde
Os “riscos para o crescimento económico pendem para o lado negativo“, diz Lagarde, repetindo a indicação dada há seis semanas, na última reunião do BCE. Isso significa que são maiores os riscos que a economia cresça menos do que o esperado do que de crescer mais do que o esperado.
Mais uma vez, o BCE admite que, além dos riscos geopolíticos, um dos fatores que podem levar a economia a crescer menos do que o previsto é o efeito das subidas de taxas de juro decididas pelo próprio BCE.
-
BCE não se compromete "antecipadamente" com trajetória nas taxas de juro
“Não estamos a comprometer-nos, antecipadamente, com uma trajetória de taxas de juro”, diz Christine Lagarde, implicitamente indicando que, embora possa ser provável uma descida em junho (se se cumprirem os critérios enunciados na frase-chave do comunicado), não é correto assumir que depois de junho haverá mais descidas da taxa de juro.
O BCE vai continuar a “determinar a sua política com base nos dados que vão chegando”, repete Christine Lagarde.
-
Lagarde dá vários sinais de que juros podem cair (e um sinal em sentido contrário)
Em viva voz, a ler o comunicado oficial do BCE, Christine Lagarde afirma que nas últimas semanas “a inflação continuou a cair, liderada pela inflação mais baixa dos preços dos produtos alimentares e dos bens”.
“A maior parte das medidas da inflação subjacente estão a diminuir, o crescimento dos salários está a moderar-se gradualmente e as empresas estão a absorver parte do aumento dos custos laborais nos seus lucros“. Tudo isto são indicações dadas ao mercado de que o BCE acredita que poderá haver condições para baixar os juros em breve.
As condições de financiamento permanecem restritivas e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a pesar sobre a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação”, afirma a presidente do BCE.
Porém, “as pressões internas sobre os preços são fortes e mantêm a inflação dos preços dos serviços elevada“.
-
BCE abre a porta (oficialmente) a baixar juros em junho
No comunicado onde confirma a decisão de manter as taxas de juro inalteradas em abril, o BCE abre a porta – oficialmente – a uma descida em junho.
“Se a análise atualizada do Conselho do BCE sobre as expectativas de inflação, as dinâmicas da inflação subjacente [que exclui energia e produtos não-transformados] e a robustez da transmissão da política monetária aumentar a confiança de que a inflação está a convergir para o objetivo de uma forma sustentada, então seria adequado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária”, diz o BCE.
É a primeira vez que o BCE confirma, num comunicado oficial (e não apenas em comentários avulso), que as taxas de juro podem descer na próxima reunião, a 6 de junho.
-
BCE mantém taxas de juro inalteradas, como previsto
O BCE manteve as taxas de juro inalteradas, como previsto. A chamada taxa dos depósitos, a mais importante para a política monetária neste momento, permanece em 4%.
Dentro de momentos, começa a conferência de imprensa de Christine Lagarde onde a presidente do BCE irá dar pistas sobre se a autoridade monetária mantém os planos de baixar os juros na próxima reunião do Conselho do BCE, em junho.
-
Irá Lagarde manter planos de baixar os juros em junho?
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deve manter as taxas de juro inalteradas mas a conferência de imprensa será crucial para perceber se se mantêm os planos de baixar juros em junho.
Essa tem sido a indicação clara dada nas últimas semanas por vários membros do BCE, de que pode haver uma primeira descida dos juros em junho, mas a previsão ficou envolta em maior incerteza porque é cada vez mais provável que a Reserva Federal dos EUA não avance, para já, com a mesma decisão.
Os dados da inflação que saíram na quarta-feira, nos EUA, surpreenderam com uma subida da inflação homóloga para 3,5% – um sinal claro de que as pressões de subidas dos preços continuam desconfortavelmente elevadas nos EUA.
Este dado económico, além de fazer derrapar as bolsas, levou a que vários bancos de investimento tenham passado a prever que a Reserva Federal só desça os juros em setembro (e não em junho).
Para o BCE, isso é um risco, porque poderia significar uma divergência de política monetária que poderá pesar na cotação do euro, o que é, em si, um fator indutor de inflação na zona euro.
Até a Alemanha já aceita cortar juros em junho, mas os EUA vieram perturbar planos do BCE
-
Bom dia,
Vamos concentrar neste artigo liveblog a cobertura da reunião do Conselho do BCE desta quinta-feira, 11 de abril.
A decisão sobre as taxas de juro é conhecida às 13h15, hora de Lisboa, e a conferência de imprensa de Christine Lagarde, a partir de Frankfurt, tem início às 13h45 (também hora de Lisboa).
Fique connosco.